Aulas gratuitas preparam alunos com necessidades especiais para o Enem
Estudantes com deficiência, transtorno do espectro autista (TEA), altas habilidades, superdotação ou outros transtornos funcionais podem participar do projeto Enem Inclusivo e Especial 2025. A ação, idealizada pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), por meio da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin), oferece aulas preparatórias acessíveis para que esses alunos tenham chances de alcançar uma vaga no ensino superior por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que está com as inscrições abertas até essa sexta-feira (6). As aulas contam com estrutura completa, adianta a subsecretária de Educação Inclusiva e Integral, Vera Lúcia Ribeiro: “Vamos utilizar todos os recursos necessários: comandos de voz, leitores de tela, intérpretes de Libras, apoiadores e professores, atuando como profissionais de apoio” | Foto: Mary Leal/SEEDF O projeto conta com professores voluntários que ministram conteúdos das principais disciplinas do Enem, como matemática, física, química, redação, gramática, história, geografia, sociologia, filosofia, artes e língua estrangeira. Tudo adaptado às necessidades dos estudantes, com recursos de acessibilidade e atenção personalizada. “Desde o início do projeto, em 2019, já atendemos centenas de estudantes”, relata a subsecretária de Educação Inclusiva e Integral, Vera Lúcia Ribeiro. “Para este ano, nossa expectativa é formar quatro turmas, cada uma com 15 alunos. As turmas reduzidas são essenciais porque atendemos estudantes com deficiência, o que demanda um acompanhamento mais próximo e personalizado.” Preparação especial As aulas preparatórias serão ministradas em agosto, no Centro de Educação de Jovens e Adultos da Asa Sul (Cesas), local que oferece estrutura adequada para o projeto. “Lá contamos com um laboratório de informática adaptado, espaço fundamental para as atividades de tecnologia com uso da nossa plataforma acessível”, explica Vera Lúcia. “Vamos utilizar todos os recursos necessários: comandos de voz, leitores de tela, intérpretes de Libras, apoiadores e professores, atuando como profissionais de apoio.” A subsecretária destaca ainda a formação dos profissionais que participam da ação: “Nossos docentes são voluntários da própria rede pública, todos capacitados, pois nossa rede é inclusiva. Eles adaptam os conteúdos, trabalham com materiais acessíveis e oferecem um ensino realmente voltado para o desenvolvimento dos estudantes”. Chamada à comunidade escolar A Secretaria de Educação faz um apelo aos gestores, professores e coordenadores para que incentivem os estudantes com deficiência, TEA, altas habilidades ou transtornos funcionais a fazer inscrição no Enem 2025. “As aulas são aos sábados, e, por isso, é importante que os pais estejam juntos no processo, apoiando desde a inscrição até a presença nas aulas”, orienta Vera Lúcia. “A secretaria oferece o lanche, camisetas, material didático e toda a estrutura necessária”. Faça aqui sua inscrição. *Com informações da Secretaria de Educação
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Diário de Ideias: projeto incentiva a escrita e fortalece vínculos na EJA do DF
A escrita tornou-se um verdadeiro tesouro para os estudantes do Centro de Educação de Jovens e Adultos da Asa Sul (Cesas), na 602 Sul. Por meio do projeto Diário de Ideias, eles têm a oportunidade de registrar vivências e reflexões em cadernos personalizados, fortalecendo o aprendizado e a troca de experiências. Introduzido pela professora Lucinete Teixeira, o projeto oferece uma abordagem lúdica e autoral. “A iniciativa parte da ideia de uma aprendizagem criativa e compreensiva, onde o aluno constrói, de forma autoral, o seu conhecimento”, explica Lucinete. Semanalmente, as conversas promovem diálogos e compartilhamento, transformando os registros em uma rica troca de saberes. Uma das características da EJA é a diversidade. E para implementar o projeto, o Cesas promoveu oficinas de expressão oral, meditação e história da escrita, além de aulas práticas de escrita criativa | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília A metodologia foi originalmente desenvolvida pela professora doutora Luciana Muniz, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), para crianças em séries iniciais. Com a autorização da criadora, Lucinete adaptou o conceito para a realidade da EJA, respeitando as particularidades geracionais e utilizando uma linguagem própria para os alunos do Cesas. O projeto se ancora na Teoria da Subjetividade, de González Rey, que valoriza as dimensões subjetivas do aprendizado. “A proposta combina muito para jovens e adultos, porque esses estudantes não vêm para a escola sem conhecimento. Eles já trazem as experiências de vida deles. Então a escola e os professores têm de aproveitar o que eles já sabem e a partir daí trabalhar o conhecimento formal”, aponta a educadora do Cesas. A Educação de Jovens e Adultos no DF é um passo importante para a inclusão social. Entre 2019 e 2024, mais de 199 mil estudantes se matricularam em turmas da EJA e atualmente, cerca de 20 mil alunos frequentam as 101 unidades escolares que oferecem o programa. Entre 2019 e 2024 a SEEDF contou com 199.475 alunos matriculados na EJA no Distrito Federal Inclusão Uma das características da EJA é a diversidade. E, para implementar o projeto, o Cesas promoveu oficinas de expressão oral, meditação e história da escrita, além de aulas práticas de escrita criativa. O objetivo foi preparar os cerca de 80 participantes para que pudessem se expressar de forma confiante e autoral. As atividades preparatórias foram essenciais para Marco Leite, 43 anos, criar confiança e estimular a criatividade: “Passei a me sentir confortável para expor ideias, tanto boas quanto ruins, e isso nos ajuda a aprender mais e a nos conectarmos uns com os outros”. O artesão aprendeu a ler e a escrever no Cesas e considera importante que as atividades, além de ensinar, desenvolvam nos alunos a oportunidade de se aproximar uns dos outros. “Gosto de estar aprendendo, me comunicando com os colegas e com os professores”, comenta. O impacto do projeto também é visível para a estudante Mônica Pereira, de 60 anos, que usa o diário para contar a própria trajetória de vida e estudo. “Voltei a estudar há oito anos. Sempre foi um sonho, mas, por ter cuidado dos meus irmãos desde muito nova, só agora pude realizar. Escrever sobre minha história me faz aprender e também fortalecer vínculos com os colegas”, compartilha a cuidadora. Dados que inspiram A Educação de Jovens e Adultos no DF é um passo importante para a inclusão social. Entre 2019 e 2024, mais de 199 mil estudantes se matricularam em turmas da EJA e atualmente, cerca de 20 mil alunos frequentam as 101 unidades escolares que oferecem o programa. Entre 2019 e 2024 a SEEDF contou com 199.475 alunos matriculados na EJA no Distrito Federal. Os dados contribuem para que o DF apresente o segundo melhor índice de alfabetização do país, com 97,2% da população sabendo ler e escrever, atrás apenas de Santa Catarina, que tem 97,3%, segundo resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Para a diretora da EJA da Subsecretaria de Educação Básica da Secretaria de Educação (SEEDF), Lilian Sena, a introdução de projetos e programas na Educação de Jovens e Adultos também é uma forma de tornar o processo de ensino e aprendizagem seja dialógico e emancipador: “Nossos professores têm autonomia pedagógica, o que garante a construção de currículos voltados para o contexto dos estudantes, seus anseios e necessidades ao retornarem para a escola ou ao iniciarem seus estudos”. O processo de aprendizagem foi importante para a haitiana Erline Jaccy, 30 anos, que atualmente estuda no Cesas. Acompanhado do marido e de três filhos, ela chegou na capital federal em busca de oportunidade de emprego e vê na educação a chance de prosperar: “Acredito que me alfabetizar no Brasil vai me ajudar a conhecer ainda mais sobre o país e sobre as pessoas. É a oportunidade de uma nova vida”, comemora.
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Escola para jovens e adultos no DF comemora 50 anos transformando vidas
Com aproximadamente 1,2 mil alunos matriculados nos três turnos, o Centro de Educação de Jovens e Adultos da Asa Sul (Cesas) celebra 50 anos transformando vidas pela educação de jovens e adultos. É uma das escolas mais antigas do DF. A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá (D), ressaltou: “Temos uma escola que oferta educação de qualidade ao estudante de EJA nos três turnos, e que agora oferece educação profissionalizante” | Foto: Mary Leal/SEE A comemoração foi na manhã desta segunda-feira (16), com a inauguração da placa do jubileu de ouro da unidade e a participação de autoridades, professores e alunos da instituição. A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, foi homenageada. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma ferramenta vital para a inclusão educacional e social, oferecendo novas chances a pessoas de todas as idades que desejam retomar os estudos. Com histórias inspiradoras e desafios superados, é uma prova concreta do poder transformador da educação ao longo da vida. Aprendizado [Olho texto=”“Eu só tenho a agradecer ao Cesas, principalmente, pelo incentivo constante de não nos deixar desistir” ” assinatura=”Maílde Maria de Assunção, aluna” esquerda_direita_centro=”direita”] Em seus 50 anos, o Cesas coleciona histórias como a de Maílde Maria de Assunção, 69 anos, aluna da instituição no período de 2005 a 2013, quando fez um curso de computação. Ela conta que recebeu muito incentivo dos professores para que continuasse seus estudos. Maílde retornou à escola com o diploma de bacharel em direito e o coração cheio de boas lembranças e gratidão a todos os professores que a ajudaram a buscar sempre o melhor na vida e nos estudos. Seu próximo passo é finalizar o curso de mediação e conciliação extrajudicial, feito no formato online. “Aprendi a usar a tecnologia no curso que fiz aqui”, conta. “Eu só tenho a agradecer ao Cesas por todo ensino e aprendizado, pela empatia dos professores conosco e, principalmente, pelo incentivo constante de não nos deixar desistir”. Qualidade de ensino “É uma escola de 50 anos que está bem-cuidada e bonita, com um trabalho bem-feito pelos gestores em prol do estudante”, afirma Hélvia Paranaguá. “Desde a década de 1970, nós temos uma escola que oferta educação de qualidade ao estudante de EJA nos três turnos, e que agora oferece educação profissionalizante. Isso é crescimento.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O diretor da unidade, Reus Antunes de Oliveira, conta que o Cesas tem uma trajetória de luta pela educação de jovens e adultos. “A escola procura dar qualidade de ensino para jovens e adultos que não tiveram oportunidade de concluir seus estudos na idade própria ou que, por algum motivo, tiveram que interromper o seu estudo regular”, ressalta. O Cesas foi autorizado a iniciar atividades escolares em 1975. Trata-se de escola pública e gratuita que, desde a sua criação, oferta a EJA em três segmentos, organizados em 11 semestres letivos. No segundo semestre de 2018, o Cesas passou a fazer parte do cadastro do Ministério da Educação (MEC) pelo Sistema Sistec e começou a oferecer cursos de qualificação. A EJA [Numeralha titulo_grande=”26 mil ” texto=”Número aproximado de estudantes do DF matriculados na EJA” esquerda_direita_centro=”direita”] Atualmente, há oferta de EJA em 95 escolas das 14 coordenações regionais de ensino do DF. Aproximadamente 26 mil estudantes estão matriculados nessa modalidade. A EJA é organizada em três segmentos. O primeiro corresponde aos anos iniciais do ensino fundamental e é quando os alunos começam e consolidam o processo de alfabetização. O segundo segmento corresponde aos anos finais do ensino fundamental. Já o terceiro segmento corresponde ao ensino médio. Para se matricular no primeiro e no segundo segmentos, a idade mínima é de 15 anos completos. Para se matricular no terceiro segmento, a idade mínima é de 18 anos completos. As matrículas para a EJA podem ser feitas o ano todo, ininterruptamente. Basta comparecer com os documentos pessoais à secretaria da unidade mais próxima da residência ou trabalho. *Com informações da Secretaria de Educação do DF
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