Superada a crise hídrica, Descoberto verteu novamente
Dois anos e oito meses depois, o Reservatório do Descoberto verteu novamente. Isso ocorre quando o nível de água armazenada supera a capacidade de reserva do manancial. Dois anos e oito meses depois, o Reservatório do Descoberto verteu novamente. Isso ocorre quando o nível de água armazenada supera a capacidade de reserva do manancial. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Na manhã desta quinta-feira (27), a barragem atingiu 100% da capacidade: 1.030,02 metros acima do nível do mar. Ao atingir o volume máximo, o Descoberto volta a abastecer a Candangolândia, o Núcleo Bandeirante e partes de Águas Claras e do Park Way (das Quadras 1 a 5), segundo informou a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Em decorrência da crise hídrica, essas regiões administrativas eram atendidas por meio de transferência do Sistema Torto-Santa Maria para o Descoberto. A vazão era de 230 litros por segundo, mesma proporção a ser incorporada na captação direta do manancial em Brazlândia. [Olho texto=”A Caesb trabalha com a previsão de o Descoberto voltar a abastecer o Guará em janeiro” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A Caesb trabalha também com a previsão de retorno de abastecimento do Guará pelo Descoberto em janeiro. Segundo o presidente da companhia, Maurício Luduvice, “essa flexibilidade hoje existente no sistema, bem como a sua capacidade de produzir mais água, foi o principal fator de suspensão do racionamento, em junho deste ano, e da superação completa da crise hídrica”. O reservatório tinha superado a capacidade máxima de armazenamento em abril de 2016 e em maio de 2015. Desde então, a alteração do ciclo hidrológico do Distrito Federal fez com que o território enfrentasse e superasse a maior crise hídrica da história. Para isso, foi preciso tomar medidas como racionar o consumo, fazer valer o uso consciente da água e investir em novas fontes de captação dos recursos hídricos. Como ficará o regime de chuvas neste ano Em dezembro, o DF acumula 171,1 milímetros de precipitação. Somente nesta madrugada, foram 22 milímetros. O quadro atual é de meses seguidos de chuvas acima da média. Novembro, por exemplo, teve 63% a mais de precipitação do que a média histórica, de 233 milímetros. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado do mês foi de 370 milímetros. Outubro também foi um período de recuperação do ciclo de chuvas no território. No período, choveram 239,4 milímetros, cerca de 50% a mais que a média esperada para o mês, de 159 milímetros. A expectativa do Inmet é que os primeiros meses de 2019 também tenham nível de precipitação alinhado com a média histórica. Os dados de hoje em nada lembram o cenário em que estava o DF havia quase dois anos, quando a situação de emergência hídrica foi decretada em 25 de janeiro de 2017. À época, o território vinha de três anos de chuvas abaixo da média. Para garantir o abastecimento de água para consumo humano, o Executivo local adotou uma série de medidas de contenção de uso. Foi necessário instituir, em 16 de janeiro de 2017, o racionamento nas regiões administrativas abastecidas pelo Reservatório do Descoberto. Em 21 de fevereiro do mesmo ano, as áreas abastecidas pelo Santa Maria também aderiram ao rodízio. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Somente em 14 de junho deste ano, a medida foi suspensa, após o DF sair da crise hídrica. Ainda para enfrentamento da situação, reduziu-se a vazão de retirada de água nos Reservatórios do Descoberto e de Santa Maria. Em seguida, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) determinou a restrição de dias e horários para a retirada de água por produtores rurais irrigantes. Por outro lado, o governo investiu em obras para reforçar o abastecimento de água. As intervenções foram: construção de estações de captação e de tratamento de água construção da Estação de Tratamento de Água do Lago Norte construção do Subsistema Produtor de Água do Bananal, que interligou os dois principais sistemas produtores de água permitindo a transferência do Santa Maria-Torto para o Descoberto retomada das obras de captação de água em Corumbá recuperação das nascentes na Bacia do Descoberto revitalização dos canais que reabastecem o Descoberto e do canal Santos Dumont em Planaltina busca por financiamento internacional para fazer a tubulação desses canais O uso consciente de água na produção rural foi estimulado por meio de capacitações oferecidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). A equipe técnica da empresa orientou os produtores a adotarem os sistemas de microaspersão e de gotejamento para reduzir as perdas na irrigação. [Numeralha titulo_grande=”49%” texto=”Redução no consumo de água do Metrô-DF durante a crise hídrica em Brasília” esquerda_direita_centro=”direita”] Órgãos públicos também aderiram a práticas sustentáveis, como a Companhia do Metropolitano (Metrô-DF), que diminuiu o consumo em 49%. Embora o período de restrição hídrica tenha chegado ao fim, a recomendação é de manter a economia de água. Assim, podem fazer parte da rotina os seguintes hábitos: colocar as máquinas de lavar louças e roupas para funcionar apenas na capacidade máxima escovar os dentes com a torneira fechada evitar água corrente para lavar carro e regar plantas; em vez disso, trocar por baldes e regadores, por exemplo tomar banhos de até 5 minutos Colaborou Jade Abreu. Edição: Raquel Flores
Ler mais...
Adasa anuncia fim de situação crítica de escassez hídrica
A situação crítica de escassez hídrica será oficialmente suspensa no Distrito Federal com a revogação da Resolução nº 15, de 16 de setembro de 2016. A medida poderá ser tomada porque os Reservatórios do Descoberto, em Brazlândia, e de Santa Maria, no Parque Nacional de Brasília, estão com níveis satisfatórios de armazenamento — 96,9% e 62,8%, respectivamente. Foto: Tony Winston/Agência Brasília A medida poderá ser tomada porque os Reservatórios do Descoberto, em Brazlândia, e de Santa Maria, no Parque Nacional de Brasília, estão com níveis satisfatórios de armazenamento — 96,9% e 62,8%, respectivamente. De acordo com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa), a resolução será revogada por meio de outra a ser publicada no Diário Oficial do DF de sexta-feira (21). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (17), pelo diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, em entrevista coletiva à imprensa na sede do órgão. [Olho texto='”De acordo com nossas simulações, acreditamos que não teremos esse problema em 2019″‘ assinatura=”Paulo Salles, diretor-presidente da Adasa” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A decisão de suspender a situação crítica de escassez hídrica foi tomada em reunião da diretoria colegiada da Adasa, explicou Paulo Salles. “De acordo com nossas simulações, acreditamos que não teremos esse problema em 2019. Pode haver uma diminuição no volume dos reservatórios, mas esperamos que eles fiquem em um volume aceitável.” Com a medida, os produtores rurais também terão ampliado o período de captação de água para irrigação. Antes restrita ao intervalo das 6 às 9 horas e das 17 horas às 18h30, a depender do afluente, agora a irrigação está liberada, desde que seja observada a vazão de retirada outorgada pela Adasa para a propriedade. Apesar de a situação atual ser bem mais confortável do que há dois anos, o trabalho de acompanhamento dos recursos hídricos permanece. Entre as atribuições mantidas está a definição da curva de acompanhamento do volume útil dos reservatórios. Nível altimétrico do Lago Paranoá é definido em resolução Além disso, por meio da Resolução nº 33, publicada no Diário Oficial, ficou definido hoje o nível altimétrico adequado para garantir os usos múltiplos do Lago Paranoá. A norma estabelece a cota mínima do reservatório em 999,8 metros. Se forem necessárias a abertura de comportas da Barragem do Paranoá ou a renovação da camada superficial do espelho d’água, permite-se a redução a até 999,5 metros. A cota máxima do Lago Paranoá é de 1.080 metros. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A resolução autoriza oscilações de 2 centímetros abaixo do padrão altimétrico, caso seja preciso para a operação da Pequena Central Hidrelétrica, a Usina do Paranoá. No entanto, o nível deve ser recomposto em até dois dias. Se for constatada redução acima do permitido, a Adasa pode aplicar penalidades à CEB Geração S.A., subsidiária da Companhia Energética de Brasília (CEB). Pela norma, a companhia deve manter a vazão remanescente à jusante da barragem, ou seja, após as comportas, de 700 litros por segundo no período de estiagem — de maio a outubro. No período chuvoso, de novembro a abril, o fluxo de saída mínimo deve ser de 1,2 mil litros por segundo. Medidas de enfrentamento da crise hídrica no DF Para garantir o abastecimento de água para consumo humano, o Executivo local adotou uma série de medidas de contenção de uso. Em 16 de janeiro de 2017, foi necessário instituir o racionamento nas regiões administrativas abastecidas pelo Reservatório do Descoberto. Também no ano passado, em 21 de fevereiro, as áreas abastecidas pelo Santa Maria também aderiram ao rodízio. Somente em 14 de junho de 2018 a medida foi suspensa, depois de o DF sair da crise hídrica. Para enfrentamento da situação, reduziu-se, ainda, a vazão de retirada de água nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria. Em seguida, a Adasa determinou a restrição de dias e horários para a retirada de água por produtores rurais irrigantes. Edição: Raquel Flores
Ler mais...
Adasa participa de conferência da ONU sobre mudanças climáticas
Exemplos de práticas de gerenciamento de recursos hídricos no Distrito Federal e de gestão participativa serão apresentados pela Agência Reguladora de Águas e Saneamento do DF (Adasa) na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24). Como membro ativo do Conselho Mundial da Água e coorganizador do 8º Fórum Mundial da Água, em março deste ano em Brasília, o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, foi convidado para falar no encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) que ocorre na Polônia até 14 de dezembro. A conferência discute um plano de ação para implementar o chamado Acordo de Paris, firmado em 2015, que tem como meta conter as emissões de gases de efeito estufa e manter o aumento da temperatura global abaixo de 2 graus. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Entre as práticas, Paulo Salles destacará ações desenvolvidas pela Adasa como o monitoramento inteligente, a transparência sobre o volume útil dos reservatórios, a necessidade de interligação da rede de abastecimento e a ampliação das fontes de captação. No período crítico de abastecimento, são exemplos das iniciativas da agência reguladora a alocação negociada, o racionamento ou rodízio e a adoção de instrumentos econômicos, como a tarifa de contingência. Como gestão participativa dos recursos hídricos, o diretor-presidente defenderá a educação, a transparência e regulação, além do fortalecimento dos comitês de bacias hidrográficas.
Ler mais...
Adasa é eleita para Comitê Diretor do Conselho Mundial da Água
A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) foi eleita para compor o Comitê Diretor do Conselho Mundial da Água. A eleição dos novos membros ocorreu no fim de semana, em Marselha, na França, durante a 8ª Assembleia Geral do Conselho. O diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, e Jorge Werneck, da diretoria colegiada, foram eleitos diretor e suplente, respectivamente. Também passaram a integrar o comitê composto por 35 membros a Associação Brasileira das Agências de Regulação (Abar) e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A escolha da agência é o reconhecimento pela promoção da segurança hídrica no DF e, especialmente, pelo trabalho exercido para contornar a crise resultante dos baixos níveis de água nos reservatórios, ocorrida em 2017, que resultou na economia de consumo de 15% per capita. A Adasa destacou-se, ainda, pela participação ativa na criação da Vila Cidadã, espaço gratuito do 8º Fórum Mundial da Água, com atividades lúdicas e interativas que buscaram provocar no público um olhar mais atento ao planeta Terra.
Ler mais...
Saldo da tarifa de contingência será usado em obras de abastecimento
Parte do saldo disponível da tarifa de contingência custeará cinco obras para melhorias nos sistemas de abastecimento de Brasília. O valor soma R$ 8,9 milhões. Projetos foram delimitados pela Adasa. Interligação do sistema Santa Maria-Torto (foto) ao de Sobradinho-Planaltina é um deles. Foto: Tony Winston/Agência Brasília – 6.6.2017 A delimitação das iniciativas contempladas foi divulgada em resolução da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) para garantir a transparência na aplicação dos recursos da tarifa. O documento foi publicado no Diário Oficial do DF de sexta-feira (23). Segundo a resolução, o valor será distribuído para cinco projetos: Obras de implantação do subsistema Gama Interligação do sistema Santa Maria-Torto ao sistema Sobradinho-Planaltina Ampliação do sistema de abastecimento de Brazlândia Perfuração de dois poços tubulares em Sobradinho Perfuração de quatro poços tubulares em São Sebastião As iniciativas são da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e relacionadas à manutenção e revitalização dos sistemas. A estatal encaminhou uma lista de projetos para que a Adasa avaliasse a prioridade e determinasse quais receberiam os recursos. De acordo com a companhia, a agência analisa atualmente a liberação de mais R$ 1,4 milhão da taxa. Tarifa de contingência foi suspensa em junho de 2017 Por causa da crise hídrica, a tarifa de contingência no DF foi aplicada — de outubro de 2016 a junho de 2017 — aos moradores que consumiam mais de 10 metros cúbicos de água por mês. À época, o Reservatório do Descoberto chegou ao nível de 25%. O encargo extra podia chegar em até 20% na conta de água e arrecadou mais de R$ 76 milhões. Até a última publicação da Adasa, R$ 50.140.625,00 foram destinados para a cobertura de custos operacionais adicionais em razão da crise hídrica. Os investimentos já autorizados pela Adasa e os valores de cada um são: Implantação do subsistema Lago Norte – R$ 6,375 milhões Interligação dos sistemas Santa Maria-Torto ao Descoberto – R$ 22.640.625,00 Adequações no subsistema Gama – R$ 15 milhões Interligação Santa Maria-Torto ao Sobradinho-Planaltina (Etapa 1) – R$ 5,625 milhões Interligação Santa Maria-Torto ao Sobradinho-Planaltina (Etapa 2) – R$ 500 mil Edição: Amanda Martimon
Ler mais...
Consumo de água no DF caiu 9,5% durante racionamento
As regiões administrativas do Distrito Federal que mais reduziram o consumo de água no período de racionamento foram Plano Piloto, Ceilândia e Taguatinga, as mais populosas. Apenas Paranoá e Fercal apresentaram aumento. Os dados são da pesquisa Análise do Consumo de Água Tratada no Período de Racionamento do Distrito Federal (2016 e 2017), divulgados nessa quinta-feira (22) pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). Durante um ano e meio, de janeiro de 2017 a junho de 2018, o Plano Piloto economizou 2.971.546 metros cúbicos (m³) de água; Ceilândia, 2.342.569 m³; e Taguatinga, 1.498.646 m³. As reduções englobam o uso das categorias residencial, comercial, industrial e pública. [Numeralha titulo_grande=”15 milhões m³” texto=”Valor aproximado da redução do consumo de água no DF em 2016 e 2017″ esquerda_direita_centro=”esquerda”] Para a Codeplan, o aumento no Paranoá (526.215 m³) e na Fercal (16.227 m³) se deve ao crescimento populacional, consequência de entregas de moradias do programa Morar Bem. No DF, o consumo em 2016 e 2017 caiu de aproximadamente 160 milhões de m³ para cerca de 146 milhões de m³. A diminuição foi de 9,5%, mesmo com a taxa de crescimento populacional de 2%. Por categoria, as menores taxas de redução ocorreram em residência (9%), responsável por aproximadamente 80% do total consumido, e no comércio (11,2%), com cerca de 10% de contribuição do gasto de água. O setor industrial foi a categoria com a maior redução porcentual (36,7%), mas tem baixa participação no total consumido no DF (0,3%). [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A pesquisa constatou que o agrupamento das regiões com população de alta renda (Lago Sul, Lago Norte, Park Way, Sudoeste) foi o que atingiu as maiores reduções no consumo residencial — cerca de 11%. Já o grupo de classe de renda baixa (Estrutural, Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas e São Sebastião), apresentou 6,4% de aumento. O gerente de Estudos Ambientais da Codeplan, Alexandre Brandão da Costa, explicou que isso ocorre porque a população com maior renda consome mais. “As moradias mais espaçosas, muitas vezes com piscina e área de lazer, têm maior margem para a redução dos gastos. Nas outras regiões, o consumo já é pouco, não há o que reduzir.” Consumo de água no DF de 2013 a 2015 Em outro estudo divulgado ontem, a Codeplan analisou o consumo de água de 2013 a 2015. Foi constatado que, em média, as maiores reduções porcentuais ano a ano ocorreram para a categoria industrial. “Provavelmente foi desencadeado pela crise econômica”, destacou Costa. Apesar de representar a maior parcela do consumo, a categoria residencial foi a que demonstrou as menores taxas de redução porcentual. Foi observado que as regiões que gastam mais água são também aquelas que têm as maiores populações: Águas Claras, Ceilândia, Plano Piloto e Taguatinga. [Numeralha titulo_grande=”110 litros de água por dia” texto=”Segundo a OMS, consumo mínimo por pessoa para saciar a sede, ter uma higiene adequada e preparar alimentos” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Já os menores gastos podem ser visualizados na Candangolândia, na Estrutural, na Fercal e no Varjão. “Nesses locais ficou evidenciado o consumo abaixo do recomendado para uma família pela Organização Mundial da Saúde [OMS]”, observou a pesquisadora e geógrafa da Codeplan Kássia Batista de Castro. De acordo com a OMS, uma pessoa necessita de, no mínimo, 110 litros de água por dia – essa medida supostamente seria suficiente para saciar a sede, cuidar apropriadamente da higiene e preparar os alimentos. Na Fercal, na Estrutural e no Itapoã, o valor fica abaixo de 90 litros por habitante. A pesquisadora concluiu que o estudo é importante porque identificou a relação da renda e a influência do padrão urbano e, mais especificamente, do tipo de moradia urbana sobre o consumo de água. “Ele serve para dar subsídio às políticas públicas referentes à gestão eficiente dos recursos hídricos”, analisou Kássia. Edição: Marcela Rocha
Ler mais...
Relatório mostra ações do DF alinhadas com objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU
Criar uma comissão distrital que acompanhe de forma permanente o cumprimento dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e alinhar o Plano Plurianual (PPA) a eles: essas são as propostas que estão no relatório final do grupo de trabalho instituído para auxiliar o Distrito Federal a atingir as metas estabelecidas pela ONU. O documento aponta ações do governo de Brasília que estão alinhadas com os objetivos. A cidade aderiu à agenda global em outubro de 2016. A área de cidades e comunidades sustentáveis (Objetivo nº 11) é a que mais tem metas relacionadas a ações e projetos locais. De acordo com o relatório, a regularização fundiária e novas unidades habitacionais, entre outras medidas, aproximam-se do “acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço acessível”. A ampliação de opções de lazer ao ar livre — como o Deck Sul, na orla do Lago Paranoá — é apontada no documento do Executivo local como uma forma de “fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo” e de “proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes”. Em água potável e saneamento básico — Objetivo nº 6 da Agenda 2030 —, também há destaque para a grande quantidade de metas abrangidas por projetos governamentais no DF. As medidas de enfrentamento à crise hídrica, com a busca por novos sistemas de abastecimento e melhorias na captação, são compatíveis, segundo o texto, aos compromissos de alcançar o acesso universal e equitativo à água potável, de aumentar a eficiência do uso da água e de assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água, entre outros. No Objetivo nº 4, que trata sobre educação de qualidade, o grupo listou, por exemplo, novos centros de educação profissional no DF e a oferta de cursos técnicos no ensino médio. Eles relacionam-se com a meta de, até 2030, “aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo”. Comissão distrital até 2030 e PPA Ainda no relatório, o grupo de trabalho sugere a criação de uma comissão distrital que funcione de maneira permanente até a conclusão da Agenda 2030. O intuito é difundir e dar transparência ao processo de implementação dos objetivos em Brasília. A proposta, desenvolvida em minuta de decreto, trata de uma instância colegiada paritária. Entre as atribuições estariam: elaborar o plano de ação para implementar a Agenda 2030 no Distrito Federal e propor estratégias, instrumentos, ações e programas para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável. Além disso, é recomendada a compatibilização dos objetivos com o Plano Plurianual — planejamento orçamentário das ações do governo durante quatro anos.
Ler mais...
Brasília encerra racionamento após economizar água e reabastecer reservatórios
A partir desta sexta-feira (15), o abastecimento de água no Distrito Federal se normalizará, com o fim do rodízio. A partir desta sexta-feira (15), o abastecimento de água no Distrito Federal se normalizará, com o fim do racionamento. Em entrevista coletiva nesta quinta (14), o governador Rodrigo Rollemberg detalhou as medidas que permitiram o encerramento do rodízio. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Depois de um ano e cinco meses, em que a redução de consumo se aliou a investimentos no setor, o governo local se encontra com recursos hídricos suficientes para atender a população até o próximo período chuvoso. As providências tomadas para encerrar o racionamento foram detalhadas em entrevista coletiva nesta quinta-feira (14) no Palácio do Buriti. Além da recuperação dos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria, a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) destaca a conclusão de novas fontes de captação e de transferência de água entre os sistemas. O início da captação no Subsistema Produtor de Água do Bananal e a retirada de água do Lago Paranoá, com a Estação de Tratamento de Água do Lago Norte inaugurada em outubro de 2017, são parte das intervenções. Juntas, essas obras colocam no sistema local 1,4 mil litros de água por segundo (l/s). Na coletiva, o governador Rodrigo Rollemberg explicou que, desse total, 550 l/s são destinados a regiões administrativas antes abastecidas pelo Descoberto. Isso diminui a pressão sobre o reservatório e permite que a captação média nele seja menor do que antes da crise hídrica. [Olho texto=”Tanto o reservatório do Descoberto quanto o de Santa Maria ultrapassaram com antecedência as metas de referência estabelecidas para junho pela Adasa-DF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A autorização atual da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa) para a Caesb, válida a partir de sexta (15), é para captar a vazão média mensal de 4,3 mil litros por segundo no Descoberto contra os 4,9 mil l/s permitidos antes do racionamento. No período de contenção, a quantidade foi reduzida para 3,3 mil l/s. A essas medidas se unem as chuvas dos últimos meses. A área técnica da Caesb elaborou projeções dos volumes dos reservatórios para o período de estiagem do DF e concluiu, diante de diversos cenários, que eles alcançarão níveis mínimos suficientes. A previsão é que o Descoberto chegue ao fim de outubro de 2018 com 44% e o Santa Maria, com 42%. O reservatório do Descoberto está atualmente com 92,9% de volume útil. O de Santa Maria soma 59,9% — dados dessa quarta-feira (13). Ambos ultrapassaram com antecedência as metas de referência estabelecidas para junho pela Adasa, respectivamente de 79% e de 56%. Há um ano, o Descoberto media 51,9%, e o Santa Maria, 51,4%. Para fortalecer o abastecimento nas próximas décadas, estão em construção o Subsistema e o Sistema Produtor de Água Corumbá, que, na primeira etapa de funcionamento, terá capacidade de captar 1,4 mil litros de água por segundo (l/s). O número sobe para 2,8 mil l/s na fase final. Como essa última obra é fruto de um consórcio entre DF e Goiás, metade do volume abastecerá cada unidade da Federação. No futuro, a captação poderá ser ampliada para 5,6 mil litros por segundo. Rollemberg ressaltou que, embora tenha havido contribuição das chuvas, elas ainda foram abaixo da média. “Grande parte da melhoria é resultado de um esforço conjunto, centrado no tripé investimentos; redução do consumo pela população; e colaboração dos agricultores.” Investimentos e medidas na crise hídrica Os investimentos no setor superam R$ 520 milhões. Na estação do Lago Paranoá, foram R$ 42 milhões do governo federal mais R$ 3,5 milhões da tarifa de contingência cobrada pela Caesb. Já no Subsistema Produtor de Água do Bananal, o valor foi de cerca de R$ 20 milhões. Para o Sistema Produtor de Água Corumbá, os recursos do DF somam R$ 275 milhões de verbas próprias da Caesb via financiamento — o governo de Goiás investe valor igual —, e a previsão é que a intervenção esteja pronta no fim deste ano. A Companhia de Saneamento Ambiental focou ainda na interligação dos dois principais sistemas produtores de água, permitindo a transferência do Santa Maria-Torto para o Descoberto. Para isso, investiu quase R$ 12 milhões da tarifa de contingência. [Numeralha titulo_grande=”24,2 bilhões de litros” texto=”Quantidade de água que os brasilienses economizaram desde janeiro de 2017, segundo dados da Caesb” esquerda_direita_centro=”direita”] A medida é importante para reduzir a dependência da cidade em relação ao reservatório do Descoberto. Antes da crise hídrica, ele era responsável pelo abastecimento de 1.631.549 pessoas, ou seja, mais de 60% da população. Com a transferência de água entre os sistemas, o Descoberto passou a abastecer 52,09% (1.409.817 pessoas). O de Santa Maria pulou de 20,61% (557.820 pessoas) para 28,80%, ou 779.552 habitantes. Os sistemas isolados e de pequenas captações (Brazlândia, Planaltina, São Sebastião e Sobradinho) fornecem, juntos, água para 19,11% da população, ou 517.139 pessoas. Um exemplo de como é feita a transferência entre os sistemas está na Estação de Tratamento de Água Brasília (ETA Brasília), inaugurada em abril deste ano. Ela leva água captada no Ribeirão Bananal e no Lago Paranoá para o reservatório do Cruzeiro, o mais alto da região central do DF. De lá, o líquido vai para regiões tradicionalmente abastecidas pelo Descoberto, como Candangolândia, Guará e Vicente Pires. Também foi investido R$ 1,6 milhão no Subsistema do Gama. A tarifa de contingência foi cobrada de outubro de 2016, quando Brasília entrou em situação crítica de escassez hídrica, a junho de 2017. Outros R$ 170 milhões são investidos pela Caesb para redução e controle de perdas no sistema. Isso inclui a troca de mais de 200 mil hidrômetros no DF, válvulas redutoras de pressão, monitoramento e obras de setorização e adequação das redes de água. As perdas diárias por ligação caíram de 381 litros em 2015 para 313 litros no ano passado, superando a meta de 2017 da companhia, que era de 349 litros por dia e por ligação. Uso consciente da água deve permanecer Desde janeiro de 2017, quando o rodízio foi iniciado no DF, a Caesb avalia que foram economizados ao menos 24.197.276.250 litros de água no Distrito Federal — quantidade equivalente a cerca de 9,6 mil piscinas olímpicas cheias. A economia, entretanto, é ainda maior, de acordo com a companhia, porque desde 2016 eram feitas reduções de pressão na rede e campanhas sobre a crise hídrica. Além disso, a população atendida em 2017 e 2018 é superior à de 2016. O consumo diário de água por pessoa segue em queda no DF. A quantidade, que já foi de 189 litros em 2014, caiu para 153 litros em 2015. No ano de 2016, chegou a 147 litros e, em 2017, reduziu para 129 litros por habitante. A equipe da Caesb acredita que o uso consciente deve permanecer após o fim do rodízio. As primeiras medidas na crise hídrica do DF foram a intensificação de campanhas educativas e o aumento na fiscalização para coibir captação ilegal de água. Nas ações, identificaram-se mais de mil poços irregulares. No esforço coletivo para economizar e evitar o desperdício, brasilienses se engajaram em iniciativas com sistemas simples de captação da água da chuva. [Olho texto=”Embora os reservatórios tenham atingido níveis satisfatórios, a recomendação do governo é de cautela diante das incertezas climáticas” assinatura=”” esquerda_direita_centro=””] Produtores rurais usaram técnicas ensinadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) para aderir a maneiras mais econômicas e eficazes de irrigação. Com isso, espera-se que, mesmo com o fim do racionamento, haja uma redução no consumo. Com planos de manejo de irrigação e sistemas mais poupadores na área rural, a economia é de 74 litros por segundo. Além disso, revitalização de canais de irrigação diminuiu o desperdício em 76,56 l/s. Órgãos públicos também aderiram a práticas sustentáveis, como o Metrô-DF, que diminuiu o consumo em 49%. Para manter a consciência sobre o tema, a Adasa alerta que, “embora os reservatórios tenham atingido níveis satisfatórios”, a recomendação é de cautela diante das incertezas climáticas. A orientação é para: Colocar as máquinas de lavar louças e roupas para funcionar apenas na capacidade máxima Escovar os dentes com a torneira fechada Evitar água corrente para lavar carro e regar plantas, trocando por baldes e regadores, por exemplo Tomar banhos de até cinco minutos Acesse a apresentação do governador Rodrigo Rollemberg sobre o fim do racionamento de água no Distrito Federal. Edição: Marina Mercante
Ler mais...
Metrô diminui 49% do consumo de água com práticas sustentáveis
A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) tem conseguido diminuir 49% do consumo de água mensal graças a práticas sustentáveis adotadas desde o início do ano. Isso significa economia de R$ 246.975,47 na conta de água a cada mês. Consumo de água utilizada na limpeza dos vagões foi reduzido em 49%. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Uma das medidas adotadas pela companhia foi a perfuração de dois poços artesianos, um com capacidade para 19 e outro para 13 metros cúbicos por hora. As estruturas começaram a ser construídas em dezembro do ano passado e são utilizadas desde fevereiro. A água armazenada no poço menor, com 84 metros de profundidade, serve para a lavagem dos 32 trens da empresa pública. De acordo com o engenheiro ambiental que integra o projeto Metrô Sustentável, Thiago Lyra, hoje o recurso é suficiente (com sobra) para o serviço. O outro poço, com 120 metros de profundidade, armazena água para a irrigação necessária no prédio do Centro de Controle Operacional do Metrô. Além disso, a companhia ainda faz campanha de conscientização com os funcionários e substituiu as torneiras por outras mais econômicas. [Numeralha titulo_grande=”R$ 246.975,47″ texto=”Economia na conta mensal de água do Metrô-DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Desde o início do ano, ainda são usados cinco pontos de coleta para captar a água que sai dos aparelhos de ar condicionado. São 480 litros captados por dia. “Temos alguns aparelhos que funcionam 24 horas por conta dos computadores”, detalha Lyra. Com isso, há a economia de cerca de R$ 350 mensais. A água é utilizada para a lavagem de piso, banheiros e jardins. Edição: Paula Oliveira
Ler mais...
Plataforma flutuante vai medir em tempo real qualidade da água do Lago Paranoá
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) adquiriu uma plataforma flutuante, instalada no Lago Paranoá, próximo à Ermida Dom Bosco, para fazer estudos sistemáticos da qualidade da água. Equipamento permite à Caesb acompanhamento sistemático da qualidade da água do Paranoá. Foto: Marco Peixoto/Caesb O equipamento é capaz de registrar, em diferentes profundidades e em tempo real, para aprofundar conhecimento sobre a dinâmica do manancial, parâmetros básicos como: Densidade de algas Temperatura pH (escala utilizada para especificar a acidez) Condutividade Turbidez Oxigênio Utilizado inicialmente para recreação e fornecimento de energia elétrica, o Paranoá tornou-se recentemente, em meio à crise hídrica vivida no DF, uma fonte de abastecimento de água para consumo humano. A plataforma flutuante poderá também, a médio prazo, fazer simulação tridimensional da hidrodinâmica da qualidade do recurso. Assim, será possível agir preventivamente em relação a ameaças de poluição, segundo o presidente da Caesb, Maurício Luduvice. “Isso permitirá uma avaliação mais abrangente dos potenciais riscos à coleta de água bruta, como o lançamento de esgotos clandestinos e alterações da qualidade devido a diferentes condições meteorológicas”, afirma o dirigente. [Olho texto=”A plataforma permitirá redução de potenciais danos ao meio ambiente e à saúde humana, com informações rápidas e seguras de possíveis alterações na qualidade da água” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O monitoramento da água com uso da plataforma flutuante é feito em tempo real. Os dados são transmitidos via celular, a cada hora, para o laboratório central da companhia. O software utilizado pode disponibilizar os dados no formato de texto, planilha e gráfico. Com o uso desse equipamento, a Caesb conseguirá aumentar substancialmente a eficácia dos sistemas de segurança da qualidade da água. Permitirá ainda redução nos potenciais danos ao meio ambiente e à saúde humana, por meio das informações rápidas e seguras das possíveis alterações observadas. O equipamento foi adquirido por meio de pregão eletrônico, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ao custo de R$ 386 mil. A estrutura da plataforma A unidade flutuante é construída em corpo de fibra de vidro estrutural, associada a uma estrutura interna de aço e preenchimento com material flutuante. O equipamento possui 2,3 metros de diâmetro e altura de 1,2 m, incluída a antena, e peso de 270 quilos. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Compartimentos de aço inoxidável, destinados a abrigar os sistemas eletrônicos de armazenamento e transmissão de dados, protegem a estrutura de intempéries e umidade. Os compartimentos são facilmente acessados pelos operadores da unidade, o que facilita o manuseio dos componentes modulares durante a manutenção e calibração dos equipamentos. A alimentação de energia é feita por painéis fotovoltaicos associados a um sistema de gerenciamento energético.
Ler mais...