Seminário conscientiza servidores e trabalhadores da assistência social sobre combate ao racismo
Em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) promoveu nesta segunda-feira (18) o seminário Caminhos para a Equidade Étnico-racial no Suas – Edição Distrito Federal. Realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o encontro teve a finalidade de promover a reflexão e o aprofundamento da pauta racial no Sistema Único de Assistência Social (Suas). O seminário reuniu especialistas, servidores e trabalhadores do Suas no DF para levantar questões étnico-raciais enfrentadas no dia a dia e debater a necessidade de oferecer um atendimento qualificado e direcionado para esse público, que é maioria entre as famílias em vulnerabilidade social. Cerca de 130 pessoas participaram do evento ao longo do dia, no Espaço Sedes Colab, na 515 Norte. O seminário reuniu especialistas, servidores e trabalhadores do Suas no DF para levantar questões étnico-raciais enfrentadas no dia a dia | Foto: Flávio Anastácio/Sedes-DF “Esse encontro visa conscientizar os servidores a respeito da existência do racismo. No Brasil, nós ainda vivemos o mito de uma ‘democracia racial’, por isso, precisamos desmistificar as relações sociais no trabalho da assistência social, porque as pessoas não são iguais materialmente. Então, a gente precisa promover essa igualdade, essa equidade a partir do nosso trabalho. E isso é combater o racismo. A construção de uma assistência social antirracista”, explica a educadora social da Sedes, Loyde Cardoso, uma das organizadoras do evento. Assistente social no Cras Recanto das Emas II, Cristiane Delfino avalia que esse será o pontapé inicial para sensibilização dos servidores sobre o tema. “No cotidiano, nós atendemos majoritariamente a população negra, especialmente mulheres negras. Então, trazer esse debate para o servidor da Sedes é importante para pensar o cotidiano dessa população, em como ela é afetada por essa questão racial. Pensando nas especificidades dessa população, poderemos entender qual a demanda que nós temos, objetiva e subjetiva, para orientar sobre como combater a violação de direitos”. O seminário Caminhos para a Equidade Étnico-Racial no Suas é uma versão piloto de um evento que será realizado a nível federal pelo MDS, previsto para o ano de 2025. O Distrito Federal foi escolhido para essa iniciativa inédita pela diversidade do público atendido. “Nós fomos provocados pela Sedes, que tem um grupo de trabalho para tratar dessa questão. E nós já tínhamos esse projeto. A ideia é que, no ano que vem, eventos como esse estejam subsidiando a construção da política de promoção da igualdade étnico-racial no Suas, é uma qualificação da oferta da política pública de assistência social. Então, os debates que ocorrerão, os conceitos que surgirem, as provocações que aparecerem serão todas trabalhadas em relatoria e vão servir como fonte de estudo para trabalhar a política nacional”, explica o coordenador-geral de Programas e Ações de Combate às Discriminações, da Secretaria Nacional de Assistência Social, Bruno Alves Chaves. Entre os temas discutidos no seminário estão os efeitos da escravidão no público, como a pobreza e a violência contra as mulheres negras. “O DF reúne todos os tipos de etnias, raças. É o ponto espelho para todo o país para que nós consigamos implementar políticas públicas. O território é menor, mas nós sabemos que é extremamente desigual. Então, para mim, é um grande desafio. Foi importante ter ampliado esse debate para os trabalhadores da ponta, de entidades, da sociedade civil para levar a importância de combate ao racismo como instituição e qualificar o atendimento à nossa população”, destaca a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. *Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes-DF)
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Boletim anual sobre mercado de trabalho e população negra será lançado nesta terça (19)
Em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentarão, nesta terça (19), os resultados do boletim anual População Negra e o Mercado de Trabalho no DF. Publicação reúne resultados de 2023 | Foto: Divulgação/IPEDF A publicação destaca a importância de compreender o mercado de trabalho como um espaço de poder e de identidades, além de reforçar a necessidade de políticas públicas que promovam igualdade de condições para a população negra. Serviço Boletim anual População Negra e o Mercado de Trabalho no DF ⇒ Lançamento: terça-feira (19), às 10h, por este link. *Com informações do IPEDF
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Cine Brasília traz programação gratuita para o Dia da Consciência Negra
Cinema mais tradicional da capital federal, o Cine Brasília prepara programação especial em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. De sábado (18) a quarta-feira (22), o espaço receberá mostras culturais, com exibição de filmes e debates sobre políticas públicas afirmativas com nomes renomados do cenário cultural nacional. “Combinamos filmes, debates e atividades que farão do Cine um palco legítimo de representatividade e celebração da sua diversidade, e de sua potência artística e simbólica”, detalha Sara Rocha, diretora-geral do Cine Brasília. [Olho texto=”“Fortalecer a consciência e dar visibilidade a obras de realizadores negros é parte da missão do Cine Brasília”” assinatura=”Sara Rocha, diretora-geral do Cine Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A agenda comemorativa conta com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) e da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. A entrada é franca e aberta a todos os públicos. “Fortalecer a consciência e dar visibilidade a obras de realizadores negros é parte da missão do Cine Brasília”, prossegue a diretora do equipamento público. A abertura da programação especial será neste sábado (18), às 20h. A ocasião marca, também, o lançamento da 64ª edição da revista Filme cultura. A publicação retorna após cinco anos de hiato e tem como tema central o cinema negro. O lançamento terá a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e da secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Joelma Oliveira Gonzaga. Ao longo do final de semana e no feriado, o Cine Brasília une cultura, cinema e reflexão com a mostra-debate Cinemas negros. Serão mesas de debate, sempre às 16h30, abordando temas como políticas afirmativas, metodologias afrocentradas e o impacto das políticas públicas afirmativas para o audiovisual. À noite, haverá exibição de filmes diversos que abordam a temática. [Olho texto=”A celebração da consciência negra precisa ser revisitada diariamente”” assinatura=”João Cândido, subsecretário de Difusão e Diversidade Cultural” esquerda_direita_centro=”direita”] Para o subsecretário de Difusão e Diversidade Cultural, João Cândido, a programação definida para a ocasião dá a dimensão da importância da data. “A celebração da consciência negra precisa ser revisitada diariamente”, enfatiza. “É essencial promovermos uma cultura que fomente esse debate, que seja instrumento de combate a qualquer tipo de discriminação, e venha justamente na contramão reforçando a diversidade cultural e ampliando um lugar plural e de respeito”, prossegue. Semana recheada Serão exibidas duas sessões especiais com filmes que abordam ancestralidade, cultura e memórias negras | Foto: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília Ainda em celebração ao mês da Consciência Negra, na terça (21) e na quarta-feiras (22), às 20h, serão exibidas duas sessões especiais com filmes que abordam ancestralidade, cultura e memórias negras. Uma das obras em cartaz é o documentário Egúngún: A sabedoria ancestral da família Agboola, do artista visual e cineasta baiano Gilucci Augusto. Outra produção de destaque que será exibida na ocasião é o documentário Panteão das memórias negras, do diretor Karim Akadiri Soumaïla. Haverá, ainda, um debate com a presença da ex-ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira, autora da “Lei Taubira”, que reconhece o tráfico transatlântico de escravos e a escravidão como um crime contra a humanidade.
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Duas a cada três pessoas negras estão inseridas no mercado de trabalho
O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentaram, na manhã desta terça-feira (31), o boletim anual População Negra e o Mercado de Trabalho no DF – 2022, elaborado em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no Brasil em 20 de novembro. O material que avalia a situação dos trabalhadores negros no Distrito Federal apontou que, em 2022, a População em Idade Ativa (PIA) era majoritariamente composta por pessoas negras (63,1%). Desse percentual, a cada três negros de 14 anos e mais, aproximadamente dois estavam inseridos no mercado de trabalho, espelhando uma taxa de participação de 66,1%, enquanto a taxa de participação dos não negros era de 61%. O boletim foi elaborado em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no Brasil em 20 de novembro A força de trabalho do DF também era predominantemente negra (65%) em 2022, assim como na parcela inativa da população (59,8%), porém, em menor percentual que sua presença na PIA e no mercado de trabalho. A justificativa para a maior presença relativa dos negros na força de trabalho regional, mensurada pelas taxas de participação superiores, é a necessidade econômica de renda. No entanto, outros fatores também devem ser considerados. Na comparação com 2021, a participação negra na força de trabalho regional recuou em 1.5 ponto percentual; por outro lado, não houve alteração na presença não negra na População Economicamente Ativa (PEA). [Olho texto=”O boletim Periferia Metropolitana de Brasília (PMB) registrou 541 mil pessoas ocupadas no mês, volume superior ao observado em agosto. O resultado é graças ao acréscimo no nível de ocupação no setor de serviços” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] No período de 2022, a PEA negra contava com 16,7% de pessoas desempregadas, enquanto a taxa de desemprego da parcela não negra no mercado de trabalho era de 13,5%. Porém, essas taxas foram menores em relação às observadas em 2021, quando eram de 19,7% e 14,9%. Das características da ocupação, a análise da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) mostra maior vulnerabilidade ocupacional por trabalhadores negros. De acordo com o levantamento, entre os ocupados na capital, a participação da população negra era superlativa no emprego doméstico, onde esse segmento ocupava mais de 80% dos postos de trabalho, percentual bastante acima da sua participação na ocupação total (64,2%). Na sequência, vêm dados sobre o trabalho autônomo (69,5%) e o assalariamento com carteira assinada (68%) e sem carteira assinada (66,8%) no setor privado. A técnica e economista do Dieese Lucia Garcia explica que, apesar dos números, o resultado pode ser considerado positivo. “As desvantagens sociopolíticas enfrentadas pela população negra são funcionais do ponto de vista econômico, pois garantem que parte da sociedade trabalhe muito e se mantenha desvalorizada. Vencer essa realidade constitui um desafio nacional, e temos a tarefa de monitorar essa situação. No comparativo entre 2022 e 2021, o mercado de trabalho do DF apresentou melhoria para a população negra, que reduziu a presença no desemprego. Além disto, o rendimento da população negra ocupada cresceu. Os passos dados são ainda insuficientes, mas, sem dúvida, são muito positivos”, disse. Pesquisa de Emprego e Desemprego [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Na mesma divulgação, foram apresentados os resultados mensais da Pesquisa de Emprego e Desemprego. Segundo o levantamento, a taxa de desemprego total da Periferia Metropolitana de Brasília (PMB) foi de 15,9%, 1,1 ponto percentual a menos que o observado em agosto (17%). Com isso, a PMB registrou 541 mil pessoas ocupadas no mês, volume superior ao observado em agosto. O resultado se dá graças ao acréscimo no nível de ocupação no setor de serviços (4,2%, ou 13 mil), já que retraíram os contingentes no comércio e reparação (-3,5%, ou -4 mil) e na construção (-5,3%, ou -3 mil). Já a taxa de desemprego total do DF ficou em 16,5%. Permaneceu relativamente estável a PEA (mais 2 mil pessoas no mercado de trabalho). O comportamento do contingente de ocupados decorreu da retração do número de postos de trabalho no setor de serviços e na indústria de transformação, tendo crescido na construção e praticamente não tendo variado no comércio e reparação. Acesse, abaixo, a íntegra dos boletins. ? População negra ? PED-DF ? PMB. *Com informações do IPEDF
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GDF destaca ações de respeito e conscientização à população negra
Novembro reforça a importância da temática da consciência negra em alusão ao Dia Nacional celebrado no dia 20, e que relembra a morte de Zumbi dos Palmares, último líder do Quilombo dos Palmares, assassinado em 1695. A data é de suma importância para a luta, a resistência e, principalmente, para o enfrentamento ao racismo e a discriminação contra o povo negro. A maior parte das atividades promovidas pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) foi desenvolvida nas Estações Cidadania (antigo CEU das Artes) e Praças dos Direitos, unidades da Sejus sob gestão da Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial, e que integram em um mesmo espaço ações nas áreas de educação, cultura, esporte, meio ambiente, assistência social, lazer, formação profissional, entre outras, em territórios de alta vulnerabilidade social do DF. Em novembro, a Secretaria de Justiça e Cidadania desenvolveu diversas atividades alusivas ao mês de conscientização | Foto: Sejus Durante a programação foram realizadas palestras, bate-papos, workshops, mostra de fotografias da exposição Song of my People e apresentações de atividades artísticas e culturais diversas, tais como rodas de capoeira, saraus artísticos, hip hop, mostras de cinema e apresentações de dança. A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, explica que as iniciativas tiveram como objetivo contribuir para conscientizar e sensibilizar a sociedade acerca da desigualdade racial no país. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “A Sejus trabalhou todo o ano de 2022 com ações e criação de programas e projetos ligados à defesa dos direitos dos negros, como a CNH Social, parceria com o Detran-DF que permitiu a negros, indígenas, pessoas trans, idosos, vítimas de violência e egressos do sistema socioeducativo a oportunidade de obterem gratuitamente a CNH. Além disso, houve a criação de programa de reserva de vagas com cotas para negros em estágios, do Fluxo Distrital de Atendimento às Vítimas de Trabalho Escravo (Fluve), entre outras ações”, lembra a gestora. Vale ressaltar a realização da V Conferência Distrital da Igualdade Racial, realizada pela pasta, por meio do Conselho Distrital de Promoção de Igualdade Racial (Codipir), no período de 8 a 10 de novembro, com o tema Enfrentamento ao racismo e às outras formas correlatas de discriminação étnico-racial e de intolerância religiosa: Política de Estado e responsabilidade de todos nós. A iniciativa visou a construção conjunta de propostas para a promoção de políticas de enfrentamento ao racismo e de igualdade racial. *Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do DF
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Atividades marcam Dia Nacional da Consciência Negra
As atrações seguem até sábado (21), no estacionamento da Administração Regional, das 9h às 17h. Foto: Divulgação/Sejus No Dia Nacional da Consciência Negra, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) promove, nesta sexta-feira (20), a Feira de Afroempreendedorismo, com atividades culturais, oficinas de tranças e turbantes, grafite e aulas de percussão, em Santa Maria, durante a 6ª edição do programa Sua Vida Vale Muito Itinerante. As atrações seguem até sábado (21), no estacionamento da Administração Regional, das 9h às 17h. “Levar informação e promover a igualdade, quando se trata de aspecto racial, é uma obrigação de qualquer cidadão. A Sejus trabalha não só com frentes voltadas para garantir espaço e respeito ao negro no mercado de trabalho, mas, também, no enfrentamento ao preconceito cultural e social – questões que ainda precisam ser enfrentadas em vários setores da sociedade”, declarou a secretária Marcela Passamani. Sua Vida Vale Muito Itinerante A programação voltada à Consciência Negra é o diferencial desta edição do programa Sua Vida Vale Muito Itinerante, que percorre as regiões administrativas para disponibilizar atendimentos gratuitos à população com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e outros profissionais voluntários. Quem comparece ao evento também pode emitir a 1ª via da identidade e fazer os agendamentos dos demais serviços do Na Hora. É oferecido ainda atendimento social e psicológico às vítimas de violência, por meio do Pró-Vítima. Criada em agosto, a ação itinerante já passou por Samambaia, Estrutural, Ceilândia, Sobradinho II e Itapoã. Ao todo, a ação soma quase 4.000 atendimentos, nas cinco cidades. Programação – Consciência Negra Dia 20/11 Arrastão com a Percussão Nota 10 Oficina de percussão Orquestra Percussiva Mestre Celim Roda de Capoeira Oficina de Turbante com o senegalense, Ousumane, responsável pela marca Dior Thiam Escola de Samba da ARUC Painel sobre Consultoria de imagem Ética de Rua DJ Ocimar Dia 21/11 Orquestra Percussiva Mestre Celim DJ Ocimar Aula de zumba Oficina de trança com o trancista Pedro Paulo Tambor de Criôlo Cultura popular – Apresentação da sambadeira Fernanda, representante do Coletivo Cultural Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca Oficina de Arte Expressão e Movimento com o Professor Edmilson Break *Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania
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Denuncie sempre a discriminação
Quase dois registros por dia nas delegacias. O número leva em conta a média de ocorrências registradas entre os meses de janeiro a outubro deste ano por quem foi ofendido em razão da cor de pele no Distrito Federal. Nesta sexta-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra, a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) reforça a importância da denúncia para atuação do Estado. Os dados citados acima se referem ao crime de injúria racial, quando a ofensa cometida atinge a honra de alguém com utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião e/ou origem, tipificados no Código Penal Brasileiro (CPB). Enquanto o compilado dos dez primeiros meses deste ano soma 325 ocorrências, no mesmo período de 2019, foram registrados 367 casos. Já os crimes de racismo contabilizados chegaram à marca de dez neste ano – em 2019, foram registrados dois. Como descreve a Lei nº 7.716/89, racismo implica conduta discriminatória, também em razão da raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, dirigida a determinado grupo. O crime é imprescritível e inafiançável. Crimes graves “Os dois crimes são graves e precisam ser denunciados, pois somente desta forma haverá uma resposta do Estado e a vítima saberá que a lei está a seu favor”, adverte o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres. “Ao chegar a uma delegacia, ou mesmo fazer isso de forma virtual, por meio da Delegacia Eletrônica, o denunciante será acolhido e saberá de qual dos crimes é vítima. A denúncia é também uma forma de coibir e contribui para que o autor não volte a cometer esse crime.” [Olho texto=” “A denúncia é também uma forma de coibir e contribui para que o autor não volte a cometer esse crime” ” assinatura=”Anderson Torres, secretário de Segurança Pública” esquerda_direita_centro=”centro”] O DF conta com uma unidade policial especializada – a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa (Decrin), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). De acordo com a titular da pasta, a delegada Ângela Maria dos Santos, as denúncias também são importantes para o direcionamento de ações e criação de políticas públicas. “É de extrema importância que as vítimas, ou mesmo as pessoas que presenciem esses crimes, façam a denúncia, mesmo que de forma anônima, pois são esses indicativos que vão direcionar ações e contribuir para criação de políticas para proteção dessas pessoas e penalização daqueles que cometem o crime”, pontua a delegada. Atendimento especializado A Decrin, prossegue sua titular, conta com servidores capacitados para atender as vítimas de forma acolhedora. “Temos a preocupação em atender essas pessoas e garantir que não sejam revitimizadas, pois, geralmente, já vivenciaram outras experiências como a que estão relatando e estão muito fragilizadas”, observa. “Mas é importante ressaltar que todas as 31 delegacias localizadas nas regiões administrativas dispõem de seção específica para investigação desses crimes. Portanto, o importante é denunciar”. [Olho texto=”“Temos a preocupação em atender essas pessoas e garantir que não sejam revitimizadas”” assinatura=”Ângela Maria dos Santos, titular da Decrin” esquerda_direita_centro=”centro”] Provas A delegada acrescenta que a coleta de provas é importante, mas que não deve ser um impedimento para o registro da ocorrência. “Se a ofensa for verbal, é possível apresentar testemunhas; ou, se por escrito ou pela internet, fazer o print da tela e buscar o máximo de informações de quem enviou”, orienta. “Se foi um xingamento no trânsito, que tire fotos da placa e modelo do veículo. Caso a vítima não consiga obter as provas, mesmo assim deve registrar a ocorrência, pois a polícia fará a investigação, para comprovar o crime e encaminhar ao Judiciário o maior número de informações e provas robustas”. Como denunciar A denúncia pode ser feita presencialmente em qualquer delegacia, 24 horas por dia, ou na Decrin, que funciona de segunda a sexta-feira, das 12h às 19h, no Departamento de Polícia Especializada (DPE), próximo ao Parque da Cidade. Outros canais disponíveis são o telefone 197 / Opção zero, o e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br e o WhatsApp (61) 98626-1197. O sigilo é absoluto. * Com informações da SSP
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Negros são maioria no mercado de trabalho, mas com remuneração menor
Comparando o primeiro semestre de 2017 e o mesmo período de 2018 no Distrito Federal, pessoas negras tiveram redução de 2,8% nos ganhos do trabalho, enquanto para não negros houve aumento de 0,6%. Estudo da Codeplan, divulgado nesta terça (20), Dia da Consciência Negra, mostra que pretos e pardos representam 65,8% dos que têm ocupação e 73,8% do total de desempregados no DF. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Em termos absolutos, a remuneração média dos negros com ocupação reduziu de R$ 2.831 para R$ 2.753, e a de não negros foi ampliada de R$ 5.030 para R$ 5.061. As informações são do boletim especial da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) no DF, divulgado em alusão ao Dia da Consciência Negra. O documento foi apresentado nesta terça-feira (20), no auditório da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do DF. Com base nos resultados, a pesquisa identifica que os negros tendem a compor com maior frequência ocupações na construção e no comércio, segmentos em que as remunerações são menores. No setor público é onde há a maior diferença de participação. Os negros ocupam 18,4% dos cargos, enquanto os não negros, 30,9%. [Olho texto=”No Dia da Consciência Negra, pesquisa mostra que negros ainda ocupam postos de trabalho menos protegidos e com menor remuneração” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] No Distrito Federal, autodeclaram-se pretas ou pardas 67,3% da população economicamente ativa. Com acentuada presença no mercado, pessoas negras correspondem a 73,8% do contingente total de desempregados no DF. No grupo dos que têm ocupação, negros e pardos representam 65,8%. De 2017 para 2018, a taxa de desemprego diminuiu de forma geral no DF. Foi de 20,3% para 19%. Para a população negra, o declínio foi equilibrado — de 22,2%, em 2017, para os atuais 20,9%. A comparação considera o primeiro semestre de cada ano. De acordo com o estudo, a população negra se insere no mercado de trabalho de maneira mais precária do que a população não negra. Exemplo disso é o fato de negros terem maior presença no mercado de trabalho, mas também representarem as taxas mais elevadas de desemprego. Além disso, o documento pontua que é perceptível a maior presença de negros em postos de trabalho menos protegidos, “nos quais o acesso a direitos trabalhistas e previdenciários é mais difícil, e os rendimentos são sempre inferiores aos da população não negra”. Segundo a coordenadora da PED pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adalgiza Amaral, os negros conseguem ocupação em tempo menor (47 semanas) do que os não negros (51 semanas). “Isso, no entanto, ocorre porque eles não querem ficar muito tempo desempregados e aceitam salários mais baixos.” Mulheres estão em maior número na estatística de desemprego Em 2018, constatou-se uma diferença de nove pontos porcentuais entre o número de mulheres negras desempregadas (22,6%) em relação aos homens não negros (13,6%). [Olho texto='”É o racismo que continua na sociedade. Tanto que observamos que a qualificação profissional de negros não garante melhores empregos e salários”‘ assinatura=”Victor Nunes Gonçalves, subsecretário de Igualdade Racial da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos” esquerda_direita_centro=”direita”] Na comparação com mulheres não negras, que compõem 17% do contingente, a diferença é de 5,6 pontos porcentuais. A pesquisa destaca ainda a importância do emprego doméstico na estrutura ocupacional de mulheres negras do DF, com 16,2% delas na profissão. O subsecretário de Igualdade Racial, Victor Nunes Gonçalves, ressalta a importância da pesquisa e mostra a continuidade de um problema antigo que impede melhores avanços. “É o racismo que continua na sociedade. Tanto que observamos que a qualificação [profissional] de negros não garante melhores empregos e salários.” Para combater a discriminação, ele sugere a criação de mais políticas públicas para esse grupo. “Assim como foi criada a cota racial para concurso público, são necessárias outras políticas transformadoras para que haja inserção mais igualitária do negro no mercado de trabalho”, resume. A Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal é feita pela Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do Distrito Federal, pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e pelo Dieese. Edição: Amanda Martimon
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