Unaids visita rede de cuidado a pessoas com HIV da Secretaria de Saúde
Integrantes da Junta de Coordenação do Programa (PCB, sigla em inglês para Programme Coordinating Board), o colegiado de governança do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), visitaram, no início desta semana, o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), na Asa Sul, e a Policlínica 2 de Ceilândia. A expectativa é que as experiências observadas contribuam para a replicação de boas práticas nos países respectivos. Reunião da Junta de Coordenação do Unaids está sendo realizada no DF | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF O colegiado está no Distrito Federal para a 57ª reunião do PCB, que foi aberta na terça-feira (16) e segue até esta quinta (18). As visitas de campo são sempre feitas na cidade-sede do encontro. O objetivo é apresentar a resposta nacional ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) e à Aids, destacando as especificidades do modelo de atenção à saúde adotado pelo país anfitrião, bem como os aprendizados que podem ser compartilhados no cenário internacional. “Explicamos como passamos aos pacientes com HIV todo o fluxo de atendimento e os serviços disponíveis na Secretaria de Saúde [SES-DF]”, detalhou o infectologista Lino Neves, da Policlínica II Ceilândia, que recepcionou o grupo para apresentar a resposta ao HIV/Aids na Regional Oeste de Saúde. [LEIA_TAMBEM]Assistência e cuidado no DF Durante todo o ano, a SES-DF oferece testes rápidos para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além das profilaxias pré (PrEP) e pós (PEP) exposição ao HIV/Aids — métodos para evitar que novas pessoas se infectem pelo vírus. Esses tratamentos são encontrados em algumas unidades básicas de saúde (UBSs), no Cedin e na Unidade de Testagem, Aconselhamento e Imunização (Utai). No âmbito da pasta, foi criado, ainda, um grupo de trabalho interinstitucional para desenvolver o protocolo de fluxo da PrEP ao HIV às UBSs que atuam no sistema prisional do DF, iniciativa pioneira no Brasil. *Com informações da Secretaria de Saúde
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HTLV: conheça essa infecção sexualmente transmissível
O nome pode não ser muito popular: Human T-cell Lymphotropic Vírus. Mas o vírus HTLV, da mesma família do bem mais conhecido HIV, faz parte do trabalho diário da Secretaria de Saúde (SES-DF) para proteger a população do Distrito Federal. Hoje, 10 de novembro, Dia Mundial do HTLV, ganham destaque as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento. No Distrito Federal, já existe até lei para proteger bebês desse vírus. Gestantes que estiverem contaminadas podem transmitir posteriormente o vírus ao bebê, durante a amamentação | Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde-DF O HTLV tem semelhanças com o HIV, vírus causador da Aids, também sendo uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que afeta o sistema imunológico. No caso das gestantes, a preocupação é maior: uma mãe pode contaminar um bebê por meio da amamentação. Por este motivo, em 2024, a Lei nº 7.619 determinou a inclusão do teste de detecção do vírus na lista de exames obrigatórios no pré-natal das gestantes do Distrito Federal. Antes mesmo da lei, a SES-DF já intensificava a prevenção. Entre 2017 e 2024, foram aplicados mais de 180 mil exames de triagem para HTLV em gestantes, ainda no primeiro trimestre. As que tiveram resultados positivos passaram por novas testagens para confirmar o diagnóstico. Mediante resultado positivo, além de iniciar o acompanhamento, a mulher não pode amamentar o bebê, tal como ocorre com as portadoras do HIV. Entre 2013 e 2023, foram diagnosticadas 260 gestantes com infecção pelo HTLV no DF. São cerca de 0,7 casos para cada grupo de mil gestantes. De acordo com a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF, Beatriz Maciel Luz, estima-se que existam cerca de 2 mil pessoas vivendo com HTLV no DF. “É uma infecção silenciosa e negligenciada, com baixa visibilidade social e poucas campanhas de comunicação”, enfatiza. “Além disso, ainda não existe tratamento curativo nem vacina disponível, e os casos muitas vezes permanecem subdiagnosticados. Por isso, o tema acaba sendo menos abordado em comparação a outras ISTs”. Notificações [LEIA_TAMBEM]A vigilância epidemiológica da SES-DF trabalha para identificar pacientes. Todo caso positivo é de notificação compulsória, e o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) participa do monitoramento. A SES-DF também firmou parcerias com instituições como Ministério da Saúde, Fiocruz e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), tanto para ações de vigilância epidemiológica quanto educativas. Desde 2023, a SES-DF promove oficinas de capacitação para profissionais de saúde, abordando diagnóstico, vigilância, aconselhamento e manejo clínico das pessoas com HTLV. A pasta também trabalha para criar uma linha de cuidados específicos para os pacientes. A porta de entrada para o acompanhamento e testagem de HTLV em gestantes é a unidade básica de saúde (UBS). *Com informações da Secretaria de Saúde
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Distrito Federal se destaca em ampliação do uso de profilaxia contra o HIV
O Distrito Federal tem avançado na oferta e na adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). De acordo com o Ministério da Saúde, em 2023, a capital alcançou a categoria 4 no monitoramento da estratégia. Isso significa que, assim como São Paulo, há pelo menos uma pessoa em uso da PrEP para cada quatro novos casos de HIV registrados no DF. O índice mostra que, se o ritmo for mantido, a transmissão do vírus pode realmente ser reduzida nos próximos anos. Medicamentos: quando usada corretamente, a profilaxia pré-exposição (PrEP) pode reduzir em mais de 90% o risco de infecção | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde O DF também é destaque nacional na continuidade do tratamento. Enquanto a média brasileira de descontinuidade da medicação é de 30%, por aqui o registro aponta para 21% - o menor índice do país. “Os números são resultado direto do trabalho comprometido e qualificado das equipes de saúde”, afirma a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde (SES-DF), Juliane Malta. “São profissionais que, na ponta, acolhem, orientam e acompanham cada pessoa com cuidado e respeito. Ainda temos desafios pela frente, mas estamos no caminho certo para ampliar o acesso e promover uma resposta cada vez mais eficaz ao HIV.” O HIV é transmitido principalmente por meio dos fluidos corporais específicos durante relações sexuais sem proteção, compartilhamento de seringas e também de mãe para filho durante o parto (quando não for bem-assistido). Público-alvo Qualquer pessoa interessada pode requisitar o uso da profilaxia – inclusive adolescentes, a partir de 15 anos, pesando 35 kg ou mais, sem necessidade de autorização dos pais. O medicamento será dispensado após consultas e exames para avaliar a situação da saúde do indivíduo. Os segmentos prioritários são pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas que fazem uso repetido da profilaxia pós-exposição (PEP) e parcerias heterossexuais ou homossexuais em que uma das pessoas vive com HIV. Além desses públicos, Malta reforça que mulheres cisgênero heterossexuais também devem ficar atentas às informações sobre prevenção de HIV. A PrEP é uma das ferramentas mais eficazes para a prevenção do HIV. Quando usada corretamente, pode reduzir em mais de 90% o risco de infecção. A SES-DF disponibiliza a profilaxia gratuitamente em diversos pontos do DF. O acesso é simples, confidencial e seguro. HIV e Aids ⇒ O HIV é um microrganismo que ataca o sistema imunológico. Uma pessoa infectada pode não apresentar sintomas ou desenvolver Aids ⇒ A Aids é a infecção pelo HIV em estágio avançado. Não é o vírus em si, mas um conjunto de sinais que comprometem as defesas imunológicas ⇒ Embora não exista cura para a Aids, o tratamento antirretroviral pode controlar a infecção, permitindo que pessoas vivendo com HIV tenham uma vida longa e saudável ⇒ O tratamento correto pode fazer com que o paciente atinja a carga viral indetectável para o HIV, ou seja, tão baixa que não pode ser detectada por testes-padrão. Nesse caso, a pessoa também não transmite o vírus. *Com informações da Secretraria de Saúde
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Alunos da rede pública do DF participam de Oficina de Comunicação em Saúde sobre HIV e Aids
Mais de 50 adolescentes da rede pública de ensino do Distrito Federal integraram uma oficina de comunicação em saúde, focada em informações sobre o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a Aids. A atividade reforça o dia mundial da luta contra a doença, lembrada, anualmente, em 1º de dezembro. Realizado na última quinta-feira (28), o encontro ocorreu no Espaço Renato Russo, na Asa Sul. O equipamento público recebe o nome do cantor e compositor brasileiro, morto devido a complicações causadas pelo HIV em 11 de outubro de 1996, na época com 36 anos. “Os adolescentes desconhecem as histórias de pessoas que viveram e morreram com a doença em um contexto muito diferente do de hoje. Principalmente em relação à prevenção, diagnóstico e tratamento”, afirmou a gerente do local, Beatriz Maciel Luz. Além do material para pesquisa e confecção de produtos, os estudantes contaram com o auxílio de profissionais de comunicação | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF A oficina é resultado do trabalho conjunto das Secretarias de Saúde (SES-DF) e de Educação (SEEDF) com o Ministério da Saúde e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Comunicação em saúde Divididos em grupos, os estudantes de nível médio do Centro Educacional (CED) 203 do Recanto das Emas e do Centro de Ensino Médio (CEM) 404 de Samambaia produziram peças comunicativas acerca de um tema específico, em formato de publicação para as redes sociais ou de obra teatral. As maneiras de transmissão do HIV e as diferentes abordagens de prevenção combinada foram algumas das propostas apresentadas ao final. Os jovens elogiaram, principalmente, as informações sobre os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o incentivo ao aprendizado em grupo. “Aprendi que existem muitas formas de encontrar assistência. Não precisa ser somente com as pessoas que a gente conhece. Nas unidades de saúde você consegue conversar, contar a sua história e obter métodos de prevenção e testes”, ensinou Jéssica Cristina, 16, aluna do 1º ano do CEM 404 de Samambaia. Além do material para pesquisa e confecção de produtos, os estudantes contaram com o auxílio de profissionais de comunicação. Para a jornalista Kamila Rodrigues, da equipe de instrutores da oficina, o convívio com os adolescentes teve grande valor para o seu trabalho. “A forma lúdica de tratar esse tipo de assunto tem grande eficácia como estratégia de comunicação. A gente precisa aprender a comunicar, com leveza, os temas sérios”, avaliou. Prevenção e diagnóstico precoce As pessoas entre 20 e 39 anos representam mais de 70% dos quase 3,8 mil casos de infecção pelo HIV em residentes do DF, segundo dados de 2019 a 2023 do Informativo Epidemiológico. Nos casos de Aids, essa faixa etária soma três quintos das 1,3 mil notificações. Os testes rápidos para HIV podem ser realizados na rede de 176 Unidades Básicas de Saúde (UBS) do DF ou no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). Atualmente, também estão disponíveis autotestes, o qual a pessoa pode realizar onde e quando quiser. Além disso, em respeito à intimidade e à privacidade, não é permitido divulgar o diagnóstico de HIV de uma pessoa, sem prévia autorização. A melhor forma de evitar o HIV/Aids é a prevenção combinada, que consiste no uso integrado de diferentes abordagens de prevenção, também disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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DF tem rede referência de assistência a pacientes com doenças infecciosas
Causadas por micro-organismos como bactérias, fungos, vírus, parasitas e protozoários, as doenças infecciosas quando atingem gravidade têm um percentual relevante de mortalidade em todo o país. Por esse motivo, a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos são essenciais para a manutenção da saúde da população. No Distrito Federal, a rede pública conta com uma cadeia de assistência a pacientes com as patologias que começa nas unidades básicas de saúde e pode passar por ambulatórios, hospitais e até o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin). A rede pública do DF conta com uma cadeia de assistência a pacientes com doenças infecciosas que começa nas UBS’s e pode passar por ambulatórios, hospitais e até o Cedin | Fotos: Matheus H. Souza/ Agência Brasília “O mais importante em relação ao atendimento é que as doenças infecciosas perpassam todas as áreas. Tem um conjunto de doenças em que o tratamento acontece dentro dos próprios hospitais, com os pacientes internados. Temos também tratamentos nas áreas ambulatoriais especializadas, onde temos demanda sobretudo de pessoas com HIV, Aids e hepatites virais, mas a própria Atenção Primária consegue atender muitos casos, já que a imensa maioria tem um desfecho favorável desde que atendida nos primeiros estágios”, comenta o médico infectologista e Referência Técnica de Infectologia da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), José David Urbaez. As doenças infecciosas habitualmente têm um espectro clínico de iniciarem de forma leve, mas se não forem tomadas as devidas providências, elas evoluem e se tornam casos graves. Alguns componentes também são importantes para o desenvolvimento da doença, como a vulnerabilidade social e a imunossupressão. Segundo o médico infectologista, quadros de febre são considerados sinais de alerta para as patologias infecciosas em geral. Prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos são essenciais para a manutenção da saúde da população, em especial no que diz respeito a doenças infecciosas “Muitas delas têm uma característica fundamental que é provocar febre, que talvez seja um elemento muito orientador de tudo. Teve o sintoma, a orientação é procurar uma unidade básica de saúde para se fazer a abordagem semiótica e toda a parte de cuidados básicos, bem como os testes rápidos. A partir de um diagnóstico precoce rapidamente é possível tomar as atitudes cabíveis e tratar a doença”, informa. Atendimento especializado Há mais de dois anos, José (nome fictício) recebeu o diagnóstico de HIV. “Estava passando muito mal, com a imunidade baixa, a pele muito vermelha e fui em busca de saber o que era. Fui à UPA [unidade de pronto atendimento], fiz o exame, fui diagnosticado e me encaminharam para cá”, diz se referindo ao Cedin, local onde faz acompanhamento desde então. “Fiz mais exames aqui e uma semana depois passei a tomar o tratamento e fui melhorando”, conta. Para o homem, ser acolhido em um espaço especializado fez toda a diferença. Seja porque conseguiu abaixar a carga viral, seja pela assistência que conta no local. “O Cedin é a melhor coisa que tem. Está salvando a minha vida de forma gratuita. Querendo ou não, é uma grande ajuda. Eu não teria como comprar os medicamentos, seria tudo muito caro. Além do medicamento e dos exames, tenho tido acompanhamento psicológico e psiquiátrico, o que é muito acolhedor”, destaca. Atualmente, o Cedin é referência nos tratamentos para HIV/Aids, hepatites virais crônicas, tuberculose e hanseníase e também atende casos de HTLV (infecção causada pelo vírus T-linfotrópico humano) e de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) complicadas, que não foram resolvidas na Atenção Primária. Por não se tratar de um serviço “porta aberta”, os pacientes são encaminhados por outras áreas de atenção da SES. “Atendemos pessoas que foram diagnosticadas com esses agravos fora daqui e que precisam de um atendimento mais específico. Servimos de retaguarda para a rede”, explica a infectologista do Cedin, Denise Arakati. A infectologista do Cedin, Denise Arakati, ressalta a importância do diagnóstico precoce: “A população precisa se atentar para os sinais e sintomas dessas doenças” A maior parte dos atendimentos no centro especializado é de pacientes com HIV. O local atende 60% dos casos em todo o Distrito Federal. “Temos em torno de 5,5 mil pacientes ativos com HIV. Também atendemos muitos casos de tuberculose resistente ou complicada, mas como eles têm alta, o número oscila bastante. A média é de 30 a 40 pacientes em acompanhamento”, acrescenta. A infectologista destaca a importância do diagnóstico precoce. “A população precisa se atentar para os sinais e sintomas dessas doenças, e procurar um serviço de saúde. Hoje, no Brasil, temos 100 mil pessoas com HIV que não sabemos quem são. Da mesma forma acontece com a tuberculose, detectamos de 80% a 90% dos casos, mas temos esse outro percentual que o sistema não consegue capturar. Então é importante se testar para essas doenças”, revela Denise.
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Incorporação da PrEP nas estratégias de prevenção ao HIV completa sete anos no SUS-DF
“Dá muito medo e muita vergonha também, porque a gente é muito orientado. Na inconsequência, na loucura, na bebida, no meio da emoção a gente acaba se descuidando”, desabafou o auxiliar de serviços gerais Fabiano Freire, 30, após ser contaminado por uma infecção sexualmente transmissível (IST). Sabendo dos serviços de saúde públicos por meio de amigos, ele se dirigiu ao Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin-DF), o antigo Hospital Dia localizado na 508 Sul, para receber atendimento. A PrEP completa sete anos no Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser prescrita por qualquer médico ou enfermeiro do DF | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília “Infelizmente não me cuidei e acabei adquirindo algo que graças a Deus é curável. E, mesmo sendo inconsequente, a gente tem um ambiente tão bom e agradável para ser acolhido, isso é tão importante, poder ter uma estrutura como essa, acesso a um serviço gratuito de qualidade, onde os funcionários atendem muito bem. Principalmente para quem, assim como eu, não tem condições financeiras. É ruim a gente se contaminar com uma coisa e não saber para onde ir, porque eu não tenho um plano de saúde que oferece esse serviço”, completou. Esse atendimento que acolheu Fabiano faz parte de uma grande rede de assistência. Entre as estratégias de saúde ofertadas pela rede pública do Distrito Federal, está a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), uma medida que combate o vírus que ataca o sistema imunológico e é causador da Aids. A estratégia de prevenção é eficaz e segura em pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção e consiste no uso de medicamentos antirretrovirais (ARV). Disponível gratuitamente na rede pública de saúde desde 2018 em Brasília, a PrEP completa sete anos no Sistema Único de Saúde (SUS) e atualmente pode ser prescrita por qualquer médico ou enfermeiro do DF. Arte: Agência Brasília À frente da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel Luz explica que o funcionamento dos comprimidos de PrEP e Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) se dá no bloqueio de caminhos que o HIV usa para infectar o organismo. A partir do início da distribuição desse fármaco, em 2018, houve redução de novas infecções no DF – passando de 735 novos casos em 2018 para 674 em 2022. “Desde o ano passado o governo vem ampliando o atendimento e o acesso ao medicamento, já liberados para algumas UBSs. Hoje qualquer profissional de saúde pode prescrever a PrEP no DF e, além das outras estratégias, também há a inibição de lactação das mulheres soropositivas, com a distribuição de fórmula para as crianças”, explica a gerente. Ela frisa que, com a ampliação do programa em 2023, novos estudos serão feitos para analisar a incidência de casos no DF. Acesso às medicações “A PrEP não é só uma distribuição de medicação, ela é todo um programa que abrange desde o aconselhamento até a identificação do risco do usuário”, diz o gerente do Cedin, Leonardo de Sousa Ramos Tanto a PrEP quanto medicamentos estratégicos para pacientes com HIV são disponibilizados gratuitamente à população pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal que, em parceria com o Ministério da Saúde, desenvolve o programa de HIV/Aids. Para ter acesso a medicação, os pacientes devem preencher os requisitos estabelecidos pelo SUS e se enquadrar no público-alvo, que engloba determinados segmentos populacionais que, devido a vulnerabilidades específicas, estão sob maior risco de se infectar pelo HIV, em diferentes contextos sociais e tipos de epidemia. Os segmentos prioritários que têm indicação de PrEP são pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas que fazem uso repetido da PEP e parcerias heterossexuais ou homossexuais nas quais uma das pessoas é infectada pelo HIV e a outra não. Os documentos necessários para ter acesso aos medicamentos são o Formulário de Cadastramento de Usuário SUS – PrEP e a Ficha de Atendimento para PrEP. Acesse aqui. Locais de retirada Ainda que o atendimento e a prescrição possam ser efetuados em qualquer UBS, a retirada dos medicamentos é feita em lugares específicos da rede pública, sendo eles: Farmácia Escola, Policlínicas do Lago Sul, de Taguatinga e de Ceilândia e também o Cedin, que possui um ambulatório especializado de PrEP e funciona nas quartas-feiras das 7h30 às 11h e das 13h30 às 17h. Algumas UBSs já fazem parte da ampliação do tratamento, como a UBS 1 de Sobradinho, a UBS 9 de São Sebastião, a UBS do Gama, a UBS 1 do Cruzeiro Novo, a UBS 2 do Recanto das Emas, a UBS 1 de Candangolândia e a UBS 7 de Ceilândia. O gerente do Cedin, Leonardo de Sousa Ramos, afirma que há vagas abertas na unidade para atendimento da população mais vulnerável. O gestor lembra também que na última semana foi inaugurado o Espaço Saúde na Rodoviária do Plano Piloto, que oferece testagem rápida e kits de autoteste gratuitos para a população. “A PrEP não é só uma distribuição de medicação, ela é todo um programa que abrange desde o aconselhamento até a identificação do risco do usuário. A partir disso, a gente poder dar orientação com relação ao combinado de medicação, camisinha, testagem regular e outras estratégias. Isso é interessante para que as pessoas que se encontram em vulnerabilidade e com risco de exposição procurem a unidade para se prevenir”, destacou Ramos. Diferenças entre a PrEP e a PEP Segundo a enfermeira do ambulatório PrEP e do CTA do Centro Especializado em Doenças Infecciosas, Leidijany Paz, todo ano mais de mil pessoas são diagnosticadas com HIV no DF Com a PrEP sendo uma estratégia preventiva e planejada, a PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV) funciona como uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha) ou, ainda, acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico). Por ser uma urgência médica, deve ser iniciada o mais rápido possível – preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde. Para ter acesso aos medicamentos é necessário que o paciente passe por uma consulta médica em um serviço de pronto atendimento para que o médico avalie se há necessidade ou não de iniciar a PEP. Se constatada a necessidade, o médico deverá preencher o Formulário de Solicitação de Medicamentos – Profilaxia e os medicamentos serão dispensados nos próprios hospitais e UPAS que fazem parte da rede SES DF. Também é recomendado avaliar todo paciente com exposição sexual de risco ao HIV para um eventual episódio de infecção aguda pelos vírus das hepatites A, B e C. No caso de acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico), o trabalhador acidentado deverá ser atendido imediatamente no seu local de trabalho, em conformidade com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de Risco à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais (BRASIL, 2018) e em cumprimento à Norma Regulamentadora nº 7 (BRASIL,1978). A PEP está disponível no Cedin (antigo Hospital Dia); na Farmácia Escola do Hospital Universitário de Brasília (HUB); nas Policlínicas de Taguatinga, Ceilândia, Gama, Planaltina e do Lago Sul; nas emergências dos hospitais que fazem parte da rede SES-DF; nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e nas unidades básicas de saúde (UBSs). Para ter acesso aos medicamentos da PEP é necessário apresentar o documento de identificação com foto, o Cartão Nacional de Saúde – CNS (cartão do SUS) e o Formulário de Solicitação de Medicamento – Profilaxia. Diferentes estratégias É importante reforçar que a PrEP e a PEP fazem parte das estratégias de prevenção combinada do HIV. Dentro do conjunto de ferramentas da prevenção desta e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), inserem-se também: → A testagem para o HIV oferecida nas unidades de saúde da rede pública; → O uso regular de preservativos (que são distribuídos gratuitamente); → O diagnóstico oportuno e o tratamento adequado de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs); → A redução de danos e o gerenciamento de vulnerabilidades; → A supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral; → As imunizações contra hepatites virais. “É um serviço muito importante, tanto para mim quanto para os outros, porque a gente vem aqui, é bem atendido, o exame é rápido e já tem o resultado”, diz o aposentado Carlos Antônio de Lima O Cedin abriga também o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Brasília, que funciona por demanda espontânea ou agendamento. De acordo com a enfermeira do ambulatório PrEP e do CTA da unidade, Leidijany Paz, todo ano mais de mil pessoas são diagnosticadas com HIV no DF. “Esse número não precisava ser tão alto. Muitas vezes as pessoas chegam aqui preocupadas e ansiosas devido a uma exposição sexual desprotegida ou com alguma sintomatologia de IST. Aí ela passa pela coleta dos exames, pelo atendimento com um profissional que prescreve o tratamento e com certeza ela vai sair mais tranquila e orientada”, observa. A enfermeira pontua também que a unidade oferece um aconselhamento nessa área, onde a é identificada a vulnerabilidade que a pessoa tem e orienta quais estratégias de prevenção ela pode estar lançando mão no seu dia a dia para se prevenir. “É um serviço muito importante, tanto para mim quanto para os outros, porque a gente vem aqui, é bem atendido, o exame é rápido e já tem o resultado. Eu tenho diabetes, sou depressivo e, além de fazer o exame do HIV, eu acompanho com os médicos e faço meu tratamento certinho. Só temos a agradecer pelo SUS”, ressalta o aposentado Carlos Antônio de Lima, de 59 anos.
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GDF renova benefícios fiscais para importação de equipamentos para a Saúde
Pelo menos 42 medidas de redução ou isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Distrito Federal seguem com validade até abril de 2026. Os produtos atingidos foram listados no Decreto Legislativo nº 2.442, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal desta sexta-feira (3). “São isenções que já vínhamos praticando, mas que seriam interrompidas caso esses convênios não fossem renovados” Anderson Roepke, subsecretário da Receita do DF Entre os destaques, há medidas que impactam no dia a dia da saúde pública local. É o caso da isenção integral da cobrança do imposto para importação de equipamentos médico-hospitalares; para medicamentos de tratamento de câncer e da Aids; além de vacinas e inseticidas para combate à dengue. “São isenções que já vínhamos praticando, mas que seriam interrompidas caso esses convênios não fossem renovados”, explica o subsecretário da Receita do DF, Anderson Roepke. Segundo ele, a política de redução dos impostos para a saúde tem sido uma orientação da gestão atual como forma de ajudar no combate às doenças e melhor qualidade na oferta de tratamento aos pacientes. Além dos destaques para a área de saúde, o Convênio de ICMS nº 226 também prevê a isenção de ICMS para aquisição de veículos destinados a pessoas com deficiência física, mental ou pessoa autista. Também seguem com taxa zero do imposto os equipamentos e acessórios destinados às instituições que atendam pessoas com deficiências. O setor rural também segue com alguns benefícios. É o caso da isenção de ICMS para importação de reprodutores e matrizes caprinas e da redução na base de cálculo nas operações com equipamentos industriais e implementos agrícolas. *Com informações da Seec
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Países estrangeiros reconhecem ações de combate à Aids do HRC
Onze profissionais de saúde de seis países de língua portuguesa conheceram, nesta quarta-feira (13), os serviços disponíveis no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) para o combate à Aids e ao vírus causador da doença, o HIV. Os convidados – de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Portugal – puderam conversar com servidores da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) sobre diversas ações, com destaque para a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), além dos cuidados para evitar a chamada transmissão vertical, da mãe para o filho. Comitiva conversou com servidores da SES-DF sobre diversas ações de combate à Aids | Fotos: Divulgação/ Agência Saúde Alira Nhamaze, que atua no combate ao HIV em Moçambique, elogiou o serviço desenvolvido no HRC. “Tudo organizado. Posso levar a experiência do contato feito pelos profissionais com as mães, antes do parto”, disse. Ela destacou o protocolo brasileiro de fazer análises da carga viral das gestantes e das crianças recém-nascidas, além dos procedimentos adotados após o parto, como orientar para que não haja amamentação no caso de mães positivas para o vírus. “É uma boa estratégia para evitar a transmissão vertical”, argumentou. Alira Nhamaze, de Moçambique, elogiou o serviço desenvolvido no HRC Já o médico português Gonçalo Figueiredo Augusto ressaltou o fácil acesso à PrEP e à PEP, métodos necessários às pessoas com risco ampliado para contaminação pelo HIV, como profissionais do sexo ou cônjuges de pacientes da doença, bem como vítimas de violência e outros casos específicos. “A administração na PrEP é feita de uma forma muito mais acessível à população. Isso pode funcionar como um exemplo para Portugal”, afirmou o médico. Acesso facilitado No Distrito Federal, a PrEP e a PEP estão disponíveis em emergências hospitalares, policlínicas, no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) e até em unidades básicas de saúde (UBSs). No caso do HRC, pacientes interessados na medicação específica têm acesso ao serviço de maneira discreta: basta comparecer à entrada da policlínica das 7h às 12h e das 13h às 17h para ser encaminhado a consultórios reservados. “A própria rapidez e a proximidade do atendimento são melhores”, elogiou o médico europeu. No Distrito Federal, a PrEP e a PEP estão disponíveis em emergências hospitalares, policlínicas, no Cedin e nas UBSs A enfermeira Maria das Dores França, uma das servidoras da SES-DF que atuam na área, destacou ainda o fato de haver um atendimento completo aos pacientes. “O ambulatório também ajuda a identificar pessoas com HIV, pois todos que procuram o serviço são testados. Se for o caso, podemos começar o tratamento imediatamente”, ressaltou. Além disso, há o esclarecimento sobre outras doenças e a necessidade do uso de preservativos para reforçar a proteção – o acesso ao item também é fácil, com cestas para distribuição localizadas na entrada de unidades de saúde. Inaugurado há um ano, o ambulatório de PrEP e PEP do HRC realizou 1.984 atendimentos somente em 2023. Reconhecimento O superintendente da Região Oeste de Saúde, André Luiz de Queiroz, enfatizou a importância da visita como uma valorização da qualidade do serviço prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O Brasil é exemplo no mundo inteiro no tratamento da Aids. Essa visita é muito importante porque, além de mostrar o nosso trabalho, que eles já conhecem e sabem que é efetivo, é bom para trocar opiniões e informações”, afirmou. A visita faz parte da programação da 3ª reunião de países lusófonos, que acontece em Brasília, de 12 a 14 de março, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Ministério da Saúde do Brasil. Também ocorreram visitas a UBSs, ao Cedin, ao Hospital de Base do Distrito Federal, ao Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) e a unidades do sistema de saúde prisional. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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No Dezembro Vermelho, rede pública do DF fortalece prevenção ao HIV
Os casos de infecção pelo HIV e de Aids no Distrito Federal apresentaram queda de 9,8 para 7,3, por 100 mil habitantes, entre 2018 e 2022, segundo o Boletim Epidemiológico publicado pela Secretaria de Saúde (SES-DF). Os dados corroboram a política do sistema público de saúde do DF, que investe na disponibilização gratuita de métodos de prevenção da transmissão do vírus nas unidades básicas de saúde (UBSs) e nos serviços especializados. Acesso aos meios de evitar infecção pelo HIV está sempre disponível na rede pública de saúde | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília A rede aposta na prevenção combinada unindo estratégias que consideram o contexto social de cada pessoa. “Todas as pessoas sexualmente ativas têm acesso aos meios de evitar a infecção pelo HIV na rede pública”, atenta o médico Sergio d’Avila, referência técnica distrital em HIV e Aids da SES-DF. “Quem deseja informações e acesso aos serviços deve buscar orientação na UBS mais próxima de sua residência ou trabalho. Os métodos de prevenção estão disponíveis para evitar a transmissão”. [Olho texto=”“O Brasil caminha para a eliminação da transmissão vertical do HIV nos próximos anos, e o DF apresenta condições de não ter nenhum caso de transmissão vertical” ” assinatura=”Sergio d’Avila, referência técnica distrital em HIV e Aids” esquerda_direita_centro=”direita”]? Em todas as UBSs é possível ter acesso aos preservativos internos e externos – métodos mais conhecidos para evitar a infecção durante o ato sexual –, além de testagem rápida e profilaxia pós-exposição (PEP), utilizada de duas até 72 horas após uma relação sexual desprotegida. Profilaxia Considerada medida de urgência, a PEP também é recomendada em casos de violência sexual e de acidentes ocupacionais. Trata-se do uso de medicamentos ou imunobiológicos para reduzir o risco da infecção. Nos horários em que as unidades básicas estão fechadas, o medicamento pode ser encontrado nas UPAs e nos prontos-socorros dos hospitais públicos. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Outra estratégia de prevenção é a profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP), que é a utilização diária de medicamentos antirretrovirais (ARV) para pessoas soronegativas, no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), Hospital Universitário de Brasília (HUB) e nas policlínicas de Taguatinga, Ceilândia e Lago Sul. No próximo ano, o medicamento passará a ser oferecido nas UBSs. No DF, 3.237 usuários iniciaram a PrEP desde 2018. Mulheres soropositivas grávidas também podem prevenir a transmissão do vírus para os filhos, com o tratamento antirretroviral que deixa a carga viral indetectável. “O Brasil caminha para a eliminação da transmissão vertical do HIV nos próximos anos, e o DF apresenta condições de não ter nenhum caso de transmissão vertical, porque recebeu o selo prata na última certificação do Ministério da Saúde em 1º de dezembro”, pontua Sergio d’Avila. ?
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DF reforça prevenção e tratamento contra HIV e Aids no Dezembro Vermelho
Desde 2017 após a promulgação da Lei nº 13.504, a chegada do mês de dezembro marca uma grande mobilização nacional de luta contra o vírus HIV e a Aids. O objetivo é chamar atenção para a prevenção e o tratamento. No Distrito Federal, a data é sinônimo de reforço da atuação dos profissionais a fim de divulgar a assistência pública. Uma mobilização que vem dando resultado. Segundo o Boletim Epidemiológico do DF, entre 2018 e 2022 foram notificados 3.684 casos de infecção pelo HIV e 1.333 casos de adoecimento por Aids. O coeficiente de mortalidade por Aids no Distrito Federal diminuiu 21,6% em cinco anos – caiu de 3,3 para 2,7 no período. O boletim mostra também redução nos casos de infecção pelo HIV e de Aids: uma queda de 9,8 para 7,3 por 100 mil habitantes. O diagnóstico para o HIV é feito a partir do teste rápido, disponível em todas as 175 UBSs e no Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA), na 508/509 Sul | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília “Os dados indicam que casos de HIV estão sendo detectados antes de evoluir para a Aids. Isso é fundamental. Se toda pessoa com HIV estiver realizando o tratamento adequado, ou seja, com a carga viral indetectável, além dos cuidados com a sua própria saúde, também estará contribuindo para a saúde coletiva, pois não há chance de transmissão”, analisa a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde (SES-DF), Beatriz Maciel Luz. [Olho texto=”“Os dados indicam que casos de HIV estão sendo detectados antes de evoluir para a Aids. Isso é fundamental. Se toda pessoa com HIV estiver realizando o tratamento adequado, ou seja, com a carga viral indetectável, além dos cuidados com a sua própria saúde, também estará contribuindo para a saúde coletiva, pois não há chance de transmissão”” assinatura=”Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF” esquerda_direita_centro=”direita”] O diagnóstico para o HIV é feito a partir do teste rápido,que está disponível em todas as 175 unidades básicas de saúde (UBSs) do DF e no Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA), antigamente chamado de Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado na W3 Sul, nas entrequadras 508/509. “O teste rápido está disponível para toda a população e deve ser feito com regularidade. É muito importante que o paciente saiba se tem HIV, para buscar tratamento no tempo certo, possibilitando a continuidade da vida com saúde e sem desenvolver Aids”, explica a gerente. O exame é feito a partir da coleta de sangue venoso ou digital – pela ponta do dedo. O diagnóstico só é confirmado após o resultado reagente em dois testes rápidos – um de triagem, outro confirmatório. Após a infecção, o vírus pode levar até 30 dias para aparecer no exame, devido à janela imunológica. A infecção pelo HIV não apresenta sintomas. No início, quando o organismo começa a produzir os anticorpos para enfrentar o HIV, o paciente pode apresentar febre, mal-estar ou inchaço nos gânglios (ínguas). Por serem sintomas muito comuns a outras doenças, como a gripe, a infecção passa despercebida. Após essa fase, é iniciado o período marcado pela interação do vírus com as células de defesa – os linfócitos. Este processo pode durar anos, dependendo das condições de saúde de cada pessoa, e é chamada de fase assintomática. Tratamento e prevenção Ainda sem cura para o HIV, o tratamento inclui acompanhamento periódico com profissionais de saúde, realização de exames e uso de medicamentos antirretrovirais, que são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Os medicamentos mantêm o HIV sob controle. A medicação diminui a multiplicação do vírus no corpo, recupera as defesas do organismo e, consequentemente, aumenta a qualidade de vida. O uso também faz com que as pessoas alcancem a chamada ‘carga viral indetectável’. Isto é, ter uma quantidade de vírus no organismo tão baixa que nem os exames são capazes de detectar”, revela Beatriz. Há uma série de métodos de prevenção que são disponibilizados na rede pública. São eles: os preservativos internos e externos; a profilaxia pré-exposição (PrEP), que consiste no uso diário de medicamentos antirretrovirais para pessoas soronegativas antes de uma exposição de risco ao HIV; a profilaxia pós-exposição (PEP), medida de urgência que deve ser iniciada em até 72 horas após situação de risco à infecção; e terapia antirretroviral (TARV), para pessoas infectadas. Importância do autocuidado Há mais de 30 anos, o jardineiro Claudinei Alves faz o tratamento contra o vírus HIV na rede pública de saúde do DF. Na época em que ele contraiu o vírus devido ao uso compartilhado de seringas, a prevenção e o tratamento não eram tão difundidos como hoje. Claudinei Alves: “Meu tratamento é acompanhado na rede pública. Tenho uma excelente infectologista e consigo todo o tratamento com antirretrovirais disponibilizados pela Secretaria de Saúde. Já cheguei a tomar 32 comprimidos diários” Ele descobriu que estava infectado em 1990, quando o companheiro foi diagnosticado. Três meses depois, ele também recebeu o diagnóstico de soropositivo. “De lá para cá tive inúmeras demandas. Me tornei ativista, tanto sensibilizando as pessoas sobre a doença quanto fazendo o autocuidado. Hoje me sinto muito bem. Tem 32 anos que estou vivendo com HIV e quem me vê não acredita. Mas foi muita adesão aos medicamentos e complicações para a aceitação. Estou há 14 anos indetectável [quando a pessoa não transmite mais o vírus]”, conta. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O tratamento de Claudinei se iniciou no Plano Piloto. Hoje ele é acompanhado em uma UBS em Planaltina. “Meu tratamento é acompanhado na rede pública. Tenho uma excelente infectologista e consigo todo o tratamento com antirretrovirais disponibilizados pela Secretaria de Saúde. Já cheguei a tomar 32 comprimidos diários”, lembra. Militante do movimento Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV, Alves faz um alerta: “Todo cidadão tem por obrigação fazer o teste. É a melhor forma de prevenir a doença, que é a Aids, e garantir uma vida saudável vivendo com o HIV. Porque hoje o protocolo é assim: foi diagnosticado, já tem medicamento para o paciente tomar”.
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