Pacientes em momentos finais de vida têm dignidade e acolhimento em hospitais do DF
Nos corredores do Hospital Cidade do Sol (HSol), em Ceilândia, o cuidado é de forma suave, no gesto, no olhar, no café quente ou no simples toque de mão. É ali que o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) tem transformado o modo de lidar com a finitude da vida. Neste sábado (11), Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, o instituto celebra não apenas um serviço oferecido, mas uma filosofia: a de que todo ser humano merece dignidade até o último instante. Pela primeira vez, as UPAs do Núcleo Bandeirante, Vicente Pires e Ceilândia I passaram a oferecer atendimento em cuidados paliativos, conduzido por médicos especializados. No HSol, o serviço foi reforçado com uma equipe multiprofissional dedicada, garantindo assistência integral e acolhedora a pacientes em estado grave ou sem perspectiva de cura, mas com pleno direito ao bem-estar. A ala de cuidados paliativos do HSol conta com uma equipe multiprofissional dedicada | Fotos: Alberto Ruy/IgesDF O cuidado em cada detalhe A rotina no HSol é marcada por gestos de carinho e atenção. A paciente Severina Mendes da Silva, 77 anos, com Parkinson avançado, está internada há três meses. A nora dela, Helena Costa Falcão, conta que o tratamento vai muito além dos cuidados médicos. “Todos são muito atenciosos. A equipe conversa, escuta. Minha sogra é lúcida e tem seus desejos atendidos aqui no hospital. Quando pede um doce de leite, um arroz-doce com canela ou até um sorvete neste calor, eles sempre dão um jeito. É um acolhimento que conforta toda a família”, relata Helena. Camila Alencar Frois garante que, quando possível, atende a pedidos dos pacientes, como sorvete e arroz-doce De acordo com a fonoaudióloga e chefe da equipe multiprofissional, Camila Alencar Frois, atender aos pequenos desejos é parte do processo terapêutico. “Essas vontades representam conforto. Claro que tudo é avaliado pelo nutricionista, mas buscamos que se sintam bem. Fazemos o máximo para isso”, explica. Camila, além da função técnica, também arruma tempo para pintar as unhas das pacientes. “Elas me pedem, escolhem a cor e eu faço com carinho. É um momento de vaidade, do resgate da identidade. Virei a manicure oficial delas”, brinca. Equipe que acolhe com o coração O hospital dispõe de dez leitos exclusivos para cuidados paliativos em contexto de fim de vida, que recebem pacientes oncológicos e não oncológicos. A maioria tem mais de 80 anos, mas a unidade já acolheu até pacientes centenários. A equipe é formada por psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas, que, junto às famílias, elaboram um plano terapêutico voltado ao bem-estar e à autonomia do paciente. Julia Gurgel: "Aprendemos que acolher é um exercício diário" Para a gerente-geral do hospital, Julia Gurgel, o projeto também transformou a forma como os profissionais enxergam o cuidado. “Aprendemos que acolher é um exercício diário. Às vezes a família entende o quadro, no outro dia volta cheia de dúvidas e medo. E a gente está aqui para acolher quantas vezes forem necessárias. Isso nos humaniza. Ensina que cuidar não é só salvar vidas, é amparar a dor com respeito”, reflete. A enfermeira responsável pela ala de paliativos, Adália Gonçalves, reforça a importância da empatia. “Poderia ser minha mãe ou meu avô. Aqui, cuidamos para que o último momento seja o mais confortável possível”, completa. Como o serviço funciona O atendimento é destinado a pacientes em diferentes faixas etárias que necessitam de cuidados paliativos. A triagem é realizada com base na ferramenta internacional SPICT, que avalia a elegibilidade dos casos para esse tipo de acompanhamento. Quando há indicação, a equipe especializada é acionada. Nas unidades com médicos paliativistas fixos, o atendimento é presencial. Já nas demais, o suporte ocorre por teleconsulta, o que permite avaliação clínica e encontros virtuais com familiares, ampliando o acolhimento e a integração da equipe com o núcleo familiar. “Parte dos pacientes consegue se recuperar e voltar para casa. Outros permanecem conosco até o fim, sempre com respeito e dignidade” Arthur Luz, chefe do Núcleo de Cuidados Paliativos do IgesDF Nos casos mais delicados, o paciente é encaminhado ao HSol, onde o foco é o conforto. A equipe atua no controle de sintomas e na adoção de medidas proporcionais ao quadro clínico, oferecendo um ambiente acolhedor, com atenção especializada e humanizada. “Parte dos pacientes consegue se recuperar e voltar para casa. Outros permanecem conosco até o fim, sempre com respeito e dignidade”, explica o médico paliativista Arthur Luz, chefe do Núcleo de Cuidados Paliativos do IgesDF. O cuidado no HRSM No Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), uma equipe exclusiva também se dedica a esse tipo de atendimento. O time é composto por uma enfermeira paliativista e médicos disponíveis 24 horas, responsáveis por avaliar e responder aos pareceres solicitados pelas equipes assistenciais. “Muitas pessoas chegam em busca de atendimento e acabam descobrindo um câncer ou outra doença já em estágio avançado. A partir daí, iniciamos o acompanhamento e oferecemos o suporte necessário, tanto para o paciente quanto para a família, até que ele seja encaminhado para o Hospital de Apoio de Brasília ou para o HSol”, explica a enfermeira Léia Lima. Mesmo recente, o serviço já apresenta resultados significativos. Em apenas três meses de implantação, houve redução de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para pacientes sem critérios clínicos para esse tipo de suporte, além da diminuição de procedimentos desnecessários. A oferta de atenção especializada e humana evita procedimentos invasivos e proporciona qualidade de vida “Estamos conseguindo oferecer um espaço adequado, com atenção especializada e humana. Isso evita procedimentos invasivos e proporciona qualidade de vida. Nosso trabalho é aliviar, ouvir e estar presente”, destaca Arthur. O Instituto planeja expandir o serviço nos próximos meses. “Queremos fortalecer a teleconsulta e incluir mais profissionais paliativistas, garantindo que todas as unidades tenham suporte técnico e humano”, conclui o especialista. *Com informações do IgesDF
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Dia Mundial dos Cuidados Paliativos: Hospital de Apoio é especializado na rede pública
Para reforçar o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos (CP), lembrado em outubro, as paredes do Hospital de Apoio de Brasília (HAB) se encheram de arte e conhecimento nesta quinta-feira (31). Quadros pintados pelo paciente da unidade há 13 anos, o inglês Bob Thompson, espalharam pelo ambiente cores, flores e animais. Nas salas, servidores passavam por uma capacitação sobre CP. Na rede pública do Distrito Federal, o HAB é a unidade especializada nesse tipo de cuidado. Paciente da unidade há 13 anos, o inglês Bob Thompson expos quadros que espalharam pelo ambiente cores, flores e animais pelo HAB | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF O trabalho desenvolvido na unidade se destaca em diversos aspectos. O HAB atua, por exemplo, como hospital/hóspede, no qual pacientes com diversos problemas de saúde ou com doenças graves encontram apoio, cuidado e acolhimento. Há ainda assistência ambulatorial, atendendo pessoas que já estão em cuidados paliativos há mais tempo. Antes mesmo da recente criação da Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP) pelo Ministério da Saúde, o hospital já se enquadrava nos principais pontos exigidos pela norma. “Temos uma equipe ampliada e realizamos residências médicas e multiprofissionais”, exemplifica a chefe da Unidade de Cuidados Paliativos do HAB, Elisa Marquezini. O evento no HAB contou com uma exposição de arte e com a capacitação de servidores sobre cuidados paliativos O diretor-geral da unidade, Alexandre Lira Lisboa, acrescenta que o HAB tem uma atmosfera diferente: “É um hospital especializado e acolhedor, com equipes que acompanham, de fato, o cotidiano dos pacientes”. Cuidado integral Quando a dor e o sofrimento – causados por uma doença curável ou não – ultrapassam os limites que o corpo (e a mente) pode suportar, é preciso um olhar mais próximo e abrangente. Os CP buscam exatamente prevenir ou minimizar desconfortos, dúvidas e tristezas para enfrentar períodos difíceis da enfermidade. Essa linha de assistência, contudo, não se limita aos pacientes, abarcando ainda familiares, cuidadores e acompanhantes. Uma estimativa do Ministério da Saúde aponta que, em todo o País, cerca de 625 mil pessoas necessitem de CP, ou seja, de atenção em saúde que permita melhorar a qualidade de vida daqueles que passam por doenças graves, crônicas ou em estágio avançado. Marco histórico Celebrado sempre no segundo sábado de outubro, o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos trouxe em 2024 o tema “Dez anos desde a Resolução: Como estamos indo?” A escolha faz alusão aos dez anos desde que a Assembleia Mundial da Saúde (AMS), da Organização Mundial de Saúde (OMS), aprovou a resolução autônoma sobre CP. No documento, ficou determinado aos países que fortaleçam essa linha como um componente dos cuidados ao longo da vida. *Com informações da SESDF
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GDF terá programação alusiva à Semana do Meio Ambiente
Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta segunda-feira (5), a Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema) terá, ao longo dos próximos dias, programação que vai desde blitz educativa à castração de cães e gatos. Também fazem parte do calendário eventos de órgãos vinculados à Sema, como a Trilha Fotográfica, neste domingo (4), no Jardim Botânico de Brasília, e o Seminário de Incêndios Florestais, no dia seguinte, promovido pelo Instituto Brasília Ambiental – veja o cronograma completo ao fim da matéria. Entre as ações da Semana do Meio Ambiente está a Trilha Fotográfica, neste domingo (4), no Jardim Botânico de Brasília | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Um pacote de ações também será implementado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) nesta Semana do Meio Ambiente, como o decreto que define as diretrizes para a criação, a estruturação e a operacionalização do sistema de logística reversa de embalagens em geral. O texto ainda institui o Certificado de Crédito de Reciclagem (ReciclaDF), que insere o GDF no sistema que comprova a restituição das embalagens em geral ao ciclo produtivo, atendendo ao disposto nas Políticas Nacional e Distrital de Resíduos Sólidos. Dessa forma, catadores, cooperativas e recicladores passarão a ser remunerados pelo sistema de logística reversa por meio da comprovação das notas fiscais, que serão aceitas para a emissão do ReciclaDF e para a comprovação do retorno dos materiais recicláveis ao ciclo produtivo a fim de transformá-los em insumos ou em novos produtos e embalagens. De acordo com o subsecretário de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos da Sema, Glauco Amorim, “a pasta buscou a construção da política pública ambiental dialogando com as organizações da sociedade civil organizada”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Outra ação prevista para esta semana é a formalização do Comitê Gestor Consultivo de Trilhas do DF (CGCT), que, conforme previsto na Lei n° 6892/2021, apoiará trilheiros na gestão e consolidação do sistema de trilhas ecológicas da capital federal. Para o secretário de Meio Ambiente e Proteção Animal, Gutemberg Gomes, a criação do comitê é de extrema importância para a cidade. “Aqui, em Brasília, as pessoas gostam de natureza, se encantam com as deslumbrantes paisagens do cerrado, dos rios, do lago, e os trilheiros são os guardiões, por amor, destes cenários, e devido a esta paixão se empenham em caminhadas e passeios no meio da natureza. A portaria do Comitê Gestor Consultivo de Trilhas do Distrito Federal é fundamental para esta ação”, destaca. Mais uma ação de governo prevista para a Semana do Meio Ambiente é a criação do Programa DF nos Parques, que tem como objetivo incentivar os brasilienses a cuidarem dos parques públicos e das unidades de conservação (UCs), desenvolvendo hábitos de sustentabilidade. De acordo com Hugo de Carvalho Sobrinho, assessor especial da Secretaria Executiva da Sema, o maior benefício do programa será oferecer, nos parques e demais UCs, serviços e atividades públicas voltados à sustentabilidade ambiental, à saúde, à educação, ao esporte, ao turismo, à cultura, ao trabalho e à assistência social, entre outros, a fim de melhorar a qualidade de vida da população. Ainda fazem parte das ações da semana a definição do primeiro domingo do mês de dezembro como o Dia de Plantio de Mudas Nativas do Cerrado no Distrito Federal, o anúncio da entrega da obra da primeira usina pública de geração de energia limpa (fotovoltaica) instalada no Parque Ecológico de Águas Claras e o lançamento da maquete da usina. Calendário de ações do meio ambiente: 4/6 | 10h às 12h – Trilha Fotográfica Local: Jardim Botânico de Brasília Realização: Jardim Botânico de Brasília 4/6 | 10h às 12h – Oficinas Científicas Local: Jardim Botânico de Brasília Realização: Jardim Botânico de Brasília 5/6 | 8h às 12h – Seminário de Incêndios Florestais Local: Escola de Governo (Egov) Realização: Brasília Ambiental 5/6 | 8h às 12h – Campanha de castração de felinos Local: Administração Regional do Sol Nascente Realização: Sema 5/6 | 8h às 12h – Oficina Recicla PET Local: Administração Regional do Sol Nascente Realização: Sema 5/6 | 8h às 12h – Unidade Móvel do Hospital Veterinário Local: RA Sol Nascente/Pôr do Sol Realização: Sema 5/6 | 8h às 12h – Blitz do PPCIF Local: Jardim Botânico de Brasília Realização: Sema/Brasília Ambiental 5/6 | 9h às 11h – Trilha Ecológica da 11ª Região Militar Local: Jardim Botânico de Brasília Realização: Jardim Botânico de Brasília 5/6 | 9h às 12h – Instalação da rede de contenção de lixo Local: Zoológico de Brasília Realização: Fundação Jardim Zoológico de Brasília 5/6 | 9h às 12h – Oficina demonstrativa interna Local: Zoológico de Brasília Realização: Fundação Jardim Zoológico de Brasília 5/6 | 10h às 12h – Plantio de mudas no Parque Ecológico Veredinha Local: Parque Ecológico Veredinha Realização: Sema e Brasília Ambiental 5/6 | 14h às 17h – Bate-papo “Qualidade da água tratada com foco no controle do flúor” Local: Auditório da Adasa (piso superior) Realização: Adasa 6/6 | 8h às 12h – Campanha de castração de caninos Local: Administração Regional do Sol Nascente Realização: Sema 6/6 | 9h às 16h30 – Atividades educativas na área do Zoológico – Oficina de brinquedos recicláveis Local: Zoológico de Brasília Realização: Fundação Jardim Zoológico de Brasília 6/6 | 9h às 12h – Atividades educativas na área do Zoológico – Projeto Zoo com Vivências com estudantes com deficiência Local: Zoológico de Brasília Realização: Fundação Jardim Zoológico de Brasília 6/6 | 10h às 12h – Campanha Descarte Legal – projeto De Cara Nova na região de Brazlândia Local: Brazlândia Realização: SLU 6/6 | 10h30 às 12h – Lançamento do livro Aves Brasileiras – extintas e ameaçadas Local: Zoológico de Brasília Realização: Fundação Jardim Zoológico de Brasília 6/6 | 11h às 12h – Atividades educativas na área do Zoológico – Teatrinho de fantoches Local: Cine Ambiental Jardim Botânico de Brasília Realização: Fundação Jardim Zoológico de Brasília 6 e 7/6 | matutino e vespertino – Mostra de Filmes Missão do Jardim Botânico de Brasília com foco na conservação e biodiversidade Local: Cine Ambiental Realização: Jardim Botânico de Brasília 6 a 11/06 | 9h às 17h – Mostra de filmes sobre ciência, conservação e cultura indígena Local: Cine Ambiental Jardim Botânico de Brasília Realização: Jardim Botânico de Brasília 7/6 | 9h às 11h – Manutenção da Orla do Lago Sul com Instituto Perene Local: Orla do Lago Sul Realização: Sema 7/6 | 19h às 21h – Passeio noturno guiado Local: Zoológico de Brasília Realização: Fundação Jardim Zoológico de Brasília 7 e 8/6 | 9h às 17h – Exposição de peças do Museu de Ciências Naturais Local: Zoológico de Brasília Realização: Fundação Jardim Zoológico de Brasília 7/6 a 18/6 | 9h às 17h – Exposição de aquarelas sobre flora e fauna do Cerrado Local: Jardim Botânico de Brasília Realização: Jardim Botânico de Brasília 7/6 | 16h às 18h – Início do Projeto de Sustentabilidade com o Venâncio Shopping Local: Venâncio Shopping Realização: SLU 20/6 | 10h às 12h – Usina Fotovoltaica – Entrega das obras e apresentação da maquete da usina pública fotovoltaica Local: Parque de Águas Claras Realização: Sema 20/6/2023 – Plano ABC + Local: Palácio do Buriti Realização: Sema/Seagri 23/6/2023 | 9h às 11h30 – Atividades lúdicas e ecopedagógicas no âmbito do Projeto Bosque dos Constituintes Local: Câmara dos Deputados Realização: Adasa *Com informações da Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal
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Cuidados paliativos e sua importância no processo de luto das famílias
Famílias que precisam de cuidados, empatia, acolhimento e apoio institucional, com suporte técnico, psicológico e emocional que garantam um retorno menos difícil para casa. Este é um dos focos das equipes de cuidados paliativos perinatais e pediátricos do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). A palestra Curando Corações e Comunidades reuniu, nesta quinta-feira (6), pais, profissionais e pacientes atendidos pelas equipes de cuidados paliativos | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde DF Daniel Alvarez e a esposa, Paula Valle, perderam o filho Arthur 26 minutos após o nascimento. Ele foi diagnosticado com duas síndromes raríssimas ainda no início da gravidez. Os pais tiveram a opção de interromper a gestação, mas optaram pelo nascimento do bebê, que ocorreu há dois meses. Paula Valle perdeu o filho Arthur 26 minutos após o nascimento: “Em momento algum nos deram alguma esperança de um diagnóstico diferente, mas sempre nos acolheram com muita empatia e nos prepararam para o momento de partida dele” “Tivemos todo o apoio da equipe de cuidados paliativos. Em momento algum nos deram alguma esperança de um diagnóstico diferente, mas sempre nos acolheram com muita empatia e nos prepararam para o momento de partida dele”, relata Paula. A enfermeira Débora Santos perdeu a filha Manu 12 horas após o nascimento, em fevereiro de 2019. Ela conta que recebeu todo o cuidado da equipe multidisciplinar do Hmib para lidar com a situação. “As pessoas desmerecem o luto de um bebê, acham que pelo fato de ele não ter vivido muito tempo a dor é menor, mas não é assim. Eu perdi um filho e nada muda isso, só aprendemos a viver com essa perda”, afirma. A enfermeira Débora Santos conta que recebeu todo o apoio da equipe multidisciplinar do Hmib para lidar com a perda da filha Manu 12 horas após o nascimento O Hmib oferece atendimento psicológico desde a hora do parto, com psicólogo exclusivo dentro do centro obstétrico. Além disso, o hospital não mistura as pacientes que tiveram uma perda perinatal com as pacientes da maternidade, para evitar o sofrimento. “São pais que estão vivendo o sofrimento total, sua dor total, tanto física quanto emocional, psicológica e espiritual. Nosso objetivo é ajudar as famílias a lidarem com a dor e evitar o sofrimento e possíveis transtornos, como a depressão”, explica a psiquiatra e coordenadora do Ambulatório de Saúde Mental da Mulher do Hmib, Maria Marta Freire. Dia Mundial Para reunir pais, profissionais e pacientes atendidos pelas equipes de cuidados paliativos, o Hmib realizou nesta quinta-feira (6) a palestra Curando Corações e Comunidades. Este também é o tema deste ano do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, celebrado no segundo sábado de outubro. Durante o evento desta quinta, foram abordadas reflexões sobre a morte e o luto na pediatria, o sofrimento dos profissionais, as fases do luto e suas reações “A campanha deste ano foi uma alusão às mortes por conta da pandemia mundial do novo coronavírus e pelas vítimas da guerra da Ucrânia. E nós procuramos adequar o tema à realidade que vivenciamos aqui no hospital, que são os lutos por conta de perdas perinatais ou pediátricas”, destaca o pediatra paliativista e coordenador do Grupo de Cuidados Paliativos do Hmib, Neulanio Francisco. Durante o evento, foram abordadas reflexões sobre a morte e o luto na pediatria, o sofrimento dos profissionais, as fases do luto e suas reações. Além disso, três pais deram seus depoimentos pessoais sobre as perdas que sofreram. O Hmib possui duas equipes multidisciplinares de cuidados paliativos. Uma delas é voltada para os casos perinatais, destinada a famílias que têm o diagnóstico de bebês com condições limitantes à vida (síndromes graves, doenças cardiológicas gravíssimas) e outra para os casos pediátricos, voltada a famílias com crianças em tratamento de doenças graves e com risco à vida. As equipes são compostas por médicos geneticistas, paliativistas, psiquiatras, obstetras, pediatras, enfermeiros, entre outros, que atuam de maneira interdisciplinar para que a família seja acolhida no momento do luto. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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