Seca histórica no DF acende alerta para riscos à saúde no Dia do Cerrado
No Dia Nacional do Cerrado, celebrado nesta quinta-feira (11), o Distrito Federal vive uma das maiores estiagens de sua história. Há mais de 110 dias sem chuva, a combinação de baixa umidade do ar e altas temperaturas acende o alerta de autoridades e especialistas para os riscos à saúde da população. O Distrito Federal registrou, na última quarta-feira (10), o dia mais quente de 2025 até agora. A temperatura chegou a 34,7 °C, na estação de Águas Emendadas, em Planaltina, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e a umidade relativa do ar caiu a 14% na região. A umidade relativa do ar, que oscila entre 12% e 20%, está muito abaixo dos 40% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo os meteorologistas, as chuvas só devem retornar em meados de outubro. Diante do cenário, a pneumologista do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), Bethânia Bertoldi Soares, recomenda cuidados redobrados com a saúde. “Beber bastante água, usar soro fisiológico, aplicar colírios lubrificantes e recorrer a umidificadores ou toalhas molhadas nos ambientes”, detalha a especialista. Entre os cuidados estão evitar exercícios ao ar livre nos períodos de maior calor, usar roupas leves e manter o protetor solar como aliado diário. “Não se trata apenas de desconforto, mas de um problema de saúde pública que exige atenção de toda a sociedade”, alerta Bethânia. A hidratação é um dos cuidados recomendados em tempo de seca, além de usar roupas eves e utilizar protetor solar | Foto: Lucio Bernardo Jr./Agência Brasília Impactos na saúde A pneumologista alerta que o ar seco compromete a proteção natural do organismo, facilitando a entrada de vírus e bactérias. Entre os sintomas mais comuns estão ressecamento do nariz, garganta e olhos, além de crises de rinite, sinusite e asma. Crianças e idosos são os mais vulneráveis. “Esse tipo de clima favorece a evolução de quadros respiratórios para infecções mais graves. O ideal é reforçar a hidratação e manter as vias nasais umidificadas para evitar complicações que podem levar a internações”, explica a pneumologista. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF)
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É tempo de seca e de mais cuidados com a saúde e o meio ambiente
O mês de maio marca o início do período de estiagem no DF. O que implica, por conta da baixa umidade e escassez de chuvas, a atenção redobrada com relação à saúde e também com o meio ambiente. É a época do ano em que o brasiliense deve ficar mais atento a questões essenciais como hidratação e cuidados contra incêndios nas áreas urbanas ou verdes. O alerta quem faz é o coronel da Defesa Civil do Distrito Federal, Wender Costa. O coronel Wender Costa fala das recomendações da Defesa Civil para os cuidados necessários que a população deve ter durante a época de seca no DF | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília “A seca é uma característica do nosso clima, é inevitável. O que é evitável são essas doenças agravadas em razão da secura e da piora relacionada ao aumento da poeira”, diz o militar. Segundo a Defesa Civil, são utilizadas três classificações padrões de cautelas em relação à situação de baixa umidade do ar: – De atenção (entre 20% e 30% por cinco dias seguidos) – De alerta (entre 12% e 20% por três dias consecutivos) – De emergência (abaixo de 12% por dois dias em sequência) “Para tanto, a Defesa Civil faz muitas recomendações nesse período do ano, emitindo alertas para a população e monitorando temperaturas e umidade, que é uma combinação ruim”, destaca o coronel. [Olho texto=”“A hidratação é fundamental. Quando a pessoa começa a sentir sede significa que ela já está desidratada”” assinatura=”Ana Helena Germoglio, infectologista do Hran” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Combinação ruim mesmo, que afeta boa parte da população, sobretudo as pessoas mais vulneráveis. Segundo especialistas, a baixa umidade aumenta a incidência de doenças respiratórias, como rinite alérgica e asma, além de causar problemas na pele, nos olhos e, o que é pior, sangramento nasal. O mais preocupante é que entre as principais vítimas estão crianças e idosos, pessoas com comorbidades e que precisam de atenção especial. Por isso que uma das recomendações mais importantes repassadas tanto pela Defesa Civil quanto por profissionais da saúde é evitar atividades esportivas ou exercícios de qualquer natureza entre às 10h e 17h. Outra orientação é o uso de roupas leves, assim como a utilização de hidratantes labiais, cremes corporais, além de protetor solar. Hidratação é essencial. “A hidratação é fundamental. Quando a pessoa começa a sentir sede significa que ela já está desidratada”, orienta a infectologista do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Ana Helena Germoglio. “Então não é para esperar sempre ter sede para aumentar a hidratação”, avisa. [Olho texto=”A Defesa Civil do DF envia informes de alertas via mensagens de SMS à população. Para receber os torpedos, é necessário se cadastrar enviando uma mensagem de SMS com o CEP de sua residência para o número 40199″ assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Outro agravante nesse período de estiagem, alerta a infectologista, diz respeito à liberação total do uso da máscara, que aumenta a circulação de muitos vírus de transmissão respiratória. As principais vítimas, segundo ela, são as crianças de menor idade. “Principalmente as crianças pequenas que retornaram às escolas, muitas delas liberadas a ficar sem máscara, estão piorando de doenças de transmissões respiratórias”, avalia. “Na seca, essa situação piora”, observa a infectologista do GDF. Com relação às escolas, os avisos de alertas são feitos com frequência pela Defesa Civil. Segundo o coronel Wender Costa, são espaços que devem operar dentro de uma normalidade nesses períodos de seca, com atividades realizadas em locais fechados, para evitar a exposição do sol ou em locais com maior controle de ventilação. “Fazemos avisos diretos às escolas, estamos sempre em contato com os coordenadores regionais de ensino”, conta. Queimadas e incêndios Calor, temperaturas altas e irresponsabilidade são ingredientes que não combinam. Para o coronel Wender Costa, o mesmo rigor no cuidado com a saúde nesse tempo de estiagem precisa ser estendido para o meio ambiente. E aí deve imperar o bom senso. Por exemplo, nas áreas urbanas, a atenção é com as instalações elétricas de prédios e construções, que sempre devem estar em boas condições. A Defesa Civil recomenda enterrar ou apagar com água todo material que puder voltar a pegar fogo. “A guimba de cigarro é mais do que suficiente para botar fogo numa vegetação inteira”, alerta o coronel Wender Costa | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Nas áreas rurais, em hipótese alguma se deve atear fogo em áreas verdes e a responsabilidade com o descarte de materiais biodegradável é individual. De modo que a destinação de materiais como sobra de cigarros e carvão são importantes. E, para a turma do luau que gosta de acampar, uma dica. Após o uso da fogueira, a atitude mais correta com relação ao material é enterrá-lo. “O ideal é não deixar lixo, mas todo esse material biodegradável que a pessoa, eventualmente, não quer carregar, tem que ter o destino correto, pois eles podem reacender”, alerta o representante da Defesa Civil. “Todo esse material que pode voltar a pegar fogo tem que ser enterrado ou apagado com água. A guimba de cigarro é mais do que suficiente para botar fogo numa vegetação inteira”, lamenta. Para quem não sabe, atenção! [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A Defesa Civil do Distrito Federal (DCDF) envia informes de alertas via mensagens de SMS à população, destacando a possibilidade de condições climáticas que possam causar transtornos à sociedade. Interessados podem fazer o cadastro para recebimento dos torpedos enviando uma mensagem de SMS com o CEP de sua residência para o número 40199. Confira as principais orientações da Defesa Civil nesse período de seca: – Manter uma boa hidratação (água, sucos naturais, água de coco, por exemplo). Sugerimos portar, sempre que possível, uma garrafa para reposição de líquidos. – Umedecer periodicamente as narinas e os olhos com soro fisiológico para evitar o ressecamento. – Utilizar hidratantes labiais e cremes corporais. – Utilizar umidificador, baldes ou bacias com água ou panos molhados, de forma a elevar adequadamente a umidade do ar em casa. – Manter a adequada limpeza dos ambientes, evitando acúmulo de pó e reduzindo a presença de ácaros e fungos, a fim de minimizar o surgimento de crises alérgicas. – Dar especial atenção às crianças e aos idosos, monitorando principalmente a questão de hidratação e doenças respiratórias. – Reduzir ou suspender, se possível, as atividades físicas entre as 10h e 17h (período mais quente do dia). – Dar preferência a refeições leves. – Usar roupas leves, chapéu ou boné. – Ficar atento à previsão do tempo e, em caso de Alerta de Baixa Umidade, intensificar os cuidados.
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Adasa anuncia fim de situação crítica de escassez hídrica
A situação crítica de escassez hídrica será oficialmente suspensa no Distrito Federal com a revogação da Resolução nº 15, de 16 de setembro de 2016. A medida poderá ser tomada porque os Reservatórios do Descoberto, em Brazlândia, e de Santa Maria, no Parque Nacional de Brasília, estão com níveis satisfatórios de armazenamento — 96,9% e 62,8%, respectivamente. Foto: Tony Winston/Agência Brasília A medida poderá ser tomada porque os Reservatórios do Descoberto, em Brazlândia, e de Santa Maria, no Parque Nacional de Brasília, estão com níveis satisfatórios de armazenamento — 96,9% e 62,8%, respectivamente. De acordo com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa), a resolução será revogada por meio de outra a ser publicada no Diário Oficial do DF de sexta-feira (21). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (17), pelo diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, em entrevista coletiva à imprensa na sede do órgão. [Olho texto='”De acordo com nossas simulações, acreditamos que não teremos esse problema em 2019″‘ assinatura=”Paulo Salles, diretor-presidente da Adasa” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A decisão de suspender a situação crítica de escassez hídrica foi tomada em reunião da diretoria colegiada da Adasa, explicou Paulo Salles. “De acordo com nossas simulações, acreditamos que não teremos esse problema em 2019. Pode haver uma diminuição no volume dos reservatórios, mas esperamos que eles fiquem em um volume aceitável.” Com a medida, os produtores rurais também terão ampliado o período de captação de água para irrigação. Antes restrita ao intervalo das 6 às 9 horas e das 17 horas às 18h30, a depender do afluente, agora a irrigação está liberada, desde que seja observada a vazão de retirada outorgada pela Adasa para a propriedade. Apesar de a situação atual ser bem mais confortável do que há dois anos, o trabalho de acompanhamento dos recursos hídricos permanece. Entre as atribuições mantidas está a definição da curva de acompanhamento do volume útil dos reservatórios. Nível altimétrico do Lago Paranoá é definido em resolução Além disso, por meio da Resolução nº 33, publicada no Diário Oficial, ficou definido hoje o nível altimétrico adequado para garantir os usos múltiplos do Lago Paranoá. A norma estabelece a cota mínima do reservatório em 999,8 metros. Se forem necessárias a abertura de comportas da Barragem do Paranoá ou a renovação da camada superficial do espelho d’água, permite-se a redução a até 999,5 metros. A cota máxima do Lago Paranoá é de 1.080 metros. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A resolução autoriza oscilações de 2 centímetros abaixo do padrão altimétrico, caso seja preciso para a operação da Pequena Central Hidrelétrica, a Usina do Paranoá. No entanto, o nível deve ser recomposto em até dois dias. Se for constatada redução acima do permitido, a Adasa pode aplicar penalidades à CEB Geração S.A., subsidiária da Companhia Energética de Brasília (CEB). Pela norma, a companhia deve manter a vazão remanescente à jusante da barragem, ou seja, após as comportas, de 700 litros por segundo no período de estiagem — de maio a outubro. No período chuvoso, de novembro a abril, o fluxo de saída mínimo deve ser de 1,2 mil litros por segundo. Medidas de enfrentamento da crise hídrica no DF Para garantir o abastecimento de água para consumo humano, o Executivo local adotou uma série de medidas de contenção de uso. Em 16 de janeiro de 2017, foi necessário instituir o racionamento nas regiões administrativas abastecidas pelo Reservatório do Descoberto. Também no ano passado, em 21 de fevereiro, as áreas abastecidas pelo Santa Maria também aderiram ao rodízio. Somente em 14 de junho de 2018 a medida foi suspensa, depois de o DF sair da crise hídrica. Para enfrentamento da situação, reduziu-se, ainda, a vazão de retirada de água nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria. Em seguida, a Adasa determinou a restrição de dias e horários para a retirada de água por produtores rurais irrigantes. Edição: Raquel Flores
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Adasa participa de conferência da ONU sobre mudanças climáticas
Exemplos de práticas de gerenciamento de recursos hídricos no Distrito Federal e de gestão participativa serão apresentados pela Agência Reguladora de Águas e Saneamento do DF (Adasa) na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24). Como membro ativo do Conselho Mundial da Água e coorganizador do 8º Fórum Mundial da Água, em março deste ano em Brasília, o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, foi convidado para falar no encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) que ocorre na Polônia até 14 de dezembro. A conferência discute um plano de ação para implementar o chamado Acordo de Paris, firmado em 2015, que tem como meta conter as emissões de gases de efeito estufa e manter o aumento da temperatura global abaixo de 2 graus. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Entre as práticas, Paulo Salles destacará ações desenvolvidas pela Adasa como o monitoramento inteligente, a transparência sobre o volume útil dos reservatórios, a necessidade de interligação da rede de abastecimento e a ampliação das fontes de captação. No período crítico de abastecimento, são exemplos das iniciativas da agência reguladora a alocação negociada, o racionamento ou rodízio e a adoção de instrumentos econômicos, como a tarifa de contingência. Como gestão participativa dos recursos hídricos, o diretor-presidente defenderá a educação, a transparência e regulação, além do fortalecimento dos comitês de bacias hidrográficas.
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Consumo de água no DF caiu 9,5% durante racionamento
As regiões administrativas do Distrito Federal que mais reduziram o consumo de água no período de racionamento foram Plano Piloto, Ceilândia e Taguatinga, as mais populosas. Apenas Paranoá e Fercal apresentaram aumento. Os dados são da pesquisa Análise do Consumo de Água Tratada no Período de Racionamento do Distrito Federal (2016 e 2017), divulgados nessa quinta-feira (22) pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). Durante um ano e meio, de janeiro de 2017 a junho de 2018, o Plano Piloto economizou 2.971.546 metros cúbicos (m³) de água; Ceilândia, 2.342.569 m³; e Taguatinga, 1.498.646 m³. As reduções englobam o uso das categorias residencial, comercial, industrial e pública. [Numeralha titulo_grande=”15 milhões m³” texto=”Valor aproximado da redução do consumo de água no DF em 2016 e 2017″ esquerda_direita_centro=”esquerda”] Para a Codeplan, o aumento no Paranoá (526.215 m³) e na Fercal (16.227 m³) se deve ao crescimento populacional, consequência de entregas de moradias do programa Morar Bem. No DF, o consumo em 2016 e 2017 caiu de aproximadamente 160 milhões de m³ para cerca de 146 milhões de m³. A diminuição foi de 9,5%, mesmo com a taxa de crescimento populacional de 2%. Por categoria, as menores taxas de redução ocorreram em residência (9%), responsável por aproximadamente 80% do total consumido, e no comércio (11,2%), com cerca de 10% de contribuição do gasto de água. O setor industrial foi a categoria com a maior redução porcentual (36,7%), mas tem baixa participação no total consumido no DF (0,3%). [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A pesquisa constatou que o agrupamento das regiões com população de alta renda (Lago Sul, Lago Norte, Park Way, Sudoeste) foi o que atingiu as maiores reduções no consumo residencial — cerca de 11%. Já o grupo de classe de renda baixa (Estrutural, Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas e São Sebastião), apresentou 6,4% de aumento. O gerente de Estudos Ambientais da Codeplan, Alexandre Brandão da Costa, explicou que isso ocorre porque a população com maior renda consome mais. “As moradias mais espaçosas, muitas vezes com piscina e área de lazer, têm maior margem para a redução dos gastos. Nas outras regiões, o consumo já é pouco, não há o que reduzir.” Consumo de água no DF de 2013 a 2015 Em outro estudo divulgado ontem, a Codeplan analisou o consumo de água de 2013 a 2015. Foi constatado que, em média, as maiores reduções porcentuais ano a ano ocorreram para a categoria industrial. “Provavelmente foi desencadeado pela crise econômica”, destacou Costa. Apesar de representar a maior parcela do consumo, a categoria residencial foi a que demonstrou as menores taxas de redução porcentual. Foi observado que as regiões que gastam mais água são também aquelas que têm as maiores populações: Águas Claras, Ceilândia, Plano Piloto e Taguatinga. [Numeralha titulo_grande=”110 litros de água por dia” texto=”Segundo a OMS, consumo mínimo por pessoa para saciar a sede, ter uma higiene adequada e preparar alimentos” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Já os menores gastos podem ser visualizados na Candangolândia, na Estrutural, na Fercal e no Varjão. “Nesses locais ficou evidenciado o consumo abaixo do recomendado para uma família pela Organização Mundial da Saúde [OMS]”, observou a pesquisadora e geógrafa da Codeplan Kássia Batista de Castro. De acordo com a OMS, uma pessoa necessita de, no mínimo, 110 litros de água por dia – essa medida supostamente seria suficiente para saciar a sede, cuidar apropriadamente da higiene e preparar os alimentos. Na Fercal, na Estrutural e no Itapoã, o valor fica abaixo de 90 litros por habitante. A pesquisadora concluiu que o estudo é importante porque identificou a relação da renda e a influência do padrão urbano e, mais especificamente, do tipo de moradia urbana sobre o consumo de água. “Ele serve para dar subsídio às políticas públicas referentes à gestão eficiente dos recursos hídricos”, analisou Kássia. Edição: Marcela Rocha
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Brasília encerra racionamento após economizar água e reabastecer reservatórios
A partir desta sexta-feira (15), o abastecimento de água no Distrito Federal se normalizará, com o fim do rodízio. A partir desta sexta-feira (15), o abastecimento de água no Distrito Federal se normalizará, com o fim do racionamento. Em entrevista coletiva nesta quinta (14), o governador Rodrigo Rollemberg detalhou as medidas que permitiram o encerramento do rodízio. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Depois de um ano e cinco meses, em que a redução de consumo se aliou a investimentos no setor, o governo local se encontra com recursos hídricos suficientes para atender a população até o próximo período chuvoso. As providências tomadas para encerrar o racionamento foram detalhadas em entrevista coletiva nesta quinta-feira (14) no Palácio do Buriti. Além da recuperação dos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria, a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) destaca a conclusão de novas fontes de captação e de transferência de água entre os sistemas. O início da captação no Subsistema Produtor de Água do Bananal e a retirada de água do Lago Paranoá, com a Estação de Tratamento de Água do Lago Norte inaugurada em outubro de 2017, são parte das intervenções. Juntas, essas obras colocam no sistema local 1,4 mil litros de água por segundo (l/s). Na coletiva, o governador Rodrigo Rollemberg explicou que, desse total, 550 l/s são destinados a regiões administrativas antes abastecidas pelo Descoberto. Isso diminui a pressão sobre o reservatório e permite que a captação média nele seja menor do que antes da crise hídrica. [Olho texto=”Tanto o reservatório do Descoberto quanto o de Santa Maria ultrapassaram com antecedência as metas de referência estabelecidas para junho pela Adasa-DF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A autorização atual da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) para a Caesb, válida a partir de sexta (15), é para captar a vazão média mensal de 4,3 mil litros por segundo no Descoberto contra os 4,9 mil l/s permitidos antes do racionamento. No período de contenção, a quantidade foi reduzida para 3,3 mil l/s. A essas medidas se unem as chuvas dos últimos meses. A área técnica da Caesb elaborou projeções dos volumes dos reservatórios para o período de estiagem do DF e concluiu, diante de diversos cenários, que eles alcançarão níveis mínimos suficientes. A previsão é que o Descoberto chegue ao fim de outubro de 2018 com 44% e o Santa Maria, com 42%. O reservatório do Descoberto está atualmente com 92,9% de volume útil. O de Santa Maria soma 59,9% — dados dessa quarta-feira (13). Ambos ultrapassaram com antecedência as metas de referência estabelecidas para junho pela Adasa, respectivamente de 79% e de 56%. Há um ano, o Descoberto media 51,9%, e o Santa Maria, 51,4%. Para fortalecer o abastecimento nas próximas décadas, estão em construção o Subsistema e o Sistema Produtor de Água Corumbá, que, na primeira etapa de funcionamento, terá capacidade de captar 1,4 mil litros de água por segundo (l/s). O número sobe para 2,8 mil l/s na fase final. Como essa última obra é fruto de um consórcio entre DF e Goiás, metade do volume abastecerá cada unidade da Federação. No futuro, a captação poderá ser ampliada para 5,6 mil litros por segundo. Rollemberg ressaltou que, embora tenha havido contribuição das chuvas, elas ainda foram abaixo da média. “Grande parte da melhoria é resultado de um esforço conjunto, centrado no tripé investimentos; redução do consumo pela população; e colaboração dos agricultores.” Investimentos e medidas na crise hídrica Os investimentos no setor superam R$ 520 milhões. Na estação do Lago Paranoá, foram R$ 42 milhões do governo federal mais R$ 3,5 milhões da tarifa de contingência cobrada pela Caesb. Já no Subsistema Produtor de Água do Bananal, o valor foi de cerca de R$ 20 milhões. Para o Sistema Produtor de Água Corumbá, os recursos do DF somam R$ 275 milhões de verbas próprias da Caesb via financiamento — o governo de Goiás investe valor igual —, e a previsão é que a intervenção esteja pronta no fim deste ano. A Companhia de Saneamento Ambiental focou ainda na interligação dos dois principais sistemas produtores de água, permitindo a transferência do Santa Maria-Torto para o Descoberto. Para isso, investiu quase R$ 12 milhões da tarifa de contingência. [Numeralha titulo_grande=”24,2 bilhões de litros” texto=”Quantidade de água que os brasilienses economizaram desde janeiro de 2017, segundo dados da Caesb” esquerda_direita_centro=”direita”] A medida é importante para reduzir a dependência da cidade em relação ao reservatório do Descoberto. Antes da crise hídrica, ele era responsável pelo abastecimento de 1.631.549 pessoas, ou seja, mais de 60% da população. Com a transferência de água entre os sistemas, o Descoberto passou a abastecer 52,09% (1.409.817 pessoas). O de Santa Maria pulou de 20,61% (557.820 pessoas) para 28,80%, ou 779.552 habitantes. Os sistemas isolados e de pequenas captações (Brazlândia, Planaltina, São Sebastião e Sobradinho) fornecem, juntos, água para 19,11% da população, ou 517.139 pessoas. Um exemplo de como é feita a transferência entre os sistemas está na Estação de Tratamento de Água Brasília (ETA Brasília), inaugurada em abril deste ano. Ela leva água captada no Ribeirão Bananal e no Lago Paranoá para o reservatório do Cruzeiro, o mais alto da região central do DF. De lá, o líquido vai para regiões tradicionalmente abastecidas pelo Descoberto, como Candangolândia, Guará e Vicente Pires. Também foi investido R$ 1,6 milhão no Subsistema do Gama. A tarifa de contingência foi cobrada de outubro de 2016, quando Brasília entrou em situação crítica de escassez hídrica, a junho de 2017. Outros R$ 170 milhões são investidos pela Caesb para redução e controle de perdas no sistema. Isso inclui a troca de mais de 200 mil hidrômetros no DF, válvulas redutoras de pressão, monitoramento e obras de setorização e adequação das redes de água. As perdas diárias por ligação caíram de 381 litros em 2015 para 313 litros no ano passado, superando a meta de 2017 da companhia, que era de 349 litros por dia e por ligação. Uso consciente da água deve permanecer Desde janeiro de 2017, quando o rodízio foi iniciado no DF, a Caesb avalia que foram economizados ao menos 24.197.276.250 litros de água no Distrito Federal — quantidade equivalente a cerca de 9,6 mil piscinas olímpicas cheias. A economia, entretanto, é ainda maior, de acordo com a companhia, porque desde 2016 eram feitas reduções de pressão na rede e campanhas sobre a crise hídrica. Além disso, a população atendida em 2017 e 2018 é superior à de 2016. O consumo diário de água por pessoa segue em queda no DF. A quantidade, que já foi de 189 litros em 2014, caiu para 153 litros em 2015. No ano de 2016, chegou a 147 litros e, em 2017, reduziu para 129 litros por habitante. A equipe da Caesb acredita que o uso consciente deve permanecer após o fim do rodízio. As primeiras medidas na crise hídrica do DF foram a intensificação de campanhas educativas e o aumento na fiscalização para coibir captação ilegal de água. Nas ações, identificaram-se mais de mil poços irregulares. No esforço coletivo para economizar e evitar o desperdício, brasilienses se engajaram em iniciativas com sistemas simples de captação da água da chuva. [Olho texto=”Embora os reservatórios tenham atingido níveis satisfatórios, a recomendação do governo é de cautela diante das incertezas climáticas” assinatura=”” esquerda_direita_centro=””] Produtores rurais usaram técnicas ensinadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) para aderir a maneiras mais econômicas e eficazes de irrigação. Com isso, espera-se que, mesmo com o fim do racionamento, haja uma redução no consumo. Com planos de manejo de irrigação e sistemas mais poupadores na área rural, a economia é de 74 litros por segundo. Além disso, revitalização de canais de irrigação diminuiu o desperdício em 76,56 l/s. Órgãos públicos também aderiram a práticas sustentáveis, como o Metrô-DF, que diminuiu o consumo em 49%. Para manter a consciência sobre o tema, a Adasa alerta que, “embora os reservatórios tenham atingido níveis satisfatórios”, a recomendação é de cautela diante das incertezas climáticas. A orientação é para: Colocar as máquinas de lavar louças e roupas para funcionar apenas na capacidade máxima Escovar os dentes com a torneira fechada Evitar água corrente para lavar carro e regar plantas, trocando por baldes e regadores, por exemplo Tomar banhos de até cinco minutos Acesse a apresentação do governador Rodrigo Rollemberg sobre o fim do racionamento de água no Distrito Federal. Edição: Marina Mercante
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Metrô diminui 49% do consumo de água com práticas sustentáveis
A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) tem conseguido diminuir 49% do consumo de água mensal graças a práticas sustentáveis adotadas desde o início do ano. Isso significa economia de R$ 246.975,47 na conta de água a cada mês. Consumo de água utilizada na limpeza dos vagões foi reduzido em 49%. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Uma das medidas adotadas pela companhia foi a perfuração de dois poços artesianos, um com capacidade para 19 e outro para 13 metros cúbicos por hora. As estruturas começaram a ser construídas em dezembro do ano passado e são utilizadas desde fevereiro. A água armazenada no poço menor, com 84 metros de profundidade, serve para a lavagem dos 32 trens da empresa pública. De acordo com o engenheiro ambiental que integra o projeto Metrô Sustentável, Thiago Lyra, hoje o recurso é suficiente (com sobra) para o serviço. O outro poço, com 120 metros de profundidade, armazena água para a irrigação necessária no prédio do Centro de Controle Operacional do Metrô. Além disso, a companhia ainda faz campanha de conscientização com os funcionários e substituiu as torneiras por outras mais econômicas. [Numeralha titulo_grande=”R$ 246.975,47″ texto=”Economia na conta mensal de água do Metrô-DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Desde o início do ano, ainda são usados cinco pontos de coleta para captar a água que sai dos aparelhos de ar condicionado. São 480 litros captados por dia. “Temos alguns aparelhos que funcionam 24 horas por conta dos computadores”, detalha Lyra. Com isso, há a economia de cerca de R$ 350 mensais. A água é utilizada para a lavagem de piso, banheiros e jardins. Edição: Paula Oliveira
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Adasa estabelece curva de referência para Reservatório de Santa Maria até dezembro
Foi publicada nesta quarta-feira (30), no Diário Oficial do Distrito Federal, a resolução que estabelece a curva de referência para o acompanhamento do volume útil do Reservatório de Santa Maria para o período de maio a dezembro de 2018. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) elaborou a curva como instrumento de apoio à tomada de decisão para gestão dos recursos hídricos. De acordo com a Resolução nº 12, de 29 de maio de 2018, o volume útil do reservatório deverá atingir o limite mínimo de 30,3% em novembro. A Adasa fará o acompanhamento das previsões climáticas, do nível do reservatório e das vazões dos principais afluentes do Reservatório de Santa Maria (Milho Cozido, Vargem Grande e Santa Maria). Além disso, por meio de reuniões mensais com a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), analisará o cumprimento da curva de referência. Ainda segundo a resolução publicada hoje, a Caesb deverá operar os sistemas de abastecimento do Descoberto e do Santa Maria-Torto (que também conta com as captações do Bananal e Lago Paranoá, de forma integrada), com o objetivo de resguardar ao máximo o volume útil do Reservatório de Santa Maria. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”centro”]
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