Funcionário do setor de lanternagem e pintura do DER transforma resíduos em esculturas
Entre marteladas, faíscas de solda e o vai e vem de caminhões e carros em processo de restauração, Vanderson Ferreira da Silva trabalha no setor de lanternagem e pintura do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF). Ele é um lanterneiro que, entre um conserto e outro, transforma sua oficina em um verdadeiro ateliê, dando nova vida a resíduos e peças de carros velhos, especialmente na forma de esculturas de metal e aço. Vanderson Ferreira da Silva trabalha no setor de lanternagem e pintura do DER-DF e cria esculturas a partir de resíduos e peças de carros velhos | Fotos: Divulgação/DER-DF Natural de Planaltina de Goiás, Vanderson trabalha há cinco anos no Parque Rodoviário em Sobradinho, realizando consertos na frota do departamento. Desde criança, sempre foi fascinado por desmontar e montar objetos, buscando entender seu funcionamento. A habilidade de transformar e dar novos significados às coisas foi algo que o acompanhou por toda a vida, levando-o ao universo artístico. “Sempre estive envolvido com arte. Quando cheguei ao DER e vi esse material, pensei imediatamente em fazer algo com ele”, diz Vanderson, apontando para um tanque de combustível de moto que planeja transformar em uma águia. O trabalho de Vanderson é motivo de orgulho dos colegas. “Ele tem uma capacidade única de transformar o que seria lixo”, diz o supervisor José Barbosa de Souza Essas peças, muitas vezes tratadas como sucata, ganham novas formas e significados nas mãos do artista. Uma corrente de moto se transforma em parte de uma guitarra, um filtro de ar de carro vira a colmeia de uma abelha, e assim, a imaginação de Vanderson se reinventa. “Eu olho uma peça e logo vejo um formato nela. Depois, vou encaixando, soldando, cortando e dando vida. É uma forma de reaproveitar materiais que muitos acham que não têm mais uso. Aqui é uma verdadeira mina de ouro”, explica. O supervisor de Vanderson, José Barbosa de Souza, com 40 anos de serviço no DER, reconhece o impacto do trabalho dele não só no departamento, mas também entre os colegas de setor. “Ele tem uma capacidade única de transformar o que seria lixo. Além de trabalhar direitinho nos consertos dos carros, ele tem total liberdade para criar suas obras nas horas vagas. Os colegas, sempre que veem uma peça, já pensam nele”, destaca Barbosa. Durante a entrevista, os colegas de Vanderson apontam com orgulho as obras espalhadas pela oficina. “Mostra aquela que está na sala”, diz um deles. “Essa ele fez com fibra de vidro”, acrescenta outro, evidenciando o carinho e respeito pelo trabalho do artista. Vanderson pretende expor suas peças no próximo evento do DER, com o objetivo de mostrar que a arte pode surgir de lugares improváveis. *Com informações do DER-DF
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Artista da Novacap prepara esculturas para o Capital Moto Week
Edmilson Ferreira Vasconcelos, de 48 anos, descobriu durante a pandemia de covid-19, em 2020, que tinha um talento especial na marcenaria. Supervisor de setor na Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), o artesão prepara algumas das obras que vão compor cenários do maior festival de motos e rock da América Latina, o Capital Moto Week (CMW) 2024, que começa no próximo dia 18, na Granja do Torto. Trabalhos artísticos de Edmilson Vasconcelos são feitos com madeira de reaproveitamento | Foto: Divulgação/ Novacap “Com mais dois colegas, estamos produzindo quatro esculturas, uma delas com mais de duas toneladas, tudo em madeira e no melhor estilo rock’n’roll”, disse o artista, sem querer mostrar muito do que está sendo feito, para garantir a surpresa dos visitantes. “Essas peças ficarão em pontos estratégicos. As pessoas vão poder interagir com elas, e garantimos que vão se surpreender.” “A própria natureza dá a forma. A gente apenas molda” Edmilson Ferreira Vasconcelos, servidor da Novacap As obras são feitas com madeira de reaproveitamento, provenientes de árvores mortas ou condenadas, como eucalipto e tamboril. De acordo com Edmilson, a previsão é que tudo fique pronto dentro de 10 dias, para que seja instalado no local. O primeiro passo para a produção das esculturas foi escolher as árvores maiores. Na sequência, os troncos foram transportados para a oficina da Novacap, onde foram serrados. Só então começou o processo de esculpi-los. “A própria natureza dá a forma. A gente apenas molda”, observou Edmilson. O último passo será envernizar as obras. Esse é o primeiro trabalho de grande porte do artista para um festival. Ele começou a fazer peças em madeira quando recebeu uma mesa errada de um marceneiro. Ele mesmo pesquisou na internet como consertar o erro e, com as sobras, ainda produziu mais três objetos ornamentais. Festival O Capital Moto Week é o maior festival de motos e rock da América Latina e ocorre entre os dias 18 e 27 deste mês, no Parque Granja do Torto. A expectativa é que a Cidade da Moto receba até 800 mil pessoas, 350 mil motocicletas e mais de 1,8 mil motoclubes de todo o mundo. Serão mais de 100 shows, com atrações como Raimundos, CPM 22, Humberto Gessinger, Sepultura, Detonautas, Call The Police, Blitz e Fernanda Abreu. *Com informações da Novacap
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#TBT: As duas emas do Recanto
No balão do Recanto das Emas, moram os dois símbolos da cidade: as esculturas das aves que dão nome ao local. Cartão-postal da região, elas enfeitam a rotatória da entrada há anos. A primeira ema surgiu em 1992 e, durante o transporte entre o local de produção e o destino final, acabou perdendo as pernas. Por isso, foi criado um ninho ao redor da escultura, que tem dois metros de altura e pesa duas toneladas. As esculturas que enfeitam a rotatória do Recanto das Emas são consideradas o cartão-postal da cidade | Fotos: Divulgação/Arquivo Público Já a segunda ema foi instalada em 1993, com quatro metros de altura e 650 quilos, sendo posicionada de pé. As esculturas foram criadas pelo artista plástico Carlos Alberto Mendes, mais conhecido como Roberto da Ema. O escultor foi o responsável por criar o símbolo da cidade. Ele foi o segundo morador da região e recebeu o convite para criar as obras assim que chegou ao local, em 1992. Em entrevistas, Roberto disse que fazia várias peças de artesanato para a filha, como corujas e outros bichinhos. Quando lhe perguntaram se poderia fazer uma ema de quatro metros, ele aceitou. No ano seguinte, o artesão fez a outra escultura para acompanhar a primeira, justificando que o nome da cidade é no plural. Todo o material para a confecção das esculturas foi cedido pelo comércio local da época, e o sucesso das obras atravessou fronteiras, chegando a se tornar uma referência internacional. Cadê as emas que estavam aqui? Durante as obras do viaduto do Recanto das Emas, iniciadas em 2021, as duas esculturas foram retiradas do local, tendo sido recolocadas em fevereiro deste ano, próximo à conclusão das construções. O Recanto das Emas surgiu em 28 de julho de 1993, como resultado da distribuição de 15.619 lotes dentro do Programa Habitacional do GDF Durante esses dois anos, as emas ficaram guardadas na administração da região. “Houve uma mobilização das pessoas preocupadas se as emas iam voltar. A população as adotou e abraçou; é o nosso principal cartão-postal. E elas já voltaram ao local de protagonismo”, declarou o administrador da região, Carlos Dalvan. Ednamar de Jesus Rezende, de 63 anos, reclamou quando elas foram retiradas do balão. “Quando tiraram para fazer o viaduto, eu exigi que voltasse para o lugar. Elas são o símbolo da nossa cidade”, afirmou. A aposentada lembra de levar os filhos para brincar com as emas e até tirar fotos em cima delas. Uma das moradoras mais antigas do Recanto das Emas, a mineira de Araxá viu a cidade crescer. Ela chegou com o marido e quatro filhos no fim de 1992. Durante as obras do viaduto do Recanto das Emas, em 2021, as duas esculturas foram retiradas do local e foram recolocadas em fevereiro deste ano Por que emas? A Região Administrativa do Recanto das Emas surgiu em 28 de julho de 1993, como resultado da distribuição de 15.619 lotes dentro do Programa Habitacional do GDF. Antes, a área era formada por chácaras que pertenciam à Fundação Zoobotânica. Na época, a previsão era que a região tivesse 86 mil habitantes. O nome Recanto das Emas é uma referência a um arbusto muito comum na cidade, conhecido como canela-de-ema. Com o crescimento da cidade, diversas obras, além do viaduto, foram feitas. O artista plástico Alexandre Silva, responsável por ter restaurado as emas para serem recolocadas no novo balão, recorda dos espaços reformados e do convite para restaurar o cartão-postal do Recanto. O artista plástico Alexandre Silva foi o responsável por ter restaurado as emas para serem recolocadas no novo balão | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília A cidade fez parte do projeto Criança Feliz, que, entre 2018 e 2019, trouxe de volta as brincadeiras infantis, como a pintura, nas unidades de pronto atendimento (UPAs), unidades básicas de saúde (UBSs), administração e escolas. “Fiz essa parte de desenhos no chão no grafite. A restauração das emas foi muito gratificante, porque, enquanto nós estávamos fazendo, os moradores ficam animados”, comenta o artista. Alexandre destaca a dedicação para deixar as emas novamente bonitas. Foram dois dias para completar a restauração, um de preparação e outro de pintura. “O trabalho foi voluntário, em amor à arte. E tenho um vínculo forte com elas, porque, para o artista, cada trabalho realizado é uma conquista”, ressalta.
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Bacia do Drenar DF será instalada dentro de parque urbano
Maior projeto de captação e escoamento de água pluvial do Distrito Federal, a primeira etapa do Drenar DF acabará com alagamentos e enxurradas no início da Asa Norte. Mas, para além disso, também entregará um novo ponto de lazer e desporto para os brasilienses. O Parque Internacional da Paz abrigará a bacia de detenção do sistema de drenagem, esculturas, árvores e ciclovia, além de uma praça homônima. [Olho texto=”“O parque foi todo planejado para ter visitação e funcionar como um parque, e não apenas para ter uma lagoa. Foi projetado para ser um local agradável e já está dentro dos nossos contratos, será executado dentro da obra”” assinatura=”Izidio Santos Júnior, presidente da Terracap” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O projeto foi desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) – executora do Drenar DF – e pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), seguindo exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “O parque foi todo planejado para ter visitação e funcionar como um parque, e não apenas para ter uma lagoa. Foi projetado para ser um local agradável e já está dentro dos nossos contratos, será executado dentro da obra”, explica o presidente da Terracap, Izidio Santos Junior. “A Seduh criou o parque para colocar a bacia dentro e o Iphan exigiu a criação de paisagismo, integração com o entorno, estrutura para a população. É um parque mais bucólico, sem equipamentos desportivos além da ciclovia”, pontua o diretor técnico da Terracap, Hamilton Lourenço Filho. Imagem: Projeção Terracap Localizado no Setor de Embaixadas Norte, o parque fica em frente ao Iate Clube, próximo à via L4. Serão 5 mil m² de área livre, ocupados por esculturas e 249 árvores e arbustos, entre espécies para sombreamento, como magnólias do brejo, aroeiras vermelhas e copaíbas; e frutíferas, a exemplo da aceroleira, pitangueira, amoreira, jabuticabeira e goiabeira. Haverá ainda ciclovia com 1,1 km de extensão. A Praça Internacional da Paz será construída ao lado do parque e terá área de 8 mil m², em que serão distribuídas esculturas e árvores sombreiras. O chão será cimentado em relevo, de forma com que seja possível sentar e desfrutar do espaço ao ar livre. Concluída, a praça será um novo ponto turístico da capital federal e, assim como a Praça dos Cristais e das Fontes, poderá ser cenário de ensaios fotográficos. É o que acredita o administrador do Plano Piloto, Valdemar Medeiros: “É um benefício para a população, um novo ponto de encontro que, com certeza, aumentará a qualidade de vida dos moradores e dos visitantes”, afirma. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Dentro do parque, está sendo construída a bacia de detenção do Drenar DF, atualmente na fase de escavação. O objetivo da estrutura é reduzir a velocidade e melhorar a qualidade do volume pluvial captado pelo sistema de drenagem, antes que chegue ao Lago Paranoá. O tanque será totalmente cercado por alambrados de aço galvanizado e haverá placas informativas advertindo sobre o perigo de ultrapassar a barreira. A manutenção da bacia, do parque e da praça, bem como do sistema de drenagem, será executada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Todos os procedimentos serão listados em manuais produzidos pela Terracap. O Drenar DF é o projeto criado para resolver, de forma definitiva, antigos problemas de alagamento em áreas críticas do Plano Piloto e Taguatinga. Com investimento de R$ 174 milhões, a primeira etapa do Drenar DF parte da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e vai até o Lago Paranoá, seguindo em paralelo às quadras 902, 702, 502, 302, 102, 202 e 402 da Asa Norte e cruzando o Eixo Rodoviário Norte (Eixão) e a L2 Norte.
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Severina dos Bichos é tema de livro em lançamento nesta sexta
A escritora e professora Ana Mago realiza nesta sexta-feira (10), um antigo sonho: o lançamento do livro Severina dos Bichos – Arte em Feitio de Alerta. O evento, que contará com a presença da personagem inspiradora do nome da obra, será nesta sexta (10), às 19h, na Livraria Circulares, na CLN 113. O projeto de criação do livro recebeu R$ 80 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Ana explicou que, com esses recursos, foi possível gerar dez empregos. Severina em seu ateliê, em Planaltina: esculturas nascem de objetos ou componentes de produtos que, quase sempre jogados no lixo, acabam prejudicando o meio ambiente | Fotos: Divulgação/Kazuo Okubo O livro conta a história da mãe de Ana, a artista potiguar Severina Gonçalves, que desde os cinco anos de idade produz esculturas de bichos a partir de produtos como fios de cobre, arame de televisão, flocos de pé de algodão, embalagens de frutas e de pão, fios de persiana, palha, garrafa – um pouco de tudo que, para muita gente, é lixo. Desde os cinco anos de idade, Severina produz esculturas de bichos com materiais como fios de cobre e arame de televisão Severina, que com sua arte ajudou o marido no sustento dos oito filhos, lança luz à temática que reflete o futuro do planeta e do meio ambiente. “Representa um gesto poético salvador, um pedido de perdão coletivo, um manifesto artístico”, define a produtora executiva do projeto do livro, Luana Marques. Severina, enfim, retrata a natureza, tão ameaçada. Livro sobre a arte de Severina foi produzido com apoio do Fundo de Apoio à Cultura do DF [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O trabalho de Severina já foi exposto nas galerias Pé Vermelho e deCurators, integrou mostras e ensaios acadêmicos de arte contemporânea e, hoje, tem exemplares em coleções nacionais de arte. Em Planaltina, onde mora, Severina segue exercendo seu talento. “Minha mãe continua produzindo aos 83 anos”, conta Ana. “Tenho lembranças dela vendendo as peças quando eu era criança e a acompanhava. Ela ressignifica os materiais. Estou muito feliz em escrever esse livro, que conta a vida dela”.
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Emas do Recanto voltam a decorar a cidade
As emas do Recanto estão de volta. Consideradas o cartão-postal da cidade que tem o nome da ave típica do cerrado, as esculturas foram reinstaladas no balão da entrada principal e passarão por manutenção e pintura. Os objetos haviam sido retirados devido à construção do viaduto no local. Obras estão em fase de finalização, mas já podem ser vistas de longe e voltam a marcar presença na cidade cujo nome foi inspirado nelas | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília “Levamos as emas para a administração, onde ficaram dois anos, ainda perto das pessoas”, relata o administrador do Recanto das Emas, Carlos Dalvan. “Agora que a obra está na fase final, trouxemos as emas de volta de forma segura, para evitar qualquer acidente, ainda mais porque o artista criador das estruturas está passando por um problema de saúde e não pode fazer a manutenção.” A primeira ema surgiu em 1992 e, durante o transporte entre o local de produção e o destino final, acabou perdendo as pernas. Por isso, foi criado um ninho ao redor da escultura, que tem 2 metros de altura e pesa 2 toneladas. Já a segunda ema foi instalada em 1993, com 4 metros de altura e 650 quilos, e posicionada em pé. Atualmente, as duas se encontram “sentadas” e, tão logo seja possível, receberão novas pernas. Pintura original O autor da obra original é o artista Carlos Alberto Mendes, mais conhecido como Roberto da Ema, mas, como ele está em tratamento, quem assumiu a manutenção e a pintura das emas do trabalho foi o restaurador Alexandre Silva, que também é artista plástico. Alexandre Silva, que está restaurando as obras de Carlos Alberto Mendes: “A maior preocupação é manter a originalidade da pintura, para preservar a criação do artista” Ele explica que o serviço inclui a retirada das camadas de material que estão descascando, para que depois sejam aplicadas tintas específicas para esculturas. “A maior preocupação é manter a originalidade da pintura, para preservar a criação do artista”, explica Alexandre, que convida a população a visitar o local: “Você, morador do Recanto das Emas, venha vê-las e prestigiar esse monumento artístico e cultural, planejado especialmente para a cidade”. Morador do Recanto das Emas desde o início dos anos 2000, o assistente social José Ivo Alves, 53, sentiu a falta das esculturas da entrada da cidade durante o tempo em que as peças foram retiradas para as obras do viaduto. Agora, tem motivo duplo para comemorar: “Fico alegre de vê-las de volta, mas também pela construção do viaduto, porque demorava até meia hora para passar por aqui, e agora é rapidinho, questão de minutos”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Chefe de pista de um posto de combustíveis nas proximidades, Alex Matias, 32, também manifesta simpatia pelo retorno dos personagens que dão nome à cidade: “Todo lugar tem uma identidade, uma coisa que as pessoas reconhecem. E no caso do Recanto, são as emas, avistadas de longe pelas pessoas”. Intervenção viária Obras do viaduto também já estão quase prontas, com boa parte do trânsito liberada Com investimento de R$ 30,9 milhões, o viaduto do Recanto das Emas, na Estrada Parque Contorno (DF-001), já se encontra quase pronto. Atualmente, o trânsito nas passagens inferior e superior está liberado, enquanto são feitos os ajustes finais da obra, como paisagismo, instalação de sinalização de trânsito e de iluminação, entre outros serviços. O viaduto vai beneficiar, diariamente, mais de 80 mil motoristas que circulam pelas imediações. “Hoje, quem está vindo do Gama e quer ir para Brasília passa por baixo do viaduto, sem encontrar quem está saindo do Recanto das Emas ou do Riacho Fundo, já que estes motoristas passam por cima”, pontua o superintendente de Obras do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Cristiano Cavalcante. “Criamos a passagem em dois níveis para acabar com o entroncamento que existia no local, gerando mais fluidez e segurança no trânsito”.
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Conheça a história de esculturas doadas a Brasília por outros países
Um dos berços da arquitetura moderna, Brasília guarda seus encantos, segredos e magia. Ao olhar para o lado, o morador ou turista pode se deparar com marcos de outras culturas espalhados pelos locais mais diversos da capital. Todos concedidos por governos de outras nações e cada um com especificações, peculiaridades e significados históricos. São gentilezas diplomáticas dadas ao GDF que estão incorporadas à paisagem local, mas pouco conhecidas pela população e visitantes. Quem poderia imaginar, por exemplo, que a guardiã do Palácio do Buriti, sede do governo do DF, não é um lobo-guará, mas… Uma loba. E não uma loba qualquer, mas romana, mãe de leite dos irmãos gêmeos Rômulo e Remo, símbolos da fundação de Roma, capital da Itália. Ou, como dizem no idioma original – o italiano –, a Lupa Capitolina. A estátua de bronze fundido que chegou a Brasília, em 1960, em função da inauguração da cidade, é uma réplica da escultura em tamanho natural que se encontra no Museu Capitolino, em Roma. Em cima de uma coluna de granito, ela adorna os jardins do Palácio do Buriti, em frente ao Eixo Monumental. A obra foi oferecida a Brasília pela cidade de Roma, como um presente à sua inauguração em 21 de abril, mesma data de aniversário da capital italiana | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília Ainda no gramado, só que na lateral, é possível conferir uma escultura vazada em forma de obelisco do artista plástico Enio Iommi, um agrado do governo argentino. Do outro lado, na Praça do Buriti, obras dos governos de Cuba e da Nicarágua estão presentes em homenagens, respectivamente, aos líderes José Martí e Augusto César Sandino. “É algo que a maioria da população desconhece”, observa Renata Zuquim, chefe do Escritório de Assuntos Internacionais do GDF, repartição responsável pela articulação e tratativas junto a governos de outros países. “Brasília, de fato, tem essa vocação internacional. Essa peça da Lupa Capitolina remete a uma lenda que representa a fundação da cidade de Roma, um presente dado a Brasília na época da inauguração da nossa cidade”, contextualiza. Além da presença de uma loba romana no cerrado, há uma sereia perdida nas águas de Brasília, e não exatamente no Lago Paranoá. O ser mitológico dos mares do Báltico baseado num conto de amor do escritor Hans Christian Andersen (1805-1875) reluz, desde 1965, em sua forma fundida em bronze espelhado em frente ao prédio do Comando da Marinha, localizado na Esplanada. A escultura Solarius, do artista plástico Ange Falchi, foi doada pelo governo da França a Brasília e inaugurada em 1967 | Foto: Divulgação Este foi outro presente cedido em 1960, desta vez pelo governo da Dinamarca, devido ao nascimento de Brasília. A peça, que pertencia ao acervo do colecionador de artes Carl Jacobsen (1842-1914), já ganhou várias réplicas espalhadas mundo afora e simboliza boas-vindas aos marinheiros. Marujos brasileiros que viajavam por aqueles lados congelantes da Escandinávia eram fascinados pelo monumento que até hoje chama atenção na orla do Parque Langelinie, na capital Copenhague. “Brasília sempre recebeu muitos presentes das personalidades e autoridades que visitavam a cidade. Era uma capital jovem e fazia muito sentido uma lembrança para marcar encontros especiais”, conta o publicitário João Carlos Amador, autor da série de livros Histórias de Brasília. “O interessante é que alguns presentes tinham o objetivo de fazer parte da paisagem da cidade de forma definitiva, como o monumento Solarius, vindo da França e que o autor queria que ficasse no Plano Piloto. Por determinação de Lucio Costa, ficou bem afastado da cidade. Outro exemplo é o relógio da Citizen, vindo do Japão, que acabou ficando em Taguatinga e dando nome à praça local mais famosa”, elenca o jovem entusiasta da história da capital. Hermanos na tradição da fé católica Os sinos em frente à Catedral foram doados pelo governo da Espanha | Foto: Arquivo Agência Brasília Uma Catedral não está completa se faltar… Os sinos! E os quatro daqui soam em espanhol. Feitas de bronze e suspensas num campanário de 20 metros de altura, as peças foram construídas em 1962 e presenteadas pelo governo da Espanha, por conta da inauguração do espaço sagrado, em 1971. [Olho texto=”“Esses presentes representam a universalidade da igreja, demonstrando que existe uma fraternidade entre as nações”” assinatura=”Padre Paulo Renato Pereira da Silva, pároco da Catedral ” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Em referência às caravelas de Cristóvão Colombo, que aportaram no novo continente no século XV, as três maiores campainhas de ferro foram nominadas Santa Maria, Pinta e Nina, referência as embarcações que descobriram as Américas. Uma quarta, a menor, tem o nome de Pilarica, homenagem a Nossa Senhora do Pilar, padroeira da Hispanidade, as comunidades formadas por todos os povos e nações que compartilha a língua e cultura espanhola. “Esses presentes representam a universalidade da igreja, demonstrando que existe uma fraternidade entre as nações”, analisa o pároco da Catedral Metropolitana de Brasília, padre Paulo Renato Pereira da Silva. “Os sinos vieram da Espanha, que também manifesta a fé católica, que tem uma importância muito grande na América porque remete à tradição do evangélico que chegou aqui por meio das catequeses, dos jesuítas”, cita o religioso, lembrando as figuras de Anchieta e Dom Bosco. Do lado de dentro do templo religioso, um dos símbolos da capital, uma réplica perfeita da Pietà, famosa escultura do artista italiano Michelangelo (1475-1565), emociona os fiéis. A obra, feita com mármore em pó e resina, data de 1499, mede 1,74 m e foi um presente do museu do Vaticano. Turistas de Pelotas (RS), o casal Guilherme e Thaís Ritter se encantou com a beleza translúcida dos vitrais e da história da Catedral de Brasília. “É a primeira vez aqui em Brasília e tudo é novidade, desde a arquitetura a esse céu deslumbrante da cidade”, observa a advogada Thais, 35 anos. “Um dos locais que mais queríamos visitar era a Catedral, cheia de simbolismos e história, emocionante”, diz o empresário Guilherme Ritter, 42 anos, que, assim como a esposa, teve forte formação católica. Jardins da diplomacia Mais recentemente, em 2021, a embaixada da Índia presenteou o DF com o busto do líder religioso espiritual e ativista político, Mahatma Gandhi (1869-1948), que pode ser apreciado pelos usuários do Parque da Cidade, na altura do estacionamento 10. Já no Jardim Botânico de Brasília, conhecimento e diversidade se esparramam pela Alameda das Nações e dos Estados, numa mistura de culturas exemplificadas pela particularidade da flora local. Jardim Botânico ganhou parques ornamentais com espécies típicas de outros países, simbolizando a união de culturas Até o momento, são quatro pequenos parques ornamentais que simbolizam a flora de países como Polônia, Espanha, além de outras cinco nações da América Central. Na Praça Israel, um jardim bíblico com representações, em belíssimos trabalhos em mosaico, de sete espécimes representativas das narrativas do Velho e Novo Testamento, como uva, figo, tâmara, trigo, cevada e olivas. “O Jardim Botânico é um dos espaços turísticos mais visitados de Brasília, então é uma oportunidade dos brasilienses e pessoas de outra parte do Brasil conhecer a flora do nosso país”, diz o embaixador da Costa Rica, Normando Lizano Ortiz “A ideia dessa Alameda faz parte do conceito inicial do projeto do Jardim Botânico e, por ser Brasília uma representação de vários países, a ideia é justamente captar a essência da cultura desses países aqui numa relação que envolve a natureza”, explica o superintendente de Conservação do Jardim Botânico de Brasília (JBB), Elton Baia Lopes de Oliveira. “As parcerias são feitas com as embaixadas e são presentes diplomáticos. É muito importante esse espaço porque traz referências botânicas desses países”, afirma. Para o embaixador da Costa Rica, Norman Lizano Ortiz, a parceria entre os cinco países representados pelo Jardim da América Central – Honduras, Nicarágua, Guatemala, El Salvador e Costa Rica – em homenagem ao bicentenário da independência dessas nações, permite que visitantes do espaço conheçam, de forma empírica, a flora e cultura de outras partes do mundo. “O Jardim Botânico é um dos espaços turísticos mais visitados de Brasília, então é uma oportunidade dos brasilienses e pessoas de outra parte do Brasil conhecer a flora do nosso país”, comenta. Outros presentes Solarius – O monumento abstrato Solarius, obra do artista plástico francês Ange Falchi, é uma homenagem do “governo e do povo da França à jovem capital brasileira”, pela coragem e espírito de aventura na construção da nova capital do país. A estátua de 16 metros de altura, feita de aço, ferro galvanizado com enchimento de lã de vidro e concreto, foi inaugurada em novembro de 1967 e fica às margens da BR-040, próximo a Santa Maria. Praça do Relógio – Milhares de pessoas circulam pelo local e nem desconfiam que o obelisco e o relógio fincados na Praça Central de Taguatinga são presentes do Japão. Foi doado à cidade pela Citizen Watch Co., em dezembro de 1970, após visita do presidente internacional da empresa, Eiichi Yamada, à capital. O monumento tem quatro lados de concreto sustentado por uma torre de 15 metros de altura. Arte Muralista de Israel – Dois trabalhos de arte realizados por artistas da cidade celebram, desde 2021, a relação de amizade entre Brasil e Israel. Na estação de metrô Galeria, por exemplo, no Setor Comercial Sul (SCS), o painel Fraternidade, criado pelo grafiteiro Rodolfo Madureira, o Caabure, conta a relação afetiva entre as duas nações a partir de figuras como a estrela de Davi e os ipês da capital. O mesmo sentimento de união entre os dois países é expressa pela dupla Nivaldo Nunes e Geovani Pedroso, em pintura realizada numa das paradas de ônibus da Galeria dos Estados. Busto das Irmãs Mirabal – Símbolo da luta contra o feminicídio e a violência contra a mulher, o monumento Busto das Irmãs Mirabal foi inaugurado em novembro de 2021, na área externa da Embaixada da República Dominicana. O desenho da praça onde ficam as três peças é da arquiteta Laura Oviedo e as esculturas do artista René Guzmán, num conceito que une as cores da resina âmbar, da pedra nacional larimar e borboletas (La Mariposas), apelido carinhoso das Mirabal – Patrícia, Minerva e Maria Tereza –, assassinadas pelo regime de Rafael Leónidas Trujillo. Estátua de Marie Curie – Localizado no estacionamento 11 do Parque da Cidade, a Praça das Mulheres deve ganhar, em breve, uma estátua da cientista polonesa naturalizada francesa Madame Marie Curie, pioneira nas pesquisas sobre radioatividade. O monumento de 2 metros de altura foi uma doação para o povo de Brasília, em 2017, do ex-embaixador polonês, André Braiter. Atualmente a peça se encontra na Residência Oficial de Águas Claras (Roac).
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Conheça o próximo super ponto de cultura no DF
As peças, que estavam na Residência Oficial de Águas Claras (Roac), vão passar por avaliação e restauração, caso seja necessário | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília Após 14 anos fechado, o Museu de Arte de Brasília (MAB) está prestes a ser reinaugurado. Para compor o acervo de mais de mil obras – assinadas por grandes nomes da produção nacional, como Tarsila do Amaral – , as doze primeiras esculturas do catálogo chegaram nesta sexta-feira (9) ao espaço cultural. Dessas, onze são de artistas brasilienses e juntas custam mais de R$ 1,5 milhão. [Olho texto=”“O MAB está começando a criar vida, tomar forma. Se o Distrito Federal é uma obra de arte, aqui é onde a arte se encontra. O GDF não mediu esforços para recuperar este espaço que estava abandonado há anos. Será um grande presente para o aniversário de Brasília”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”direita”] As obras de arte, que estavam na Residência Oficial de Águas Claras (Roac), vão passar por avaliação e restauração, caso seja necessário. “O MAB está começando a criar vida, tomar forma. Se o Distrito Federal é uma obra de arte, aqui é onde a arte se encontra. O GDF não mediu esforços para recuperar este espaço que estava abandonado há anos. Será um grande presente para o aniversário de Brasília”, ressalta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. O gerente do espaço, Marcelo Gonczarowska, explica que as esculturas serão distribuídas pelo jardim, hall e pilotis do prédio. “Entendemos que o papel do MAB é contar a história da arte da capital e fazer a difusão dela. Muitos não conhecem os artistas daqui, então é uma forma de valorizar o trabalho deles”, comenta. Reforma do MAB O MAB irá obedecer às necessidades de segurança e acessibilidade, com dois elevadores para cadeirantes. Com isso, as pessoas com deficiência poderão ter acesso ao pavimento superior do prédio. No que diz respeito ao espaço e ao acervo, a novidade será a disponibilidade de uma reserva técnica com quase 600 metros quadrados, que não tinha, e laboratório de restauro e conservação novos, além de sala de triagem para receber e avaliar as obras. Um dos principais destaques da obra são os sistemas de climatização – fundamental para o funcionamento de um museu – , e de energia solar. Toda a cobertura da construção irá captar a chuva para jogá-la nos tubos que vão até os reservatórios de águas pluviais no subsolo. Haverá ainda uma passagem subterrânea que fará a ligação direta com a reserva técnica do museu e novas paredes de cobogós na parte inferior do prédio que se somam ao projeto original da fachada superior. Circundando o museu, terão gramas e árvores destacadas por luzes que vão fazer a integração entre a natureza e o concreto que tanto marca a arquitetura moderna de Brasília. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] História Às margens do Lago Paranoá, no Setor de Hotéis e Turismo Norte, o Museu de Arte de Brasília (MAB) nasceu praticamente junto com a cidade. Inaugurado em 1961, um dos espaços culturais mais charmosos da capital federal, serviu de anexo para o Brasília Palace Hotel, para o clube das Forças Armadas e, veja só, até para um casarão do samba. Só em 1985 virou galeria de um acervo invejável de obras raras. O projeto estrutural foi assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e por Joaquim Cardozo. E o projeto arquitetônico foi de um jovem alagoano chamado Abel Carnauba Accioly, na época funcionário da Novacap como desenhista técnico. A importância do MAB para cidade é inegável e se resume tanto pelo seu peso histórico, quanto pela riqueza do acervo composto por mais de 1.300 peças.
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Bruno Giorgi e suas esculturas ajudam a contar a história de Brasília
Os Guerreiros na Praça dos Três Poderes. Obra é popularmente conhecida como Os Candangos, um símbolo da cidade | Foto: Renato Araújo / Agência Brasília Reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Brasília chama a atenção de moradores e turistas pelos conjuntos arquitetônicos. Entre eles, monumentos, edifícios e esculturas. As obras do artista Bruno Giorgi, por exemplo, são símbolos da capital. Giorgi é conhecido como um dos mais importantes escultores brasileiros. Filho de pais italianos, ele nasceu em 1905, em São Paulo, e morreu em 1993, no Rio de Janeiro. A mãe o colocou para fazer aulas de escultura quando criança, por ser um menino muito agitado. A convite do arquiteto Oscar Niemeyer, o artista desenvolveu três obras na capital entre as décadas de 50 e 60. [Olho texto=”Os Guerreiros foi a primeira escultura criada por ele. Elaborada em 1959 e mais conhecida como Os Candangos, a obra é feita em bronze e está localizada na Praça dos Três Poderes.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Os Guerreiros foi a primeira escultura criada por ele. Elaborada em 1959 e mais conhecida como Os Candangos, a obra é feita em bronze e está localizada na Praça dos Três Poderes. Segundo o professor de Arte da Universidade de São Paulo (USP) Olívio Guedes, a expressão “candangos” vem da África, mais precisamente de Angola. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Os negros chamavam os portugueses assim. Durante a construção de Brasília, aquelas pessoas que vinham, principalmente do Nordeste, eram apelidadas dessa forma. Então, esse nome deixou de ser um vilão e passou a ser uma homenagem aos trabalhadores”, lembra. Na avaliação do doutor em História da Arte, a escultura, que mostra duas pessoas se abraçando, é uma forma de dizer que dois guerreiros estão lutando por um país igualitário. “Os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) estão reunidos naquela praça. A imagem traz um simbolismo de união, força e equilíbrio”, classifica Olívio Guedes. Outra escultura de Giorgi, que fica ao lado do edifício do ministério das Relações Exteriores, chama atenção na Esplanada dos Ministérios. Pesando cerca de 50 toneladas, o Meteoro foi construído em 1967. O material feito em mármore Carrara (italiano) demorou cerca de 14 meses para ser finalizado e quase caiu na cabeça do artista no momento da colocação. A escultura O Meteoro está localizada no espelho d’água do Palácio do Itamaraty | Foto: Renato Araújo / Agência Brasília Para Frederico Barreto, professor do Departamento de Projeto, Expressão e Representação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), a peça circular que parece flutuar sobre o espelho d’água do Palácio do Itamaraty representa os laços diplomáticos entre os países do mundo. “É uma esfera estilizada montada em cinco peças que se interceptam de forma harmoniosa, mas que permite ver seus desvãos e suas distinções”, comenta. Construído em 1965, o Monumento à Cultura fica na praça Edson Luís, na UnB. Doada pelo empresário Adolpho Bloch, a escultura também é feita em bronze. Para Guedes, ela representa uma sustentação cultural. “As colunas possuem asas e foram colocadas no meio da universidade, isso significa que quando colocamos asas no conhecimento podemos voar longe”, diz. Barreto explica que a obra tem formas corporais altamente estilizadas. “Mais pontiagudas e elegantes, simbolizando a atitude alerta e vigilante que é expressada em muitas obras de Bruno Giorgi.” Monumento à Cultura fica na praça Edson Luís, na UnB | Foto: Renato Araújo / Agência Brasília Modernismo As esculturas de Bruno Giorgi foram feitas no período modernista. Olívio Guedes lembra que o movimento surgiu na França, no final do século 19, mas chegou ao Brasil apenas em 1922 e se estendeu até 1960. “Os modernistas tinham por base a experiência do país deles, como a política e a cultura. No caso de Bruno Giorgi, ele juntou a cultura dos dois países”, explica. Frederico Barreto afirma que o movimento causou grande revolução nas formas, nos materiais, nos simbolismos e na própria conduta dos artistas, seja na arquitetura, na escultura, na dança, nas artes plásticas e visuais ou na literatura. “Eles eram libertários e protagonistas de advocacias transformadores na sociedade” conta.
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