Chuvas aumentam o risco de picadas de escorpião
Com a chegada do período chuvoso no Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES-DF) alerta para o aumento no número de acidentes envolvendo animais peçonhentos. Em 2023, foram registrados 2.771 casos, e em 2024, até setembro, já são 2.552. Escorpiões, animais artrópodes invertebrados, são responsáveis por mais de 85% dessas ocorrências. Isso se deve ao fato de que, com o aumento de água em bueiros, caixas de energia e esgotos, esses aracnídeos são forçados a buscar novos refúgios, frequentemente invadindo residências. Foto: Tony Winston/Agência Saúde-DF A picada do escorpião-amarelo, a espécie mais comum e perigosa no Brasil, pode causar reações graves e até fatais. De janeiro a setembro de 2024, o DF registrou 2,1 mil notificações de acidentes com escorpiões, contra 2,2 mil no mesmo período de 2023. Manter jardins, quintais e outros espaços abertos limpos e organizados é essencial para evitar o aparecimento de animais peçonhentos. A Secretaria de Saúde recomenda o uso de luvas de couro e botas ao lidar com entulhos As unidades de saúde referência para tratamento de picadas de escorpião no DF incluem o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e dez hospitais regionais: Guará, Brazlândia, Paranoá, Ceilândia, Gama, Santa Maria, Planaltina, Sobradinho, Taguatinga e Asa Norte. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-DF), em operação desde 2004, desempenha papel crucial na prevenção e no tratamento de emergências toxicológicas e acidentes com animais peçonhentos. Em 2024 foram realizados 484 atendimentos, 91 deles com escorpiões. Josiane Canterle, jornalista, moradora da zona rural de Sobradinho, relata que foi picada por um escorpião este ano e também por uma lagarta-de-fogo. “Liguei para o CIATox e eles me explicaram todos os cuidados que deveria tomar. Até enviei uma foto da lagarta para identificação e, como era venenosa, me recomendaram fazer exames de sangue. Também recebi orientações para monitorar sintomas como ardência, vermelhidão e febre”, conta. “Não é necessário capturar o escorpião, mas é importante informar ao profissional de saúde o máximo de características possíveis, como cor e tamanho do animal. Lave o local da picada com água e sabão e, em hipótese alguma, aplique no local substâncias como pó de café ou álcool” Andrea Amora, médica do CIATox-DF “No dia seguinte, a mesma atendente entrou em contato para saber como eu estava e me orientou a verificar se havia mais lagartas na propriedade. A espécie identificada foi a Lonomia obliqua”, completa a jornalista. Telefones do CIATox-DF: → 0800 644 6774 → 0800 722 6001 → (61) 9 9288-9358 O que fazer em caso de picada de escorpião? Em caso de picada de escorpião, é essencial procurar atendimento médico imediatamente. A médica Andrea Amora, do CIATox-DF, alerta: “Não é necessário capturar o escorpião, mas é importante informar ao profissional de saúde o máximo de características possíveis, como cor e tamanho do animal. Lave o local da picada com água e sabão e, em hipótese alguma, aplique no local substâncias como pó de café ou álcool”. A especialista também ressalta que nem todos os casos de picada exigem o uso de soro antiescorpiônico. “Mas, se a picada ocorrer em uma criança, é fundamental levá-la imediatamente ao hospital mais próximo”. Em casos graves, o paciente poderá receber soro antiveneno e medicação sintomática nas unidades de saúde para evitar a piora do quadro clínico. O tratamento com soro é mais eficaz se administrado nas primeiras 48 a 72 horas após a picada. Além de escorpiões, as chuvas também podem favorecer o aparecimento de lacraias e lagartas peçonhentas, como as de borboletas e mariposas, que estão em fase jovem durante essa estação. Prevenção Manter jardins, quintais e outros espaços abertos limpos e organizados é essencial para evitar o aparecimento de animais peçonhentos. A Secretaria de Saúde recomenda o uso de luvas de couro e botas ao lidar com entulhos. Os escorpiões costumam se esconder em ambientes úmidos e escuros, podendo entrar nas casas por tomadas, ralos e redes elétricas. A presença de baratas pode atrair escorpiões e aranhas, enquanto ratos podem atrair cobras. Por isso, é importante inspecionar sapatos, roupas e roupas de cama antes de usá-los. *Com informações da SES-DF
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Trabalhadores rurais de Planaltina recebem assistência à saúde
O Ambulatório de Toxicologia (AmbuTox) do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Secretaria de Saúde (SESDF), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), criou, em 2016, ações de saúde in loco intituladas Dia Especial de Saúde nas áreas rurais. Agricultores do Núcleo Rural Tabatinga, em Planaltina, receberam, na última ação, profissionais de saúde para bate-papos, coleta de exames laboratoriais e consultas individuais de enfermagem. As atividades focam especialmente no atendimento para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento toxicológicos. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores de regiões rurais, além de orientá-los sobre a importância do uso de equipamentos de proteção individual e doenças relacionadas a substâncias químicas utilizadas na produção agrícola. Os Dias Especiais ocorrem semanalmente, com ações ambulatoriais itinerantes nas quartas-feiras e devolutivas nas quintas-feiras. Para o produtor Eugênio Wagner, 74 anos, a iniciativa colabora para o dia a dia no campo. “É uma orientação muito especial. Acredito que deve ser feita em todos os lugares, voltada ao cuidado com o uso de agrotóxicos e com a saúde. A informação é o principal apoio, muita coisa acontece por falta de informação ou de interesse“, explica Eugênio. Produtor Eugênio Wagner, 74 anos: “Acredito que deve ser feita em todos os lugares, voltada ao cuidado com o uso de agrotóxicos e com a saúde. A informação é o principal apoio” | Fotos: Divulgação/SESDF O caminho até o produtor Em um trabalho conjunto de observação técnica e aproximação por parte da Emater e o conhecimento sobre intoxicação da médica do trabalho Andrea Amoras e da enfermeira do trabalho Joseane Prestes de Souza, a equipe consegue atender anualmente 26 comunidades do DF, que utilizam os produtos químicos na rotina profissional. Dessa forma, o papel da enfermagem é promover, por meio do bate-papo, a mudança de hábitos dos trabalhadores rurais. Joseane organiza os serviços que serão prestados à comunidade, sempre com o apoio dos servidores da região de saúde escolhida para o trabalho, parte das equipes de Saúde da Família Rural, dos técnicos de laboratório e de colegas da Emater. “Faço uma reunião prévia com os envolvidos para informar o que será feito e também pedir permissão para entrar no território, pois a localidade pertence a uma área ligada a eles. Na hora da ação de saúde, as coisas fluem tranquilamente e cada um entende o quanto seu papel contribuiu para o resultado: a saúde e o bem-estar do agricultor”, destaca a enfermeira. Já o engenheiro agrônomo e gerente do escritório local do Núcleo Rural Tabatinga, Lucas Pacheco, conta que a Emater é responsável pela logística dos encontros e por convidar produtores e trabalhadores a participarem das ações de saúde. “Conhecer suas atividades deixa o trabalho mais fácil na hora de convidá-los. Ao atendermos esses públicos por anos, percebemos que algumas práticas poderiam ser aperfeiçoadas”, afirma. Saúde acessível As equipes da Emater e do CIATox combinam a data e encontram os trabalhadores para a coleta de sangue e as atividades educativas. São mais de 11 análises realizadas. “Após o registro no sistema da Secretaria de Saúde, resgatamos os resultados e entregamos aos produtores rurais no dia da devolutiva. Isso facilita e evita burocracias. Uma novidade após a pandemia. Se eles precisarem de algum serviço posterior, tudo ficará registrado no sistema”, detalha Joseane. Em 15 dias, o grupo de agricultores recebe a devolutiva em mais um encontro com o Ambulatório do CIATox. Dessa vez, com a equipe completa, composta por Andrea e alguns residentes em medicina do trabalho, para atendimento individual e fornecimento dos resultados. “É uma forma de garantir que eles sejam ouvidos e que tenham um acesso mais fácil ao cuidado com a saúde”, ressalta Andrea O agricultor Agostinho Luiz, 74 anos, concorda: “A vinda do pessoal é muito importante para nós, para a nossa saúde. Muitas das coisas eu já conhecia, mas sempre consigo aprender algo novo nessas visitas”. A enfermeira do trabalho Joseane Prestes com o agricultor Agostinho Luiz, que diz: “A vinda do pessoal é muito importante para nós, para a nossa saúde” Além dos atendimentos por meio do AmbuTox, o CIATox possui ambulatório fixo para tratar e acompanhar casos crônicos dos trabalhadores que manipulam produtos tóxicos. As consultas são semanais e precisam de agendamento, realizado pelo próprio paciente em tratamento ou por unidades de saúde pública ou privada. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] CIATox O CIATox desempenha papel essencial na prevenção e no tratamento de emergências toxicológicas desde 2004. Integrado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da SESDF, o centro é formado por equipe multidisciplinar de médicos, enfermeiros e farmacêuticos, todos especialistas em toxicologia. Qualquer pessoa pode entrar em contato pelos números 0800 644 6774, 0800 722 6001 ou (61) 99288-9358. Apenas no primeiro bimestre de 2023, o centro já registrou 715 atendimentos de casos de intoxicação, um aumento de 38% na média mensal de 2022. Em todo o ano passado, a unidade atendeu 3.176 ocorrências, entre casos leves, moderados e graves, o que representa uma média de 265 pacientes por mês. *Com informações da Secretaria de Saúde
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