Bancos de leite do DF celebram Dia Mundial de Doação de Leite Humano
Ao longo de maio, os bancos de leite humano (BLHs) e os postos de coleta (PCLHs) operados pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) promoveram atividades em celebração ao Dia Mundial de Doação de Leite Humano. A programação teve início com encontro realizado no Posto de Coleta da Casa de Parto de São Sebastião entre mães doadoras, bebês e famílias beneficiadas, profissionais e apoiadores envolvidos nesta enorme rede de solidariedade. A programação foi finalizada nesta sexta (30), com os eventos realizados pelos bancos de leite dos hospitais regionais da Asa Norte (Hran) e de Santa Maria (HRSM). A programação teve início com encontro realizado no Posto de Coleta da Casa de Parto de São Sebastião entre mães doadoras, bebês e famílias beneficiadas, profissionais e apoiadores envolvidos nesta enorme rede de solidariedade | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF O evento realizado pelo BLH do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), na quarta-feira (28), deu destaque à contribuição de cada um dos atores da iniciativa que é referência mundial em saúde materno-infantil. A unidade de Taguatinga, inaugurada há 46 anos, é o primeiro componente da rede distrital e uma das primeiras iniciativas do País. “Aquele momento da retirada do leite, que você acha que é só seu, coloca você como parte de algo grandioso; algo extraordinário para os bebês que estão internados. Há também aqueles crescendo saudáveis e felizes em casa porque cada uma de vocês, assim como milhares de doadoras em outros períodos, contribuiu para isso”, ressaltou a integrante da Coordenação de Políticas de Aleitamento Materno do DF da SES-DF, Graça Rodrigues. Um gesto de amor Ana Caroline Laurentino, 28 anos, é uma das integrantes dessa rede. A acolhida amorosa, como ela define, da equipe multiprofissional do BLH do HRT foi responsável por transformar a experiência de amamentação e a saúde do seu filho Isaac. Nascido há pouco mais de três meses, o bebê teve dificuldades de “pega” no início da amamentação. Aos poucos foi perdendo peso, necessitando de pronto-atendimento hospitalar, exigindo dos pais a busca por profissionais especializados... A angustia só teve fim após o contato com a unidade de saúde pública em Taguatinga. O atendimento semanal permitiu que Isaac alcance boa condição de saúde. Ana Caroline Laurentino, 28 anos, afirma que a equipe multiprofissional do HRT foi responsável por transformar a experiência de amamentação e a saúde do seu filho Isaac “Lembro quando ele ganhou o peso esperado: foi uma alegria coletiva no consultório. Chorei de felicidade, todo mundo gritou em comemoração... Senti que estava todo mundo junto com a gente nessa luta”, declarou Ana Caroline. Hoje a mãe encontra satisfação em amamentar com tranquilidade o próprio filho, além de contribuir, enquanto doadora, para a saúde de outros bebês. “Quando eu soube que um único potinho amamenta até dez bebês prematuros, me emocionei muito; porque o meu pouco faz a diferença na vida de outros bebês e de outras famílias”, reconhece. Rede de solidariedade As celebrações e os incentivos ao aleitamento materno continuam. O Agosto Dourado é a campanha nacional que promove e incentiva anualmente o aleitamento materno. Este é o melhor alimento que um bebê pode ter. Até os seis meses de idade, não há necessidade de outros alimentos, nem mesmo de água. A rede distrital conta com 14 bancos de leite e sete postos de coleta. Caso necessite de orientações sobre amamentação ou deseje doar seu leite, as mães podem entrar em contato com o banco ou posto de coleta mais próximo de sua casa. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Banco de leite: Três gerações de uma família mostram como doação pode salvar vidas
Em muitas famílias, a herança passa por joias ou propriedades. Na família Alves, o verdadeiro tesouro é o amor pela amamentação e a doação de leite materno – um ato de solidariedade que salva vidas. Três gerações já foram beneficiadas pelo banco de leite humano (BLH) do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), reforçando a importância dessa rede de apoio para mães e bebês prematuros. Bancos de leite do DF estão com estoques baixos, situação que fica mais evidente no período de férias escolares e feriados | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde “Doar foi a forma que encontrei de retribuir todo o apoio que recebi quando precisei” Aderita Alves Fundado em 1978 por um grupo de médicos e integrantes do Rotary Club, o BLH da unidade hospitalar tem sido essencial na promoção do aleitamento e na garantia da alimentação de bebês que não podem ser amamentados por suas próprias mães. Desde 2000, mais de 341 mil crianças foram atendidas, graças às doações feitas por aproximadamente 144 mil mulheres. Aderita Alves, moradora de Taguatinga, é mãe de Adnilton e Martha. Os dois foram beneficiados pelo BLH em diferentes fases da vida. Aderita começou a doar leite materno em 1985, após o nascimento de Martha. “Doar foi a forma que encontrei de retribuir todo o apoio que recebi quando precisei”, conta. “O banco de leite me ajudou quando minha filha nasceu, e eu quis ajudar outras mães que estavam passando pelo mesmo desafio”. Doações multiplicadas O círculo de solidariedade se completou quando o outro filho de Aderita, Adnilton, ao se tornar pai, em 2012, precisou recorrer ao BLH para alimentar seu primogênito, Vinicius Samuel, que nasceu prematuro com apenas 1.880 kg. Em 2019, seu segundo filho, Lucas Gabriel, também dependeu dessa doação para complementar a alimentação nos primeiros dias de vida. “Hoje, olhando para trás, vejo como a doação de leite humano foi essencial para a minha família”, lembra Aderita. “Esse ato de generosidade faz toda a diferença. Só quem já precisou desse apoio sabe o verdadeiro valor de cada gota doada.” A história se repetiu com Martha, que teve sua primeira filha em 2005. “Sou muito grata ao BLH”, afirma ela. “Eles foram fundamentais quando tive mastite e não conseguia amamentar a Júlia e, novamente, quando tive minha segunda filha, Heloísa, que teve dificuldades para mamar”. Atualmente, Julia, a filha mais velha, concluiu um curso técnico em enfermagem e sonha em seguir na área da saúde. Estoques em baixa Um litro de leite doado pode alimentar até dez recém-nascidos A importância da doação de leite humano fica ainda mais evidente diante da realidade atual: os bancos de leite do Distrito Federal estão com os estoques em baixa. O BLH do Hospital Regional de Taguatinga continua sua missão de garantir que todo bebê tenha acesso ao alimento nos primeiros dias de vida. Os estoques de leite materno no DF costumam apresentar redução entre o fim e o início de ano, período em que se acumulam férias e feriados, desfavorecendo a doação regular. A rede da Secretaria de Saúde (SES-DF) tem como meta a coleta de 2 mil litros de leite por mês. Entre janeiro e fevereiro, foram captados 2,7 mil litros – menos de 70% do volume previsto. Os BLHs contribuem diretamente para a redução da mortalidade infantil e para a melhoria da saúde e da qualidade de vida da população. No DF, são 14 bancos e sete postos de coleta que desenvolvem atividades como processamento e distribuição de leite humano, além da oferta de suporte e orientação a mães e bebês. Como ser doadora As mães que desejam doar podem se cadastrar pelo telefone 160 (opção 4), no site ou no aplicativo do Amamenta Brasília. Após o cadastro, serão enviadas orientações sobre como coletar e armazenar o leite em casa. Um litro de leite materno doado pode alimentar até dez recém-nascidos por dia. Toda mulher que estiver amamentando pode potencialmente ser uma doadora. *Com informações da Secretaria de Saúde
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GDF participa de evento com troca de informações sobre bancos de leite humano
Para compartilhar o conhecimento já adquirido em sua rede, a Secretaria de Saúde (SES-DF) participou, nesta segunda-feira (2), da solenidade de Certificação Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de bancos de leite humano (BHL). O programa da instituição busca prover informações e avaliar países acerca do assunto. O Brasil já é um dos países certificados e, agora, Cabo Verde, Guatemala e Paraguai também recebem a iniciativa. Brasília é a única cidade do mundo autossuficiente em leite humano. Apenas em 2023, mais de 22 mil litros do alimento foram doados, beneficiando cerca de 15 mil bebês – totalizando mais de 200 mil atendimentos. Até julho deste ano, o número chegava a 11 mil litros e 9 mil crianças atendidas. No mesmo período de 2024, foram registradas quase 124 mil assistências relacionadas à amamentação junto às equipes da rede de BLHs. Lucilene Florêncio: “O trabalho conjunto ocorre desde o momento da criação do primeiro banco de leite até o olhar governamental de que a redução da mortalidade dos recém-nascidos e das lactantes pode ocorrer por meio do leite humano” | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde Os números do DF, como apontou a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, refletem o trabalho conjunto entre diferentes instituições, como a integração com o Corpo de Bombeiros do DF (CMBDF). “O trabalho conjunto ocorre desde o momento da criação do primeiro banco de leite até o olhar governamental de que a redução da mortalidade dos recém-nascidos e das lactantes pode ocorrer por meio do leite humano”, declarou. Reforçando o papel significativo do DF em relação ao tema, o diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Ruy Carlos Pereira, apontou fatores que puderam contribuir para a autossuficiência da capital federal em leite humano: “É importante reconhecer que o DF considera essa questão uma política de Estado, uma singularidade em relação a outras unidades.” Certificação e bem-estar O programa da Fiocruz é global e parte de uma avaliação das ações desenvolvidas pelas unidades integrantes que assegurem a qualidade do leite, dos processos e dos serviços. Outra abordagem é um sistema de troca de informações sobre oportunidades de melhorias direcionadas aos diferentes níveis de gestão. Segundo a diretora da sede da Fiocruz em Brasília, Fabiana Damásio, os BLHs têm papel primordial na saúde dos bebês e de recém-nascidos. “A rede de bancos de leite humano emociona por tudo que consegue fazer, principalmente ao salvar as vidas de milhares de crianças”, afirmou. Além de corroborar com a fala, o representante da presidência da Fiocruz, Hermano Castro, lembrou algumas dificuldades para que o aleitamento seja considerado em todos os grupos da sociedade: “Temos desafios que são cultivados e permanentes. Há situações que são fruto dos processos de colonização, como o desafio da amamentação nas populações indígenas, vulneráveis a diversos riscos”, explicou. Um tema adicional citado no evento foi a existência de mais salas de amamentação nas instituições públicas. “Estamos trabalhando para que todas as unidades administrativas do DF ofereçam uma sala de aleitamento às servidoras. É uma prioridade da pasta”, assegurou a secretária de Saúde. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Novo contrato reforça serviços de apoio aos bancos de leite no DF
Para fortalecer os serviços essenciais de apoio aos bancos de leite humano e postos de coleta do Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES-DF) firmou um contrato com a empresa privada Sefix Gestão de Profissionais LTDA. O acordo, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta terça-feira (27), tem o valor de mais de R$ 2,9 milhões e assegura o atendimento continuado na rede. As atividades abrangem o suporte nas unidades de saúde durante as 24 horas do dia e destinam-se à prestação de serviços continuados de execução de lactarista e copeira. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Bancos de leite humano do DF passarão por auditoria da Fiocruz
Os 14 bancos de leite humano (BLHs) do Distrito Federal e sete postos de coleta vão se tornar ainda mais qualificados para atender os recém-nascidos de risco que precisam do alimento – fundamental para o desenvolvimento dos bebês. Programa de Certificação Fiocruz de Bancos de Leite Humano foi apresentado a gestores de unidades hospitalares do DF | Foto: Divulgação/Agência Saúde [Olho texto=”“Com essa qualificação, teremos um salto de qualidade. Tudo é pensado para melhorar a saúde dos bebês e reduzir as chances de doenças crônicas ao longo da vida” ” assinatura=”Miriam Santos, da Comissão Nacional de Bancos de Leite Humano” esquerda_direita_centro=”esquerda”] No Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), gestores de hospitais da Secretaria de Saúde (SES-DF) que possuem BLHs ou postos de coleta participaram do primeiro workshop de implantação do Programa de Certificação Fiocruz de Bancos de Leite Humano (PCFioBLH). A iniciativa, que reúne a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde, fortalece as capacidades científica, produtiva, tecnológica, gerencial e de garantia da qualidade da Rede Global de Bancos de Leite Humano. “São mais de 230 bancos de leite humano no Brasil”, aponta a pediatra Miriam Santos, da Comissão Nacional de Bancos de Leite Humano. “Com essa qualificação, teremos um salto de qualidade para melhorar o trabalho dos profissionais envolvidos na Rede BLH. Tudo é pensado para melhorar a saúde dos bebês e reduzir as chances de doenças crônicas ao longo da vida.” Referência nesse segmento, o DF conta com bancos de leite humano há 45 anos. Além de ofertar leite humano com qualidade certificada, a rede presta atendimento voltado ao aleitamento materno e ajuda as mães em todo o processo de amamentação. Os BLHs são formados por equipes multiprofissionais, aponta a coordenadora de Políticas de Aleitamento Materno da SES-DF, Mariane Curado. “É um trabalho que contribui para uma sociedade justa e solidária, que se preocupa com a segurança alimentar”, afirmou. “Por isso, é importante que nossa rede seja vista, lembrada e valorizada. Realizamos pequenas ações, com tecnologia de baixo custo e que mudam a vida de diversas pessoas”. Certificação no DF A decisão de qualificar os bancos de leite no Brasil a partir de Brasília não foi casual. Decorreu da constatação de que a Rede de BLH do DF há muito tempo vem trabalhando com êxito a garantia de acesso, gerando condições que a aproximam da autossuficiência em leite humano para recém-nascidos internados. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Na garantia de acesso e de qualidade e em pilares da segurança alimentar, a certificação é decisiva, e o PCFioBLH é uma inovação nesse campo”, pontuou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Eduardo Chaves Leal. “O resultado da união de esforços decorrente dessa iniciativa certamente permitirá que o Brasil tenha, em médio prazo, a primeira rede de bancos de leite humano de uma de suas unidades federativas, certificada em ambos os pilares da segurança alimentar e nutricional no país.” Durante dois dias, os auditores do programa vão visitar os bancos de leite e postos de coleta para avaliar o serviço. A expectativa é que a certificação saia no início de 2024. Bombeiros, valiosa parceria [Olho texto=”“É importante qualificar e capacitar os profissionais para que a população sinta e veja o que o serviço público tem a oferecer” ” assinatura=”Luciano Agrizzi, secretário adjunto de Assistência à Saúde ” esquerda_direita_centro=”direita”] A parceria da Rede de Bancos de Leite Humano do DF com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) existe há 34 anos. Para doar, não é preciso deslocar-se aos postos de coleta, pois uma equipe da corporação vai à residência da doadora deixar o kit e, posteriormente, buscar os vidros cheios. A comandante-geral do CBMDF, Monica de Mesquita Miranda, doadora de leite enquanto amamentava as três filhas, foi homenageada durante o workshop. “Sou realizada por ter sido uma doadora e por fazer parte de uma corporação que é parceira e faz um trabalho lindo, ao lado da rede BLH”, contou. “Parcerias são essenciais para avançar e melhorar ainda mais a nossa Rede de Banco de Leite Humano”, ressaltou o secretário adjunto de Assistência, Luciano Agrizzi, que representou a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, no encontro. “É importante qualificar e capacitar os profissionais para que a população sinta e veja o que o serviço público tem a oferecer.” *Com informações da Secretaria de Saúde
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‘Agosto Dourado’, um mês todo dedicado à amamentação
[Olho texto=”“É um momento único na vida da mulher, que precisa do apoio de todos ao seu redor, pois a amamentação nem sempre é fácil” ” assinatura=”Miriam Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF” esquerda_direita_centro=”direita”] O Agosto Dourado chegou, e junto o debate sobre a importância da amamentação para a saúde e desenvolvimento da criança. Nesta segunda-feira (2), foi feita a abertura oficial da Semana Mundial do Aleitamento Materno 2021, no formato on-line, transmitido pelo YouTube com a palestra “Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos”, mote da campanha. “A amamentação é responsabilidade de todos”, explica a coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF, Miriam Santos. “A mulher precisa ser apoiada pelo companheiro, pela família, pelos profissionais da saúde que forem atendê-la, por toda sua rede de apoio. É um momento único na vida da mulher, que precisa do apoio de todos ao seu redor, pois a amamentação nem sempre é fácil.” Campanha terá várias atividades, até o fim deste mês | Arte: Divulgação/Agência Saúde Durante o evento, foram debatidos temas como direito das gestantes em tempos de pandemia, licença maternidade, redução de carga horária ou intervalo para amamentar no retorno ao trabalho, licença paternidade, amamentação de mães com covid-19 e amamentação continuada após os dois anos de vida, além do direito de amamentar em qualquer lugar público. Orientação [Olho texto=”“A mulher precisa de orientação adequada e uma boa rede de apoio, e todos nós precisamos ter empatia com a situação de cada mãe” ” assinatura=”Moises Chencinski, pediatra criador do blog Eu Apoio Leite Materno ” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Os benefícios da amamentação são inúmeros, não só para o bebê e para a mãe, mas também para toda a sociedade”, pontuou Miriam Santos. “A mulher que amamenta seu filho se sente mais segura para ir trabalhar, pois a chance de esse bebê adoecer é menor. Então, todos saem ganhando: empresas, família e comunidade.” Presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Paulista de Pediatria e criador do blog Eu Apoio Leite Materno, o pediatra Moises Chencinski lembrou: “Desromantizar a amamentação é necessário, pois amamentar não é simples e nem sempre natural”, destacou. “A mulher precisa de orientação adequada e uma boa rede de apoio, e todos nós precisamos ter empatia com a situação de cada mãe. Eu quero que mais mães amamentem, e o impacto do marketing de produtos pode atrapalhar, pois essa mulher está sensível.” O pediatra também abordou a importância de os profissionais de saúde apoiarem a amamentação e não fazerem publicidade de produtos como fórmulas infantis, chupetas e mamadeiras, pois ter isso dentro de um consultório, disse, pode influenciar diretamente as mães que buscam auxílio, tendo em vista que a amamentação não é um processo tão fácil. A Hora do Mamaço No domingo (1º), a “Hora do Mamaço”, evento também realizado de forma virtual, marcou a prévia da campanha Agosto Dourado. Foi exibido um vídeo com fotos de usuárias dos bancos de leite humano do DF e de doadoras de leite materno. Miriam reforçou a recomendação de Moises Chencinski. Falou sobre a quantidade de propagandas e marketing em cima de produtos que podem atrapalhar a amamentação, como chupetas, mamadeiras e fórmulas infantis, “que em um momento de dificuldade durante a amamentação podem ser uma alternativa para as mães”. A dona de casa Maíra Lemes participou do evento e contou que também teve dificuldades ao amamentar seu bebê. “Na prática, a gente descobre que não sabe amamentar e que nem todos os bebês já sabem mamar”, contou. “Tive fissuras, foi tudo bem dolorido, e graças à ajuda do meu esposo e família, foi melhorando. Conversei com médicos e consultora de amamentação até acertar a pegada. Depois de um mês, deu tudo certo”, relatou. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Experiência Mãe de três meninos, Deliane Oliveira conheceu o Banco de Leite Humano há dez anos, quando teve seu filho mais velho. Como tinha muita dificuldade para amamentar, recebeu ajuda das profissionais do Banco de Leite do Hospital Regional de Taguatinga e resolveu o problema, que não se repetiu quando nasceu seu segundo filho. Já quando teve o terceiro, lembra, vieram mais dificuldades: o bebê não estava conseguindo sugar e acabou perdendo peso. “Fui acompanhada pelo Banco de Leite do HRT e fui muito bem-acolhida”, conta. “Consegui fazer a translactação; depois de um mês ele recuperou o peso e eu me tornei doadora. Por isso, peço que as mães não desistam e continuem insistindo em amamentar. Cada criança é única, e cada amamentação será diferente”. Entre as atividades previstas para o Agosto Dourado, destaca-se o VI Seminário de Aleitamento Materno Brasília – I Seminário de Alimentação Complementar Saudável de Brasília, entre os dias 23 e 27 deste mês. Também fazem parte ações desenvolvidas durante todo o mês pela Secretaria de Saúde (SES). *Com informações da Secretaria de Saúde
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Entenda a importância dos bancos de leite humano
Toda mulher sadia que esteja amamentando é uma potencial doadora de leite materno, independentemente da idade da criança. A doação de leite materno é de extrema importância porque alimenta cerca de 250 bebês por dia no Distrito Federal, em todas unidades neonatais da rede pública de saúde. O Distrito Federal é destaque nacionalmente pelo fato de distribuir leite materno para todas as crianças internadas em unidades neonatais. Para isso, possui 15 bancos de leite humano (BLH), sendo dez da Secretaria de Saúde, dois federais e três da saúde suplementar. Há também cinco postos de coleta, sendo dois da Secretaria de Saúde e três da rede suplementar (e todas maternidades da rede contam com um banco de leite ou posto de coleta). Foto: Agência Saúde/Divulgação “A principal função dos bancos de leite e postos de coleta é o apoio, proteção e promoção do aleitamento materno. Outra função é coletar o leite excedente das nutrizes, pasteurizar e distribuir com qualidade certificada”, explica Miriam Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do Distrito Federal. No Distrito Federal, 98% da doação de leite materno é feita de forma domiciliar: no caso, as mães coletam o leite em um pote de vidro com tampa de plástico e armazenam no freezer, entram em contato com o banco de leite, que faz o cadastro e, uma vez por semana, vai até a casa delas e troca o pote cheio por um vazio. Equilíbrio De janeiro a julho deste ano, foram coletados 10.299 litros de leite materno, que serviram para atender 7.360 crianças. “Iniciamos o ano com um déficit de 30% nas doações, mas conseguimos recuperar e estamos com 1% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, no mês de julho, tivemos uma arrecadação menor que as de maio e junho – e temos muitos bebês doentes que precisam de leite materno”, informa Miriam Santos. Segundo ela, a queda nas doações de julho preocupa, já que houve menos de 300 litros de leite materno coletado em relação ao mês anterior. Segundo a coordenadora, é de extrema importância que se mantenham os estoques para atender os bebês que estão internados nas unidades neonatais. “O banco de leite que está passando por maior dificuldade é o do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), que tem uma distribuição diária de cerca de 12 litros de leite materno pasteurizado. A maioria das mães que têm bebês internados na unidade neonatal é diarista, ou seja, aquela mãe que passa o dia no hospital e vai embora para casa. Com a questão da pandemia, estas mães estão evitando ir ao hospital porque a maioria delas utiliza o transporte público”, afirma Miriam. Fundação O primeiro Banco de Leite Humano foi criado no Distrito Federal em 1978, que foi o do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), uma parceria da época com o Rotary Clube de Taguatinga Norte. Essa parceria existe até hoje, esse clube de serviços sempre disponibiliza alguns insumos que o banco de leite possa precisar, vidros e até conserto de equipamentos. A coleta domiciliar é realizada pelo Corpo de Bombeiro Militar desde 1989. “A rede de Banco de Leite Humano é uma casa de apoio à amamentação. Todas mulheres que desejam amamentar deve nos procurar. Estamos dispostos e prontos para atender e orientar. Mesmo com a pandemia, fazemos orientações por telefone, e-mail, videochamadas e presencialmente”, conclui. Serviço Para mais informações sobre o Banco de Leite Humano, acesse o site Amamenta Brasília. * Com informações da Secretaria de Saúde/DF
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Doe leite. É seguro e pode salvar vidas
Foto: Divulgação / CBMDF Doar leite materno, mesmo em época de pandemia de coronavírus, é seguro. Para garantir a segurança das mães e dos próprios militares, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) adotou novos procedimentos na hora de recolher os potes de vidro em domicílio. Além dos cuidados redobrados com a higiene, eles usam máscaras e evitam entrar nas residências e ter contato físico com as doadoras. No começo das confirmações dos casos de Covid-19, a coleta domiciliar de leite materno sofreu uma queda de 35%. As mães tinham medo e não queriam profissionais de saúde nem militares em suas casas. “Já começamos o ano com deficit, porque as doações caíram em 2019 em relação a 2018. Tivemos o pior janeiro dos últimos quatro anos”, conta a coordenadora dos Bancos de Leite Humano do DF, Miriam Santos. Em janeiro, apenas 1,1 mil litros de leite foram coletados. O deficit de 30% nos estoques se manteve em fevereiro e subiu ainda mais em março. A Secretaria de Saúde (SES), então, elaborou uma grande campanha, esclarecendo que a coleta é feita com todo o rigor e de acordo tanto com as recomendações do Banco de Leite Humano quanto das medidas de prevenção ao coronavírus estabelecidas pelo GDF. Coleta em domicílio As doadoras não precisam sair de casa para entregar o leite: o material é levado para os hospitais pelos bombeiros. Os dias de coleta foram reduzidos e o horário também sofreu alterações. Agora, os militares passam na casa das mães duas vezes na semana, entre segunda e quinta-feira, das 7h às 13h. Eles recolhem os vidros na porta da casa. Quando precisam entrar, evitam tocar nas doadoras e passam as orientações a distância. “São 11 duplas que fazem esse trabalho”, explica a chefe da Assessoria de Programas Sociais do CBM-DF, tenente-coronel Raquel Gomes. “Elas são formadas pelo motorista, normalmente homem, e uma militar. O motorista nem desce do carro; quem vai até a doadora é a militar. Eles fazem de tudo para o contato ser o mais rápido possível”. Para as mães, o recomendado também é tomar cuidados com a higiene durante a coleta, usar máscaras e lavar muito bem as mãos. Orientações e esclarecimentos sobre a amamentação e doação de leite materno estão sendo oferecidos por telefone, por mensagem de WhatsApp, e-mail e até mesmo por videochamada. Bancos de leite A médica Paula Garcia de Araújo, 41 anos, começou a doar leite no meio da pandemia quando a filha caçula Isabela, de 4 meses, saiu do hospital. A bebê nasceu prematura, com 33 semanas, e ficou três dias sendo alimentada por fórmulas infantis que têm a intenção de copiar funcionalmente o leite materno, porque o leite da mãe demorou a fluir. “Ela foi para a UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e só no terceiro dia consegui tirar uma quantidade de leite suficiente”, conta Paula. O hospital era particular e não tinha banco de leite. Paula já sabia da importância do leite materno, mas depois da experiência, virou doadora dos bancos de leite humano (BLHs) do Distrito Federal. “Também amamento meu filho mais velho, que tem dois anos e ainda mama”, conta. “Enquanto tiver leite, vou doar. Não tenho muito tempo de colher o leite, mas tento encher pelo menos um vidro por semana”. Assim como Paula, outras 178 mães lactantes foram capacitadas, em maio, para participar do programa do BLH. Além de ganhar novas doadoras, a rede da SES conseguiu captar 1,7 mil litros de leite para alimentar bebês internados na neonatologia das maternidades do DF – o suficiente para alimentar mais 120 recém-nascidos em relação a abril, mês em que os bancos de leite do DF atenderam 1.008 bebês. Em maio, esse número subiu para 1.128. De janeiro a maio, 6,8 mil litros de leite foram captados pelo BLH.
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