Parkinson: dia de conscientização alerta para doença que afeta milhões no mundo
A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa progressiva e incurável que afeta cerca de 8,5 milhões de pessoas ao redor do globo, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Diante do cenário, 11 de abril foi estabelecido internacionalmente como o Dia do Parkinson, a fim de ampliar a conscientização e a compreensão sobre a doença. A doença pode causar sintomas como tremores nas extremidades da mão, lentidão dos movimentos, rigidez muscular e transtornos da fala e do sono | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde A doença causa uma perda gradual dos neurônios que produzem a dopamina – neurotransmissor responsável por, entre outras funções, controlar a mobilidade do corpo -, e costuma se manifestar após os 65 anos de idade. No entanto, segundo a OMS, o diagnóstico de casos em pessoas abaixo da faixa dos 60, 50 e 40 anos tem aumentado no mundo. “Quem pratica exercícios vigorosos costuma ter sintomas mais brandos e evolução mais lenta; no entanto, ainda não se conhece uma barreira contra o Parkinson” Marcelo Lobo, neurologista do Hospital de Base Entre os fatores de risco conhecidos, constam a predisposição genética, o sedentarismo e a exposição a agrotóxicos e metais pesados. Até o momento, não há nenhuma estratégia de prevenção definitiva para a condição. “Sabemos que pessoas que mantêm um alto nível de atividades físicas parecem ter maior proteção quanto ao avanço da doença”, afirma o neurologista Marcelo Lobo, do Centro de Referência em Doença de Parkinson do Hospital de Base (HBDF). “Quem pratica exercícios vigorosos costuma ter sintomas mais brandos e evolução mais lenta; no entanto, ainda não se conhece uma barreira contra o Parkinson.” Diagnóstico e assistência O diagnóstico da doença é feito pela associação de avaliações clínicas, histórico médico, exames físicos e, em alguns casos, testes adicionais de neuroimagem para descartar outras condições. No Distrito Federal, usuários da Secretaria de Saúde (SES-DF) que necessitam do serviço passam por uma avaliação inicial nas unidades básicas de saúde (UBSs), de onde são encaminhados aos hospitais regionais ou ambulatórios de reabilitação da rede pública. Casos mais complexos podem ser direcionados ao Centro de Referência em Doença de Parkinson do Hospital de Base (HBDF). Sintomas Divanice Araújo, 72, lembra que os primeiros sinais do Parkinson foram a rigidez nos membros e um leve tremor na mão esquerda. Em tratamento no centro de referência do HBDF, a aposentada enfatiza que a doença não a tem impedido de se manter ativa, embora admita que o agravamento dos sintomas represente uma batalha árdua. “Eu sempre fui uma pessoa muito dinâmica, e ainda consigo fazer tudo em casa – varro, cozinho… mas aceitar a doença é muito difícil”, confessa. Na maioria dos casos, os sintomas começam de forma lenta e sem sinais alarmantes. A desaceleração dos movimentos e os tremores nas extremidades das mãos, muitas vezes notados apenas por amigos e familiares, costumam ser os sinais da doença mais visíveis. Podem ainda estar relacionados ao caso sintomas como rigidez muscular, redução da quantidade de movimentos, problemas na fala, dificuldade para engolir, depressão, tontura e distúrbios do sono, respiratórios e urinários. O neurologista explica que, ao contrário do que se costuma pensar quando se fala de Parkinson, os tremores nem sempre são os sinais prevalentes da doença. “Na prática clínica, observamos muitos pacientes com sintomas não motores, como perda do olfato, constipação ou transtorno do sono, no qual a pessoa tem sonhos vívidos e, durante o sono, se movimenta, chuta, fala, briga”, detalha. “Muitas vezes esses sinais antecedem os tremores em vários anos, até décadas”. * Com informações da Secretaria de Saúde
Ler mais...
Doença de Parkinson: Dia mundial soa o alerta para incidência em maiores de 64 anos
Quando uma pessoa demora mais tempo para fazer o que antes fazia com autonomia e agilidade – tomar banho, vestir uma roupa, cozinhar, escrever – é preciso ficar atento. A limitação motora é um dos principais sintomas da doença de Parkinson. Trata-se de uma condição neurológica que afeta os movimentos da pessoa. Ela decorre de uma degeneração das células produtoras de dopamina, um neurotransmissor que, entre outras funções, controla a mobilidade. Quanto maior a faixa etária, maior a incidência da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem aproximadamente 4 milhões de pessoas no mundo com Parkinson, o que representa 1% da população mundial a partir dos 65 anos. No Brasil, estima-se que 200 mil indivíduos sofram com o problema. Para ampliar a conscientização e a compreensão sobre a doença, foi estabelecido em 11 de abril o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson. O Parkinson não tem cura, mas os tratamentos disponíveis controlam os sintomas e melhoram a qualidade de vida | Foto: Mariana Raphael/Agência Saúde-DF Neurologista do Centro de Referência em Doença de Parkinson do Hospital de Base (HBDF), Marcelo Lobo explica que não há um teste específico que identifique a doença. “O diagnóstico é principalmente clínico, baseado no histórico médico e nos sintomas apresentados, podendo ser auxiliado por exames de imagem para descartar outras condições”, detalha. Sintomas e tratamento Na maioria das vezes, os sintomas começam de forma lenta e sem sinais alarmantes ou graves. A lentidão dos movimentos e os tremores nas extremidades das mãos, muitas vezes notados apenas pelos amigos e familiares, costumam ser os primeiros sinais da doença. Rigidez muscular, redução da quantidade de movimentos, distúrbios da fala, dificuldade para engolir, além de depressão, tontura, distúrbios do sono, respiratórios e urinários também podem estar relacionados. A aposentada Luci Afonso, 64, levou cinco anos para que soubesse que o Parkinson ocupava cada vez mais espaços em seus dias. “Eu tinha travamentos no pé e na mão, sentia dores pelo corpo e perdi a mobilidade para fazer atividades usuais. Até mesmo caminhar era difícil”, conta. Usuários que necessitam do serviço passam por uma avaliação inicial nas Unidades Básicas de Saúde, onde são direcionados à especialidade | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Sem cura, o tratamento é paliativo, focado em amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Luci, hoje, toma medicamentos que aumentam os níveis de dopamina no cérebro. Ao longo do tempo, contudo, passou a integrar na rotina outros métodos que auxiliam nos movimentos, como psicoterapia, fisioterapia, pilates e acupuntura. “Junto ao remédio, essas atividades são muito eficazes no controle dos meus músculos, ajudando a relaxá-los e facilitando o meu caminhar”, destaca. Os esforços de Luci ilustram uma estratégia adequada ao seu caso em específico. Segundo o neurologista, atualmente não há um plano comprovado que previna a doença. “Estudos indicam que adotar um estilo de vida saudável, com exercícios regulares, uma dieta balanceada rica em antioxidantes e minimizando a exposição a toxinas ambientais, pode ser benéfico para reduzir o risco”, afirma Lobo. Assistência Usuários que necessitam do serviço passam por uma avaliação inicial nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), onde são encaminhados à especialidade disponível nos hospitais regionais da Asa Norte (Hran), do Gama (HRG), de Ceilândia (HRC) e de Taguatinga (HRT). Casos com manifestações atípicas ou que requerem cirurgia podem ser encaminhados aos HBDF. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
Ler mais...
Rede pública oferece tratamento para sintomas do Parkinson
Tremor nas extremidades, rigidez de articulações e lentidão nos movimentos tendem a ser os primeiros sintomas de quem sofre com o Mal de Parkinson. É uma doença neurodegenerativa, portanto provoca condições debilitantes sem cura e resulta da degeneração progressiva de neurônios. Apesar de não ter tratamento curativo, há meios de controlar e retardar os sintomas. O aposentado José de Sousa Barros, 82 anos, há quatro anos faz acompanhamento do Parkinson na rede pública do DF | Foto: Tony Winston/Agência Saúde-DF Esta segunda-feira (11) é o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson. A data tem como objetivo chamar a atenção sobre o transtorno e a possibilidade de tratamento. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil existem poucos números sobre a enfermidade e essa não é uma doença de notificação compulsória. A estimativa é de que haja cerca de 250 mil portadores, sendo a segunda doença neurodegenerativa mais comum. O aposentado José de Sousa Barros, 82 anos, comenta que estranhou ao ter dificuldades para escrever o nome. “Hoje eu não gosto mais de escrever. E quando preciso assinar alguma coisa, peço à minha esposa”, frisa. Há quatro anos, ele faz o acompanhamento da doença na rede pública de saúde. [Olho texto=”“Os pacientes com sintomas iniciais são atendidos na atenção primária e encaminhados ao neurologista. Temos esse especialista em todas as regiões de saúde” – Adriana Ferreira Barros, Referência Técnica Distrital (RTD) em Neurologia” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Barros conta com terapia, fisioterapia, cardiologista e geriatra pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os remédios que necessita são disponibilizados gratuitamente por meio do Programa de Medicamentos Excepcionais. “Sem o serviço público não teríamos o tratamento”, diz. Fisioterapia José e a esposa, a aposentada Joana D’arc de Jesus Oliveira, 62 anos, têm acesso a plano de saúde, mas preferem a rede pública para o tratamento. “A gente tem o convênio que meu filho paga, mas é mais para fazer exames”, ressalta. Joana D’arc preocupa-se com a mudança na postura do marido. “Tem vezes que ele para tão para frente que parece que vai cair”, relata. A instabilidade postural é um dos sintomas da doença de Parkinson, o que aumenta o risco de queda. Para melhorar a mobilidade e a força muscular, o aposentado faz fisioterapia uma vez por semana. O fisioterapeuta Hudson Azevedo Pinheiro explica que a fisioterapia é tão importante quanto o tratamento medicamentoso para a convivência com os sintomas e para melhorar a qualidade de vida das pessoas que possuem a doença que ainda não tem cura. O profissional faz o acompanhamento do aposentado na policlínica de Taguatinga. Os atendimentos podem ser individuais para exercícios específicos ou em grupo com estratégias lúdicas, como jogos ou tai chi chuan. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Os pacientes com sintomas iniciais são atendidos na atenção primária e encaminhados ao neurologista. Temos esse especialista em todas as regiões de saúde”, afirma a Referência Técnica Distrital (RTD) em Neurologia Adriana Ferreira Barros Areal. Ela reforça que alguns cuidados de prevenção são a prática de exercícios físicos e a adoção de uma alimentação saudável. De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Doença de Parkinson (PCDT), publicado pela Portaria nº 228, de 10 de maio de 2010, a doença de Parkinson tem distribuição universal e atinge todos os grupos étnicos e classes socioeconômicas. Estima-se uma prevalência de 100 a 200 casos por 100 mil habitantes. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
Ler mais...
Fármaco se revela promissor na luta contra o Parkinson
A doença de Parkinson é um mal degenerativo do sistema nervoso central, crônico e progressivo. É causada pela degeneração das células da chamada substância negra, região do cérebro cujas células produzem a dopamina, responsável pela condução das correntes nervosas para o corpo. A redução ou a ausência de dopamina afeta os movimentos e causa os sintomas, como tremores, lentidão, rigidez muscular, alterações na fala e na escrita. [Olho texto=”“Até o momento, fármacos utilizados para impedir a progressão da doença com ação neuroprotetora são pouco estudados e não utilizados no tratamento”” assinatura=”Márcia Renata Mortari, coordenadora da pesquisa” esquerda_direita_centro=”direita”] No Brasil, pouco mais de 200 mil pessoas convivem com o problema, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foi pensando em pacientes com essa realidade, que procuram atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), que a pesquisadora Márcia Renata Mortari, da Universidade de Brasília (UnB), desenvolveu pesquisa para aprimorar métodos de diagnóstico e avaliar a segurança de novos medicamentos para controle da doença. O estudo foi realizado com fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal (FAPDF), a partir de chamada do Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde, cujo objetivo é apoiar projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação que promovam a formação e a melhoria da qualidade da atenção à saúde no Distrito Federal, no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Medicamentos Um dos objetivos da pesquisa foi testar a segurança de fórmulas produzidas a partir do peptídeo neuroprotetor Neurovespina, composto desenhado a partir do protótipo identificado na peçonha de vespas sociais. De acordo com a estudiosa, há uma ausência de remédios disponíveis capazes de reduzir ou impedir a evolução do mal. “Até o momento, fármacos utilizados para impedir a progressão da doença com ação neuroprotetora são pouco estudados e não utilizados no tratamento”, afirma Márcia Mortari. Identificada na peçonha de vespas sociais, a Neurovespina se mostrou capaz de reduzir a descoordenação motora | Fotos: Reprodução Ela explica que os peptídeos bioativos têm sido excelentes candidatos ao desenvolvimento de novos medicamentos, devido a algumas características da sua atividade biológica, como alta especificidade, potência, baixa toxicidade e diversidades química e biológica. “A otimização de peptídeos tem sido muito empregada com o intuito de minimizar problemas inerentes ao composto e viabilizar o uso dessas moléculas como fármacos.” Os resultados do projeto indicaram que a forma injetável da Neurovespina, em doses de 7 e 4 mg/kg, foi capaz de reduzir a descoordenação motora e mostrou ação neuroprotetora de neurônios produtores de dopamina na substância negra do cérebro (substantia nigra). [Olho texto=”A pesquisa também buscou aprimorar escalas internacionais de avaliação de sintomas não motores para aplicabilidade na avaliação e diagnóstico de pacientes no SUS” assinatura=”Márcia Renata Mortari, coordenadora da pesquisa” esquerda_direita_centro=”direita”] “Esse estudo tem revelado que a Neurovespina é um fármaco promissor, capaz de prevenir a progressão da doença e perda neuronal. Além disso, foi realizada a produção de duas novas formulações, para a administração intranasal”, afirma Márcia Mortari. A cientista destaca, ainda, que a Neurovespina teve todo o seu perfil de segurança farmacológica avaliado em roedores e primatas, tendo sido bem tolerada sem geração de efeitos adversos. Ela ressalta as vantagens do uso da substância, como alta potência, excelente seletividade, baixa toxicidade química e imunogenicidade. Escalas para diagnóstico Outra grande limitação para o estudo da progressão da doença e de seu estágio em pacientes atendidos pelo SUS, é causada, em parte, pelo uso de escalas com baixa especificidade, sensibilidade e acurácia que dificultam uma intervenção farmacêutica adequada e uma correta orientação aos familiares, compatíveis com as necessidades dos pacientes. “Em especial, o diagnóstico precoce dos quadros demenciais pelo rastreio cognitivo é de fundamental importância, pois permite que o apoio ao paciente seja iniciado precocemente, além de possibilitar que o paciente participe das decisões sobre o planejamento futuro de sua vida. [Numeralha titulo_grande=”Mais de 200 mil” texto=”pessoas no Brasil convivem com a doença de Parkinson, segundo a OMS” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Em virtude disso, além dos testes com a Neurovespina, outro objetivo da pesquisadora foi traduzir, adaptar e aprimorar escalas internacionais de avaliação de sintomas não motores (especialmente cognitivos) para aplicabilidade na avaliação e diagnóstico de pacientes no SUS. Duas escalas foram avaliadas e adaptadas pelos pesquisadores, Escala de Avaliação Cognitiva da Doença de Parkinson (PD-CRS) e Cambridge Neuropsychological Test Automated Battery (Cantab). Para avaliação da PD-CRS, foram considerados 640 indivíduos saudáveis (40 anos ou mais) de cinco regiões brasileiras distintas. A escala foi adaptada para o português e validada através de comparação com testes neuropsicológicos amplamente utilizados — Teste das Trilhas, Teste dos Trigrama-consonante, Teste dos Cinco Pontos, Fluência verbal (frutas e animais). De acordo com os resultados atingidos, a escala demonstrou adequada reprodutibilidade e fidedignidade, podendo ser considerada válida como método diagnóstico. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “A PD-CRS mostrou-se uma escala com alta capacidade de triar, discriminar e diagnosticar, de forma precoce, graus leves de perda cognitiva em pacientes com doença de Parkinson, diferentemente de outras escalas neurocognitivas utilizadas na prática clínica atual”, destaca a coordenadora da pesquisa. Já a Cantab é uma plataforma digital de mensuração de funções cognitivas com ampla aceitabilidade internacional no meio de pesquisa em neurociência cognitiva e no diagnóstico neuropsicológico. No estudo, ela foi aplicada em 30 voluntários subdivididos em DP-CN (Doença de Parkinson – Cognição Normal) e DP-CCL (Doença de Parkinson – Comprometimento Cognitivo Leve). A escala demonstrou adequada validade do teste cognitivo. Quanto à importância e à aplicabilidade da pesquisa para o SUS, Mortari explica que a disponibilidade de um fármaco neuroprotetor é inexistente até o momento e que “os resultados poderão revolucionar a terapia de desordens neurodegenerativas, proporcionando uma melhora significativa para os pacientes e diminuindo os custos diretos e indiretos no SUS.” Confira a apresentação final de resultados. *Com informações da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do DF
Ler mais...