Hospital de Base recebe visita de oncologista da USP para mapeamento nacional de centros especializados
O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) recebeu, na manhã de terça-feira (25), a visita do médico Edgard Engel, oncologista ortopédico e professor da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP). A visita faz parte de um projeto nacional que mapeia os principais centros especializados no tratamento de tumores ósseos e de partes moles no Brasil. “Nosso foco é garantir que os profissionais de saúde e a população saibam onde buscar tratamento especializado”, afirmou o oncologista Edgard Engel (E) | Foto: Alberto Ruy/IgesDF Engel, que já foi presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Ortopédica, está percorrendo unidades de saúde em todo o país para documentar e fortalecer a rede de especialistas na área. O objetivo é consolidar informações sobre os hospitais que realizam esse tipo de cirurgia e divulgar esses centros tanto para médicos quanto para pacientes. “Nosso foco é garantir que os profissionais de saúde e a população saibam onde buscar tratamento especializado”, apontou ele. “A oncologia ortopédica é uma área rara, e os procedimentos precisam ser feitos em hospitais com equipe qualificada e estrutura adequada.” A iniciativa começou em 2022 e já percorreu diversas regiões do Brasil. Durante as visitas, o oncologista coleta dados, entrevista especialistas e registra informações que farão parte de um livro sobre o panorama da oncologia ortopédica no país. A previsão é que a obra seja concluída até 2026. Durante a visita ao hospital, Engel conversou com os médicos especialistas Fabrício Lenzi Chiesa, Guilherme Haubert, Eduardo Capelletti, Fábio Carreira e Lucas Araújo Leite. Na entrevista, eles discutiram o perfil do paciente do HBDF, os recursos diagnósticos e a demanda de pacientes. Referência “O Hospital de Base tem uma equipe experiente e estrutura adequada para oferecer esse tratamento dentro do SUS” Edgard Engel, oncologista e professor da USP O Hospital de Base se destaca como um dos centros de referência no tratamento de tumores ortopédicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Engel, 85% dos casos desse tipo de câncer são tratados em apenas 60 hospitais no Brasil, o que demonstra a importância de instituições como o HBDF na oferta de atendimento qualificado. “Felizmente, observamos que a maioria dos casos está concentrada em centros especializados, o que melhora o prognóstico dos pacientes”, afirmou o especialista. “O Hospital de Base tem uma equipe experiente e estrutura adequada para oferecer esse tratamento dentro do SUS.” Além de mapear os hospitais, o projeto busca incentivar a formação de novos profissionais e aprimorar a troca de informações entre os centros de referência. Ainda durante a visita, a equipe de oncologia ortopédica do HBDF compartilhou experiências e desafios enfrentados no atendimento a pacientes com tumores ósseos. A equipe também visitou o ambulatório de ortopedia, a enfermaria da ortopedia onde os pacientes ficam internados, a anatomia patológica e o seu laboratório. *Com informações do IgesDF
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GDF envia segunda remessa de leite humano para o Rio Grande do Sul
Chegou a Porto Alegre (RS), no final da noite dessa quinta-feira (11), a segunda remessa de leite humano pasteurizado doado pela Secretaria de Saúde (SES-DF). Os bancos de leite do Distrito Federal reuniram 117 frascos, totalizando 30,4 litros de leite humano, para auxiliar às mães na alimentação de crianças e recém-nascidos vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Os frascos foram acondicionados em uma caixa térmica específica para o transporte, que foi coberta por gelo seco e lacrada, o que garante a conservação e a segurança do leite doado | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF A ação foi conduzida pelo Banco de Leite do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), centro de referência em aleitamento materno no DF, e teve apoio do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Força Aérea do Brasil (FAB), além da união das regionais da rede de saúde. Além do Leite, a SES também enviou a doação de 237 frascos adequados para a captação em banco de leite humano, uma doação dupla, para estimular as doações locais | Foto: Alexandre Álvares/Agência Saúde-DF A chefe do Banco de Leite Humano do HRT, Natália Conceição, destaca a satisfação da equipe em contribuir com os bebês gaúchos nesse momento de dificuldade. “Estamos muito felizes com essa doação, com toda essa mobilização no Distrito Federal, principalmente, por saber que vamos auxiliar na alimentação de bebês tão pequenos, numa região que está sofrendo tanto nesse momento”, disse. A chefe do banco de leite destaca a parceira de outras instituições, com ênfase à união dos bancos de leite da Asa Norte, Brazlândia, Planaltina, Paranoá e Taguatinga, que reforçam o cuidado para manter a segurança do leite para a doação. “O leite doado chegou no centro de referência no HRT já pasteurizado e congelado, por meio de transporte organizado pelo Corpo de Bombeiros”, explicou. “Apesar de o Rio Grande do Sul já ter se organizado para fazer a coleta domiciliar, e as doadoras estão voltando para suas casas, nesse momento eles ainda estão precisando desse nosso apoio” Miriam Santos, representante da Fiocruz Segundo Natália, após uma triagem, os frascos são acondicionados em caixa térmica específica para o transporte, que foi revestida por gelo seco e lacrada, o que garante a conservação e a segurança do leite doado. “A primeira doação que fizemos ao Rio Grande do Sul (no dia 11 de junho) foi um sucesso e nós conseguimos garantir que esse leite chegasse com segurança e qualidade”, ressalta. A representante da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano da Fiocruz, Miriam Santos, explica que o pedido de ajuda foi feito por meio da rede e prontamente atendido pela Saúde do DF. “Apesar de o Rio Grande do Sul já ter se organizado para fazer a coleta domiciliar, e as doadoras estão voltando para suas casas, nesse momento eles ainda estão precisando desse nosso apoio”, explica. A segunda remessa de leite humano pasteurizado doado pela Secretaria de Saúde contou com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Força Aérea do Brasil (FAB), além da união dos bancos de leite de várias regionais da rede de saúde Na capital gaúcha, a doação do DF foi recebida pela equipe do Banco de Leite Humano, da Secretaria de Saúde do RS. A chefa da Equipe de Aleitamento Materno, Kátia Rospide, destacou “a felicidade do povo gaúcho com a doação da SES-DF, nesse momento. É muito bem-vinda, pois ajuda na nutrição das nossas crianças que, na falta do leite humano, se alimentam apenas com as fórmulas infantis”. A doação foi encaminhada para a Santa Casa de Porto Alegre, que é referência de bancos de leite do estado. Com essa segunda remessa, a Secretaria de Saúde do DF já contribuiu com 63,4 litros de leite humano pasteurizado para os bebês e crianças do Rio Grande do Sul. Além do leite, a SES também doou 237 frascos adequados para a captação do leite humano para estimular as doações locais. Calcula-se que um frasco de leite humano pode alimentar até 10 bebês ou, por meio de dieta fracionada, a nutrição serviria para alimentar 23 bebês por até 8 dias. Como doar no DF Os bancos de leite de cada Região de Saúde do DF atendem às mães e bebês recém-nascidos para auxílio e orientação na amamentação. Eles são acompanhados pelos profissionais para permitir uma boa nutrição para as crianças. Além disso, o banco realiza todo o processamento do leite humano doado, desde o recebimento, testes, triagem, pasteurização e congelamento. As mães que desejam doar podem entrar em contato pelo telefone 160 (opção 4) ou pelo site Amamenta Brasília e fazer um cadastro. Em seguida, a equipe do banco de leite mais próximo entrará em contato para acolhimento, orientação e distribuição do kit de coleta, que consiste em frasco esterilizado, máscara, gorro e material informativo. A coleta é feita na casa da mãe doadora, pelo Corpo de Bombeiro do DF, e encaminhada para o banco de leite para processamento e posteriormente doação. *Com informações da SES-DF
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Laboratório é peça-chave para diagnóstico, pesquisa e vigilância na rede pública de saúde
Criado originalmente como Instituto de Saúde do Distrito Federal, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) desempenha papel crucial na rede da capital federal. Em 2023, mais de 488.581 exames foram realizados pelos profissionais da unidade. Apenas neste ano, até o fim de março, o quantitativo já ultrapassava os 176 mil diagnósticos. Recentemente, o laboratório passou por reformas, com a implantação do diagnóstico molecular de doença de Chagas e malária, além do sequenciamento genômico do vírus influenza e da dengue. Mais de 480 mil exames foram realizados pelo Lacen-DF em 2023; já no primeiro trimestre deste ano, o quantitativo ultrapassava os 105 mil | Fotos: Sandro Araújo/ Agência Saúde-DF No local, três grandes gerências são responsáveis pela realização das análises: de Biologia Médica (GBM), de Controle de Qualidade de Produtos e Ambientes (GCQPA) e de Medicamentos e Toxicologia (GMTOX). Em números, no ano passado, a GBM elaborou 438,2 mil exames; a GCQPA, 37,3 mil; e quase 13 mil foram realizados pela GMTOX. No primeiro trimestre de 2023, foram 120 mil análises: 111 mil na GBM. 7,1 mil na GCQPA e 1,8 mil na GMTOX. Considerando o mesmo período em 2024, os índices chegaram a 167,4 mil exames pela GBM, 4,9 mil pela GMTOX e 4 mil pela GCQPA. “Conseguimos garantir uma segurança à população em relação aos alimentos consumidos e à água utilizada” Grasiela Araújo da Silva, diretora do Lacen-DF O Lacen-DF realiza mais de 170 tipos de exames laboratoriais, como os de análise toxicológica, de bactérias, botulismo, brucelose, doença de Chagas, chikungunya, citomegalovírus. coqueluche, coronavírus, dengue, tuberculose, difteria, enteropatógenos, esquistossomose, febre amarela, febre maculosa, filariose, hanseníase, hantavirose, HIV. HPV (papilomavírus), infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), leishmaniose, leptospirose, malária, monkeypox e hepatites A, B, C e aguda de etiologia a esclarecer . “Em ações de vigilância sanitária, realizamos análise tanto de qualidade da água quanto de alimentos para consumo humano, além da verificação de medicamentos e produtos para a saúde. Na parte de monitoramento epidemiológico, investigamos doenças de notificação, como covid-19 e arboviroses”, detalha a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo da Silva. Ao todo, o laboratório central possui 218 servidores no quadro de pessoal. Entre os 64 especialistas em diversas áreas, são 39 profissionais com grau de especialização, 16 com mestrado e nove doutores. Com mais de 170 tipos de exames na lista de diagnósticos, o Lacen-DF se destaca como referência em resultados de tuberculose, candidíase, monkeypox e gene de resistência Alimentos As análises fisicoquímicas em água e alimentos são feitas pelo Núcleo de Química de Alimentos (NQA), que recebe, aproximadamente, 150 amostras por semana. Ali os profissionais examinam a qualidade da água para consumo humano ou para processos industriais de preparo de alimentos, verificando, entre outros itens, o teor de sódio. Em um trabalho conjunto, o Núcleo de Microbiologia de Alimentos e Ambientes é responsável pela análise fiscal e de orientação nas áreas de microbiologia e microscopia de alimentos e ambientes. Adicionalmente, são verificadas também denúncias e surtos em alimentos e amostras ambientais do DF. “Nessa parte do laboratório, conseguimos garantir uma segurança à população em relação aos alimentos consumidos e à água utilizada”, explica a diretora. O laboratório conta com equipe altamente qualificada composta por mais de 60 especialistas, sendo 39 profissionais com grau de especialização, 16 com mestrado e nove doutores Vigilância epidemiológica No âmbito da vigilância epidemiológica, o Lacen-DF se destaca como referência nacional no diagnóstico em Candida albicans, popularmente conhecida como candidíase, e, regionalmente, em tuberculose, monkeypox e genes de resistência. “Com a vigilância genômica, verificamos e explicamos alguns comportamentos de doenças na população, como o aumento e a gravidade de casos” Grasiela Araújo da Silva, diretora do Lacen-DF No combate à tuberculose, o laboratório fornece diagnósticos precisos, contribuindo para o controle da doença. Já em termos de bactérias, a pesquisa em genes de resistência permite identificar padrões de resistência e antibióticos, orientando estratégias de tratamento mais eficazes. Em relação à monkeypox, a unidade possui capacidade de identificar e diagnosticar os casos de forma ágil. “O Lacen-DF é primordial na execução dessas análises, pois conseguimos fazer uma sorotipagem e, por meio da metodologia PCR, identificar, diferenciar e saber o que está circulando. Além disso, fazemos o trabalho de sequenciamento das amostras dos vírus. Com a vigilância genômica, verificamos e explicamos alguns comportamentos de doenças na população, como o aumento e a gravidade de casos”, diz Silva. Durante a pandemia de covid-19, o laboratório se destacou e atuou como centro de referência em sequenciamento genético, atuando com uma peça-chave no monitoramento da evolução do vírus, identificando variantes e auxiliando na elaboração de estratégias de controle e vacinação. Origem O Lacen-DF foi criado em abril de 1978 como Instituto de Saúde do Distrito Federal (ISDF). O objetivo era desenvolver, em parceria com outros órgãos, um sistema de vigilância sanitária, epidemiológica, controle de zoonoses, de sangue e hemoderivados. Em 2000, o ISDF foi extinto e o Lacen-DF surgiu. Em 2011, a Secretaria de Saúde (SES-DF) passou por uma reestruturação, em que o laboratório, por questões técnicas, teve sua denominação alterada para Diretoria do Laboratório Central de Saúde Pública, subordinado diretamente à Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS). *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
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Segurança hídrica no DF pode ser replicada no país e no exterior
Depois da crise de água em 2016 e 2017, o DF passou a a desenvolver projetos que começaram a mostrar agora seus resultados. É o caso da recomposição de vegetação nativa nas margens do Lago Paranoá | Fotos: Divulgação/Sema [Olho texto=”“São projetos-pilotos, mas acredito que servirão como referência para os estados e também, quem sabe, para outros países, já que Brasília tem um lugar importante como capital da República”” assinatura=” Sarney Filho, secretário de Meio Ambiente” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A segurança hídrica do Distrito Federal reúne experiências implantadas de projetos-pilotos que poderão ser replicadas nos estados do Brasil e em outros países. Foi o que destacaram o secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho, e dirigentes de instituições parceiras, durante evento on-line referente às comemorações da Semana Mundial da Água. As experiências a que se referiram estão sendo desenvolvidas nas bacias do Descoberto e do Paranoá e na Orla do Lago Paranoá. Fazem parte do projeto multilateral CITinova, que busca desenvolver soluções inovadoras para apoiar gestores públicos, incentivar a participação social e promover cidades mais justas e sustentáveis. “São projetos-pilotos, mas acredito que servirão como referência para outros estados e também, quem sabe, para outros países, já que Brasília tem um lugar importante como capital da República”, disse Sarney Filho. “Alguns embaixadores, inclusive, já manifestaram o desejo de conhecer pessoalmente essas ações, o que não aconteceu ainda em função da pandemia.” Na avaliação do secretário, o Distrito Federal está encontrando seu caminho para garantir a segurança hídrica. “Assim, colaboramos com o avanço rumo à sustentabilidade e também tomamos medidas de adaptação para as mudanças climáticas que virão, certamente”, complementou. [Olho texto=”“Os projetos-pilotos apoiados pelo CITinova ficarão disponíveis e servirão de modelo para ser replicados em larga escala por gestores públicos de todo o país” ” assinatura=” Antônio Marcos Mendonça, diretor nacional do CITinova do Ministério de Ciência e Tecnologia” esquerda_direita_centro=”direita”] Em larga escala Durante o encontro virtual, realizado na quinta-feira (25), foi detalhado que o CITinova é um projeto multilateral liderado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). No DF, é coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema) em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), com recursos do Global Environment Facility (GEF). O diretor nacional do CITinova, Antônio Marcos Mendonça, do MCTI, reforçou o caráter de replicabilidade das experiências implementadas pelo projeto. “Em Brasília, inúmeras iniciativas para segurança hídrica estão sendo executadas pela Sema nas bacias hidrográficas do Descoberto e do Paranoá, duas bacias de extrema relevância para o abastecimento e sustentabilidade do DF. Os projetos-pilotos apoiados pelo CITinova ficarão disponíveis e servirão de modelo para ser replicados em larga escala por gestores públicos de todo o país”, disse. A coordenadora do CITinova no Governo do Distrito Federal (GDF), Nazaré Soares, explicou que, no território, são executados projetos em duas grandes frentes, uma voltada à geração de conhecimento para subsidiar o processo de elaboração de políticas públicas baseada em evidências e outra focada em boas práticas e testes-pilotos. “É um conjunto de iniciativas que estão sendo implementadas, dentro de uma nova abordagem que precisamos dar ao tratar desses temas”, detalhou. Ações de recomposição da vegetação nativa podem ser conhecidas nas áreas de proteção permanente (APPs) Recomposição na fonte De acordo com a Sema, o público em geral pode conhecer as ações de recomposição da vegetação nativa em áreas de proteção permanente (APPs) de nascentes, cursos hídricos e em áreas de recarga das bacias hidrográficas do Descoberto e do Paranoá. Também podem ser conhecidos o projeto de água estruturada para irrigação da Bacia Hidrográfica do Descoberto e os sistemas agroflorestais (SAFs) mecanizados nas bacias do Paranoá e do Descoberto. A subsecretária de Assuntos Estratégicos da Sema, Márcia Coura, apresentou o Projeto de Recuperação de APPs da Orla do Lago Paranoá, que envolve o plantio de espécies nativas. [Olho texto=”“As cidades têm grande necessidade de água potável e, paradoxalmente, são também grandes fontes de contaminação” ” assinatura=” Asher Lessels, representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Na Orla Sul, detalhou, as ações contam com recursos do Fundo Único de Meio Ambiente do Distrito Federal (Funam). Com diagnóstico já concluído, uma segunda etapa do plantio envolverá a Orla Norte do Paranoá, dentro do programa Recupera Cerrado, que tem recursos da Fundação Banco do Brasil. A Bacia do Descoberto/Alto Descoberto contempla o Alto Rio Descoberto, o Ribeirão Rodeador e o Ribeirão das Pedras. Já a Bacia do Paranoá inclui o Lago Paranoá – Serrinha do Paranoá e a área do Riacho Fundo conhecida – Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Granja do Ipê. Juntas, respondem pela maior parte do abastecimento público do DF. Também presente ao evento, o representante do Pnuma, Asher Lessels, afirmou que não se pode subestimar a importância de gerir de forma sustentável as bacias e fontes de água potável. “As cidades têm grande necessidade de água potável e, paradoxalmente, são também grandes fontes de contaminação”, analisou. Dessa forma, explicou Lessels, o programa está comprometido a ajudar os países a cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6, que trata sobre água potável e saneamento. “Temos muito por fazer e, nesse contexto, o CITinova é um passo importante para as cidades brasileiras”, complementou. [Olho texto=”“O DF passou um susto em 2016 e 2017, com uma crise hídrica que trouxe muitos reflexos para a agricultura e para a sociedade urbana, mas que provocou novos comportamentos das instituições, produtores, organizações da sociedade civil” ” assinatura=” Luciano Mendes, secretário executivo da Seagri” esquerda_direita_centro=”direita”] Resultados do susto O secretário executivo da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), Luciano Mendes, explicou que a pasta executa muitas ações voltadas à segurança hídrica no DF. “O Distrito Federal passou um susto nos anos de 2016 e 2017, um momento traumático com uma crise hídrica que trouxe muitos reflexos para a agricultura e para a sociedade urbana, mas que provocou novos comportamentos das instituições, produtores, organizações da sociedade civil. A partir disso, muitos projetos foram colocados em prática, e já começamos a ver os resultados”, afirmou. Segundo a presidente em exercício da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater), Loiselene Trindade, a gestão dos recursos hídricos é um tema que a Emater considera fundamental no momento atual. “Trata-se do bem mais precioso, a água, de grande relevância e importância para todos nós. Na Emater, atuamos em projetos de grande relevância junto aos produtores em várias bacias hidrográficas do DF”, disse. Para a diretora do CGEE, Regina Silvério, quando o trabalho é feito em parceria e colaboração, os resultados são mais efetivos e, no somatório, é possível apresentar mais e melhores resultados. “A água tem um impacto direto na agricultura, mas reverbera fortemente em vários outros aspectos da vida dos cidadãos; e as iniciativas apresentadas, realizadas pela Sema no âmbito do CITinova, são focadas na melhoria da qualidade de vida do cidadão”, destacou. Projetos apresentados Água estruturada para irrigação da Bacia Hidrográfica do Descoberto Estudo desenvolvido a partir de dois projetos-pilotos, um em área aberta e outro em estufa. A água que será utilizada na irrigação dos cultivos passa por três magnetizadores, sendo dois importados e um desenvolvido por pesquisadores brasileiros. A água, submetida à Indução Magnética Estática (IME), possibilita uma hidratação maior que altera o metabolismo celular, disponibilizando mais energia para o crescimento das plantas, reduzindo o consumo de água e agrotóxicos. Os magnetizadores de alta vazão de água com baixo custo visam à maior intensidade e eficiência magnética, possibilitando aumento de produtividade em sistemas de irrigação convencionais. O estudo analisa a intensidade de indução magnética que proporciona maior desenvolvimento vegetativo, produção de fitomassa e produtividade em culturas de milho, rabanete e alface. Os resultados esperados são maior qualidade da produção e redução de consumo de água para irrigação, e serão conhecidos até o final do ano. Sistemas Agroflorestais (SAFs) mecanizados nas bacias do Paranoá e do Descoberto A agrofloresta com mecanização testa a eficiência dos pontos de vista ambiental, social e econômico da inserção de maquinário na implantação desse modelo agrícola. O projeto já está implantado em 20 hectares, envolvendo 37 famílias. O foco é garantir que esses sistemas agrícolas, mais amigáveis do ponto de vista ambiental, contribuam para a continuidade de produção de água em qualidade e quantidade nas duas bacias hidrográficas que abastecem a maior parte da população de Brasília. Assim, a substituição de uma agricultura tradicional pelos SAFs com mecanização poderá ser mais atrativa para o produtor rural dessas localidades, melhorando a produção de água para os dois lagos de abastecimento público: Lago do Descoberto e Lago Paranoá. Foram plantadas por propriedade, em média 400 mudas de diferentes espécies nativas. Para a implementação dos plantios, foram utilizados implementos específicos para Sistemas Agroflorestais, que estão sendo testados pelo projeto e são inéditos para essa atividade. Áreas de Proteção Permanente (APPs) de nascentes, cursos hídricos e em áreas de recarga das bacias hidrográficas do Descoberto e do Paranoá O projeto de recomposição de vegetação nativa em 80 hectares de áreas de preservação permanente (APPs) de nascentes, áreas de recarga hídrica e demais APPs degradadas ou alteradas nas Bacias do Rio Descoberto e Rio Paranoá, atua prioritariamente nas unidades hidrográficas (UHs) do Alto Descoberto, Ribeirão das Pedras e Ribeirão Rodeador, bem como nas UHs do Riacho Fundo e Lago Paranoá. Essas unidades são estratégicas para a recuperação ambiental, pois concentram nascentes e cursos hídricos que contribuem diretamente no abastecimento público do Distrito Federal. Entre as ações, destaca-se o apoio ao pequeno produtor rural, com insumos e assistência técnica, permitindo o uso sustentável nas propriedades rurais, a regularização ambiental e a recomposição e proteção das APPs degradadas ou alteradas. Durante todo o projeto, as áreas-alvos para a recomposição recebem diferentes técnicas de recomposição, a fim de analisar os diferentes processos naturais de sucessão de vegetação vegetal, o aumento da biodiversidade e a melhoria de habitats. Ao final, haverá capacitações e será elaborado material didático para distribuição, com a sistematização das melhores técnicas empregadas, permitindo a replicabilidade de projetos dessa natureza. Recuperação de Áreas Degradadas e Danos nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) da Orla do Lago Paranoá Prevê a recuperação da Orla do Lago Paranoá. Na Orla Sul, serão cerca de 65 hectares ao longo das APPs, com ações nos 30 metros às margens do espelho d’água. O investimento é de $ R$ 2.461.710, recursos provenientes do Fundo Único do Meio Ambiente (Funam). A primeira etapa do trabalho na Orla do Lago Sul teve início na Arie do Bosque, na QL 10, no início do ano passado. A área em recuperação tem 4,5 hectares e recebeu plantio de 1.770 mudas de variadas espécies nativas do Cerrado. Desde dezembro de 2020, aproximadamente 40 hectares de áreas receberam ações de recuperação. Até o fim do ano, terão sido plantadas 44.230 mudas. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Na Orla Norte do Lago, as ações de recuperação serão executadas pelo Instituto Espinhaço – Biodiversidade, Cultura e Desenvolvimento Socioambiental, de Minas Gerais, selecionado pelo Edital Recupera Cerrado, lançado pela Fundação Banco do Brasil, em parceria com a Sema e o Brasília Ambiental. Os recursos são da ordem de R$ 1,42 milhões. O Diagnóstico Ambiental das Áreas Degradadas na Orla Norte do Lago Paranoá apontou 202,90 hectares passíveis de recuperação. Do total, 40 hectares serão recuperados pelo Espinhaço. A instituição ainda está em fase de estudo para apontar as áreas prioritárias para receber o plantio de mudas. *Com informações da Sema
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Adolescentro, um espaço de acolhimento e orientação
Em funcionamento na 605 Sul, o Adolescentro trabalha com atendimento a jovens que apresentam algum tipo de transtorno | Fotos; Renato Araújo / Agência Brasília Há um ano, Letícia era descrita como uma menina muito ansiosa. Tão ansiosa que costumava se irritar facilmente em qualquer situação. Assim a estudante do ensino fundamental era vista pelos pais e professores, que achavam que a fase podia passar a qualquer momento. Mas não passou. Pior: evoluiu para um quadro de automutilação. A mãe, Vanilza Rosa dos Santos, 42 anos, procurou ajuda e descobriu que a filha tinha mais do que ansiedade. Letícia tem fobia social e foi diagnosticada com autismo leve e depressão. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Depois de bater à porta de outros locais especializados em tratamento de pacientes com o mesmo tipo de doença da filha e não encontrar o resultado que esperava, Vanilza procurou o Centro de Referência, Pesquisa, Capacitação e Atenção ao Adolescente em Família (Adolescentro) da Secretaria de Saúde (SES), na 605 Sul. Foi a escolha mais acertada. Equipe interdisciplinar O lugar é um centro de excelência capacitado para o tratamento de pacientes de 12 anos a 17 anos e 11 meses que apresentam algum tipo de transtorno ou sofrimento psíquico. Além do serviço ambulatorial, o Adolescentro oferece psicólogo, psiquiatra, fonoaudiologista, enfermeira, ginecologista, pediatra e assistente social, entre outros especialistas ligados à saúde. “Todos os nossos profissionais são interdisciplinares”, informa a assistente social Ana Mirian Garcia. A procura aumenta a cada ano. Isso é devido, em maior parte, ao grupo terapêutico que se reúne uma vez por semana – geralmente, às quintas-feiras – com os adolescentes e seus pais. Durante esses encontros, são desenvolvidas práticas que visam melhorar ou fortalecer sentidos ou vínculos nos adolescentes com algum tipo de sofrimento. Os grupos são reunidos separadamente por salas. Numa, ficam os pais, e em outra, os adolescentes. As dinâmicas são voltadas à ressocialização dos pacientes. “Aqui tem de ser uma passagem; a vida deles é na sociedade”, pontua Ana Mirian. “Eu quero que, quando o adolescente saia daqui, vá à Atenção Básica, por exemplo, sem ficar com medo”. Cada grupo tem até 12 pacientes. Com o sucesso do programa, a coordenação já pensa em aumentar o quantitativo. “Essa primeira turma termina em maio”, situa a fonoaudióloga Tatiana Leonel. “Vamos ter de abrir duas iniciando em maio e terminando em agosto e outra começando nesse mês com término em setembro”. Participação da família O motivo da inclusão dos pais nessas atividades é a meta de capacitá-los a lidar da melhor maneira com o problema dos filhos. A ideia tem aprovação dos responsáveis pelos jovens, tanto que a turma dos pais, geralmente, é maior que a dos filhos. “Às vezes, o pai e a mãe querem frequentar, então a gente os incorpora à turma”, conta o dentista Benhur Machado Cardoso, também integrante da equipe do Adolescentro. Nas dinâmicas, são desenvolvidas atividades para despertar o senso de coletividade e interação dos adolescentes. Há lições de higiene, de como melhorar a coordenação motora e para trabalhar a autonomia. Em outras sessões, os pacientes são treinados a melhorar as habilidades para lidar com situações que não conseguem resolver, como se socializar com os colegas. “Todos os dias, temos uma proposta de atividade diferente, até mesmo para não cair na rotina”, relata a fonoaudióloga Tatiana Leonel “Pode vir uma situação nova, como mudança de escola – o adolescente entra em crise”, exemplifica Ana Mirian. Também há aulas de yoga e reiki. “Todos os dias, temos uma proposta de atividade diferente, até mesmo para não cair na rotina”, explica Tatiana Leonel. Vanilza dos Santos, que inscreveu a filha no centro: “A meu ver, foi fundamental esse grupo na minha vida” Letícia está há um ano no grupo terapêutico do Adolescentro. Vanilza, sua mãe, destaca que participar dos encontros foi importante para saber lidar com o problema da jovem. Ela aprendeu a colocar limites para a filha, a desenvolver o sentimento afetivo nela e a mostrar a importância de fazer amigos. “A meu ver, foi fundamental esse grupo na minha vida”, assegura. “Foi um aprendizado diferente. Agora, ela quase não tem tido crises – não com a mesma intensidade de antes”.
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