Projeto Letramento Racial completa um ano levando debate e práticas antirracistas a mais de 5 mil pessoas em todo o DF
Novembro é o Mês da Consciência Negra, período dedicado à reflexão e ao fortalecimento das ações de combate ao racismo e de valorização da cultura afro-brasileira. Mas, para a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), o enfrentamento ao racismo é uma pauta permanente. Projeto Letramento Racial tem foco na abordagem às dimensões do racismo estrutural | Fotos: Divulgação/Sejus-DF Este ano, a pasta — responsável por coordenar políticas públicas de promoção da igualdade racial — tem intensificado as ações de conscientização e formação sobre o tema. Entre as iniciativas de maior alcance está o projeto Letramento Racial, desenvolvido pela Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial (Subdhir), que completa um ano de existência justamente neste mês. A ação aborda o racismo estrutural em suas múltiplas dimensões — como o racismo institucional, algorítmico e o colorismo —, estimulando a reflexão e o desenvolvimento de práticas antirracistas no dia a dia. Por meio de oficinas, palestras e formações interativas, o projeto já alcançou mais de 5 mil pessoas em mais de 50 ações educativas em órgãos públicos, empresas privadas, escolas e estabelecimentos comerciais. Bons resultados O vigilante Gilvan Rocha participou do curso: “Graças a esse aprendizado, agora tenho condições de identificar atitudes racistas no meu ambiente de trabalho” O vigilante Gilvan Rocha, colaborador de um centro empresarial há mais de sete anos, define a experiência como transformadora: “Graças a esse aprendizado, agora tenho condições de identificar atitudes racistas no meu ambiente de trabalho. O tratamento com o público será de muito mais respeito e empatia.” “Por meio da educação, do diálogo e da escuta ativa, buscamos consolidar uma gestão que reconheça as desigualdades raciais e promova ações efetivas para superá-las” Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania A formação também tem sido bem-recebida por educadores da rede pública de ensino, que reconhecem a importância do tema na construção de espaços escolares mais inclusivos. “Esse curso é fundamental para ampliar nossa consciência e transformar nossa prática em sala de aula”, valoriza a professora Tatiana Brasileiro, supervisora pedagógica do CED 4. “Entender o racismo estrutural e saber como enfrentá-lo é um passo essencial para promover um ambiente mais acolhedor, respeitoso e representativo para todos os alunos.” O letramento racial começou atuando em órgãos públicos do Distrito Federal e da União, como o Senado Federal, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Casa Civil, e logo se expandiu para escolas públicas e privadas, o sistema socioeducativo, além de espaços culturais, esportivos e empresariais. As ações envolvem profissionais das áreas de saúde, segurança, recursos humanos, conservação, alimentação e atendimento, ampliando o alcance e o impacto social da iniciativa. Escuta ativa [LEIA_TAMBEM]“O racismo ainda é uma realidade que precisa ser enfrentada com políticas públicas contínuas e comprometidas”, enfatiza a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. “Por meio da educação, do diálogo e da escuta ativa, buscamos consolidar uma gestão que reconheça as desigualdades raciais e promova ações efetivas para superá-las.” O subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial, Juvenal Araújo, reforça que o projeto tem um papel essencial na construção de uma cultura de respeito e equidade: “O Letramento Racial é uma ferramenta transformadora, que provoca reflexão e conscientização. Nosso objetivo é fazer com que cada participante se torne um multiplicador do enfrentamento ao racismo, contribuindo para ambientes mais justos e inclusivos.” *Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania
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Desfile no CED 308 do Recanto das Emas celebra a cultura afro
O Colégio Cívico-Militar Centro Educacional (CED) 308 do Recanto das Emas foi palco de uma grande celebração cultural na manhã da última terça-feira (19). O desfile África É Nós reuniu estudantes, professores e a comunidade escolar para enaltecer a riqueza da cultura afro-brasileira e reforçar a importância da educação antirracista. O Colégio Cívico-Militar Centro Educacional 308 do Recanto das Emas foi palco de uma grande celebração da cultura afro-brasileira, com o desfile África É Nós | Fotos: Mary Leal/SEEDF A professora Rosane Arthur, uma das organizadoras do evento, explicou como o projeto se tornou uma ferramenta transformadora para os estudantes do CED 308. “Hoje, estamos vendo os resultados do trabalho realizado ao longo do ano, com desfiles que exibem o que os alunos aprenderam nas oficinas de maquiagem, turbantes e muito mais”, destacou. Os estudantes brilharam na passarela com produções que exaltam a estética negra: turbantes, penteados elaborados, maquiagens impactantes e trajes vibrantes. Cada detalhe foi preparado durante oficinas realizadas ao longo do ano, que abordaram moda, história afro-brasileira e valorização da identidade negra. “Eu sempre gostei de moda, mas aqui aprendi sobre os tecidos originais da cultura afro e técnicas de maquiagem que valorizam o tom de pele” Aline Santana. estudante do CED 308 O evento trouxe ainda diversas apresentações artísticas. O rapper camaronês Ober237, o cantor e compositor beninense Big Nel e a companhia de dança In The Hood, liderada por Tatiana Assem, empolgaram o público com músicas e coreografias que exaltaram a ancestralidade africana. Encerrando a programação, a DJ J4K3 garantiu que ninguém ficasse parado. Segundo a professora Rosane, os estudantes foram inseridos em um universo cultural rico e transformador, graças à parceria com a Secretaria de Cultura (Secec-DF). “Todos os profissionais envolvidos no projeto – maquiadores, trancistas, fotógrafos – ministraram oficinas com nossos alunos antes deste grande dia. Isso permitiu que eles vivessem a cultura e se conectassem de maneira única com suas raízes”, completou. Para os estudantes Aline Santana e Maxwell Lima, o projeto África É Nós impactou positivamente na autoestima de alunos negros e pardos, promovendo uma valorização da identidade cultural Educação para fortalecer identidades O projeto África É Nós começou a ser estruturado no ano passado, quando o CED 308 foi convidado a integrar uma iniciativa maior promovida em parceria com a Secec-DF. Desde então, a escola tem desenvolvido ações contínuas de educação antirracista, incluindo palestras, debates e oficinas que desafiam preconceitos e promovem o reconhecimento da história e das conquistas da população negra. “Ao discutir a cultura africana em sala, percebemos que muitos alunos associavam a África apenas à fome e à pobreza. Nosso objetivo foi mostrar uma outra perspectiva, apresentando a riqueza cultural e as contribuições de figuras negras bem-sucedidas. Isso os ajudou a construir uma identidade positiva”, explicou Rosane, organizadora do projeto. Com o desfile desta terça-feira, a escola celebra a culminância de um ano inteiro de trabalho voltado para a valorização da diversidade e o fortalecimento de vínculos culturais. Engajamento A estudante Aline Santana, de 18 anos, descreveu como o projeto África É Nós impactou positivamente sua autoestima e valorização da identidade cultural. “Esse projeto foi muito importante, principalmente para estudantes negros e pardos. Ensinou muito sobre moda, penteados afros e maquiagem. Como mulher negra, eu me sentia com a autoestima baixa. Nossa sociedade ainda não evoluiu tanto quanto gostaríamos, então aprender sobre a moda e a cultura afro foi transformador para mim e para os outros alunos”, destacou. Aline também compartilhou as lições que levará para a vida. “Eu sempre gostei de moda, mas aqui aprendi sobre os tecidos originais da cultura afro e técnicas de maquiagem que valorizam o tom de pele. Depois disso, minha autoestima está renovada: me sinto muito mais bonita e confiante. Antes, eu não sabia usar os produtos de forma que combinassem comigo, mas agora conheço as técnicas certas. Foi uma experiência incrível”, concluiu. René Mapouna, produtor executivo do projeto África É Nós, ressaltou o impacto transformador da iniciativa para os estudantes: “Eleva a autoestima deles e reforça a importância de trabalhar a identidade afro-brasileira de forma contínua” O estudante Maxwell Lima, 18 anos, destacou a importância do projeto para a valorização da cultura negra e suas próprias vivências. “Eu gostei muito de participar, especialmente do desfile. Antes, era raro ver pessoas negras sendo representadas em eventos de moda, mas hoje temos vários exemplos de homens e mulheres negros ganhando espaço. Além disso, aprendi muito sobre tecidos, roupas e maquiagens que trazem a riqueza da cultura afro-brasileira. Foi uma experiência que valorizou nossa origem e identidade”, afirmou. Parceria Produtor executivo do projeto África É Nós e servidor da Secretaria de Cultura, René Mapouna ressaltou o impacto transformador da iniciativa para os estudantes. “O projeto gira em torno da moda afro, com cinco oficinas principais: História da Moda Afro, Passarela, Turbante, Penteado Afro e Moda Periferia. O desfile final, realizado pelos próprios alunos, dá protagonismo aos estudantes negros e promove a valorização da diversidade. Isso eleva a autoestima deles e reforça a importância de trabalhar a identidade afro-brasileira de forma contínua, e não apenas em ações pontuais, como no Dia da Consciência Negra”, explicou. *Com informações da Secretaria de Educação
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Com apoio do GDF, evento promove a valorização da cultura afro-brasileira
O Parque da Cidade Sarah Kubitschek será palco da 6ª edição do FYAH Cultura Black, entre 19 e 20 de novembro, evento que ocorre com o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. O festival promove a valorização da cultura afro-brasileira e será no Estacionamento 1 do Parque, ao lado do Pavilhão. A entrada é gratuita, mediante retirada de ingressos no portal Sympla. A data do Dia da Consciência Negra foi estabelecida em 2011 em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder quilombola assassinado em 20 de novembro de 1695. Em 2023, ela foi oficializada como feriado nacional. No Distrito Federal, onde 57,3% da população se declara negra, de acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), o 20 de novembro é ponto facultativo desde 2019. A banda Jah Live é uma das atrações do festival | Foto: Divulgação “Este evento é um momento especial para refletirmos sobre nossa história e reforçarmos a importância da cultura negra em todos os seus aspectos”, afirma Tony Guardieiro, idealizador do evento. Diversidade musical Para marcar a importância do feriado, a 6ª edição do festival contará com grandes nomes da música nacional e internacional. Um dos destaques é o Steel Pulse, uma das bandas mais renomadas do reggae mundial, diretamente da Inglaterra. “Este evento é de grande importância para o Brasil e para a diáspora. Estou ansioso para realizar todos os nossos sucessos e espero que Brasília nos receba com a mesma energia que temos em Salvador”, afirma David Hinds, membro fundador da banda. Além do Steel Pulse, a programação inclui nomes como o rapper Rapadura, que mistura rap com ritmos nordestinos, e as bandas Câmbio Negro, Jah Live, Vibração do Cerrado e Puro Suco, entre outras. “A importância deste festival, que acontece na semana da Consciência Negra, é gigantesca. Estamos ansiosos para tocar e levar a energia do Câmbio Negro ao público”, pontua X, vocalista da banda. A diversidade de ritmos é um dos pontos fortes do evento, que também terá apresentações de DJ Ocimar, ícone da cena hip-hop de Ceilândia, e da talentosa Odara Kadiegi, com sua mistura de música brasileira, africana e latina. Seis anos de sucesso e resistência O FYAH Cultura Black surgiu em 2018 para celebrar e divulgar a cultura negra por meio da música e outras manifestações artísticas. Ao longo das edições, o festival já contou com a presença de artistas como Groundation (EUA), Mato Seco (SP), Djonga (MG), Negra Li (SP) e MC Marechal (RJ). “Sinto um orgulho imenso ao ver o quanto nosso projeto cresceu desde a primeira edição”, destaca Tony Guardieiro. “Com o objetivo de engrandecer a cultura negra, buscamos não apenas fortalecer a presença de seus ritmos, mas também proporcionar um espaço onde suas raízes e mensagens sejam celebradas e amplificadas”, completa. Programação completa 19/11 – Terça-feira (Véspera de Feriado) Abertura dos Portões: 19h Atrações: DJ Ocimar Câmbio Negro Rapadura Puro Suco Roig 20/11 – Quarta-feira (Feriado) Abertura dos Portões: 15h Atrações: Odara Kadiegi Steel Pulse (Inglaterra) Jah Live Vibração do Cerrado A entrada para o festival é gratuita, com a sugestão de doação de 1kg de alimento não perecível e 1kg de ração animal. Para garantir acesso, basta retirar os ingressos pelo Sympla.
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Espaço Cultural Renato Russo realiza programação de cultura afro-brasileira
Celebrar a riqueza e a diversidade da herança africana no Brasil e refletir sobre a pauta antirracista. Esses são os objetivos do Novembro Negro, evento promovido no Espaço Cultural Renato Russo (ERCC), coordenado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF), a partir da próxima sexta-feira (24). [Olho texto=”“A cultura tem um papel fundamental no combate às violências raciais, e trabalhamos diuturnamente para que seja mais um espaço de acolhimento, reconhecimento e celebração da nossa diversidade”” assinatura=”Claudio Abrantes, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”direita”] Serão três dias de programação, composta por saraus, apresentações culturais e oficinas. A participação é livre e gratuita. ?A iniciativa é realizada pelo Instituto Janelas da Arte em parceria com a Secec-DF, por meio do termo de colaboração para composição da programação do espaço. “A cultura tem um papel fundamental no combate às violências raciais, e trabalhamos diuturnamente para que seja mais um espaço de acolhimento, reconhecimento e celebração da nossa diversidade”, comenta Claudio Abrantes, titular da pasta. No domingo (26), será apresentado o espetáculo ‘Quarto de Sonhar: Carolina Maria de Jesus’, no Teatro Galpão Hugo Rodas, ao custo de R$ 10 (meia-entrada) | Foto: Gustavo Bays ?O coordenador da Semana de Consciência Negra do Espaço Cultural Renato Russo, Leandro de Carvalho, afirma que o “20 de Novembro é de luta, mas também de celebração”. “A data, que assinala a morte de Zumbi dos Palmares, nos inspira ao combate diário ao racismo e à luta para que o Brasil seja um país equitativo e não racista ao mesmo tempo, é uma data para celebrarmos, para enaltecermos a negritude do Brasil”, avalia. ?O primeiro dia de evento contará com o Sarau Vozes, uma edição especial do Sarau 508, promovido mensalmente na Biblioteca de Artes Ethel de Oliveira Dornas/Gibiteca TT Catalão. Estarão presentes os escritores Cristiane Sobral, Luciano de Sá e Nanda Fer Pimenta. O microfone estará aberto para participações e haverá sessão de autógrafos de livros dos poetas. Na tarde de sábado (25), ocorrerá o projeto Conexão Charme.br, com oficinas de dança, poesia, grafite, moda sustentável e fotografia | Foto: Divulgação/Espaço Cultural Renato Russo [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] ?No sábado (25), o público poderá aproveitar a Feira Katendê, que oferece produtos artesanais, joias e livros de empreendedores locais. Além disso, haverá o Espaço Exaltação, com experiências de maquiagem, turbantes e tranças. À tarde, a Praça Central será ocupada pelo projeto Conexão Charme.br, com oficinas de dança, poesia, grafite, moda sustentável e fotografia, seguido por apresentações artísticas e baile charme, repleto de soul e black music. ?No domingo (26), a programação continua com a Feira Katendê, seguida por oficina de capoeira para crianças com o Mestre Foca. Também haverá apresentação de cânticos, danças e toques de tambor do Grupo Obará e uma roda de samba com o músico Marcelo Café e o grupo Já Chegou Quem Faltava. O evento será fechado com chave de ouro com o espetáculo Quarto de Sonhar: Carolina Maria de Jesus, no Teatro Galpão Hugo Rodas. A meia-entrada será R$ 10 e deve ser adquirida pelo Sympla. Programação ? Sexta-feira (24) Sarau Vozes Negras 17h – Abertura 17h15 – Participações e microfone aberto Local: Biblioteca de Artes Ethel de Oliveira Dornas/Gibiteca TT Catalão ? Sábado (25) 10h às 19h – Feira Katendê – II Raízes Ancestrais Local: Praça Central 10h às 20h – Espaço Exaltação – Maquiagem e Trança Local: Galpão das Artes Conexão Charme.br 15h às 17h – Oficinas de Dança livre e passinhos de charme; break; poesia; grafite; moda sustentável; e fotografia Local: Galpão das Artes 17h às 18h – Apresentações artísticas Local: Praça Central 18h às 21h – Baile Charme Local: Praça Central ? Domingo (26) 10h às 19h – Feira Katendê Local: Praça Central 14h às 15h – Elegbá – Música e Dança Afro Local: Praça Central Oficina de Capoeira para Crianças com Mestre Foca 15h às 19h – Apresentações Marcelo Café e Já Chegou Quem Faltava Local: Praça Central 19h às 21h – Espetáculo “Quarto de Sonhar: Carolina Maria de Jesus” Local: Teatro Galpão Hugo Rodas Ingresso no Sympla: R$ 10 (meia-entrada)? *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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Escola pública no Paranoá atua contra o racismo durante todo o ano
Durante todo o ano, ensinamentos antirracistas fazem parte do conteúdo dado dentro e fora da sala de aula aos estudantes do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 2 do Paranoá. São 1.500 alunos, incluindo os da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que recebem aprendem sobre a história e cultura do continente africano, o que contribui para a reflexão sobre a influência da população negra na sociedade brasileira. Samila Pacheco, do sexto ano, foi uma das modelos do desfile apresentado na sexta-feira: “Quando você aprende sobre a sua cultura, também aprende sobre o seu valor” | Foto: Mary Leal/SEE Já na sexta-feira (17), a instituição começou a promover atividades em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda (20). Com a presença de diversos convidados, a festa teve desfile de moda da beleza negra, contação de histórias africanas, afro-brasileiras e indígenas. “O desfile foi para mostrar um pouco da cultura do continente africano, com destaque para as roupa, as variedades das cores nos tecidos, os adornos e acessórios que fazem parte da beleza africana”, resumiu a aluna sexto ano Samila Cristiane Pacheco, 13, que foi modelo pela primeira vez. Valorização Desde janeiro, os alunos participam de oficinas relacionadas à cultura negra, nas quais aprendem sobre percussão, pintura em tecidos africanos, dança e capoeira. As oficinas têm o apoio de estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e de artistas da cidade. Nas aulas, os alunos estudam a história, geografia e cultura do continente africano, discutem o papel da mão de obra dos africanos, debatem políticas públicas – como as cotas raciais – e aprendem sobre a valorização dessa ancestralidade. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] As ações são fruto do projeto Circulando Africanidades, iniciado em 2015, na Coordenação Regional de Ensino do Paranoá, reunindo professores que trabalhavam essa temática. “É um trabalho de identidade maravilhoso onde os alunos podem estudar com aprofundamento sobre o continente africano, e eles entendem que também são parte dessa cultura”, explica a professora aposentada Edna Andrade, uma das idealizadoras do projeto. “Em uma escola onde 70% dos estudantes são negros ou pardos e boa parte nem sequer consegue se definir como negro, é fundamental que tenhamos essas reflexões muito vivas em nossos programas de trabalho”, pontua Edna. Esse projeto promove esse debate, além de exaltar a beleza que há por trás de toda a história sobre africanidades.” Imersão [Olho texto=”“Não dá para celebrar a africanidade só em novembro. Isso precisa ser permanente” ” assinatura=”Maria Goretti Vieira Vulcão, professora do CEF 2 do Paranoá” esquerda_direita_centro=”direita”] Atualmente na coordenação do projeto, a professora de História Maria Goretti Vieira Vulcão lembra que o objetivo é aproximar os estudantes da cultura africana para, assim, ensiná-los a respeitá-la. “As oficinas proporcionam a imersão dos estudantes na cultura afro-brasileira e indígena, que tanto influenciam a nossa cultura”, aponta. Para ela, esse é um tema que deve ser trabalhado nas escolas o tempo todo. “Não dá para celebrar a africanidade só em novembro. Isso precisa ser permanente”, ressalta. “A gente sabe que alguns ensinamentos só serão amadurecidos amanhã, mas estamos preparando o terreno para esses alunos terem uma vivência mais cidadã”. [Olho texto=”“Eu fico muito feliz quando a escola trabalha cultura popular, pois reflete muito o que acredito e o meu trabalho, que é esse resgate da identidade, da nossa ancestralidade” ” assinatura=”Martinha do Coco, artista popular” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A aluna Samila confirma a importância do projeto: “Estudar sobre identidade negra, em especial a cultura africana, me ajudou bastante. Eu já sofri racismo na minha antiga escola e não sabia me defender. Hoje eu consigo entender o que vivia. Quando você aprende sobre a sua cultura, também aprende sobre o seu valor. Agora me sinto mais bonita e não ligo para o que os outros pensam”. Ancestralidade Artista conhecida como Rainha do Paranoá, a musicista Martinha do Coco foi a convidada especial para encerramento da festa no pátio da escola. Pernambucana radicada no DF, ela levou músicas autorais e o melhor da dança regional nesse estilo. “Eu fico muito feliz quando a escola trabalha cultura popular, pois reflete muito o que acredito e o meu trabalho, que é esse resgate da identidade, da nossa ancestralidade”, afirma. “Os estudantes precisam ter uma referência, e eu me sinto honrada em contribuir com a minha música.” *Com informações da Secretaria de Educação do DF (SEE)
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Oficinas de percussão no Recanto das Emas
Arte: Sejus Em parceria com o Instituto Palco Cultura, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) promove, a partir deste sábado (20), as oficinas de percussão intituladas Os Atabaques não se calam. As inscrições estão abertas para jovens a partir de 14 anos, e as aulas serão ministradas até 8 de julho, sempre aos sábados, das 16h às 20h, na Estação Cidadania do Recanto das Emas. O curso é gratuito, e crianças também podem participar, desde que acompanhadas pelos pais ou responsáveis. Por meio de ritmos e da estimulação da consciência corporal, as oficinas têm como foco a valorização da cultura afro-brasileira. As aulas são coordenadas pelos mestres Pai Leandro de Jagum, Ogã Rafael Maculelê e Ogã Vini de Ogum, que divulgarão aspectos da história africana. Para participar, basta comparecer ao local antes do início das atividades; a inscrição será por ordem de chegada. *Com informações da Sejus
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