Biblioteca desenhada por Niemeyer promove conversa de alunos com autor de livro sobre Brasília
O Dia Nacional da Biblioteca é celebrado em 9 de abril — mesmo mês em que se comemora o aniversário de Brasília. Juntando as duas ocasiões, a Biblioteca Escolar e Comunitária Professora Tatiana Eliza Nogueira, na 308 Sul, promoveu uma edição especial do projeto Hora do Conto nesta quarta-feira (9). Na ocasião, estudantes do 5º ano da Escola Classe 01 SHI-Sul, do Lago Sul, participaram de um bate-papo com o escritor Alexandre Parente sobre uma de suas obras, Brasília e o sonho encantado. “Nós unimos a data de comemoração do Dia da Biblioteca com o mês de abril, durante o qual, todos os anos, a gente faz atividades específicas sobre a cidade de Brasília”, apontou a coordenadora pedagógica da biblioteca, Ana Nélia Torquato. “A biblioteca é bem conhecida justamente por estar no coração da quadra-modelo de Brasília. Então, as crianças chegam, fazem um passeio pela quadra, conhecem tudo aqui em volta e a gente conversa com eles sobre a biblioteca, que é patrimônio histórico cultural da cidade, temos o jardim interno que é do Burle Marx, o projeto arquitetônico é de Oscar Niemeyer. A gente recebe visitas de estudantes de arquitetura, de engenharia, de turismo… As crianças têm a oportunidade de viver a história de Brasília vindo aqui”, acrescentou Torquato sobre o local, gerido pela Secretaria de Educação e aberto a toda a comunidade, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h. O escritor Alexandre Parente participou de uma conversa com alunos da Escola Classe 01 SHI-Sul, do Lago Sul | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília A obra escolhida para ser objeto da conversa aborda, por meio da fantasia, diversos aspectos da história da capital, desde seus pontos turísticos até os grandes nomes por trás da construção, como Niemeyer e Juscelino Kubitschek. “É um livro que eu posso dizer que nasceu no coração de um candango. Eu moro em Brasília há quase 40 anos e falo sempre que aqui é uma terra acolhe, que abraça quem chega. Escrever sobre Brasília, para mim, é uma alegria”, contou Alexandre Parente. “Estar com as crianças é o suprassumo da vida do autor infantil, porque é nosso intercâmbio, é o nosso bate-papo, o olho no olho, é o que nos inspira”, completou. Os alunos receberam exemplares do livro antes da atividade e chegaram à conversa cheios de perguntas para o autor. Um deles, inclusive, confessou estar emocionado por visitar uma biblioteca pela primeira vez. “Eu percebo que os meninos, por mais que estejam aqui em Brasília, eles não conhecem muito a história de onde eles estão. Principalmente os que moram em RAs fora do Plano Piloto, como Itapoã e São Sebastião. E a gente busca levar a história, sobretudo nesse momento importante que é o aniversário de Brasília, para eles poderem ter esse conhecimento. A gente veio visitar a biblioteca, eles ficaram muito felizes e se sentiram pertencentes dentro da história de Brasília. Então, além de ser um momento mágico para eles, a gente consegue ensinar o conteúdo que a gente tem que ensinar sobre a história da capital”, arrematou o professor João Alberto Bastos.
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Projeto de escola pública do Riacho Fundo incentiva a leitura
Em comemoração ao Dia Nacional da Biblioteca (9), a Secretaria de Educação (SEEDF) tem desenvolvido diversas ações de incentivo à leitura nas escolas da rede pública de ensino. A SEEDF tem 656 bibliotecas escolares e oito bibliotecas escolares comunitárias distribuídas em Brazlândia, Ceilândia, Guará, Planaltina, Asa Sul, Sobradinho e Taguatinga. Na Escola Classe Kanegae, alunos do 1º e do 5º ano exercitam juntos a leitura, processo durante o qual um ajuda o outro | Foto: Mary Leal/SEEDF Uma dessas ações é o projeto Amigo Leitor, da Escola Classe Kanegae, no Riacho Fundo, que promove leituras entre pares com estudantes do 1º e do 5º anos. Na ação, o aluno que possui mais facilidade para leitura ajuda aquele com mais dificuldade. Ao todo, as crianças leem 22 livros anualmente só durante esses encontros. O Amigo Leitor visa a desenvolver e despertar valores como os de solidariedade, responsabilidade e cumplicidade nos alunos. Além de ampliar o vocabulário e o contato com livros diversos, tendo a leitura como referência para a promoção da aprendizagem. Paralelamente à sala de leitura, o encontro ocorre semanalmente, às quintas-feiras, e dura 45 minutos. Aos pares “Esse projeto puxa um pouco para o lado da afetividade, pois eles interagem uns com os outros” Karyne Fernandes, professora do 1º ano da EC Kanegae A diretora da EC Kanegae, Schirley Rocha, é pioneira nesse projeto, que funciona na escola desde 2016. Inicialmente, conta ela, é feito um sorteio, e os estudantes ficam na expectativa de quem será o coleguinha que vão conhecer. “Esse projeto desperta várias potencialidades, desde a questão da autonomia, solidariedade e gosto pela leitura, além de impactar o futuro desses estudantes, até mesmo na escolha da profissão”, afirma. “Esse é o momento em que eles estão sendo protagonistas. Nessa etapa, eles viram professores dos colegas”. Livros como Chapeuzinho Vermelho, O cavalo, o caçador e o cervo, Era uma vez duas avós e Mogli, o Menino Lobo estão entre os escolhidos da garotada. A escola busca desenvolver estratégias de leitura, estimulando os alunos a perceber a compreensão como prática social, durante a qual todos podem dialogar e somar conhecimentos. É o caso dos estudantes Humberto Bryan de Souza, 10, do 5º ano, e Eduardo Cardoso, 6, do 1º ano. “Minha mãe me contou que quando ela era pequena, sempre que estava com tédio, ela ia à biblioteca pegar um livro para ler”, relata Humberto. “Agora já leio livros de 120, 220 páginas”, prossegue o estudante. “Acho que é importante saber ler, e eu ajudo o Eduardo para quando ele for maior, arrumar um emprego top. Os livros vão te dar conhecimento, e isso ninguém rouba de você. Podem roubar seu carro, mas com o seu conhecimento, você pode ir lá e comprar outro carro.” A professora Karyne Fernandes, do 1º ano, enfatiza: “Esse projeto puxa um pouco para o lado da afetividade, pois eles interagem uns com os outros. Essa questão da leitura em dupla, ainda mais os pequenos com os maiores, tira eles daquela rotina de sentar numa carteira para ler algo. Aqui é mais livre, mais espontâneo, auxilia na criatividade, na imaginação, porque uma criança tem muita história e cultura para mostrar”. Ao final, os estudantes preenchem um relatório para dizer o que aprenderam na leitura. Eles descrevem o lugar onde ocorreu a história e desenham a cena do ambiente relatado; conforme o encontro se desenvolve, o relatório vai mudando. *Com informações da Secretaria de Educação
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Estudantes visitam Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga
Quarenta e oito estudantes da Escola Classe Arniqueira conheceram a Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga, nesta terça-feira (9). O encontro faz parte do projeto Visita à Biblioteca Braille, lançado nesta semana em comemoração ao Dia do Sistema Braille, celebrado nesta segunda (8), e ao Dia Nacional da Biblioteca, nesta terça. Ainda nesta semana, serão atendidas crianças da EC 39 e da EC 59, ambas de Taguatinga. A programação contou com filme sobre o sistema Braille, contação de histórias, músicas e brincadeiras sobre inclusão social. “É importante as crianças terem uma noção de como é a vida para o cego, como ele se comunica com as outras pessoas e conhecerem o espaço, principalmente as pessoas que trabalham e frequentam aqui. É uma forma de mostrar a importância de respeitar o outro”, avaliou Murilo Marconi, coordenador da Coordenação Regional de Ensino de Taguatinga (Cret), da Secretaria de Educação (SEE-DF). Bianca Andrade e Raphaela Brito aproveitaram o passeio para aprender sobre inclusão social de forma divertida | Fotos: Joel Rodrigues/ Agência Brasília As amigas Bianca Andrade, 9 anos, e Raphaela Brito, 9, aproveitaram a experiência. “Foi muito legal. Aprendemos que a gente não pode excluir ninguém e precisa brincar com todo mundo porque todo mundo é igual”, disse Raphaela. “Agora sei as cores das bengalas e quase consegui ler em Braille”, conta Bianca. Acolhimento Criada em 1995, a Biblioteca Braille Dorina Nowill leva o nome da ativista brasileira Dorina de Gouvêa Nowill, nascida em São Paulo em 1919. Coordenado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), o equipamento público foi instalado, inicialmente, na Escola Classe 6 da cidade. Em 2006, foi transferido para o Espaço Cultural de Taguatinga. O funcionamento é de segunda a sexta, das 8h às 17h. A biblioteca conta com sala principal, sala para apresentações e atividades coletivas, e telecentro de acessibilidade O equipamento público é composto pela sala principal, dedicada ao acervo de livros em Braille, por uma sala para apresentações e atividades coletivas, e pelo telecentro de acessibilidade, que reúne computadores com acesso livre à internet. Os espaços foram reformados em 2021, tendo sido entregues à população em fevereiro do ano seguinte, com mobiliário novo e estrutura totalmente renovada. “É uma biblioteca viva, a única biblioteca pública especializada no atendimento a pessoas com deficiência visual. Nós temos projetos variados, funcionários preparados e a estrutura adequada para proporcionar cidadania aos nossos frequentadores”, destacou a coordenadora da biblioteca, Eliane Ferreira. O acervo é formado por mais de 2 mil exemplares em Braille, com 800 títulos, incluindo obras como O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, e Na Minha Pele, de Lázaro Ramos. A versão em Braille dos livros ocupa, em média, até três volumes, tendo em vista que uma página em tinta equivale a quatro no formato Braille. Há, ainda, publicações convencionais e com letras ampliadas para serem lidas em eventos de leitura e pelo público vidente (normalmente acompanhante dos cegos), idosos ou pessoas com baixa visão, além de audiolivros. Eliane Ferreira se orgulha do projeto: “É uma biblioteca viva, a única biblioteca pública especializada no atendimento a pessoas com deficiência visual” Além do papel literário e acadêmico, a biblioteca promove eventos voltados para o público cego, como aulas de dança, oficinas musicais e contação de histórias. Às segundas-feiras, ocorre o Clube do Livro Inclusivo, sempre às 14h, em que uma pessoa vidente lê uma obra durante uma videochamada, para pessoas cegas ou com baixa visão. Às quartas, o espaço realiza a Roda Amigos da Palavra, às 9h, com apresentações culturais abertas ao público. Em maio haverá um curso gratuito de audiodescrição, e em setembro terá a 3ª edição da Feira Acessível. Na estreia do projeto de visita ao espaço, a cofundadora da biblioteca e precursora nos projetos de inclusão, Noeme Rocha, 66, mostrou à criançada como funciona o sistema Braille. “Ensinei a eles como que nós escrevemos e como lemos, porque escrevemos da direita para a esquerda e lemos da esquerda para a direita, como se lê um livro mesmo”, disse. “As crianças que conhecem a pessoa cega não são mais as mesmas. A inclusão tem que começar nesta fase mesmo, porque só assim teremos um mundo mais inclusivo e bem melhor.” Noeme Rocha fundou o espaço: “Na inauguração dessa biblioteca, lembro dos rostos das pessoas, dos escritores que estavam lá, da imprensa, dos repórteres” Nascida no Maranhão, Noeme veio para Brasília em busca do sonho do serviço público, área que conquistou anos depois e na qual segue em atividade. Na capital, ela sofreu um acidente que prejudicou a visão dela. “Um mês depois, eu já não via do olho direito. Fui perdendo (a visão) aos poucos. Na inauguração dessa biblioteca, lembro dos rostos das pessoas, dos escritores que estavam lá, da imprensa, dos repórteres. Lembro como se fosse agora, porque a biblioteca é a minha vida, é a minha alma aqui, é tudo o que eu gosto de fazer”, revelou. Saiba mais O Distrito Federal conta com mais de 20 bibliotecas públicas que oferecem um acervo variado de livros, cultura, exposições artísticas e acesso a computadores. Veja o contato e endereço de cada uma.
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