GDF sedia o primeiro Simpósio Brasileiro de Gestão do Sistema de Transplantes
O Governo do Distrito Federal (GDF) sediou, nesta sexta-feira (24), o I Simpósio Brasileiro de Gestão do Sistema de Transplantes, iniciativa da Central de Transplantes (CET) junto à Escola de Saúde Pública do Distrito Federal (ESP-DF). O evento teve como propósito ampliar o debate sobre a gestão da doação e do transplantes de órgãos, reunindo profissionais, gestores e executores do serviço. O DF se destaca como a unidade de federação com a maior média de transplantes de órgãos por milhão de habitantes. Para o secretário de Saúde do DF, Juracy Lacerda, o resultado é fruto do empenho conjunto da gestão e dos profissionais envolvidos. “Quando falamos de transplantes, falamos de transferência de vida e de esperança. Vamos trabalhar no fortalecimento da política, na capacitação, na formação de lideranças, porque os profissionais que trabalham com doação de órgãos atuam com o propósito de levar novas vidas para as pessoas”, afirmou. O evento teve como objetivo ampliar o debate sobre a gestão da doação e do transplantes de órgãos, reunindo profissionais, gestores e executores do serviço | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF O evento contou com painéis sobre a inserção do sistema de transplantes no ensino; gestão da política pública e gestão de serviços dos subsistemas. De acordo com o presidente do simpósio, Anderson Galante, a iniciativa busca aproximar o tema da comunidade acadêmica e civil. “Nosso objetivo é reunir a comunidade gestora de serviços públicos e privados em torno dessa pauta e apresentar para a comunidade do Distrito Federal, principalmente acadêmica. Queremos mostrar aos estudantes que essa é uma área de especialização que eles podem escolher e trabalhar assim que se formarem”, explicou. [LEIA_TAMBEM]A diretora da Central de Transplantes (CET), Daniela Salomão, ressaltou que a doação e o transplante de órgãos são atos de esperança aos pacientes, apesar de o processo enfrentar desafios. “A realização deste simpósio é extremamente significativa, porque coloca em evidência o assunto, mas também levanta grandes responsabilidades, como a de transformar o tempo que os pacientes aguardam em esperança”, destacou. “Hoje, o maior desafio é fortalecer a cultura de doação no Distrito Federal, que começa na consciência coletiva, na empatia, no cuidar”. Capacitação Também presente na abertura do simpósio, a diretora da ESP-DF, Fernanda Monteiro, destacou a importância de formar gestores capacitados para a política de transplantes. “Atualmente, temos uma especialização sobre gestão de transplante, porque é fundamental que esse profissional saiba o que precisa fazer, como organizar e gerenciar o transplante para que ocorra com sucesso”, declarou. “Quando falamos de transplantes, falamos de transferência de vida e de esperança", afirmou Juracy Lacerda, secretário de Saúde do Distrito Federal Reforçando o papel estratégico da gestão, a gerente-geral adjunta de assistência do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF), Maria de Lourdes Worisch, destacou a importância de uma boa gestão: “Trabalhar com gestão é trabalhar com resultados e perseguir resultados satisfatórios. Para ter esses resultados, precisamos trabalhar com sintonia”. A diretora da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), Inocência Fernandes, demonstrou gratidão pelo fato de a instituição sediar o evento. "É uma missão, responsabilidade e vontade da Fepecs contribuir para a doação de órgãos. É um evento de muito orgulho para nós, e temos certeza que será um evento de grande relevância", elogiou. *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
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Complexo Regulador, Samu e Central de Transplantes recebem mais de 170 computadores
Diversas unidades da Secretaria de Saúde (SES-DF) receberam, nesta quinta-feira (13), 177 novos computadores. Foram contemplados nessa fase o Complexo Regulador do Distrito Federal (CRDF), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a Central de Transplantes e a Diretoria Administrativa. As máquinas fazem parte da renovação do parque tecnológico da pasta, que já adquiriu cerca de 2,5 mil desses equipamentos. “Nosso objetivo é ter um parque tecnológico moderno no órgão, refletindo em uma assistência de qualidade ao paciente, que, às vezes, pode até ser o nosso próprio familiar ou amigo. Somos a capital federal, não podemos ter menos que o melhor”, avalia a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. Com os novos equipamentos, o atendimento na rede pública de Saúde poderá ser mais rápido e eficiente | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF O intuito é auxiliar os profissionais e dar celeridade a atendimentos e encaminhamentos dentro da rede pública. O CRDF, por exemplo, é responsável, entre outras atribuições, por regular o acesso referente à Atenção Ambulatorial e Hospitalar da SES-DF, como consultas e cirurgias. Já o Samu cuida de toda a assistência móvel de urgência no DF. É na Central Estadual de Transplantes que é feita toda a coordenação dos transplantes realizados na capital federal, abrangendo o gerenciamento dos cadastros de receptores e a organização logística das doações e captações, bem como a distribuição dos órgãos ou tecidos removidos do DF. A intenção da Samu é ter um serviço “sem papel” em 2025 Diretora-geral do CRDF, Maria Aurilene Pedroza acredita que um bom suporte tecnológico é diferencial para a atuação dos servidores: “O volume de trabalho que temos na diretoria é grande e depende da agilidade do computador e dos sistemas para podermos dar respostas à população.” Além da agilidade, os equipamentos modernizam os serviços ofertados pela SES-DF. “Queremos um Samu em 2025 sem papel. Um parque tecnológico onde todos os servidores de todas as bases terão computadores, otimizando as respostas a quem precisa”, afirma o diretor do Samu, Victor Arimatea. Parte da verba da aquisição dos computadores recebidos pelas unidades é proveniente de emenda parlamentar do deputado distrital Jorge Vianna. O total foi complementado pelo recurso do programa de trabalho da Coordenação Especial de Tecnologia de Informação (Ctinf) da SES-DF. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Rede pública duplica número de transplantes de córnea
[Olho texto=”“Ver que os pacientes que precisam do transplante de córnea estão sendo atendidos é muito gratificante” ” assinatura=”Camila Vieira Hirata, diretora da Central de Transplantes” esquerda_direita_centro=”direita”] O Distrito Federal bateu a marca dos transplantes de córnea realizados. Somente neste ano, de 1º de janeiro a 28 de julho, foram feitos 200 desses procedimentos. O número é 61% maior que o apurado no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 124 transplantes de córnea – que, durante todo o ano de 2020, somam 222. Atualmente, a lista de espera está com 398 pessoas. “Os transplantes de córnea eletivos ficaram suspensos entre abril e setembro por conta da pandemia, então somente casos de urgência eram realizados”, lembra a diretora da Central de Transplantes, Camila Vieira Hirata. “Tudo isso por conta de protocolos de segurança adotados bem no início da pandemia. Com o decorrer do tempo, alguns critérios foram revisados e foi verificado que era possível manter os transplantes de córnea eletivos.” Número de operações desse tipo aumentou, no comparativo com o mesmo período de 2020 | Artes: Divulgação/Agência Saúde A retomada desse procedimento explica o aumento no número de cirurgias realizadas somente neste ano. Segundo Camila, no ano passado, o transplante de córnea foi o que sofreu maior impacto da pandemia. “Houve uma queda de 46% na comparação com 2019 e, consequentemente, aumento da lista de espera”, enumera. “Ver que os pacientes que precisam do transplante de córnea estão sendo atendidos é muito gratificante.” [Olho texto=”Critérios para a cirurgia são definidos em regulamento técnico elaborado pelo Ministério da Saúde” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Consulta e avaliação Hoje, no DF, são realizados transplantes de córnea pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital de Base (HBDF), no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e no Instituto de Cardiologia (ICDF). A doação de córnea somente é possível após o falecimento, ou seja, a córnea não pode ser doada em vida, e deve ser captada de seis a 12 horas após a parada cardíaca. De acordo com a diretora da Central de Transplantes, os cadastros de potenciais receptores são feitos pelas próprias equipes habilitadas a executar o procedimento nas unidades públicas ou privadas de saúde do DF. Após avaliação com consulta e exames especializados, o médico comprova a necessidade de transplante e o paciente é inserido na lista única. “Atualmente, o tempo médio de espera para realização do transplante de córnea no DF é de um ano”, informa a gestora. “Em caso de urgência, como uma perfuração do globo ocular, o paciente é priorizado na lista e o transplante é realizado em poucos dias”. Todos esses critérios são definidos em regulamento técnico elaborado pelo Ministério da Saúde. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Operação bem-sucedida A servidora da Secretaria de Saúde (SES) Ana Silvia Pires fez o transplante de córnea em 2012. Ela tinha ceratocone e aguardou na fila por cinco meses. “Tive um bom atendimento”, conta ela, que passou pelo procedimento no Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB). “As córneas são coletadas pela Secretaria de Saúde e distribuídas para as equipes transplantadoras, sejam elas públicas ou particulares. A minha cirurgia foi no hospital particular”, afirma. Veja os casos em que a cirurgia de córnea é recomendada Somente depois que foi trabalhar na Central de Captação de Órgãos e Tecidos, ao lado do Banco de Olhos da SES, Ana passou a entender o processo de doação de órgãos. “Consegui ver o quanto é difícil fazer a abordagem de uma família que acabou de perder um ente querido e pedir para que ela pense em outra pessoa que ela nem conhece, e nunca vai conhecer, e doe para ela voltar a ver”, relata. A servidora explica que a equipe se desloca para onde a doação será feita e faz a enucleação; após isso, a córnea é preservada no Banco de Olhos até ser disponibilizada para alguém que estava na fila de transplante, caso de Ana. “Tudo foi feito com dedicação e total altruísmo dessa equipe maravilhosa”, lembra. “Tive oportunidade de agradecer ao técnico de enfermagem que fez a enucleação e à enfermeira que cuidou [da nova córnea] até ela chegar ao meu médico transplantador.” *Com informações da Secretaria de Saúde
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Doação de órgãos. Pense nisso
Celebrado neste domingo (27), o Dia Nacional da Doação de Órgãos tem como objetivo incentivar o debate sobre a doação e o transplante de órgãos. Apesar dos percalços causados pela pandemia do novo coronavírus, a Secretaria de Saúde, por meio da Central Estadual de Transplantes (CET), promoveu ações pontuais para comemorar a campanha do Setembro Verde, mês destinado à conscientização sobre o assunto. “Devido à pandemia, foi preciso adaptar a programação de atividades que fazemos anualmente. A preocupação era manter a segurança que o momento exige sem deixar a data passar em branco” explica a chefe do Núcleo de Distribuição de Órgãos e Tecidos da CET, Camila Hirata. As ações, realizadas desde o dia 23 de setembro, incluíram todas as medidas de segurança para evitar a disseminação do novo coronavírus. Foram realizados eventos no Hemocentro e no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) com palestras para os servidores e reconhecimento pelo trabalho fundamental que exercem. Em outro projeto chamado “Te agradeço de coração”, a equipe da Central de Transplantes foi até a residência de famílias de doadores como um gesto de gratidão pela doação. “A doação de órgãos é um ato de amor ao próximo e um gesto de empatia por pessoas cuja única chance de viver é um transplante, sendo também uma oportunidade de recomeço. Nós da Central de Transplantes agradecemos todas as famílias que disseram sim a doação. Que disseram sim à vida. A todos os doadores e famílias doadoras, nosso muito obrigado”, agradeceu Camila Hirata. Agradecimentos “Eu estou aqui hoje porque uma família, mesmo em um momento muito difícil, disse sim para a doação de órgãos. E eu tenho uma gratidão muito grande por essa família e o meu doador. Eu carrego uma parte dele com muito amor e carinho”, afirma Robério Melo, receptor. “Eu sou receptora hoje de um rim da minha irmã. Minhas cinco irmãs fizeram os exames, todas elas deram compatíveis, duas delas 100%, e uma delas me fez a doação. Elas não pensaram duas vezes em falar o sim. Eu tenho três anos de transplante renal e vivo tranquilamente”, relata Mariléia Rodrigues Martins, receptora de 42 anos. Ela conta, ainda, que participou de uma meia maratona no ano passado e se tornou corredora de rua. “As vezes, eu acho que a gente passa a ver a vida com outros olhos, a gente passa a ter mais vontade de viver. E eu só posso dar graças a Deus. A palavra é gratidão à minha irmã, que foi doadora”, agradece. Felipe Costa conta como foi a decisão da família de doar os órgãos da mãe que faleceu aos 56 anos em janeiro deste ano. “Quando aconteceu, o baque é muito grande e a gente, a família, não tinha passado esse ponto, conversado com ela. E quando a gente recebeu a ligação, no momento a gente até… não é uma coisa que a gente acha ruim, mas a gente não está esperando a ligação de fazer uma doação de órgãos”. Dados do Distrito Federal Até o dia 22 de setembro, foram realizados neste ano, no Distrito Federal, 17 transplantes de coração, 74 de fígado, 34 de rim, 135 de córnea e 71 de medula óssea. A lista de espera para transplantes está com 937 pessoas, sendo 21 para coração, 15 para fígado, 548 de rim e 353 para córnea. Aproximadamente 50% dos transplantes de fígado e de coração feitos no DF são de órgãos vindos de outros Estados. O sistema gerenciado pelo Ministério da Saúde faz um ranking em todo o país e quanto mais compatível, e com mais urgência para o transplante, mais no topo da lista o paciente fica para receber o órgão. O transporte desses órgãos é feito por aviões de Companhias Aéreas, através de voos comerciais, ou pela Força Aérea Brasileira, numa parceria entre o Ministério da Saúde e Ministério da Defesa. Quando o transporte é entre cidades próximas ao DF, como Goiânia, também é utilizado o transporte o aéreo do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Doação O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O país é o segundo maior transplantador mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante, pela rede pública de saúde. Os órgãos e tecidos que podem ser doados após a morte são: rim, pulmão, coração, válvulas cardíacas, fígado, córnea, ossos, pele, pâncreas e intestino. No Distrito Federal, são realizados transplantes de coração, fígado, rins e córneas de doadores falecidos. Também são feitos transplantes de medula óssea. Os procedimentos, pela rede pública, ocorrem no Hospital de Base, Hospital Universitário de Brasília (HUB) e Instituto de Cardiologia do DF (ICDF). No Base e no HUB são realizados transplantes de rins e córneas. O ICDF faz transplantes de coração, fígado, rins, córneas e medula óssea. Pandemia Contudo, devido à pandemia, o Ministério da Saúde lançou em abril uma nota técnica em que somente doadores de múltiplos órgãos, como coração e rins, poderiam ter as córneas captadas, que são considerados tecidos. Vale ressaltar que essa mesma nota técnica recomendou a realização do teste RT-PCR para detecção do coronavírus para todos os doadores. Somente em 18 de setembro o Ministério publicou uma nova nota autorizando a retomada da retirada de tecidos em doadores após a parada cardiorrespiratória. Atualmente, a Secretaria de Saúde está em um processo de reajustes para ampliar novamente a captação de órgãos. “Mesmo com todas as dificuldades da pandemia, o sistema nacional de transplantes não parou. O transplante de córnea foi o que sofreu um maior impacto em todo o Brasil. Aqui no DF já estamos com um plano de retomada para restabelecer essas doações e transplantes”, ressaltou a chefe do Núcleo de Distribuição de Órgãos e Tecidos da CET, Camila Hirata. Como doar órgãos? Há dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, uma pessoa que concorde com a doação de um dos seus rins ou parte do fígado, da medula óssea e parte do pulmão. Nesses casos, geralmente, os doadores são parentes ou familiares que têm órgãos compatíveis com a pessoa que precisa receber. Tratando-se especificamente da medula óssea, interessados podem se cadastrar na Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) para ser um candidato à doação. O segundo tipo é o doador falecido, um paciente com diagnóstico de morte encefálica ou morte por parada cardíaca, com doação autorizada pela família. Para ser doador, nos casos em que há o falecimento, basta informar a família da vontade de doar, pois somente ela pode autorizar a doação dos órgãos após o diagnóstico de morte encefálica ou falecimento causado por parada cardíaca. No caso de morte encefálica, cada doador pode salvar até oito vidas. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Coração vem de Goiânia para o DF em helicóptero dos Bombeiros
Mais uma vida foi salva graças ao trabalho em conjunto entre a Secretaria de Saúde, por meio do Complexo Regulador em Saúde, e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). Nesta quinta-feira (27), uma ação dos dois órgãos resultou no transplante de um coração que foi doado em Goiânia (GO) e que veio para o Distrito Federal no helicóptero da corporação. O transplante ocorreu por volta de 16h30 no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF). A cirurgia ocorreu com sucesso, de acordo com a equipe profissional, e a receptora passa bem com recuperação considerada boa para o tipo de procedimento. Foto: Secretaria de Saúde/Divulgação Sempre que tem uma doação em um estado que não tem receptores compatíveis, a Central Estadual de Transplantes (CET) aciona a Central Nacional de Transplante (CNT) que fica no Ministério da Saúde e a CNT gera um ranking nacional para buscar receptores compatíveis. “Como Goiânia não faz transplante cardíaco, o coração foi ofertado pela CET-GO para a CNT, que identificou receptor compatível no cadastro daqui da CET-DF”, explica a diretora da Central Estadual de Transplantes do DF, Joseane Vasconcellos. Geralmente, quando tem doação de coração, são utilizadas as aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) – que, por força de decreto, disponibiliza uma aeronave para transporte de órgãos para transplante. No entanto, a aeronave da FAB não estaria disponível em tempo hábil para a captação, porque estava em outro estado brasileiro. “O tempo entre a captação do coração e o transplante é bem curto. Por isso, sempre são utilizados os jatos da FAB, que conseguem fazer os deslocamentos com mais agilidade. Como não seria possível, solicitamos apoio do Corpo de Bombeiros – que já tem nos apoiado nos transportes aéreos para captação de fígado em Goiânia e para os transportes aéreos de coração que vem de FAB até a Base Aérea e precisam ser encaminhados para o Instituto de Cardiologia do DF”, informa. Veja o vídeo do momento em que a equipe embarca no helicóptero para Goiânia. Neste caso, como Goiânia é próxima a Brasília, o helicóptero consegue transportar dentro do limite de tempo necessário. O helicóptero utilizado foi o Resgate 4, que é fruto de uma apreensão. “O Corpo de Bombeiros Militar tem sido um grande parceiro nestes transportes, principalmente neste cenário da pandemia. Os voos comerciais estão muito restritos e nem sempre é possível o deslocamento de aeronave da FAB. Sem o apoio do Corpo de Bombeiros, esta captação de hoje, por exemplo, não seria possível”, destaca a diretora da CET-DF. Transplantes Antes do helicóptero do CBMDF pousar em Brasília, a paciente receptora já estava internada no ICDF, se preparando para entrar no Centro Cirúrgico e receber o coração trazido de Goiânia. Antes disso, aguardava com urgência pelo transplante internada no Hospital de Base. Segundo Joseane, a compatibilidade para transplante cardíaco depende principalmente da tipagem sanguínea, idade, peso e altura do doador com relação ao receptor. Estes dados entram no sistema informatizado de gerenciamento da lista de espera. “Os pacientes em lista de espera para transplante cardíaco e hepático não têm outra possibilidade terapêutica. É muito triste quando um paciente morre em lista de espera. Principalmente, quando existe um órgão compatível, mesmo que esteja em outra cidade”, avalia. A excelência do Distrito Federal em realizar transplantes já possibilitou que pacientes de outras unidades da federação fizessem o transplante em Brasília com o coração de um doador do seu estado de origem. * Com informações da Secretaria de Saúde/DF
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Setembro verde acabou, mas lembre: doar órgãos faz a diferença
A história do jornalista Tiago Damásio, 32 anos, encerra a programação do Setembro Verde. Neste último dia do mês, dedicado ao incentivo à doação de órgãos, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal chama atenção para a importância deste ato de solidariedade, capaz de salvar inúmeras vidas. Foi uma doação que salvou a vida de Tiago (foto). Após anos de sofrimento, ele conseguiu realizar um grande sonho, mas somente depois de um evento transformador. Em outubro de 2018, o rapaz passou por um transplante duplo, de pâncreas e rim, que lhe trouxe novas perspectiva de uma existência com maior qualidade, movimento e independência. Tiago: salvo por um transplante duplo – Foto: Mariana Raphael/Saúde-DF Diabético desde os oito anos de idade, o jornalista tornou-se dependente da hemodiálise aos 29 anos, após a paralisação total dos dois rins. Ele entrou na fila do transplante e enquanto esperava a doação levava uma vida de muitas privações. Podia sair da cidade por até três dias, tempo máximo que poderia ficar sem fazer hemodiálise. Com isso, não conseguia fazer viagens demoradas. A hemodiálise ainda provocava anemia e fraqueza, impossibilitando-o de participar de festas, realizar atividades físicas e passeios que exigissem caminhadas mais longas. Tomar banho em uma cachoeira, então, estava bem longe das possibilidades de Tiago. Ao se tornar receptor de órgãos, em outubro de 2018, e ganhar autonomia e qualidade vida, o primeiro sonho da lista do jornalista era mergulhar no poço de uma queda d’água. E foi o que ele fez. Em dezembro de 2018, Tiago viajou com a família para a Chapada dos Veadeiros (Alto Paraíso, em Goiás), fez trilhas e deu o tão sonhado mergulho em uma cachoeira. Ele tem muitos outros planos e sonhos a realizar, o próximo é fazer uma viagem internacional. Seja um doador No Brasil, a doação de órgãos só é feita com autorização da família. Daí a importância deixar clara a vontade de ser um doador. “É preciso que as pessoas reflitam, proponham o diálogo e conversem com a família sobre seu desejo. É uma atitude capaz de trazer vida nova a muita gente, como aconteceu comigo”, reforça Tiago Damásio. Neste Setembro Verde, mês destinado à conscientização sobre a doação de órgãos, a Secretaria de Saúde do DF, por meio da Central Estadual de Transplantes (CET), realizou atividades culturais e palestras para trazer à comunidade a discussão sobre a relevância deste ato. “A campanha alertou e lembrou à população sobre a importância da doação e da mudança de vida proporcionada aos transplantado”, destaca o enfermeiro e gestor do Núcleo de Distribuição de Órgãos e Tecidos da CET, Anderson Galante. A programação do Setembro Verde terminou na sexta-feira (27), Dia Nacional de Doação de Órgãos. Nessa data, além da mostra fotográfica, em curso na galeria de artes do Pátio Brasil Shopping, desde o dia 23, aconteceu, na praça central do Pátio, um talk show com Tiago Damásio, além de um show musical com Davi Ramiro, encerrando as atividades do Setembro Verde. Os órgãos doados Informações da Central Estadual de Transplante mostram que, do início deste ano até o dia 25 de setembro, já foram realizados 448 transplantes. [Numeralha titulo_grande=”49%” texto=”crescimento no número de doação de córneas no DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Foram 24 de coração, 68 de fígado, 290 de córnea, sete de pele e 59 de rim, sendo dez destes de doadores vivos. Comparado ao mesmo período do ano passado, a doação de córnea teve um aumento de 49%, saindo de 194, em 2018, para 290 transplantes em 2019. Os doadores Existem dois tipos de doador, o vivo e o falecido. Qualquer pessoa que concorde com o ato pode ser um doador vivo, desde que a atitude não prejudique sua própria saúde, podendo doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Neste caso, pela lei, é possível doar apenas para parentes até o quarto grau e cônjuges (não parentes, só com autorização judicial). O segundo tipo é o doador falecido. São os pacientes com morte encefálica e a doação só acontece com autorização da família. * Com informações da Secretaria de Saúde
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Na luta contra o tempo, paciente do DF recebe novo coração
Distrito Federal realiza vigésimo transplante de coração do ano. Órgão veio de Vitória da Conquista, na Bahia. Foto: Mariana Raphael/SES-DF Quatro horas. Este é o tempo máximo que um coração sobrevive fora do peito do doador até ser transplantado em outra pessoa. É um dos órgãos com menor durabilidade e, por isso, correr contra o relógio faz parte da rotina que poderá dar novo fôlego de vida a quem está à espera de um transplante. Nessa corrida contra o tempo, a parceria entre os órgãos é fundamental. Tanto que permitiu a uma paciente de 58 anos, internada no Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), receber, na tarde dessa terça-feira (23), um coração doado em Vitória da Conquista, na Bahia. O transporte foi feito por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e levado ao instituto pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros. O trajeto durou cerca de duas horas e meia. A vinda do órgão para o DF foi mediada pela Central Nacional de Transplantes. “Quando há doação e o estado não tem condições de fazer o transplante, seja porque não tem receptor, seja por não ter logística viável, a central faz um ranking para verificar qual localidade teria melhores condições de receber”, explica a diretora substituta da Central Estadual de Transplantes, Joseane Gomes Fernandes Vasconcellos. A escolha do DF ocorreu porque a paciente estava classificada como grave e urgente. Além disso, era o local que teria condições de fazer o transporte do órgão com maior agilidade. [Olho texto=”Com esse transplante, realizado pelo ICDF, o Distrito Federal chega a 20 transplantes de coração somente neste ano. O número já se aproxima do quantitativo realizado durante todo o ano de 2018, quando 34 cirurgias desse órgão foram feitas.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Indicação O transplante de coração é indicado quando as medidas clínicas e cirúrgicas para o tratamento de insuficiência cardíaca foram esgotadas e a expectativa de vida do paciente não ultrapassar dois anos. Para receber um órgão, o potencial receptor deve estar inscrito em uma lista de espera, respeitando-se a ordem de inscrição, a compatibilidade e a gravidade de cada caso. A lista é única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e por órgãos de controle federais. Se existe um doador elegível (com morte encefálica confirmada), após a autorização da família para que ocorra a retirada dos órgãos, a Central de Transplantes emite a lista dos potenciais receptores e informa às equipes de transplante que os atende. Samu No DF, são realizados transplantes de coração, fígado, rins e córneas de doadores falecidos. Aqui, também são feitos transplantes de medula óssea, que seguem outro protocolo para a doação: pode ser realizado com células do próprio paciente, de doador aparentado ou de doador anônimo, cadastrado no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Além da parceria com a FAB e o Corpo de Bombeiros, a Secretaria de Saúde conta com o apoio de um carro do Samu, que agiliza os atendimentos relacionados a transplantes. Neste ano, já foram 340 ocorrências geradas para transporte terrestre. “Esses transportes são para todo tipo de apoio logístico para a doação: avaliação do potencial doador pela equipe, levar ou buscar órgão no aeroporto ou em hospital, levar equipe para a retirada de órgãos ou para a retirada de globo ocular (córnea), transporte de material biológico necessário à triagem dos receptores ou para avaliação dos doadores”, elenca Joseane Gomes. Doação A legislação, no Brasil, determina, desde 2001, que a doação seja autorizada pela família do paciente. Então, é fundamental que a pessoa informe aos familiares sobre o seu interesse em ser um doador de órgãos. “O familiar pode informar aos profissionais de saúde do local de internação do paciente sobre o interesse em doar os órgãos. A equipe da unidade aciona a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante para entrevistar a família, orientar sobre todos os procedimentos e colher a assinatura de autorização”, explica. Em 2018, foram registrados 53 doadores de órgãos e 251 apenas de córnea. Foram realizados 302 transplantes de córnea, 55 de rim de doador falecido, dez transplantes de rim de doador vivo, 86 de fígado e 34 transplantes de coração. *Com informações da Secretaria de Saúde
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DF confirma liderança nacional no ranking de transplantes
Edição de arte/Agência Brasília Primeiro lugar em notificação de potenciais doadores por milhão de habitantes e terceiro em efetivos, em 2016, o Distrito Federal se destaca no cenário nacional de transplante de órgãos. Neste ano, os dados já apontam que a região continuará figurando nessas posições de liderança. Durante o ano de 2016, foram feitas 321 notificações de potenciais doares, o que representa 110,1 por milhão de pessoa, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. No primeiro semestre deste ano, já foram 137 notificações. De janeiro a junho de 2017, foram feitos 313 transplantes, a maioria de rim (51) e córnea (160). Em nível nacional, o DF foi o que apresentou a maior taxa de transplante por milhão de pessoa, seguido de Ceará e Paraná. O Distrito Federal também é destaque nacional em transplantes de coração. No primeiro semestre deste ano, fez 16 procedimentos do tipo. [Numeralha titulo_grande=”313″ texto=”Número de transplantes feitos no DF de janeiro a junho, a maior parte de rim e córnea” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Pernambuco e DF foram as únicas unidades que fizeram mais que cinco transplantes por milhão de pessoas em todo o País. Apesar do cenário positivo, ainda é preciso que as pessoas se sensibilizem e comuniquem aos familiares o desejo de tornar-se doador. O mês de setembro, mais especificamente o dia 27, é reservado à conscientização sobre a importância da doação de órgãos. “Hoje em dia não é mais preciso que a pessoa deixe expresso em documento que é doadora. Basta que a família autorize o procedimento, depois de constatada a morte encefálica do paciente”, explica a coordenadora de Transplantes do DF, Daniela Salomão. Ela diz que, constatada a morte encefálica, a família é informada e chamada para uma entrevista. “Neste momento, explicamos como funciona e tiramos todas as dúvidas a respeito do procedimento”, detalha. Em todo o País, 32 mil pacientes aguardam na fila. No DF, são 348 pessoas à espera de um órgão para os seguintes transplantes: 247 de rim Nove de fígado 19 de coração 73 de córnea Quem recebe um órgão, sabe da importância desse ato na prática. É o caso de Gaby Gonçalves, de 40 anos, que passou 11 meses aguardando por um transplante de rim. “Valorizo mais a vida, passei a praticar atividade física, participo de corrida de rua e estou com alimentação mais saudável”, conta. Gaby foi uma das participantes de evento em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos no Hospital de Base, na manhã de quarta-feira (27). Para Francisco das Chagas Cunha, de 45 anos, que também recebeu um rim, quem doa órgãos doa vida a outra pessoa. [Olho texto='”Valorizo mais a vida, passei a praticar atividade física, participo de corrida de rua e estou com alimentação mais saudável”‘ assinatura=”Gaby Gonçalves, transplantada de rim” esquerda_direita_centro=”direita”] Após 20 anos na expectativa de um doador, Cunha viu tudo mudar há sete meses. “Estava na cadeira da hemodiálise quando recebi a ligação informando que haviam encontrado um rim compatível. Hoje vivo muito bem, estou muito feliz”, conta. Atualmente, o DF faz transplantes de medula, coração, fígado, rim e córnea. Os procedimentos, na rede pública, são centralizados no Hospital de Base, Hospital Universitário de Brasília e Instituto de Cardiologia. Segundo Daniela Salomão, a captação de órgãos pode ser feita em qualquer hospital, por equipe credenciada. “O hospital comunica à equipe a probabilidade de morte encefálica, e, ocorrendo de fato, as equipes de captação – cada órgão tem uma específica – vão até a unidade fazer os procedimentos necessários”, explica. Em casos de doadores intervivos, ou seja, na doação de rins, o processo varia um pouco. “No Brasil, precisa haver relação de parentesco de até quarto grau ou ser cônjuge para verificar compatibilidade”, orienta. Em casos onde não há parentesco, enumera a coordenadora, “é preciso passar por procedimento legal: isenção de repasse financeiro, compatibilidade, depois passar pelo comitê de ética do hospital e depois uma autorização judicial.” Para verificar a compatibilidade dos órgãos, o Hemocentro é ator principal. É o único laboratório do DF responsável por fazer a triagem laboratorial de doadores e receptores. “Todo paciente que deve passar pelo transplante já faz o exame chamado HLA, que fica armazenado em nosso banco de dados e cadastrado na fila de transplante. Caso apareça um doador, é colhido material para fazer este mesmo exame nele”, explica o chefe do Núcleo de Suporte de Transplantes da unidade, Jeferson do Carmo Araújo. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Ele explica, ainda, que após confirmada a compatibilidade, é feito um teste in vitro para verificar se há ou não risco de rejeição pós-transplante. No caso de doação de medula, o procedimento é semelhante. “A diferença é que o doador vem até a unidade e colhemos a amostra que vai para o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome)”, explica Araújo. “Quando algum paciente necessita de doação, esse banco é consultado e, encontrando um doador, este é reconvocado para novos exames e só depois encaminhado para o transplante”, completa. No primeiro semestre de 2017, o DF fez 41 transplantes de medula óssea. Para quem deseja doar, é preciso ligar antes no 160, opção 2, para agendar o dia de retirar a amostra. Quem faz o transplante é o ICDF.
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Brasília supera número de transplantes de coração
Destaque nacional em doações e transplantes de órgãos, Brasília já superou o número de transplantes de coração feitos no ano passado. De janeiro a setembro de 2016, 31 procedimentos desse tipo foram feitos no Distrito Federal. Em 2015, o total foi de 30 transplantes cardíacos. Os dados são do último balanço publicado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Um dos 31 pacientes que ganharam um novo coração neste ano, Aroldo José da Silva, de 57 anos, adotou um número da sorte e uma segunda data de aniversário. Após três tentativas frustradas por falta de compatibilidade, ele passou pela cirurgia em 29 de fevereiro no Instituto de Cardiologia do DF (ICDF). Nascido no mesmo dia do mês de setembro, ele arrisca a sorte com o número na loteria. “Ainda não ganhei nenhum prêmio. E só faço aniversário de quatro em quatro anos”, diverte-se. A disposição de Aroldo é uma realidade bem diferente da que ele viveu no período antes do procedimento. “Não aguentava nem subir uma escada”, recorda. Agora, faz questão de usar os degraus para subir ao apartamento em que mora no Sudoeste. Além disso, mantém uma rotina de exercícios com caminhadas e uso dos aparelhos de ginástica dos pontos de encontro comunitário. Especialistas da área atribuem o aumento significativo no número de transplantes de coração a um conjunto de fatores que inclui melhor logística de transporte. “Os hospitais também estão mais bem estruturados, e conseguimos um maior número de órgãos por autorização”, pontua a diretora da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde, Daniela Salomão. Isso significa maior quantidade de doadores múltiplos de órgãos — enquanto de janeiro a setembro de 2015 houve 22 doadores com essa condição, no mesmo período de 2016, foram 33. Cardiologista do departamento de transplante cardíaco do ICDF, Marcelo Ulhoa lista como um dos motivos para a superação dos resultados o fato de o instituto ser uma referência nacional para o procedimento. “A parceria com a Força Aérea Brasileira [para transporte dos órgãos] e a visibilidade que se tem dado, mostrando resultados satisfatórios, ajuda as pessoas a doarem os órgãos”, acrescenta o médico. O instituto é uma entidade sem fins lucrativos e o único credenciado em Brasília para esse tipo de transplante. Atua, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), com recursos dos governos local e federal. Pacientes com indicação para transplante migram para Brasília Valterino Fernandes, de 56 anos, tem uma história semelhante à de Aroldo. Ambos deixaram suas cidades e famílias para buscar tratamento e transplante em Brasília. O primeiro saiu de Unaí (MG), e o segundo, de Nova Andradina (MS). Valterino Fernandes, de 56 anos, deixou sua cidade e família para buscar tratamento e transplante em Brasília. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Em comum, eles também contam com o apoio das esposas, que vieram para acompanhá-los. “Deixei meu emprego como vendedora e vim. Fiz até promessa”, conta Maria Helena da Silva, de 55 anos, que doou 45 centímetros de cabelo para pacientes de câncer depois que Aroldo conseguiu um coração compatível. Para matar a saudade de casa, ela colou um grande mural de fotos na parede da sala. Na mesma linha, Eliana Fernandes, de 42 anos, segue na cidade com o marido. Ele foi transplantado em 27 de maio deste ano. Recuperar as datas é fácil, pois ela anota tudo em um pequeno caderno. Internado na unidade de terapia intensiva (UTI) em 23 de fevereiro por causa do estado debilitado, Valterino ainda enfrentou complicações nos rins e precisou de um duplo transplante: coração e rim. Um dos 31 pacientes que ganharam um novo coração neste ano, Aroldo José da Silva, de 57 anos, adotou um número da sorte e uma segunda data de aniversário. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Para ele, a espera por um órgão foi a parte mais difícil. “Eu pensava que alguém tinha de morrer para eu sobreviver. E você não deseja a morte.” Com visitas limitadas na internação, ele contou com o apoio da equipe médica do ICDF para enfrentar os momentos de tristeza. “Sempre recebia uma psicóloga, e viramos uma família no hospital. Até festa fizeram para mim.” O tratamento dos pacientes é integrado, com a atuação de diversos profissionais, como psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas, além dos cardiologistas. “Hoje a gente já se estabeleceu como uma referência no Centro-Oeste. Também recebemos muitos do sul da Bahia, de Goiânia (GO), do norte de Minas Gerais, de Manaus (AM), do Tocantins”, exemplifica Ulhoa. Balanço de transplantes em Brasília de janeiro a setembro de 2016 A capital também se manteve como destaque nas cirurgias de fígado. De janeiro a setembro deste ano, foram 55. Considerando a proporção de habitantes, por milhão de população (PMP), o DF é o primeiro nesse tipo de transplante, com 25,2 PMP, e está no mesmo patamar quanto aos procedimentos de coração (31 no total, 14,2 PMP), córnea (354 no total e 161,9 PMP) e medula óssea (53 no total e 24,2 PMP). Brasília ainda se recuperou no ranking de transplantes de rim. Em todo o ano passado, foram 84 cirurgias desse tipo contra 89 apenas até setembro deste ano. Assim, a cidade retomou os parâmetros de 2014, após dificuldades na área. “Por problemas administrativos, 2015 foi um ponto fora da curva. Passamos um período sem fazer [o procedimento], mas conseguimos reestruturar”, explica a diretora da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde, Daniela Salomão. Edição: Marina Mercante
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