Estudantes da comunidade Warao Coromoto visitam o Memorial dos Povos Indígenas
Na semana em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas, celebrado nesta sexta (19), estudantes indígenas da comunidade Warao Coromoto atendidos na rede pública de ensino do Distrito Federal participaram de uma experiência diferente para aprender mais sobre a história e cultura dos povos originários do Brasil. Na última terça (16), os alunos da Escola Classe (EC) Morro da Cruz, de São Sebastião; e EC Café sem Troco, do Paranoá, participaram da visita pedagógica ao Memorial dos Povos Indígenas. Visita pedagógica ao Memorial dos Povos Indígenas promoveu a inclusão e troca de conhecimento entre os alunos | Fotos: Mary Leal/SEEDF Para a subsecretária de Educação Inclusiva e Integral da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Vera Barros, além de promover a inclusão, a visita facilita a troca de conhecimento dos estudantes e promove a integração à cultura e conhecimento. “O que estamos fazendo aqui é proporcionar a essas crianças e jovens uma experiência para vivenciarem cultura e história”, explica. Os alunos foram apresentados às peças, esculturas e fotos do Museu e, ao final da visita, puderam brincar com uma peteca, brinquedo tipicamente indígena. Para Josesu, estudante da comunidade Warao, de 13 anos, foi uma experiência muito divertida. “O que mais gostei foram as fotos de outras tribos na parede”, comenta. Os alunos da comunidade Warao Coromoto têm de 4 a 17 anos, são refugiados da Venezuela e começaram a chegar em Brasília no ano de 2019. As crianças e jovens participaram da visita, acompanhados pelos professores, educadores sociais e as diretoras das duas escolas. Alunos puderam ver de perto objetos pertencentes à cultura indígena “Essa experiência hoje foi importante para reafirmar nossa cultura. Para não esquecermos nossas raízes, para nos mantermos unidos”, disse Reimer, educador social voluntário e representante da comunidade. Caderno pedagógico Ainda no mês de abril, a Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin) lançou o Caderno Pedagógico Abril Indígena, que mapeia os estudantes indígenas matriculados na rede pública de ensino do DF para fortalecer os direitos desses alunos e valorizar a história e cultura dos povos originários do Brasil. O caderno divulgado para todas as unidades escolares também fornece sugestões de materiais pedagógicos para o trabalho e valorização da história e cultura indígena, como livros, filmes, documentários, músicas e podcasts. O intuito é fortalecer as ações pedagógicas que contribuem na construção de uma escola plural. *Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
Ler mais...
Caderno pedagógico valoriza história e cultura dos povos originários
Às vésperas do 19 de abril, no qual é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, a Secretaria de Educação do Distrito Federal lançou o Caderno Pedagógico Abril Indígena. O material, elaborado pela Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin), mapeia os estudantes indígenas matriculados na rede pública de ensino do DF para fortalecer os direitos desses alunos e valorizar a história e cultura dos povos originários do Brasil. O Caderno Pedagógico Abril Indígena foi disponibilizado de forma online para as escolas da rede pública de ensino do DF | Foto: Jotta Casttro/SEEDF Em 2023, a rede pública de ensino do DF atendeu 478 estudantes indígenas. As coordenações regionais de ensino com maior número desses alunos que se declaram indígenas foram: Plano Piloto (127), Paranoá (60), São Sebastião (57), Ceilândia (50) e Gama (41). “Nosso objetivo é que a sala de aula se torne um ambiente intercultural e para que isso aconteça é preciso fazer esforços em várias áreas, como de alimentação, pois os indígenas possuem hábitos alimentares específicos, na área de transporte, para assegurar que consigam chegar até a escola, além de ter uma atenção especial na enturmação desses estudantes” Patrícia Melo, diretora de Serviços de Apoio à Aprendizagem, Direitos Humanos e Diversidade A diretora de Serviços de Apoio à Aprendizagem, Direitos Humanos e Diversidade da SEEDF, Patrícia Melo, explica que a prioridade da secretaria é promover um atendimento culturalmente inclusivo, que valorize a cultura indígena dos povos originários. “Nosso objetivo é que a sala de aula se torne um ambiente intercultural e para que isso aconteça é preciso fazer esforços em várias áreas, como de alimentação, pois os indígenas possuem hábitos alimentares específicos, na área de transporte, para assegurar que consigam chegar até a escola, além de ter uma atenção especial na enturmação desses estudantes”, explica Patrícia. O caderno divulgado para todas as unidades escolares também fornece sugestões de materiais pedagógicos para o trabalho e valorização da história e cultura indígena, como livros, filmes, documentários, músicas e podcasts. O intuito é fortalecer as ações pedagógicas que contribuem na construção de uma escola plural. Formação Para apresentar o material às coordenações regionais de ensino (CREs), a Subin reuniu os pontos focais de direitos humanos das 14 CREs para uma breve formação que aconteceu no auditório do Centro Interescolar de Língua (CIL) 1 de Brasília. No evento, foi exibido um documentário sobre o acolhimento dos 67 alunos que fazem parte da Comunidade Indígena Warao Coromoto na Escola Classe Café Sem Troco, no Paranoá, e na Escola Classe Morro da Cruz, em São Sebastião. O Governo do Distrito Federal (GDF) disponibilizou dez casas para abrigar famílias da comunidade refugiada. Os indígenas moram em estruturas construídas no ano passado, fruto de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). *Com informações da SEEDF
Ler mais...
Praça Índio Pataxó Galdino Jesus dos Santos é reinaugurada
Há 26 anos, na madrugada do dia 20 de abril de 1997, o indígena pataxó Galdino Jesus dos Santos foi cruelmente assassinado em Brasília. A praça, próxima de onde o cacique foi queimado vivo, recebeu o nome dele na manhã desta quarta (19) – data em que também é celebrado o Dia dos Povos Indígenas. Descerramento da placa com o nome do homenageado: iniciativa chama atenção para a importância das comunidades indígenas na formação do patrimônio cultural | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília O administrador do Plano Piloto, Valdemar Medeiros, foi um dos responsáveis por organizar o evento e citou a Lei nº 3.309, de 19 de janeiro de 2004, que trouxe a mudança de nome da praça, entre as quadras 703 e 704 Sul. “O Governo do Distrito Federal, juntamente com a administração, teve essa iniciativa de cumprir essa lei de 2004 em homenagem ao indígena Galdino”, declarou. “Foi algo brutal que ocorreu naquela data. Hoje, é uma homenagem justa que nós estamos fazendo a ele.” A secretária-executiva de Políticas Públicas da Secretaria de Governo (Segov), Meire Mota, também ressaltou a importância do evento: “Representa uma iniciativa muito importante para valorizar as comunidades indígenas, integrá-las ao patrimônio cultural de Brasília e reverenciar as suas memórias.” Momento de reflexão Turymatã Pataxó, diretor da União Nacional Indígena: “É uma data para reivindicar os nossos direitos e continuar a luta pela questão territorial. Meu povo é um povo de muita luta e resistência” Turymatã Pataxó, 37 anos, é indígena da aldeia Mãe Barra Velha, a mais antiga do povo Pataxó, no sul da Bahia. Diretor da União Nacional Indígena (UNI), ele veio com sua família, representando a etnia. Após citar o artigo 231 da Constituição, que fala sobre o reconhecimento dos povos indígenas e demarcação de terras, Turymatã comentou sobre o momento da reinauguração. “Me chamava atenção ser ‘Praça do Compromisso’”, pontuou. “A gente tinha que ter um compromisso com relação à morte do nosso parente, que morreu exatamente aqui, naquele ponto de ônibus ali à nossa frente, e acabou caindo aqui onde tem esse monumento. Era um monumento que estava um pouco esquecido, e hoje o GDF restaurou, colocou a praça com o nome do índio Galdino Pataxó e isso é muito importante. Mas é também um momento de muita reflexão, dor e sofrimento. É uma data para reivindicar os nossos direitos e continuar a luta pela questão territorial. Meu povo é um povo de muita luta e resistência. Galdino vive e resiste.” Reconhecimento [Olho texto=”“Esse dia de hoje representa um reconhecimento do poder público em relação à sociodiversidade que existe no país” ” assinatura=”José Augusto Lopes Pereira, da Funai” esquerda_direita_centro=”direita”] Um representante da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), José Augusto Lopes Pereira, também fez parte da celebração na praça. Coordenador-geral de Etnodesenvolvimento da fundação, ele afirmou que há 300 etnias e 280 línguas diferentes no país, além de números que quantificam de 6 a 9 mil pessoas indígenas no DF. “Esse dia de hoje representa um reconhecimento do poder público em relação à sociodiversidade que existe no país”, disse. “É um Brasil que o Brasil não conhece. Esse pequeno gesto do GDF, que foi feito de forma muito rápida e eficiente, representa o reconhecimento desse contingente de praticamente 1 milhão e meio de pessoas. A gente, como Funai, agradece ao GDF.” No local também foi aberta a exposição Arte Indígena Itinerante, que marcou a celebração. Segundo a organização do evento, haverá feiras mensais para que os indígenas possam expor seus trabalhos. O trabalho é fruto de uma parceria do GDF, por meio da Administração do Plano Piloto, com a Funai. História de resistência Galdino Jesus dos Santos era um líder indígena da etnia Pataxó Hã-hã-hãe que veio a Brasília em 19 de abril de 1997 para tratar questões relativas à demarcação de terras indígenas no sul do estado da Bahia. Ao voltar à pensão em que estava hospedado, foi impedido de entrar por causa do horário e abrigou-se em uma parada de ônibus na W3 Sul. O ponto de ônibus ficava próximo à praça. Durante a madrugada, cinco jovens de classe alta – Max Rogério Alves, Antonio Novely Vilanova, Tomás Oliveira de Almeida, Eron Chaves Oliveira e Gutemberg Nader Almeida Junior – atearam fogo em Galdino enquanto ele dormia. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Segundo o texto do processo judicial, o grupo passou pelo ponto de ônibus onde o indígena estava, foi até um posto de abastecimento para comprar dois litros de combustível e retornou. Enquanto dois dos jovens despejavam o líquido no corpo de Galdino, os demais atearam fogo. Logo depois, eles fugiram do local. A vítima sofreu queimaduras graves em todo o corpo e morreu horas depois, por complicações causadas pelas lesões. O crime reavivou discussões sobre a questão das demarcações de terras indígenas e causou protestos em todo o país. Galdino faleceu onde hoje existe um monumento em sua homenagem, com uma silhueta que representa um símbolo da luta indígena. O tributo foi criado em 1997 pelo artista Siron Franco e doado ao Governo do Distrito Federal (GDF), que acrescentou um totem para identificar e contextualizar a obra, oficializando a Praça Índio Pataxó Galdino Jesus dos Santos.
Ler mais...
Dia dos Povos Indígenas tem programação especial para todas as idades
Em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, comemorado nesta terça-feira (19), a equipe do Memorial dos Povos Indígenas preparou uma programação especial até o dia 25. Brasilienses e turistas terão a oportunidade de participar de oficinas, contação de histórias e feiras de artesanato. Memorial dos Povos Indígenas é aberto à população e conta a história das etnias do Brasil | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília A programação do Abril Indígena é gratuita e livre para todas as idades. Além disso, o visitante tem à disposição mais de dez mil artefatos no Memorial que traz detalhes da história dos indígenas no país. David Terena: “O objetivo desse espaço é defender os direitos dos índios” O espaço também é o destino de visitas de várias escolas do DF. Somente no mês de março, 840 turmas estiveram no Memorial. A expectativa é que abril supere este número por se tratar do mês dedicado aos povos indígenas. “O Memorial tem uma variedade de acervos, colares, cocares e fotografias que remetem a toda a trajetória dos povos indígenas”, explica o gerente do local, David Terena. “O objetivo desse espaço é defender os direitos dos índios.” Programação [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] ? Quarta-feira (19) 10h – Cânticos e contos de histórias tradicionais 14h30 – Debate: Diversidade cultural indígena ? Sexta (21) 10h30 – Contação de histórias para crianças e corrida de Kròwete (sapo) ? Sábado (22) 9h – Roda animal de poder com defumação 10h30 – Contação de histórias para crianças e oficina de grafismos 14h30 – Roda de debate: Descobrimento ou invasão? ? Domingo (23) 10h – Debate: Línguas indígenas – saberes únicos 14h – Bate-papo sobre o livro Oboré: quando a terra fala ? Terça (25) 15h – Bate-papo sobre o livro Oboré: quando a terra fala.
Ler mais...