Dia da Visibilidade Trans é celebrado neste sábado (29)
Este sábado, 29 de janeiro, é o Dia da Visibilidade Trans. A data marca os desafios que pessoas trans e travestis vivem cotidianamente, e o impacto que isso gera sobre a sua vida e a sua saúde. No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde oferece serviços especializados para acolher as especificidades da população trans. O atendimento é realizado pelo Ambulatório de Assistência Especializada a Pessoas Travestis e Transexuais, o Ambulatório Trans. O Ambulatório Trans oferece atendimento com profissionais das áreas de psicologia, serviço social, enfermagem, fonoaudiologia, farmácia clínica e de especialidades médicas | Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde Localizado no Hospital Dia, na 508/509 Sul, o Ambulatório Trans oferta cuidado multiprofissional. “Disponibilizamos de equipe especializada para atenção integral em saúde, com foco no processo de transição de gênero e suas particularidades”, explica a psicóloga Tatiana Nardoni. [Olho texto=”“O tratamento é humanizado, tratam a gente pelo gênero de referência, a equipe é maravilhosa”” assinatura=”Rubi Martins dos Santos Correia, 34 anos” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A unidade conta com profissionais das áreas de psicologia, serviço social, enfermagem, fonoaudiologia, farmácia clínica e de especialidades médicas. O espaço atende pessoas que se identificam como travestis, mulheres transgênero, homens transgênero, pessoas transmasculinas, pessoas não binárias e de gênero dissidentes. Desde o início do funcionamento do serviço, em 2017, 545 pessoas deram entrada no local. Uma delas é Lucci Laporta, de 29 anos, que frequenta o ambulatório desde sua inauguração. “Acho que o ambulatório foi fundamental para eu ter uma transição saudável não só no sentido fisiológico, mas principalmente no quesito saúde mental, pois o começo da transição é uma fase muito difícil”, desabafa. Para Cássio Rivan Santos da Silva, de 25 anos, o apoio encontrado no grupo permitiu uma identificação e um reconhecimento de si mesmo. “Foi a porta de entrada para eu poder me entender melhor”, constata. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Já para Rubi Martins dos Santos Correia, 34 anos, atendida há 1 ano e 2 meses no ambulatório, o olhar integral é de suma importância na vida das pessoas trans. “O tratamento é humanizado, tratam a gente pelo gênero de referência, a equipe é maravilhosa”, avalia. Como acessar o ambulatório? Existem duas formas de acesso. Uma é por demanda espontânea, em que as pessoas interessadas devem encaminhar e-mail com os dados pessoais (nome, nome social, endereço, telefone, data de nascimento e número SES) para o e-mail ambtrans.sesdf@gmail.com. Atualmente, existe uma lista de espera para acesso ao serviço. A outra forma é por meio do encaminhamento de outros serviços da rede. O Ambulatório Trans atende pessoas a partir dos 18 anos de idade. Jovens de 12 a 18 anos incompletos são encaminhados ao Adolescentro. *Com informações da Secretaria de Saúde
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DF inicia o ano com cobertura de 63,73% de Saúde da Família
Brasília começou 2018 com cobertura de 63,73% de Estratégia Saúde da Família. O número é mais que o dobro do registrado em fevereiro de 2017 (30,23%), quando foi alterada a Política de Atenção Primária à Saúde no Distrito Federal. Brasília começou 2018 com cobertura de 63,73% de Estratégia Saúde da Família. O número é mais que o dobro do registrado em fevereiro de 2017 (30,23%), quando foi alterada a Política de Atenção Primária à Saúde no Distrito Federal. Foto: Tony Winston/Agência Brasília-14.6.2017 Das 166 unidades básicas de saúde (UBS) convencionais, 143 já atuam exclusivamente no novo modelo. “Promovemos a capacitação de um grande número de profissionais em saúde da família, reorganizamos as equipes e aperfeiçoamos os processos de trabalho”, disse o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, em balanço apresentado no fim do ano. De acordo com ele, a expectativa é que em junho deste ano a cobertura chegue a 70%. “Nomeamos mais médicos de família e realocamos os profissionais que decidiram não aderir à mudança. Na atenção primária está a chave da organização da rede de saúde.” [Olho texto=”Das 166 unidades básicas de saúde, 143 já atuam exclusivamente no novo modelo” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Os servidores foram capacitados sobre temas gerais da estratégia e assistiram a módulos com conteúdo relacionado à saúde da criança e da mulher e a doenças como diabetes e hipertensão. Atuam dentro da nova metodologia 506 equipes — em fevereiro de 2017, eram 240. A Estratégia da Saúde da Família é baseada em equipes multiprofissionais, que trabalham em unidades básicas de saúde e são responsáveis pela população de uma área geográfica delimitada. O grupo proporciona atenção integral ao paciente, com fortalecimento do vínculo, foco na pessoa e alta resolutividade. Reorganização da rede a partir da atenção primária Com o fortalecimento da atenção primária, a Secretaria de Saúde já reorganiza o acesso às urgências e emergências. “A reestruturação permitirá que os hospitais e prontos-socorros cumpram a vocação de atender a urgências, emergências e casos mais graves, evitando que a demora no atendimento possa causar danos aos pacientes”, explicou Humberto Fonseca, ao analisar que o processo é indispensável, mas não é fácil nem imediato. [Olho texto='”A reestruturação permitirá que os hospitais e prontos-socorros cumpram a vocação de atender urgências, emergências e casos mais graves, evitando que a demora no atendimento possa causar danos aos pacientes”‘ assinatura=”Humberto Fonseca, secretário de Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Também está sendo estruturada a rede de atenção secundária, com um conjunto de equipamentos que complementará o atendimento nas unidades básicas de saúde. Em dezembro, o governo inaugurou o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão, um dos espaços que passou a integrar a rede. 4,3 mil servidores ingressaram na Saúde desde 2015 Desde 2015, 4,3 mil profissionais aprovados em concurso tomaram posse na Secretaria de Saúde. Só em 2017, foram 1.476, a maior parte técnicos em saúde (891), como em enfermagem. Isso possibilitou, por exemplo, abrir leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) que estavam fechados por falta de pessoal e fortalecer o atendimento das unidades de internação. O cadastro de reserva de médicos aprovados no concurso de 2014 foi zerado, e, com a ampliação da carga horária dos profissionais e com essas nomeações, a pasta de Saúde avalia que tem conseguido suprir a carência de servidores. Estruturação do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal Outro importante passo no último ano foi a estruturação do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal, aprovada na Câmara Legislativa em junho. A sanção da lei pelo governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, ocorreu no mês seguinte. Dados da Secretaria de Saúde apontam que cerca de 85% dos servidores do Hospital de Base resolveram permanecer na unidade, que passará a ser um serviço social autônomo, gerido pelo instituto, conforme a Lei nº 5.899, de 2017. Os servidores tiveram de julho até 28 de dezembro para responder ao formulário de manifestação de interesse para serem ou não remanejados. Pagamento de dívidas e economia em licitações Avanços nos processos de contratação na administração direta também foram possíveis com a elaboração de manuais voltados ao tema na Secretaria de Saúde. “Esperamos melhorar a qualidade e o controle das nossas compras e diminuir a burocracia nos pagamentos, melhorando os fluxos e atraindo os fornecedores, que são importantes parceiros da saúde”, destacou o secretário Humberto Fonseca. Além disso, mudanças no entendimento do Ministério da Saúde em relação à utilização dos blocos de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) permitiram, de acordo com Fonseca, o pagamento de mais de R$ 150 milhões em dívidas da gestão anterior. Para o secretário, o não cumprimento dessas obrigações dificultava os processos licitatórios. Quanto às licitações, os números mostram economia de mais de R$ 300 milhões em 2017. Houve, ainda, a compra e a distribuição de 6 mil equipamentos para atenção primária e contratações em áreas que havia algum tempo não eram feitas, a exemplo de telefonia, internet, home care, órteses e próteses, lavanderia e vigilância. Fila para mamografia está zerada Chegou ao fim a fila para mamografia na rede pública do DF, e a espera pela radioterapia reduziu: passou de mais de mil para menos de 300 pessoas. No começo de 2017, o governo de Brasília firmou contrato para formalizar a participação do Hospital Universitário de Brasília na Rede de Atenção à Saúde do Distrito Federal. Em novembro, a unidade recebeu um acelerador linear, usado para o tratamento de radioterapia em pacientes com câncer. O equipamento de última geração foi doado pelo Ministério da Saúde. As obras para instalação de mais um acelerador linear no DF, desta vez no Hospital Regional de Taguatinga, devem ser iniciadas neste ano. Também para ampliar o acesso à saúde de pacientes com câncer no Distrito Federal, o governo de Brasília entregou à Caixa Econômica Federal o projeto de implementação do Hospital de Especialidades Cirúrgicas e Centro Oncológico de Brasília. Hospital da Criança tem obras avançadas O último ano também foi marcado por avanços nas obras do Bloco 2 do Hospital da Criança de Brasília José Alencar, que no fim de novembro estavam 91% executadas. O último ano também foi marcado por avanços nas obras do Bloco 2 do Hospital da Criança de Brasília José Alencar, que no fim de novembro estavam 91% executadas. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília-14.12.2017 Com 21 mil metros quadrados, o Bloco 2 terá em dois pavimentos: 202 leitos — 164 para internação e 38 para unidade de terapia intensiva (UTI) e cuidados intermediários 67 consultórios ambulatoriais Centro cirúrgico Centro de diagnóstico especializado Centro de ensino e pesquisa Laboratórios de análises clínicas e hematologia Unidade administrativa Área de apoio Serviços de hemodiálise, hemoterapia e quimioterapia Acordos de gestão para modernizar o atendimento na saúde Para descentralizar a administração e modernizar o atendimento na saúde pública, representantes da secretaria assinaram um acordo de gestão regional. “Com esse modelo, teremos descentralização administrativa, com compartilhamento de responsabilidades e gestão baseada em resultados, em linha com a mais atual tendência de administração da saúde pública. Foram pactuados 66 indicadores, que serão acompanhados pela nossa equipe de planejamento”, destacou Fonseca. Outras ações de destaque ressaltadas pelo secretário de Saúde são: Abertura do primeiro Ambulatório Trans do DF Inauguração do Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Encontro com secretários de Saúde de regiões do Entorno do DF Parcerias firmadas com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para melhoria da gestão pública na saúde Inauguração da farmácia de alto custo do Gama Inauguração do primeiro posto de vacinação de Águas Claras Nomeações de novos servidores para a Fundação Hemocentro de Brasília Fortalecimento de ações de voluntariado Ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, febre chikungunya e zika vírus Mostra de Experiências Inovadoras do SUS A entrega, em dezembro, de 23 novas ambulâncias para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a nomeação de clínicos para completar as escalas das unidades avançadas, seguros de veículos e novas bases para o serviço “Teremos, para 2018, além da consolidação do que iniciamos em 2017, projetos importantes, como a estruturação da atenção secundária, a mudança do modelo obstétrico, com os centros de parto normal, projetos na área de eficiência energética”, elenca Humberto Fonseca. Edição: Paula Oliveira
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Em quatro meses, Ambulatório Trans do DF recebeu 102 pacientes
Em quatro meses de funcionamento, o primeiro Ambulatório Trans do DF atendeu 102 pacientes — o levantamento é de dezembro. A unidade, que fica no Hospital Dia, da 508/509 Sul, foi inaugurada em agosto e é a sexta do tipo no Brasil. Piettra Helena Borges, de 21 anos, é acompanhada por especialistas no Ambulatório Trans. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília A equipe disponível é multiprofissional, com representantes das áreas de psicologia, psiquiatria, endocrinologia, enfermagem e serviço social. “Qualquer pessoa que tenha conflito de gênero precisa fazer acompanhamento psicológico e psiquiátrico para que entenda o processo, o que está acontecendo com ela”, explica o gerente de Atenção à Saúde de Populações em Situação Vulnerável da Secretaria de Saúde, Vittor Ibanes. Após a busca pelo atendimento na área de saúde mental, o serviço mais procurado do ambulatório é o de endocrinologia — para que, quando seja o caso, a hormonização ocorra de maneira correta com o auxílio de médico especializado. De acordo com o gerente da pasta, hormônios ainda não são distribuídos na unidade — que aguarda credenciamento e repasse do Ministério da Saúde. Piettra Helena Borges, de 21 anos, soube do ambulatório por uma amiga, e há mais de 3 meses é acompanhada pelos especialistas. Ela passou a se identificar como mulher aos 14 anos com a ajuda de equipe médica do Hospital Universitário de Brasília. A estudante de Letras conta que na mesma época começou a trabalhar e recebeu seu primeiro salário: “Comprei vários itens femininos, falei para minha família que me chamassem de Piettra e que queria respeito”, recorda. [Olho texto=”“Eu me sentia doida. O entendimento te traz paz”” assinatura=”Piettra Helena Borges, paciente do Ambulatório Trans do DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Para ela, o mais importante do Ambulatório Trans é o acolhimento e o atendimento psicológico, que em uma rede particular lhe custaria muito caro. “Eu me sentia doida. O entendimento te traz paz”, avalia. Para o psicólogo da equipe, André Peredo, a criação do Ambulatório Trans faz parte da defesa de um serviço de saúde universal público de qualidade e de vanguarda. Ele — que também é funcionário do Creas da Diversidade — compôs o grupo articulado em 2016 para viabilizar o ambulatório no DF. “No ambulatório, cabe à [área de] saúde mental avaliar a [tooltip title=”Disforia de gênero envolve uma discrepância significativa entre o sexo anatômico de uma pessoa e o seu sentimento interno como masculino, feminino, misto, neutro ou algo diferente (identidade de gênero).” placement=”top”]disforia de gênero[/tooltip], ainda que o enfoque seja para o cuidado, avaliar a possibilidade de agravos psiquiátricos e terapeuticamente oferecer meios para o tratamento, como psicoterapia individual e em grupo”, exemplifica. As atividades em grupo são ponto de destaque para quem faz o acompanhamento no local. “Eu não tinha nenhum amigo trans. Aqui, vi que cada um tem uma história, mas os problemas são semelhantes. Encontrei quem me entendesse”, conta Nicole Abreu, de 23 anos. Ela buscou o Ambulatório Trans em busca de apoio e orientação. Aos 14, passou a se reconhecer como mulher. Por ter apoio da família, ela reprimiu a ideia até os 21 anos. Como é a entrada no Ambulatório Trans do DF O primeiro passo para buscar acompanhamento no Ambulatório Trans do DF é agendar a participação em um grupo de entrada. Para isso, basta se dirigir ao Hospital Dia, de segunda a sexta-feira, das 7 às 12 horas e das 14 às 16 horas. O ambulatório atende terças e quintas-feiras. As reuniões de acolhimento ocorrem duas vezes por mês — em terças ou quintas-feiras intercaladas. No primeiro encontro, os profissionais explicam como funciona o ambulatório e colhem informações sobre as expectativas dos futuros pacientes. “Antes de serem encaminhados para as consultas com cada especialista, eles passam por entrevistas para identificar as principais necessidades de cada um”, conta a técnica de enfermagem do local e também enfermeira de formação, Karyne Leão. Políticas públicas estão previstas em legislação federal As políticas públicas específicas para esse grupo social estão previstas na Portaria nº 2.803 de novembro de 2013, do Ministério da Saúde. Por meio do marco legal, foi definido e ampliado o processo transexualizador no Sistema Único de Saúde, que prevê a capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde para lidar de forma humanizada com transexuais e travestis, tanto na atenção básica quanto na especializada, sem discriminação. Edição: Paula Oliveira
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População trans passa a contar com ambulatório específico no DF
Transgêneros e travestis terão atenção à saúde redobrada no Distrito Federal. Inaugurado nesta segunda-feira (14), o Ambulatório Trans contará com equipe multiprofissional para garantir a essa população o acesso integral à saúde pública. O serviço, primeiro do DF, funcionará no Hospital Dia, da 508/509 Sul. Inaugurada nesta segunda (14), unidade na 508/509 Sul tem equipe multiprofissional para atender travestis e transgêneros. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília A unidade abrirá as portas para atendimento em 21 de agosto e contará com assistência em psicologia, psiquiatria, serviço social, endocrinologia e enfermagem. No entanto, a partir de amanhã, haverá atendimento para a formação dos grupos de acolhimento. Depois, a ideia é ampliar o atendimento para especialidades como ginecologia e urologia. O governador Rodrigo Rollemberg, acompanhado da esposa, Márcia Rollemberg, participou da solenidade de inauguração. “Estamos dando mais um passo importante para uma Brasília cidadã. O que estamos fazendo hoje é um gesto de cidadania, tirando as pessoas da escuridão e colocando luzes sobre essa diversidade, que tem que ser reconhecida, respeitada e valorizada”, discursou o chefe do Executivo. Como acessar os serviços do Ambulatório Trans Para acessar os serviços, os interessados devem se dirigir à unidade de segunda a sexta-feira, das 7 horas ao meio-dia e das 14 às 16 horas, e agendar a participação nos grupos de entrada. Os usuários do ambulatório serão encaminhados pelas unidades básicas de saúde, pelo Centro de Referência Especializado da Diversidade Sexual, Religiosa e Racial (Creas Diversidade), por busca espontânea ou por intermédio de grupo de entrada, que absorverá a demanda inicial, já quantificada em cerca de 200 pessoas. Para viabilizar o serviço, foi criado um grupo de trabalho que atua desde agosto de 2016. Os integrantes do colegiado são: Secretaria de Saúde Defensoria Pública do DF Defensoria Pública da União Creas Diversidade movimentos sociais como o Instituto Brasileiro de Transmasculinidade (Ibrat) e a Associação do Núcleo de Apoio e Valorização à Vida de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Distrito Federal e Entorno (Anavtrans) Presente à inauguração, a decoradora de eventos Kyara Zaruti, mulher trans de 29 anos, considera a conquista muito importante para a vida e a saúde dos transgêneros. “Hoje, para termos acesso a um endocrinologista, é muito difícil, por isso várias pessoas começam a se medicar por conta própria.” Ela conta que esperou seis meses por uma consulta com um especialista e disse que pretende transferir o acompanhamento para o ambulatório. “É esse profissional que vai dar as recomendações dos hormônios que cada pessoa precisará tomar. Ele é a chave para todo o processo”, explicou, ao se referir à importância dessa especialidade médica para o público-alvo da unidade de saúde recém-inaugurada. [Olho texto=”O Ambulatório Trans funcionará de segunda a sexta-feira, das 7 horas ao meio-dia e das 14 às 16 horas” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O projeto é uma parceria das Secretarias de Saúde e do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Conta ainda com apoio da Defensoria Pública do DF e de entidades da sociedade civil. Segundo o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, o ambulatório atende ao princípio de equidade determinado pelo Sistema Único de Saúde. “Ele atende às necessidades específicas dessas pessoas.” Fonseca adiantou que em duas semanas será apresentada a linha de cuidados para pessoas trans, que deverá ser aprovada em consulta pública. A expectativa é que depois disso também haja a padronização dos medicamentos necessários. Militante e uma das fundadoras da União Libertária de Travestis e Mulheres Transexuais, Melissa Massayury caracterizou a entrega como algo histórico. “A transição de gênero é o momento mais libertador na nossa vida, e poder contar com a hormonoterapia com uma equipe qualificada é fundamental”, disse. “Muitos ainda fazem esse tratamento de forma clandestina, e nós sabemos o quanto é perigoso.” Políticas públicas para comunidade LGBT estão previstas em legislação federal As políticas públicas específicas para esse grupo social estão previstas na Portaria nº 2.803 de novembro de 2013, do Ministério da Saúde. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Por meio do marco legal, foi definido e ampliado o processo transexualizador no Sistema Único de Saúde, prevendo a capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde para lidar de forma humanizada com transexuais e travestis, tanto na atenção básica quanto na especializada, sem discriminação. Durante o evento, o governador lembrou de algumas ações que o governo já fez em prol das minorias sociais, como: a criação da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) a assinatura do decreto que reconhece a identidade de gênero de travestis, transexuais e transgêneros em todos os órgãos da administração pública local a regulamentação da lei que prevê punição aos crimes por orientação sexual “Muito em breve também estaremos lançando a identidade com o nome social. Isso já foi determinado à Polícia Civil”, adiantou. Edição: Marina Mercante
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