Direitos dos pacientes e acolhimento emocional marcam o 2º dia do Simpósio de Cuidados Paliativos do Hospital Regional de Santa Maria
No segundo dia do Simpósio de Cuidados Paliativos do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), profissionais de saúde, estudantes, familiares e convidados se reuniram para trocar experiências e aprofundar conhecimentos sobre práticas que promovem dignidade e qualidade de vida aos pacientes. O auditório da unidade recebeu um público expressivo, atento às discussões e interessado em ampliar sua compreensão sobre o cuidado integral. A abertura ficou a cargo da enfermeira paliativista e idealizadora do simpósio, Léia Lima, que leu uma carta emocionante escrita pela família de um paciente do Hospital Cidade do Sol (HSol), em Ceilândia. Repleta de gratidão, a mensagem destacou o acolhimento, a sensibilidade e a dedicação da equipe de cuidados paliativos durante o tratamento e a fase final de vida do paciente, emocionando todos os presentes. Auditório do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) recebeu um público expressivo, atento às discussões e interessado em ampliar sua compreensão sobre o cuidado integral | Fotos: Divulgação/IgesDF A programação contou com palestras que abordaram temas essenciais da assistência paliativa. A advogada Nelma Melgaço falou sobre os direitos dos pacientes e diretivas antecipadas. Em seguida, o enfermeiro Raphael Santiago apresentou a hipodermóclise como alternativa viável para o controle de sintomas. Encerrando a tarde, a psicóloga Juliana Siquinelli discutiu o sofrimento emocional nos cuidados paliativos, destacando abordagens terapêuticas que promovem conforto e acolhimento. Entre os participantes estava Noemy Santiago, estudante de enfermagem, que compartilhou o quanto a temática desperta seu interesse. “É uma área que me chama muita atenção, tanto que foi o tema do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), voltado ao cuidado de idosos com demência avançada. É uma área em que pretendo atuar futuramente”, conta. Noemy também destacou a importância do papel da enfermagem nesse tipo de cuidado. “Muitos não percebem o quanto o enfermeiro está presente, acompanhando cada etapa do paciente, observando, cuidando e desenvolvendo ações que fazem toda a diferença tanto para ele quanto para a família”, explica. Léia Lima: “Durante os dois dias, o auditório permaneceu cheio e a transmissão pela internet bateu recorde de visualizações. Isso mostra o quanto as pessoas querem compreender melhor os cuidados paliativos" O simpósio também foi transmitido virtualmente pelo canal do IgesDF no YouTube, ampliando o alcance das discussões. Segundo Léia Lima, a grande adesão reforça o interesse e a necessidade de debater o tema. “Durante os dois dias, o auditório permaneceu cheio e a transmissão pela internet bateu recorde de visualizações. Isso mostra o quanto as pessoas querem compreender melhor os cuidados paliativos. É muito gratificante ver esse movimento de aprendizado se fortalecendo entre profissionais e comunidade”, destaca. Ao final, os palestrantes abriram espaço para perguntas e troca direta com o público, encerrando o dia com reflexões sobre empatia, escuta ativa e valorização da vida e sorteio de brindes, reafirmando o compromisso do HRSM com um cuidado humanizado e integral. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF)
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Atenção domiciliar de equipe multidisciplinar do Hospital Regional de Ceilândia transforma a vida de famílias
O sorriso do pequeno Heitor Miranda, de 1 ano e 2 meses, é reflexo de um cuidado afetuoso e especializado. Diagnosticado com paralisia cerebral devido a intercorrências no parto, desde dezembro de 2024 ele é acompanhado pela equipe multiprofissional do Núcleo Regional de Atenção Domiciliar (Nrad) do Hospital Regional de Ceilândia (HRC). “Todos os benefícios que o Heitor teve até agora vieram depois do apoio do Nrad. É uma assistência que não é só para ele, é para mim também; me sinto acolhida, amparada”, conta a mãe, Ingrid Mariana Miranda, 24. "É uma assistência que não é só pra ele, é para mim também; me sinto acolhida, amparada”, conta a mãe do pequeno Heitor, Ingrid Mariana Miranda | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF No HRC, o zelo com crianças como Heitor começa ainda no ambiente hospitalar, mais precisamente na Enfermaria de Cuidados Prolongados. O espaço foi pensado para acolher pacientes pediátricos que dependem de tecnologias para sobreviver e que precisam de uma transição segura entre a alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o cuidado em casa. “Na enfermaria, os pais e responsáveis são preparados para oferecer ao filho um cuidado seguro e com qualidade em casa”, explica a pediatra paliativista Andréa Araújo. A médica ressalta que o serviço surgiu diante da demanda crescente por atenção especializada a crianças com doenças neurológicas ou crônicas complexas. “Essas crianças merecem viver com dignidade e o mínimo de sofrimento possível. Buscamos a estabilidade clínica e cuidamos do paciente em sua totalidade, incluindo o direito de brincar e estudar.” Atenção domiciliar [LEIA_TAMBEM]Após a alta, os pacientes são acolhidos pela equipe do Nrad, parte do Programa Melhor em Casa, do Ministério da Saúde. Voltado a indivíduos com limitações temporárias ou permanentes, o programa busca evitar internações prolongadas ao proporcionar tratamento no ambiente familiar, o que melhora o conforto e a recuperação. Atualmente, o HRC atende 30 crianças com cuidados paliativos em casa, cujos perfis variam entre doenças neurológicas e condições cardíacas e pulmonares. O serviço é composto por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, técnicos de enfermagem, cirurgiões-dentistas e assistentes sociais. O atendimento é rotativo e adaptado a cada caso. “Nossa missão é preparar a família para essa nova etapa, acolher a mãe e orientar sobre os cuidados em casa”, explica a fisioterapeuta Raiana Dantas. Segundo a profissional, muitas mães deixam o trabalho para ficar com os filhos. “Ceilândia tem alta vulnerabilidade social. Além do cuidado com o paciente, também olhamos para essa mãe, acolhendo e, sempre que possível, ajudando na reinserção ao mercado de trabalho”, explica. A enfermeira Laura Carreiro, que também acompanha o pequeno Heitor, reforça que a assistência vai além do técnico. “Nosso suporte é emocional. Somos o momento de escuta e orientação para mães como a Ingrid”, conta. A mãe confirma: “O Heitor sorri, tenta sentar, responde aos estímulos. Minha vida mudou mil vezes desde que a equipe entrou na nossa rotina”, celebra. Com uma atuação que vai até o fim da vida do paciente, o acompanhamento da equipe segue com apoio emocional ao luto das famílias. “Nosso trabalho não acaba com a partida do paciente. Acolher quem fica é também um gesto de cuidado”, avalia a psicóloga do Nrad, Thatiana Gimenes. *Com informações da SES-DF
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Nem sempre é o fim: cuidados paliativos abrangem pacientes com qualquer doença grave ou crônica
“Ao contrário do que muita gente acha, não é sempre sobre o fim da vida. No meu caso, foi um começo de esperança, uma oportunidade, um acolhimento humanitário.” Este é o relato da paciente Luciana de Almeida, 49, diagnosticada com um câncer raro na região óssea do cóccix. Há sete anos, ela é acompanhada pela equipe de cuidados paliativos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). “É essencial desmistificar a ideia de que os cuidados paliativos só devem ser empregados quando não há mais possibilidade de tratamento” Melissa Gebrim Ribeiro Nieto, médica paliativista “É essencial desmistificar a ideia de que os cuidados paliativos só devem ser empregados quando não há mais possibilidade de tratamento. Mesmo em doenças com perspectiva de cura, há sofrimento físico, psicológico e social que pode precisar desse suporte. Atendemos pacientes com qualquer doença ameaçadora à vida, com qualquer prognóstico e em qualquer estágio da evolução natural da doença”, descreve a médica paliativista da SES-DF, Melissa Gebrim Ribeiro Nieto. Na rede pública, o tratamento paliativo envolve o trabalho de diversos profissionais, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e farmacêuticos. O serviço é acessado por meio de um pedido de parecer feito por qualquer profissional da equipe assistente do paciente, desde que a demanda seja especificada. O tratamento paliativo envolve o trabalho de diversos profissionais, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e farmacêuticos | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Entre as doenças tratadas pela área estão câncer, Parkinson, esclerose múltipla, cardiopatias, problemas pulmonares crônicos, Aids, traumatismo craniano grave e doenças neurológicas, genéticas ou congênitas incuráveis, entre outras. Mais qualidade de vida Dados do Ministério da Saúde apontam que há mais de 625 mil pessoas em cuidados paliativos no país. Para a coordenadora da Atenção Especializada à Saúde da SES-DF, Julliana Tenorio Macêdo de Albuquerque Costa, esse tipo de apoio é crucial para garantir dignidade e qualidade de vida ao paciente. “Além de humanizar a assistência, esses cuidados reduzem internações desnecessárias, melhoram a eficiência do sistema de saúde e asseguram um cuidado integral, respeitando as necessidades individuais”, explica a gestora. Cada caso é individualizado, e as condutas são ajustadas conforme a proporcionalidade terapêutica e as demandas do paciente e de sua família, prevendo abordagens nos campos emocional, físico, social e espiritual. Trata-se de um cuidado flexível, que pode ser realizado em diferentes locais, de acordo com cada situação. “O tratamento é oferecido pela SES-DF em nível hospitalar e ambulatorial, além de capacitar muitos servidores dos Núcleos Regionais de Atenção Domiciliar (Nrads)”, assegura a referência técnica distrital (RTD) colaboradora em Cuidados Paliativos, Cristiane de Almeida Cordeiro. É possível contar com esse tipo de apoio em casa, nos hospitais regionais ou ainda por meio de uma internação na enfermaria especializada do Hospital de Apoio de Brasília (HAB). Era o caso de Creuza Alves do Nascimento, 81. Diagnosticada com Alzheimer, ela foi acompanhada pela equipe de cuidados paliativos no ambulatório do HAB. Nesse auxílio, os profissionais realizaram, por exemplo, reuniões familiares por videochamada com uma das filhas de Creuza, que morava longe. Arte: Divulgação/Agência Saúde-DF “Foi um atendimento que impactou positivamente. Desde o início até o final do tratamento, observamos o quanto minha sogra ganhou dignidade. Sem esse apoio, acredito que teríamos tido muito mais dificuldades. Foi um período em que usufruímos de todo o potencial humano da equipe. De coração, só temos a agradecer”, conta Luiz Cláudio Batista, genro de Creuza. Ela faleceu em agosto de 2024. *Com informações da SES-DF
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Equipe do HRSM participa de capacitação sobre cuidados paliativos
Semanalmente, a equipe de Cuidados Paliativos do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) realiza um encontro com a equipe multidisciplinar do pronto-socorro adulto, com o objetivo de capacitar os profissionais e discutir os casos dos pacientes internados que se enquadram ou necessitam de cuidados paliativos. A iniciativa completou um ano, e a ideia é expandir o projeto para todos os setores do hospital. Os encontros ocorrem todas as quintas-feiras pela manhã, com capacitação teórica e discussão de casos clínicos. Uma vez por semana, a equipe de Cuidados Paliativos do Hospital Regional de Santa Maria se reúne para estudar casos e trocar experiências | Foto: Divulgação/IgesDF “Nosso objetivo é conseguir alinhar o tratamento de cuidados paliativos mesmo no pronto-socorro, que é um cenário muito desafiador. Além disso, conseguimos discutir sobre os pacientes com uma visão multidisciplinar, ouvindo a opinião de cada membro da equipe. Cada um tem a oportunidade de relatar o que viu, o que avaliou do paciente e distribuir as demandas para suas respectivas áreas”, explica a médica paliativista do HRSM, Brunna Rezende. No pronto-socorro, o maior desafio é o fato de não haver médicos fixos, já que todos são plantonistas, além de garantir um cuidado paliativo adequado, considerando que os pacientes são liberados muito rapidamente. Os encontros capacitam a equipe para tratar sintomas, realizar o atendimento do paciente, acolher a família e lidar com o cuidado multidisciplinar “A ideia é que os pacientes que continuam internados já subam para a enfermaria com o planejamento de cuidados paliativos pré-definido. Isso ajuda muito a organizar como será o tratamento desse paciente durante toda a sua trajetória no hospital”, informa Brunna. De acordo com o gerente de Emergência do HRSM, Felipe Augusto Oliveira, o encontro de cuidados paliativos nasceu da necessidade do hospital de oferecer uma melhor assistência para esse perfil de pacientes. “São pessoas idosas, com múltiplas comorbidades, com limitação de capacidade cognitiva, muitas vezes acamadas e dependentes dos familiares para a maioria dos cuidados, que entram em um limite terapêutico. Às vezes, a cura não é possível, o que causa frustração”, destaca. Assim, os encontros capacitam a equipe para tratar sintomas, realizar o atendimento do paciente, acolher a família e lidar com o cuidado multidisciplinar, que também aborda o aspecto psicossocial e a carga emocional da doença para o paciente e a família. “Vimos uma resposta muito positiva, tanto na equipe, que sentia necessidade de discutir e aprimorar esses conhecimentos, quanto na melhoria dos cuidados com esses pacientes”, garante Felipe. Os cuidados paliativos levam em consideração a funcionalidade e os valores de cada paciente para realizar um planejamento de cuidados personalizado Indicação A indicação de cuidados paliativos não significa que o paciente está em fim de vida, mas sim que existe a necessidade de um planejamento de cuidados que leve em consideração a funcionalidade e os valores de cada paciente. Dessa forma, evitam-se exames desnecessários ou até se facilita a realização de exames que precisam ser feitos mais rapidamente. “Às vezes, significa não realizar uma biópsia; outras vezes, o paciente já tinha um tratamento anterior que ninguém teve tempo de perguntar, ou que ninguém sabia, e, ao pararmos para ouvir o paciente e a família, acabamos descobrindo coisas que ficaram perdidas. Dessa forma, conseguimos alinhar o planejamento que às vezes já existia ou então começar um novo”, afirma Brunna. Através do planejamento de cuidados paliativos, também é possível oferecer maior qualidade de vida e programar a alta do paciente, com o suporte do Núcleo Regional de Atenção Domiciliar (Nurad), pois, às vezes, o enfermo precisará de um suporte maior em casa. “Com o planejamento, esses pacientes e familiares têm menos dúvidas, têm espaço para fazer perguntas e conseguem um acesso mais humanizado para entender o que está acontecendo com eles. Então, tem sido muito positiva essa troca com a equipe multidisciplinar”, avalia Brunna. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)
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Ferimentos tumorais e cuidados paliativos são tema de capacitação no DF
O curso Feridas Tumorais e sua Interface com Cuidados Paliativos, promovido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), reuniu 64 profissionais, segunda (24) e terça-feiras (25). A capacitação destacou a importância de qualificar a equipe de saúde para o manejo adequado dessas feridas, garantindo mais conforto e qualidade de vida aos pacientes. O curso abordou desde os conceitos e princípios dos cuidados paliativos até a fisiopatologia, os tipos de feridas oncológicas e as melhores práticas de tratamento. Os participantes tiveram acesso a uma abordagem teórica e prática sobre o tema, com aulas expositivas, recursos visuais, discussão de casos clínicos e dinâmicas interativas. O curso teve abordagens teórica e prática, com aulas expositivas, discussão de casos e dinâmicas interativas | Foto: Divulgação/IgesDF A capacitação contemplou tópicos essenciais, como a definição de feridas oncológicas, os princípios dos cuidados paliativos, os tipos e a fisiopatologia dessas lesões, além das melhores estratégias de manejo e tratamento. Para a enfermeira residente do Programa Multiprofissional de Oncologia do IgesDF e responsável por ministrar o curso, Brenda Tayrine, a experiência reforçou a importância da educação continuada. “Os desafios foram inúmeros, desde a estruturação do conteúdo até a adaptação às diferentes realidades dos participantes, mas cada etapa reforçou a importância de compartilhar conhecimento e sensibilizar sobre os cuidados paliativos. A troca de experiências demonstrou o quanto essa temática ainda precisa ser discutida e aprofundada, estimulando o compromisso com uma abordagem mais integral e digna no cuidado aos pacientes”, destacou. A chefe do Núcleo de Educação Permanente, Ana Paula Lustosa, também ressaltou a importância da iniciativa para a qualificação profissional e a assistência humanizada. “A realização do curso reforça o compromisso do Núcleo de Educação Permanente com a capacitação dos profissionais de saúde. A troca de experiências e a abordagem prática enriqueceram o aprendizado, demonstrando a relevância desse tema na rotina hospitalar”, afirmou. *Com informações do IgesDF
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Hospital Regional da Asa Norte realiza casamento de paciente em cuidados paliativos
O jardim central do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) foi cenário de um momento inesquecível nessa terça-feira (4). A paciente Maria Célia Ferreira da Silva, 44 anos, teve a oportunidade de realizar um grande sonho: casar-se. Junto ao companheiro, Almir Borges dos Santos, 47, a cerimônia encantou os convidados e emocionou os profissionais de saúde que acompanharam a trajetória da paciente. Paciente do Hran em cuidado paliativo, Maria Celia Ferreira da Silva concretizou o sonho de casar vestida de noiva | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Diagnosticada com adenocarcinoma invasivo de intestino grosso, a moradora da zona rural de Brazlândia enfrenta um estado avançado de metástase, quando o câncer se dissemina para outras partes do corpo. Embora já fosse casada no civil com o companheiro Almir desde 2003, Maria Célia sempre sonhou em celebrar a união vestida de branco, diante de um pastor evangélico. A equipe multidisciplinar de cuidados paliativos do Hran rapidamente se mobilizou para transformar este sonho em realidade. Reunindo esforços, a paciente foi maquiada e usou um vestido branco, enquanto o noivo vestiu seu terno. Bolos e salgados foram encomendados e, ao som de violino, o capelão Marcelo Gouvêa Soares de Melo celebrou a união. Embora já fosse casada no civil desde 2003, a moradora de Brazlândia sempre sonhou em celebrar a união vestida de noiva, diante de um pastor “Sempre foi o sonho dela. Quando ela chegou aqui e foi internada, perguntaram qual seria a sua maior realização e ela respondeu que queria se casar vestida de noiva”, contou Almir. “Para mim, foi muito importante e fico muito agradecido por ter realizado esse sonho. Achei muito bonita a cerimônia.” Maria Célia, animada para realizar todos os ritos do casamento, encerrou a cerimônia jogando o buquê. Sua filha, Talita, 16, pegou o ramalhete de flores. Dignidade Os cuidados paliativos buscam reduzir a dor e o sofrimento de pacientes com doenças em estágio avançado, graves ou terminais, além de oferecer suporte aos familiares ou responsáveis. O atendimento deve ser multidisciplinar, no qual se considera sintomas físicos e emocionais. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que há mais de 625 mil pessoas em cuidados paliativos no país. Ana Cristina Almeida, fisioterapeuta da equipe do Hran e uma das responsáveis pela cerimônia, enfatiza a importância de proporcionar conforto, dignidade e a possibilidade de realizar os sonhos dos pacientes que se encontram em situação de saúde muito frágil. “Às vezes, as pessoas têm a vida inteira para realizar [um sonho] e não conseguem. Então, a gente acrescenta algumas memórias à vida, às vezes, podendo ser as últimas”, explica. Determinada a realizar todos os ritos do casamento, a noiva encerrou a cerimônia jogando o buquê De acordo com a profissional, a abordagem é cuidadosa com este tipo de paciente, considerando sempre a oferta do conforto e da dignidade. “Quando percebemos que a vida tem um fim e que ele se aproxima, a gente repensa o que é prioridade e o que é importante. Nesses momentos, as pessoas conseguem priorizar e, dessa forma, a gente tenta, dentro do que é possível, realizar esses sonhos. Isso traz uma alegria que, às vezes, eles não puderam ter em vida”, refletiu. *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
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HRC promove ação de sensibilização de servidores sobre cuidados paliativos
A Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) promoveu, na terça-feira (15), uma ação de sensibilização voltada aos servidores da unidade. A medida é um dos eventos previstos na Semana de Cuidados Paliativos da Superintendência de Saúde Oeste (SRSOE), que ocorre de 15 a 18 de outubro. De acordo com a nutricionista do HRC, Patrícia Freire, a intenção é desmistificar alguns termos e preconceitos. “Mesmo diante de uma doença que tem cura, o indivíduo pode passar por momentos de grande sofrimento, em qualquer das dimensões. Daí a necessidade desse olhar mais amplo por uma equipe multiprofissional especializada, para fazer controle rigoroso de sintomas e cuidar desses sofrimentos”, explicou. Realizada de forma itinerante nas enfermarias, com abordagens individuais e coletivas, as intervenções contaram com auxílio de dois guarda-chuvas, símbolo dos cuidados paliativos | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF Realizada de forma itinerante nas enfermarias, com abordagens individuais e coletivas, as intervenções contaram com auxílio de dois guarda-chuvas, símbolo dos cuidados paliativos. “O cuidado paliativo é representado pelo guarda-chuva. Embora possa parecer precoce oferecer cuidados paliativos, o curso da doença pode ser como a chuva, difícil de prever. Diante do tratamento curativo, é possível usar o guarda-chuva num momento de sofrimento, serviço que é justamente oferecido pela equipe especializada”, completou a nutricionista. A especialista destaca que a abordagem multidisciplinar é indicada não somente para pacientes em estado terminal e os cuidados paliativos devem ser incluídos no tratamento desde o diagnóstico. A abordagem vai além dos sintomas físicos, ajudando no controle da dor, náusea, fadiga e falta de ar, por exemplo, como também de sintomas emocionais e sociais. A motorista de ambulância, Ana Cláudia Boto, observou atentamente a exposição e aprofundou conhecimentos sobre a medida. “É uma oportunidade de aprender mais sobre uma coisa que vemos todos os dias. Às vezes, não sabemos e é muito importante essa orientação mais esclarecedora”, elogiou. Os atendimentos especializados em cuidados paliativos na SES-DF podem ocorrer com avaliações de equipes consultoras em cuidados paliativos nos hospitais regionais, internação em enfermaria especializada no Hospital de Apoio de Brasília (HAB) ou atendimento ambulatorial em cuidados paliativos A vontade do paciente A assistente social do HRC, Shirley Rocha, conta que uma paciente atendida pela equipe em 2018 foi diagnosticada com HIV. Apesar de fazer o tratamento no HRC, ela era de Recife e mantinha o desejo de retornar para sua cidade natal. “Ela tinha uma possibilidade de morte muito próxima, mas queria voltar para casa. Acionamos a família, o estado e empresas aéreas para que ela pudesse realizar isso. Ela faleceu junto à família alguns meses depois, mas essa dor social dela foi amenizada”, relatou a profissional. Já a fisioterapeuta Maria Betânia Vieira ressaltou a importância do trabalho de conscientização. “Precisamos entender que cuidado paliativo precisa ser indicado desde o início da doença. É como se tivesse um braço curativo e um braço paliativo que cuida dessa dimensão de sofrimento. Receber cuidados paliativos não significa que não haja mais nada a fazer, pelo contrário, há muito o que fazer”, alertou. Os atendimentos especializados em cuidados paliativos na SES-DF podem ocorrer com avaliações de equipes consultoras em cuidados paliativos nos hospitais regionais, internação em enfermaria especializada no Hospital de Apoio de Brasília (HAB) ou atendimento ambulatorial em cuidados paliativos. A equipe multiprofissional pode contar com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e farmacêuticos. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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GDF investe em equipes de cuidados paliativos na rede pública de saúde
Após o lançamento, em maio, da Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) está se preparando para implementar as estratégias e as diretrizes estabelecidas pelo normativo. O objetivo é proporcionar atendimento mais humanizado a pacientes que enfrentam doenças graves, crônicas ou em finitude. Entre as ações estão a habilitação de novas equipes e o fortalecimento das já existentes na rede. Cursos de cuidados paliativos, como os promovidos no HRC, capacitam profissionais da área | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília “O cuidado paliativo deve andar com a mudança, especialmente, de como entendemos e enfrentamos a morte” Lucilene Florêncio, secretária de Saúde “Estamos com curso aberto para capacitar e qualificar outros profissionais; a ideia é criar grupos matriciais que multipliquem o conhecimento”, adianta a referência técnica distrital (RTD) em cuidados paliativos Cristiane Cordeiro. A qualificação será voltada apenas a profissionais de saúde, com foco na formação completa de médicos, enfermeiros e outros servidores interessados em atuar na área de cuidados paliativos. Na pasta, o serviço já é realizado por equipes dos hospitais regionais de Samambaia (HRSam), Asa Norte (Hran), Ceilândia (HRC), Taguatinga (HRT) e Região Leste (HRL, no Paranoá). Proposta mais humana 625 mil Número de pessoas no Brasil que precisam de cuidados paliativos no Os cuidados paliativos, conceito definido em 1990 e atualizado em 2017, buscam reduzir a dor e o sofrimento de pacientes com doenças em estágios avançados, graves ou terminais, estendendo-se ainda aos familiares e responsáveis. Nesse contexto, o suporte deve ser multidisciplinar, considerando sintomas físicos e emocionais. No Brasil, cerca de 625 mil pessoas precisam desse tipo de atenção. Diante do número e pensando em uma experiência mais digna e confortável a pacientes, familiares e cuidadores, o Ministério da Saúde lançou em maio deste ano a PNCP. A norma é resultado de uma mobilização popular e de especialistas rumo ao aprimoramento de serviços já ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria GM-MS nº 3.681 estabelece a criação de 1,3 mil equipes em todo o território nacional. Será formado um grupo matricial para cada fração de território com 500 mil habitantes de uma mesma macrorregião de saúde e outro assistencial a cada 400 leitos habilitados no SUS. Implementação Na sexta-feira (14), gestores e profissionais da Saúde se reuniram para discutir os primeiros passos de implantação da nova política na rede do DF. Durante o encontro, a pediatra do HRC Andréa Nogueira Araújo, integrante da Associação Distrital de Cuidados Paliativos (ADCP), lembrou que a capital federal possui potencial para executar as diretrizes impostas pela portaria, mas que a educação será o pilar nessa construção. Na mesma linha, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, ressaltou que o cuidado paliativo é um divisor de águas, necessitando, contudo, de conscientização profissional e cultural: “É comum o pensamento de enxergar a UTI [Unidade de Terapia Intensiva] como o único lugar para levar o paciente que passa por um momento difícil e extremamente delicado, mas isso não é verdade. O [cuidado] paliativo deve andar com a mudança, especialmente, de como entendemos e enfrentamos a morte”. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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