GDF de Ponto a Ponto: coordenador de inteligência da PCDF fala sobre a nova divisão antiterrorismo
Na edição desta quinta-feira (12) do GDF de Ponto a Ponto, podcast da Agência Brasília, o coordenador de inteligência da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Maurílio Coelho, abordou temas relacionados à Divisão de Combate a Atentados Criminosos e Antiterrorismo (Dicac), recém-criada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). “O terrorismo extremo e violento é algo trabalhado há muito tempo no Brasil pela Polícia Federal. Mas a nova divisão criada no DF é algo novo e que pode ser seguido por outras unidades da federação”, pontuou sobre o novo departamento, que é baseado no protocolo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “Já somos referência nacional em resoluções de crimes. Mais uma vez saímos na frente criando essa divisão, que tem um peso enorme”, afirma o delegado Maurílio Coelho, sobre a criação da Dicac | Foto: Agência Brasília A descentralização trouxe um foco exclusivo, concentrando em um só ambiente as investigações relacionadas a atos terroristas, com aspectos mais preventivos. Antes da criação da Dicac, a divisão de inteligência atuava junto às delegacias circunscricionais. “Por protocolo, a delegacia circunscricional é a primeira a atuar na cena. Mas ainda que a Polícia Federal assuma o caso, como foi definido na madrugada do dia do atentado em Brasília [em 13 de novembro, quando foram efetuadas explosões na Praça dos Três Poderes], nada impede que haja apoio das outras forças. A nova seção visa dar mais celeridade e capacitação para os agentes lidarem com esses eventos”, revelou o entrevistado. Durante a conversa, ele também explicou que a divisão é composta por diversas seções, com pessoas escolhidas para lidar com diferentes temáticas como: cartório, investigações cibernéticas, operações de observação dos alvos, fontes humanas e relatórios. São dois delegados e 23 agentes que representam um fluxograma voltado à desarticulação de células terroristas, trabalhando com investigação em redes sociais e treinamentos internacionais. “Nessa temática tão multifacetada não existe uma bala de prata. Então temos que atacar em vários aspectos, desde capacitação até treinamentos especializados”, destacou o coordenador. Perguntado sobre o maior desafio enfrentado pela PCDF em casos de terrorismo, Maurílio Coelho respondeu que é a dificuldade da previsibilidade, mas que o investimento massivo em capacitação e tecnologias é capaz de evitar tragédias por meio do preparo, como foi com o caso da bomba armada no aeroporto de Brasília no Natal de 2022. Um balanço realizado pela SSP-DF mostra que, em 2023, foram registrados 9,1 homicídios por grupo de 100 mil habitantes – o índice mais baixo desde 1977, que teve 14 por 100 mil. O dado coloca Brasília como um dos locais mais seguros do país Durante a entrevista, o delegado também destacou que, nos últimos três anos, o GDF investiu mais de R$ 10 milhões em tecnologias voltadas ao setor de inteligência. “Já somos referência nacional em resoluções de crimes. Mais uma vez saímos na frente criando essa divisão, que tem um peso enorme. E já estamos tendo resultado”. O que faz a inteligência Em relação ao trabalho feito pela PCDF, Maurílio caracterizou como uma inteligência de portas abertas para a integridade entre as forças de atuação, vinculada a uma palavra chave: assessoramento. “As unidades sabem o que pedir para a gente e temos ferramentas e tecnologias para trabalhar para todas. O trabalho instiga, dá brilho nos olhos, mas não é como os filmes. Na maior parte do tempo, o trabalho é com o pé no chão e assessoramento das unidades”. Um balanço realizado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) mostra que, em 2023, foram registrados 9,1 homicídios por grupo de 100 mil habitantes – o índice mais baixo desde 1977, que teve 14 por 100 mil. O dado coloca Brasília como um dos locais mais seguros do país. Para Maurílio, o resultado pode ser ainda mais efetivo com os três pilares trabalhados pela polícia: população, inteligência e, agora, a nova divisão. Participação popular Na entrevista, o delegado também reforçou a importância da participação popular por meio de denúncias. Somente este ano, foram cerca de 22 mil denúncias coletadas pela inteligência da polícia. “A participação é muito efetiva e mostra a confiança no trabalho da polícia, com a população ciente de que a denúncia é anônima e a polícia vai agir. Todas essas denúncias foram trabalhadas e divididas entre as áreas de inteligência, sendo cruzadas com a base de dados robustas que a gente possui e ajudando nas investigações”. Ele acrescentou que as denúncias falsas são identificadas pela expertise dos agentes, além do sigilo ser absoluto. Outro ponto importante é que a população dê o máximo de detalhes possíveis quando efetuar os relatos, com fotos, vídeos e descrições para o caso. As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo telefone 197, WhatsApp (61 98626-1197), e-mail (denuncia197@pcdf.df.gov.br) e no site da PCDF. Há também registros encaminhados pela Ouvidoria do GDF, pelo telefone 162.
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Criada Divisão de Combate a Atentados Criminosos e Antiterrorismo no DF
Por determinação do governador Ibaneis Rocha foi criada, nesta quinta-feira (14), a Divisão de Combate a Atentados Criminosos e Antiterrorismo (Dicac) dentro do organograma da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A nova divisão será composta por dois delegados e 23 policiais e vai combater, prevenir e mapear tentativas de atentados no DF. A Dicac terá a seguinte estrutura: Diretor, Diretor Adjunto, Chefe de Seção de Investigação I, Chefe de Seção de Investigação II, Chefe de Seção de Investigação III, Chefe de Seção de Análise e Levantamento, e Chefe de Seção de Operações Táticas. Governador Ibaneis Rocha reforçou que o DF manterá o título de uma das unidades da Federação mais seguras | Foto: Arquivo/Agência Brasília Ao comentar a criação da divisão de combate ao terrorismo, o governador Ibaneis Rocha reforçou que o DF é uma das unidades da Federação mais seguras e assim permanecerá. “Não permitiremos que qualquer pessoa atente contra a capital de todos os brasileiros e contra as instituições que protegemos e abrigamos com todo respeito e carinho na nossa cidade. Temos as forças de segurança mais preparadas do país e essa nova divisão da PCDF terá todas as condições para executar um trabalho de alto nível”, disse o chefe do Executivo. Para a governadora em exercício Celina Leão, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), por meio da PCDF, dá um importante passo na investigação deste tipo de crime. “Faremos, sempre, tudo para manter o DF um local seguro. Essa divisão é uma frente importante e terá a mesma qualidade de excelência já conhecida da PCDF”, pontuou. O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, afirmou que a nova unidade é fundamental para garantir que Brasília esteja segura de ataques que visam sua natureza de capital federal. “A criação da Divisão Antiterrorismo na estrutura da PCDF vem em boa hora. A cada dia fica mais claro que Brasília, por ser a sede dos Três Poderes, fica muito mais exposta a ataques dessa natureza que as outras capitais. Embora tenhamos ótimos índices no combate à criminalidade em geral, é preciso dar uma atenção especial a essa nova modalidade de crime, que, infelizmente, tem se repetido de forma preocupante no mundo todo”, disse. O secretário de Economia, Ney Ferraz, destacou que o GDF não mede esforços para garantir que a estrutura da segurança pública seja a mais eficiente do país. “A segurança da capital da República é uma prioridade nacional e principalmente, do Governo do Distrito Federal. Abrigamos os Três Poderes, representações internacionais, e mais de 3 milhões de habitantes. É uma responsabilidade muito grande com a vida de milhares de pessoas e governador Ibaneis é muito comprometido com isso. Estamos concentrados para dar celeridade na determinação dele de criar essa nova estrutura para a Polícia Civil”, afirmou. A criação da Dicac é uma iniciativa do Governo do Distrito Federal para prevenir que episódios como o das explosões na Praça dos Três Poderes, na noite de quarta-feira (13), voltem a ocorrer. A Polícia Federal (PF) conta com apoio das polícias Militar (PMDF) e Civil (PCDF) e investiga o incidente como um ato terrorista e contra o Estado Democrático de Direito.
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