Laboratório Central de Saúde Pública se consolida como banco de dados genético
Criado originalmente como Instituto de Saúde do Distrito Federal, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) tornou-se um pilar essencial da rede de saúde do Distrito Federal. A unidade atua como banco de dados genéticos acessível a instituições de todo o país, desempenhando um papel fundamental no estudo do DNA e de doenças genéticas. De 2019 até o momento, a equipe já realizou mais de 6 mil análises. De 2021 até agora, o Lacen-DF registrou cerca de 5 mil investigações relacionadas ao vírus SARS-CoV-2 | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Entre as pesquisas empreendidas pelo Lacen-DF, destaca-se o sequenciamento do vírus SARS-CoV-2, ferramenta crucial para monitorar variantes da covid-19 e orientar estratégias de controle e vacinação. Desde janeiro de 2021, a unidade foi responsável por quase 5 mil investigações relacionadas ao vírus. Gerente de Biologia Médica do Lacen-DF, Fabiano Queiroz Costa explica que o sequenciamento genético tem se consolidado como um instrumento essencial para a vigilância epidemiológica e o diagnóstico de agentes infecciosos. Nesse âmbito, o Lacen-DF se destaca como referência nacional no diagnóstico em Candida albicans– candidíase – e, regionalmente, em tuberculose, monkeypox e gene de resistência. “Ao sequenciarmos os genes, somos capazes de identificar os microrganismos de forma precisa e detectar mutações que podem influenciar a patogenicidade e a resistência a tratamentos” Fabiano Costa, gerente de Biologia Médica do Lacen-DF “Durante a pandemia de covid-19, o laboratório passou a se destacar como centro de referência em sequenciamento genético, atuando como peça-chave no monitoramento da evolução do vírus, identificando variantes e auxiliando no seu controle”, explica o especialista. Sequenciamento genético No Lacen-DF, o sequenciamento é feito parcialmente, por meio da metodologia de Sanger, ou por completo e de maneira automatizada, pelo NGS (Next-Generation Sequencing). “Ao sequenciarmos os genes, somos capazes de identificar os microrganismos de forma precisa e detectar mutações que podem influenciar a patogenicidade e a resistência a tratamentos”, detalha o gerente. O método Sanger, que sequencia os fragmentos de DNA individualmente, já possibilitou que o laboratório realizasse mais de 180 análises de identificação bacteriana. Por sua vez, o NGS é feito em larga escala e permite que milhões (e até bilhões) de fragmentos sejam sequenciados simultaneamente em uma única corrida. Monitoramento Os vírus influenza A e B, bem como o da dengue, também são monitorados por meio do sequenciamento, o que permite a caracterização das cepas circulantes e auxilia na previsão de surtos. Desde março de 2023, foram feitas 940 análises para influenza e 567 para dengue. O laboratório também realiza o sequenciamento do Mycobacterium tuberculosis, essencial para a detecção de mutações associadas à resistência a antibióticos, o que impacta diretamente o tratamento da tuberculose multirresistente. “Essa técnica foi implementada em março deste ano e já permitiu a análise de três casos”, esclarece a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo da Silva. “Ela fortalece a capacidade de acompanhar doenças e aprimora a eficácia dos protocolos de controle e tratamento.” Lacen em números Em 2024, o Lacen-DF registrou 258 mil procedimentos, quase 60 mil pesquisas de anticorpos anti-HIV-1 e HIV-2 e cerca de 44 mil investigações de anticorpos contra hepatite B. Com mais de 170 tipos de exames laboratoriais, o laboratório processou aproximadamente 25 mil amostras para vírus respiratórios, 12,8 mil determinações de carga viral do vírus da imunodeficiência humana (HIV), 670 laudos de análise laboratorial para o programa de monitoramento de alimentos, 544 dosagens de colinesterase indicando exposição a produtos tóxicos e 256 amostras de casos suspeitos de malária. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Saiba como se proteger do HIV após exposição de risco durante o Carnaval
O Carnaval é um período de festividade e diversão, mas também requer atenção aos cuidados com a saúde, especialmente para quem teve uma relação sexual desprotegida e quer se prevenir contra o HIV. Neste caso, a profilaxia pós-exposição (PEP) é uma alternativa segura e eficaz. Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento precisa ser iniciado até, no máximo, 72 horas após a exposição. Além do autoteste, há medicamentos que, combinados, podem ser utilizados até três dias após a suspeita | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília “Como se trata de uma urgência, a gente alerta que o uso do medicamento só funciona se iniciado até três dias após a exposição à situação de risco; não adianta a pessoa esperar o mês passar para procurar a profilaxia” Sérgio d’Ávila, psicólogo da Secretaria de Saúde Sérgio d’Ávila, psicólogo das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) da Secretaria de Saúde (SES-DF), adverte: é imprescindível seguir o prazo para ampliar a efetividade do tratamento. “Como se trata de uma urgência, a gente alerta que o uso do medicamento só funciona se iniciado até três dias após a exposição à situação de risco; não adianta a pessoa esperar o mês passar para procurar a profilaxia”, ressalta. Combinação de medicamentos A PEP consiste em um tratamento combinado entre medicamentos antirretrovirais que devem ser tomados durante mais de três semanas seguidas. A adesão correta ao uso é essencial para reduzir significativamente as chances de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. “A pessoa que de alguma forma foi exposta ao risco deve procurar de imediato a unidade básica de saúde mais próxima de sua residência e iniciar o tratamento”, indica o psicólogo. “Na oportunidade, esse paciente vai tomar, durante 28 dias, um remédio que reduz quase que por completo as chances de infecção.” Os remédios utilizados no tratamento são eficazes contra diferentes cepas do HIV. Entre os fármacos utilizados estão o fumarato de tenofovir 300 mg associado à lamivudina 300 mg, além do dolutegravir 50 mg. “A combinação desses medicamentos ajuda a impedir a replicação do vírus no organismo, reduzindo significativamente o risco de infecção”, explica o infectologista Marcos Davi Gomes, do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Quem pode fazer Depois de se medicar, é preciso fazer exames de acompanhamento A PEP é indicada para qualquer pessoa que tenha passado por uma situação de risco para infecção pelo HIV, como relação sexual sem preservativo ou que tenha sido rompido, contato direto com sangue ou outros fluidos corporais contaminados e acidente com material perfurocortante, principalmente no caso de profissionais da saúde. A profilaxia, contudo, não se restringe a um público específico, podendo ser procurada por qualquer cidadão que se encaixe em uma dessas situações. Após o período de medicação, a pessoa deve fazer exames de acompanhamento para verificar a condição de saúde. Marcos Gomes detalha: “O paciente precisa voltar para o acompanhamento, seguindo o cronograma estabelecido. O primeiro retorno é previsto para após os 28 dias do tratamento, quando será refeito o teste rápido de HIV; [o outro retorno se dá] três meses depois, quando o procedimento será repetido pela terceira vez”. O tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo SUS e pode ser encontrado em prontos-socorros, unidades básicas de saúde (UBSs), unidades de pronto atendimento (UPAs) e centros especializados em infecções sexualmente transmissíveis. O atendimento é prestado por um profissional de saúde, que avalia a situação e prescreve a medicação quando necessário. Confira a relação completa das unidades de referência em PEP da Secretaria de Saúde.
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Especialistas da rede pública do DF explicam diferença entre pneumonias bacteriana e viral
Com a sazonalidade das doenças respiratórias, os pais devem ficar em alerta com uma doença bastante comum entre as crianças e uma das principais causas de internação: a pneumonia. Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a pneumonia mata mais crianças do que qualquer outra doença infecciosa, tirando a vida de mais de 700 mil menores de 5 anos a cada ano, ou cerca de 2 mil a cada dia em todo o mundo. Isso inclui cerca de 190 mil recém-nascidos. Embora pessoas de todas as idades possam contrair pneumonia, a doença é mais frequente em crianças | Foto: Alberto Ruy/IgesDF O infectologista pediátrico do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Pedro Bianchini, lembra que todas as faixas etárias podem ser atingidas pela pneumonia, mas ela é mais frequente entre crianças menores de 6 anos de idade. “Ao contrário da crença popular, tomar chuva, bebida gelada ou andar descalço não predispõe à pneumonia”, esclarece. “Nós pegamos a pneumonia bacteriana de nós mesmos, com a infecção das vias aéreas inferiores, quase sempre ocorrendo por bactérias da nossa via respiratória alta [orofaringe], conseguindo atingir as vias mais baixas normalmente com um resfriado ou gripe, prejudicando os mecanismos de defesa da nossa via respiratória e predispondo a essa complicação.” Já a pneumonia viral normalmente é causada pelos mesmos vírus respiratórios do resfriado e gripe e está relacionada à evolução para essa complicação, assim como a bacteriana, com uma combinação de agressividade do agente infeccioso e resposta imune do paciente. A pneumonia fúngica é um evento bastante raro e comumente restrito a pacientes imunossuprimidos. Segundo o especialista, os vírus respiratórios também podem causar a doença conhecida como pneumonite. Em média, costumam ter evolução mais rápida e branda e não necessitam do uso de antibiótico. Mas tem como complicações principais uma possível evolução para síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e uma pneumonia bacteriana secundária. Os principais vírus são o Sincicial Respiratório (VSR), influenza, metapneumovírus e covid, mas existem outros menos comuns. Prevenção A pneumonia é uma doença evitável e tratável, porque, diferentemente do vírus da gripe, não é transmitida facilmente. “Atualmente, é disponível no SUS a vacina contra pneumococo, além das vacinas tríplice bacteriana, e contra covid e influenza, que tanto podem causar pneumonia viral como predispor a uma infecção bacteriana”, pontua Pedro Bianchini. O infectologista pediátrico ressalta que a vacinação é a medida mais importante, mas deve ser acompanhada por alimentação saudável, sono adequado e um acompanhamento ambulatorial frequente da criança com o pediatra. Sintomas “É sempre importante a avaliação do quadro por um pediatra para que se diagnostique corretamente a doença e avalie a presença de complicações que podem acontecer quando não se há um diagnóstico correto e a tempo” Pedro Bianchini, infectologista do HRSM Os principais sintomas da pneumonia são febre, respirações mais rápidas e curtas, além de piora do estado geral da criança, diminuição do apetite e dor abdominal. “São sintomas comuns na pediatria e que se confundem com resfriado e sibilância/bronquite, por isso essa distinção deve ser feita após a avaliação clínica, que pode envolver a solicitação de exames de sangue e de imagem”, comenta o médico. “Por isso, em caso de sintomas, é indicado buscar o atendimento médico com urgência”. De acordo com o infectologista, a necessidade da internação vai depender da avaliação do pediatra. Fatores como a gravidade clínica e idade da criança influenciam nessa decisão. O médico alerta que as principais complicações da pneumonia bacteriana são o derrame pleural, quando há inflamação e líquido na pleura – membrana que recobre os pulmões -, com necessidade de maior tempo de internação e antibioticoterapia e eventualmente necessidade de fazer drenagem. Pneumatoceles – lesão pulmonar – e abscessos também podem ser complicações da pneumonia bacteriana, mas são eventos raros e também implicam uma necessidade maior de antibioticoterapia e internação hospitalar. “A principal complicação da pneumonia viral é a sobreposição com a pneumonia bacteriana”, adverte o médico. “Alguns casos de pneumonia podem evoluir com síndrome aguda respiratória grave ou sepse, infecção generalizada. São menos frequentes, mas podem acontecer. Por isso, é sempre importante a avaliação do quadro por um pediatra para que se diagnostique corretamente a doença e avalie a presença de complicações que podem acontecer quando não se há um diagnóstico correto e a tempo.” Normalmente, frente a um quadro de pneumonia grave, a criança tem grande capacidade de regeneração e cicatrização, na maioria das vezes, sem sequelas significativas. Essa situação, porém, não costuma ocorrer com a população adulta, faixa etária em que é comum o aparecimento de fibrose e outras sequelas nos pulmões. *Com informações do IgesDF
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Chegada do inverno acende alerta sobre doenças respiratórias no DF
É no período mais frio do ano que as doenças respiratórias aparecem com mais frequência, devido à maior circulação dos vírus e bactérias que provocam as enfermidades, mais fáceis de serem transmitidas em ambientes com aglomeração. A chegada do inverno, neste fim de junho, acende o alerta sobre os problemas de saúde típicos do tempo frio e seco. A fisioterapeuta Carla de Oliveira Nunes já garantiu a dose anual contra a influenza junto à filha Isabel na UBS da Asa Sul | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília De acordo com a pneumologista do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) Gilda Elizabeth , este é o momento de caprichar na ingestão de líquidos, frutas e procurar uma alimentação mais leve, além de umidificar o ambiente. “Com o tempo mais seco, as crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias crônicas sofrem mais pela dificuldade de respiração”, explica a médica. Ela também chama atenção para a ferramenta de combate mais importante para a prevenção de quadros mais graves: a imunização. Arte: Fábio Nascimento “É importantíssima, especialmente no tempo certo, contra a disseminação de vírus. Nessa época, a procura no consultório aumenta demais e a vacinação diminui muitos casos graves, como pacientes que vão para a UTI ou precisam de intubação, que é o que preocupa”, ressalta a especialista. “Além de manter as doenças crônicas sob controle, é preciso que a população procure as unidades básicas de saúde mais próximas, com o cartão de vacina e documento, para colocar o calendário vacinal em dia. Especialmente os grupos prioritários”, reforça a gerente da Rede de Frio da Secretaria de Saúde do DF, Tereza Luiza. A fisioterapeuta Carla de Oliveira Nunes, 40, já garantiu a dose anual contra a influenza junto à filha Isabel na UBS da Asa Sul. Trabalhando na área da saúde e já tendo vivido diversas epidemias, ela ressalta a importância de manter as vacinas em dia e o benefício de ser um serviço gratuito disponível para toda a comunidade. “É uma questão de prevenção dos casos mais graves da influenza, então todo ano a gente mantém a questão vacinal, porque todo ano o vírus se reformula e a gente precisa tomar novamente a vacina. Se a gente não tivesse acesso pela rede pública, talvez a gente não tivesse também essa proteção, porque a vacina é uma coisa cara. A gente paga com imposto, então acho que as pessoas deveriam aproveitar esse acesso”, observa. “É muito importante todo mundo estar vacinado, ainda mais nesse tempo de seca. Muitas crianças e adultos têm doenças respiratórias como rinite e sinusite nesse período, que podem agravar os quadros. E não é em todo lugar que você encontra essas vacinas. Aqui a população mais pobre e todo mundo consegue ter acesso. Sem o SUS e os postos de saúde, a maioria não estaria vacinada”, reforça a enfermeira Bruna Cabral, 28, que também se vacinou contra a covid-19 na UBS da Asa Sul. Para frear possíveis infecções graves resultando em internações hospitalares e prevenir novos casos, diversas vacinas estão disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde. Confira a seguir as doenças respiratórias mais comuns e como se prevenir de cada uma.
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Infectologista atua direta e indiretamente na assistência em saúde da população
O médico infectologista é especializado no cuidado ao paciente com doenças infectocontagiosas, que podem ser causadas por microrganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas. Diferentemente de outras especializações médicas, o profissional não atua particularmente sobre um determinado órgão ou sistema do corpo humano. Seu olhar é abrangente: da pele ao cérebro, dos microrganismos ao meio ambiente; assim como a interação com os demais especialistas em saúde. A médica infectologista Maria Aparecida Lustosa resume: “Sou consultora para o uso racional de antimicrobianos em pacientes que estão internados nas unidades de terapia intensiva (UTI). Também atuo com medidas educativas, que envolvem a ação mais simples e também a mais efetiva para a prevenção de infecções, que é a higienização das mãos” | Foto: Daniel Ribeiro/Agência Saúde-DF Em 11 de abril, celebramos o Dia Nacional do Infectologista. A data foi escolhida em 2005, em referência ao dia de nascimento de Emílio Ribas, notável médico reconhecido como um dos pioneiros no campo das doenças infecciosas no Brasil. “Nós ainda temos esse compromisso a mais de acolher as pessoas, de levantar a bandeira e dizer que aqui é um local de refúgio e de segurança para o seu tratamento”, reforça a médica infectologista do Cedin, Luiza de Matos| Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Prevenção e controle A prevenção e o controle são as principais medidas para o enfrentamento da maioria das doenças transmissíveis. Por este motivo, todos os hospitais da rede pública da Secretaria de Saúde do Distrito Federal contam com ao menos um médico infectologista atuando junto ao Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH), que tem como ênfase o combate às infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). As ações educativas contínuas junto aos demais profissionais de saúde contribuem para a minimização dos riscos de contaminação cruzada, que se dá pela transferência de microrganismos de uma pessoa, superfície ou objeto para outra pessoa. Outro elemento frequentemente associado a esses tipos de infecções são os microrganismos multirresistentes, aqueles que apresentam resistência à antimicrobianos (RAM) – associada, entre várias causas, ao mau uso de medicamentos. Há seis anos acompanhado pelo Cedin, Silvano da Silva, 58 anos, demonstra gratidão à equipe multiprofissional. “Esse lugar caiu do céu pra mim. Foi um alento” | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF “Sou consultora para o uso racional de antimicrobianos em pacientes que estão internados nas unidades de terapia intensiva (UTI). Também atuo com medidas educativas, que envolvem a ação mais simples e também a mais efetiva para a prevenção de infecções que é a higienização das mãos”, resume a médica infectologista Maria Aparecida Lustosa, com mais de 20 anos de experiência no controle e prevenção de infecções hospitalares, integrante do NCIH do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Assistência direta O infectologista também pode atuar no ambiente clínico, prestando assistência direta a pacientes. Pessoas que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) representam um dos principais atendimentos prestados. O Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) é a unidade de saúde no DF que oferece atenção especializada de média complexidade aos pacientes com IST, tuberculose, hanseníase. Há seis anos, Silvano da Silva, 58 anos, é acompanhado pela equipe multiprofissional do centro de referência. Em 2019, em exame realizado no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), instalado na Rodoviária do Plano Piloto, recebeu o resultado positivo para HIV. Foi encaminhado para o Cedin, onde deu início imediato ao tratamento. Em dois meses já apresentava carga viral indetectável. “Esse lugar caiu do céu pra mim. Foi um alento. Hoje, levo a minha vida normalmente. Sou muito grato a todo o pessoal daqui”, declara o morador de Ceilândia. A sociedade não escapa do amplo olhar do médico infectologista. Afinal, no contexto das doenças infectocontagiosas, os fatores sociais, econômicos e culturais – Determinantes Sociais da Saúde (DSS) – influenciam o risco de infecção. No Cedin, o trabalho de cidadania é compreendido com igual importância à atuação biomédica. “Nós ainda temos esse compromisso a mais de acolher as pessoas, de levantar a bandeira e dizer que aqui é um local de refúgio e de segurança para o seu tratamento”, reforça a médica infectologista Luiza de Matos. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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Conheça as variações do vírus transmitido pelo Aedes aegypti
Considerada uma doença infecciosa, a dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. A doença febril aguda se manifesta de forma rápida, sendo mais prevalente em períodos chuvosos e quentes, e possui quatro sorotipos – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 – que podem causar a forma clássica ou evoluir para quadros graves que chegam a comprometer órgãos como fígado, cérebro e coração. A distinção entre os vírus é importante para o monitoramento epidemiológico | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde No Distrito Federal, o DENV-1 é o sorotipo mais comum, embora tenha sido observado um aumento significativo do DENV-2. De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES-DF) divulgado na terça-feira (20), o sorotipo 2 foi detectado em quase 10 mil casos, enquanto o tipo 1 apareceu em cerca de 1,1 mil ocorrências. Os sorotipos 3 e 4 ainda não foram identificados na capital. [Olho texto=”“Crianças de até 2 anos, idosos e imunossuprimidos, como diabéticos e hipertensos, são os que têm mais risco de evolução para a dengue grave” ” assinatura=”David Urbaez, infectologista da Secretaria de Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Todos os quatro tipos de vírus podem gerar formas assintomáticas, leves ou graves e, inclusive, levar a óbito. Após contrair um vírus da dengue, o corpo desenvolve imunidade a ele. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a segunda infecção por qualquer sorotipo da doença tende a ser mais grave que a primeira, independentemente da ordem dos sorotipos. O DENV-2 e o DENV-3 são considerados mais virulentos. Nesse contexto, a reinfecção por um sorotipo diferente é fator de risco para a dengue hemorrágica, pois o sistema imunológico pode reagir de maneira intensificada. Embora a dengue afete todas as faixas etárias, alguns grupos têm maiores chances de desenvolver complicações. “Crianças de até 2 anos, idosos e imunossuprimidos, como diabéticos e hipertensos, são os que têm mais risco de evolução para a dengue grave”, afirma o médico David Urbaez, referência técnica distrital (RTD) de infectologia da SES-DF. Sinais de alerta [Olho texto=”Sintomas da dengue comum e da grave são os mesmos nos primeiros dias da doença” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] A primeira manifestação da dengue, normalmente, é a febre alta (acima de 38 graus), de início abrupto, que costuma persistir por dois a sete dias, acompanhada de dores de cabeça, atrás dos olhos, no corpo e nas articulações, além de prostração, fraqueza, manchas vermelhas, erupções e coceira na pele. Tanto a dengue clássica quanto a grave têm os mesmos sintomas nos primeiros dias. Entre os sinais de alerta que ocorrem, habitualmente, entre o quarto e o quinto dia, no intervalo de três a sete dias de doença, estão dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Há ainda casos assintomáticos ou com a presença de apenas um sintoma. Detecção A distinção entre os vírus é importante para o monitoramento epidemiológico, enquanto os exames laboratoriais são fundamentais no diagnóstico da dengue, além de contribuírem para a implementação de medidas preventivas e controle da doença. No DF, a SES-DF oferece o exame PCR em Tempo Real (RT-PCR), responsável por determinar qual dos sorotipos está causando a infecção. O material é analisado no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) a partir da amostra de sangue colhida na Atenção Primária – tendas de hidratação ou unidades básicas de saúde (UBSs). “A técnica é capaz de identificar o vírus precocemente, auxiliando na conduta terapêutica do paciente”, explica a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo da Silva. “O diagnóstico é rápido, sensível e específico, o que a torna uma ferramenta diagnóstica de alta confiabilidade.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O tempo de coleta do sangue para a realização do exame RT-PCR é do primeiro ao quinto dia do início de sintomas. Quando a amostra chega ao laboratório, é processada para a extração e a identificação do material genético do vírus. Isso é feito com reagentes específicos e equipamentos próprios. Ao final, os profissionais analisam os resultados obtidos para subsidiar os laudos. A liberação dos resultados ocorre em até três dias após o recebimento das amostras, podendo ser menor nos casos prioritários ou graves previamente indicados. Desde o início deste ano, o laboratório registrou mais de 17 mil amostras de casos suspeitos de dengue processadas por meio da técnica de RT-PCR. Atendimento Ao primeiro sinal de sintomas, a pessoa com suspeita de dengue deve procurar a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima. As estruturas desses espaços foram adaptadas para realizar hidratação venosa, se necessário. Caso haja sinais mais graves, os pacientes serão encaminhados às unidades de pronto atendimento (UPAs) ou aos hospitais regionais. Além das UBSs e das UPAs, há tendas de acolhimento à população, das 7h às 19h, nas seguintes regiões do DF: Ceilândia (P Sul), Samambaia, Sol Nascente, Brazlândia, Taguatinga, Santa Maria, Recanto das Emas, São Sebastião, Estrutural e Sobradinho. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Medidas preventivas contribuem para redução das doenças sazonais
Com a chegada do outono, fatores climáticos e circunstanciais contribuem para a maior disseminação de vírus respiratórios. Por ainda não possuírem sistema imunológico fortalecido e pelo maior contato interpessoal, as crianças são as principais acometidas por essas doenças. A Secretaria de Saúde (SES) recomenda medidas preventivas para reduzir a transmissão dos patógenos. Vacinar as crianças é uma das atitudes de prevenção fundamentais a serem adotadas nesta época | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde A médica Juliana Macêdo, referência técnica em pediatria da SES, alerta: “A adoção dessas medidas contribui para o menor adoecimento das crianças, para a redução dos casos graves e, consequentemente, para a diminuição dos impactos no atendimento”. Só em 2023, quase 63 mil atendimentos relacionados a síndromes gripais já foram prestados pela Atenção Primária à Saúde. Desse total, mais de 42% envolvem crianças até 14 anos. Entre os pacientes pediátricos, os bebês de dois a quatro anos são maioria. Etiqueta respiratória Arte: Agência Saúde A chamada “etiqueta respiratória”, amplamente difundida durante a pandemia da covid-19, contribui para conter a disseminação de gotículas respiratórias e inibir a própria contaminação. São procedimentos a serem adotados por toda a população, a começar pelos ambientes escolares. De maneira geral, as doenças respiratórias têm como modo de transmissão direto a inalação de gotículas expelidas pelo indivíduo infectado; indiretamente, o contágio pode ocorrer pelo contato com as secreções de outros doentes. No Guia de Vigilância em Saúde, são apresentadas várias medidas de prevenção e controle para essas doenças. No ambiente escolar, cuidadores e crianças devem ser encorajados a adotar bons hábitos. “Todas as escolas da rede pública tiveram uma pia instalada em sua entrada”, lembra o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero. “A ativação delas para uso regular pela comunidade escolar é um procedimento importante de higienização”. Em um contexto infantil, adultos responsáveis são figuras fundamentais do processo formativo. “A fase escolar é o contexto adequado para que a criança aprenda sobre saúde, reconhecendo as atitudes adequadas praticadas em casa e em sala de aula, por exemplo; essa é a oportunidade de entender que o cuidado é individual, mas a saúde é coletiva”, reforça Dino Valero. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Vacinação A vacinação é um instrumento fundamental de prevenção – em especial, em relação à gripe, causada pelo vírus influenza, e ao coronavírus. A imunização contra a covid-19 é dividida por faixa etária. Informações completas e pontos de vacinação são encontrados neste site. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Gotinha da pólio para uma vida adulta mais saudável
Mesmo após o prazo da campanha contra poliomielite ter sido prorrogado duas vezes neste ano, a procura pela vacina ainda é baixa. Até o momento, apenas 46,93% das crianças de 1 a 5 anos incompletos se imunizaram. A meta é chegar a 95% dessa faixa etária. [Olho texto=”“Conclamamos a todas as mães, todos os pais e responsáveis que levem seus filhos para vacinar”” assinatura=”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde” esquerda_direita_centro=”direita”] “Como o último caso da poliomielite ocorreu há cerca de 30 anos, a população tem uma impressão errada de que a doença não existe mais”, afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. A médica destaca que, enquanto houver algum caso de poliomielite no mundo, é necessário bloquear a entrada desse vírus aqui novamente. “Por isso, conclamamos a todas as mães, todos os pais e responsáveis que levem seus filhos para vacinar”. Com 75.224 doses da vacina aplicadas, de 8 de agosto até 14 de outubro, a responsável técnica da Vigilância da Poliomielite do DF, Joana Castro, reforça que a pólio é uma doença contagiosa. Ela pode infectar crianças e adultos, deixar sequelas e até matar. “Não tem cura. A partir do momento que desenvolve a forma paralítica, a pessoa fica com aquela deformidade para o resto da vida”, alerta. A meta da Secretaria de Saúde do Distrito Federal é alcançar a imunização contra a poliomielite de 95% das crianças entre 1 e 5 anos de idade | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil Segundo a profissional de saúde, a imunização é a principal forma de prevenir contra as doenças. “Nosso território já conseguiu, graças à vacinação, erradicar a pólio”, ressalta. O coordenador da Atenção Primária, Fernando Erick Damasceno, destaca a preocupação do surgimento de novos casos de poliomielite pela baixa cobertura vacinal. “Há um risco iminente desse retorno acontecer por causa das baixas coberturas vacinais. É de fato um risco a reintrodução de doenças que já estavam eliminadas”. Vacinas Os imunizantes estão disponíveis em salas de vacinas em Unidades Básicas de Saúde de todo Distrito Federal. Esses pontos são atualizados diariamente e podem ser acessados no link https://www.saude.df.gov.br/vacinacao-de-rotina/ [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Neste sábado (15), a secretaria vai reforçar a imunização em 17 locais fixos e em cinco carros da vacina. Além da pólio, haverá imunização contra tríplice viral, tétano, febre amarela e influenza. Ainda será oferecida a testagem e proteção contra a covid-19 para primeira dose, segunda dose e os reforços. Prorrogação da campanha O encerramento da campanha estava previsto para 9 de setembro, mas o Ministério da Saúde prorrogou para dia 30 do mesmo mês. Os índices continuaram baixos, e o Distrito Federal prorrogou o término das campanhas de vacinação para o dia 28 de outubro. Informações e boletins epidemiológicos sobre a vacinação podem ser acessados no link https://www.saude.df.gov.br/cobertura-vacinal *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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