Fonoaudiólogos têm papel fundamental na inserção social do indivíduo
Em acompanhamento com uma fonoaudióloga desde 2022, Gabriel José Gonçalves, 10 anos, recebeu uma boa notícia em novembro deste ano: a alta do tratamento. O jovem foi encaminhado ao Ambulatório de Linguagem Oral, Fala, Escrita e Fluência, da Policlínica de Ceilândia, para avaliar um possível diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), nível 1. Após diversos relatórios, a condição foi descartada. O trabalho no ambulatório de Linguagem da Policlínica de Ceilândia foi estruturado por meio de programas, com quatro fonoaudiólogas que realizam atendimentos individuais e coletivos | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Para a mãe de Gabriel, Dorcelina José Salgado, 42, o acompanhamento com a fonoaudióloga da Secretaria de Saúde (SES-DF) Renata Monteiro Teixeira foi fundamental para trazer melhorias ao filho. Ele apresentava problemas de audição desde bebê. “O trabalho da Renata foi feito com muita seriedade e zelo, com avaliações detalhadas durante todo o tempo. Por meio de relatórios feitos por ela, uma neurologista analisou e não percebeu nada que considerasse meu filho autista”, conta. Gabriel é agora paciente do Hospital da Criança [HCB] e busca pelo diagnóstico correto. Estrutura O trabalho realizado no ambulatório de Ceilândia conta com programas, nos quais quatro fonoaudiólogas ofertam atendimentos individuais e coletivos. Cada assistência possui um foco diferente: fala, leitura e escrita; atraso de fala; e orientações aos pais com crianças autistas. A atuação ofertada no local foi, inclusive, reconhecida em Portugal. [Olho texto=”“O papel do fonoaudiólogo permite essa inclusão no meio social de maneira plena, uma vez que a comunicação é a expressão da pessoa em si. É como ela pensa, age, como manifesta seus valores”” assinatura=”Ocânia da Costa Vale, referência técnica distrital em Fonoaudiologia ” esquerda_direita_centro=”direita”] De acordo com Teixeira, os atendimentos mais comuns são os de transtornos de fala, casos de autismo e dificuldades de leitura e de escrita. “No caso de transtornos de fala, a escola geralmente encaminha à Unidade Básica de Saúde [UBS]. E, por meio do médico da família e comunidade, a pessoa é direcionada a nós”, explica a fonoaudióloga. Foi por causa de um alerta da escola que Francisca das Chagas, 37, buscou um diagnóstico para Elias Nascimento, 15. Em acompanhamento há seis meses, o filho foi diagnosticado com distúrbio do processamento auditivo central (Dpac). Depois de algumas avaliações, Elias também recebeu o diagnóstico de TEA, grau 1, e foi encaminhado ao ambulatório para realizar o atendimento com a fonoaudióloga. “Ele é autista, tem Dpac, ansiedade e também está com suspeita de outras condições. Mas tenho percebido muitos avanços com o tratamento, acredito ser um ótimo trabalho”, elogia a mãe. A média de pacientes mantidos em atendimento no Ambulatório de Linguagem de Ceilândia é de 150 a 175 pessoas por semana. O quantitativo total do espaço chega a ser maior, já que os atendimentos são realizados por quatro fonoaudiólogos. Em 2022 houve, de forma geral, um aumento de 35% no número de procedimentos ambulatoriais de fonoaudiologia na rede pública do DF, se comparado ao ano anterior. Segundo dados do portal InfoSaúde, há 220 profissionais da especialidade distribuídos nos três níveis de atenção – Primário, Secundário e Terciário. Destes, 95 estão lotados em Núcleos de Saúde Funcional (Unidades Regionais de Saúde) e 18 em Gerências de Assistência Multidisciplinar (Unidades Distritais de Saúde). De acordo com dados do portal InfoSaúde, há 220 fonoaudiólogos nos três níveis de atenção – Primário, Secundário e Terciário | Foto: Ingrid Soares/Agência Saúde-DF Papel social De acordo com a referência técnica distrital (RTD) em Fonoaudiologia, Ocânia da Costa Vale, os serviços de fonoaudiologia ofertados na SES-DF compreendem as áreas de Abordagem da Voz, da Linguagem Oral, Fala, Leitura, Escrita e Fluência, da Disfagia Adulta e Pediátrica e da Audiologia. A atuação desses profissionais de saúde é, segundo a RTD, essencial para a inserção social do indivíduo. “O papel do fonoaudiólogo permite essa inclusão no meio social de maneira plena, uma vez que a comunicação é a expressão da pessoa em si. É como ela pensa, age, como manifesta seus valores”, detalha. Os fonoaudiólogos são ainda parte fundamental na progressão da via oral de alimentação em todos os ciclos da vida; no desenvolvimento da audição e da linguagem – promovendo a aprendizagem e as competências da fala, comunicação e escrita -; e na reabilitação da voz e da audição, garantindo a expressão e a inserção laboral e sociocultural. Data especial [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] O Dia do Fonoaudiólogo nasceu junto ao Decreto de Lei nº 6.965, de 9 de dezembro de 1981, que regulamenta a profissão no Brasil. A data é uma homenagem a esses profissionais, responsáveis pelo cuidado, estudo e prevenção de todas as doenças e distúrbios da linguagem humana, por meio da audição, fala e escrita. No DF, a rede pública oferta os seguintes serviços de fonoaudiologia: exames audiológicos; triagem neonatal auditiva (disponibilizada em todos os hospitais com maternidade da rede); avaliação, diagnose e assistência fonoaudiológica nas alterações da linguagem oral, fala, leitura, escrita e fluência; da deglutição; fissuras labiopalatais e da voz. As UBSs são a porta de entrada a essa assistência. Nelas, os fonoaudiólogos realizam monitoramento, triagem, avaliação, contrarreferência e referência. Os atendimentos específicos da área, contudo, são disponibilizados nas policlínicas (Ambulatórios de Saúde Funcional), ou ainda nas enfermarias pediátricas e adultas; em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatal, pediátrica e adulta; nas equipes multiprofissionais dos Bancos de Leite Humano; e no Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica (Compp), no Adolescentro e nos Centros Especializados em Reabilitação. *Com informações da SES-DF
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Saúde pública oferece prótese de laringe
Devolver aos pacientes a possibilidade de falar e, consequentemente, a qualidade de vida. Essa é a funcionalidade da chamada laringe eletrônica, aparelho que auxilia na reabilitação vocal de quem passa por uma cirurgia para retirada da laringe, por exemplo, em decorrência de um câncer ou algum outro fator que leve à perda da fala. Nesta terça-feira (15), o Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Órteses e Próteses e Materiais Especiais (Naopme), da Secretaria de Saúde, realizou as primeiras entregas, contemplando três pacientes. Ainda nesta semana, serão entregues mais quatro aparelhos. Esse equipamento, até então, não fazia parte das próteses fornecidas por meio do Programa de Órteses e Próteses da SES/DF. O morador de Planaltina Claudionor dos Santos, 66 anos, disse que vai voltar a gritar durante os jogos do Botafogo | Fotos: Breno Esaki/Agência Saúde “O fornecimento das laringes é a concretização de um trabalho em equipe que envolveu muitas pessoas para que fosse possível contemplar nosso usuário, que é a nossa finalidade. A entrega de hoje representa o resultado desse esforço”, comemora Maria Paula Toledo, RTD colaboradora de fonoaudiologia da SES/DF. Beneficiados O primeiro a receber o aparelho foi o morador de São Sebastião, Raimondo Bandeira Subrinho, de 78 anos. O aposentado chegou logo cedo ao Naopme, localizado na galeria da estação do metrô da 114 Sul, ansioso para retirar o recurso que muda sua vida. “A gente fica nervoso, pois perdemos a fala de uma vez”, lembra. Raimondo passou pela cirurgia em 2014. Durante a entrega, recebeu da fonoaudióloga Maria Cláudia Santos de Arruda as instruções de uso do aparelho e aproveitou para testar e tirar suas dúvidas. “Eu agradeço vocês. Isso é muito importante para mim”, elogiou o atendimento recebido pela equipe que o acompanha. O segundo a receber um equipamento foi Claudionor Bispo dos Santos. Acompanhado do genro, o morador de Planaltina, de 66 anos, estava na expectativa para receber a laringe eletrônica. Desde que fez a cirurgia, em dezembro de 2020, ele não conseguia se comunicar, o que o deixava apreensivo. O aposentado Raimondo Bandeira, 78 anos, também vai usar o equipamento que emite ondas sonoras e devolve a capacidade de comunicação por meio de fala. A laringe eletrônica usa pilhas e tem um cordão para facilitar o manuseio Ao ver o aparelho e fazer os primeiros testes, ficou emocionado. “Uma maravilha”, disse e brincou que agora vai poder gritar novamente nos jogos do seu time, Botafogo. Agora, Claudionor vai passar pelas sessões de reabilitação, nas quais aprende as técnicas para melhor uso e aproveitamento do recurso. Segundo a fonoaudióloga Maria Cláudia, normalmente são necessárias de três a quatro sessões no processo de reabilitação para o aprendizado da utilização da laringe eletrônica. Após esse período, o paciente recebe alta. As sessões para os pacientes acompanhados pela Secretaria de Saúde são realizadas no serviço de referência em cabeça e pescoço que funciona no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). [Olho texto=”“Proporcionar ao usuário que ele possa novamente se comunicar oralmente vai trazer impacto profundo na sua qualidade de vida e permitir sua reinserção no ambiente social, laboral e de lazer”” assinatura=”Yara Régia Santos, fonoaudióloga da SES” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “A perda da possibilidade da fala impacta muito a qualidade de vida do ser humano. Nós somos seres comunicativos. Quando perdemos isso, perde-se qualidade de vida e afeta a própria identidade da pessoa. Proporcionar ao usuário que ele possa novamente se comunicar oralmente vai trazer impacto profundo na sua qualidade de vida e permitir sua reinserção no ambiente social, laboral e de lazer”, destaca Yara Régia Silva Santos, RTD de fonoaudiologia da SES/DF. Cadastro Os pacientes submetidos à laringectomia passam por avaliação no serviço de cabeça e pescoço e, caso seja indicado o uso da laringe eletrônica, são encaminhados para realizar o cadastro no Naopme. Com o cadastro, entram na fila de espera pelo equipamento. O cadastro é feito de forma presencial no Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Órteses e Próteses e Materiais Especiais, localizado na Estação do Metrô da 114 Sul, Praça do Cidadão. O telefone é o(61) 3346-4525. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Aparelho A laringe eletrônica consiste em uma espécie de bastão que ao ser colocado na região do pescoço, faz a emissão de ondas sonoras, produzindo uma voz robotizada. Não substitui a fala humana, mas devolve ao paciente a capacidade de se comunicar por meio da fala. O aparelho vem acompanhado de pilhas recarregáveis, carregador e cordão para que a pessoa possa levar sempre consigo o equipamento. Além disso, permite o ajuste de intensidade e frequência. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Fala, Adolescente!
O índice de gravidez na adolescência no Brasil está acima da média mundial. Em 2020, registrou-se que, a cada mil brasileiras entre 15 e 19 anos, 53 tornam-se mães. No mundo, são 41, conforme relatório lançado recentemente pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa). A média da América Latina é de 62 meninas, a cada mil, que engravidam nesta faixa etária. Os dados reforçam a necessidade de tratar a gravidez na adolescência como uma questão de saúde pública. Por isso, as secretarias da Mulher, da Saúde e da Justiça e Cidadania do Governo do Distrito Federal, em parceria com o Unfpa, criaram o projeto “Fala, Adolescente! Jornada pela Prevenção da Gravidez Não Intencional na Adolescência”. A atividade faz parte da Semana de Prevenção da Gravidez na Adolescência, que será realizada nesta semana, a partir desta segunda-feira (1º) até a próxima sexta-feira (5). A ação tem como objetivo reunir adolescentes e jovens, residentes em diferentes regiões administrativas do DF, para debater e replicar medidas preventivas e educativas sobre esse tema. “Vamos dialogar diretamente com o público adolescente, garantindo que ele tenha protagonismo e voz para expor o que pensam, suas vivências, medos e até contribuir com sugestões na formulação de políticas públicas”, explicou a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. Esses jovens vão participar de três dias de encontro – 1°, 3 e 5 de fevereiro, quando serão realizadas palestras sobre direitos sexuais e reprodutivos; métodos contraceptivos; responsabilidade parental, além de debates sobre a escolha do melhor momento para engravidar, entre outros temas. O foco é a redução da vulnerabilidade que representa uma gravidez na adolescência, especialmente quando ela não é feita de forma consciente ou é resultado de uma situação de violência. “A gravidez quando na adolescência, desejada ou não, produz uma série de impactos na vida das jovens, tanto na área familiar, social, quanto pessoal e influencia diretamente a autonomia econômica dela no futuro. Nessa semana temos a oportunidade conscientizar a todos por meio do diálogo quanto a todas essas questões”, explica a Secretária da Mulher, Ericka Filippelli. [Olho texto=”A ideia é promover a inserção de adolescentes e jovens no processo de formulação, implementação e avaliação de ações voltadas à adolescência e à juventude no DF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, considerou a parceria com o Fundo de População das Nações Unidas um passo importante na conscientização de adolescentes quanto à prevenção da gravidez não intencional. “A gravidez na adolescência traz repercussões significativas na vida desses jovens, com interferências na formação profissional, no desenvolvimento intelectual e mesmo na saúde dessas pessoas, ao longo de todas as suas vidas”, acrescentou Okumoto. Gravidez na adolescência é mais frequente entre jovens de baixa escolaridade | Foto: Arquivo/Agência Brasília Importante ressaltar que no contexto brasileiro, o relatório acima referido aponta que a gravidez na adolescência ocorre com maior frequência entre as meninas com menores escolaridade, renda e acesso a serviços públicos, além das que estão em situação de maior vulnerabilidade social. Assim, a discussão do tema ser torna ainda mais urgente uma vez que as mães precoces tendem a ter menos acesso às informações preventivas e também estão mais expostas às práticas de violências”Não há tempo a perder quando se trata de garantir que meninas e adolescentes possam exercer direitos e aproveitar oportunidades. Investir na prevenção da gravidez precoce é investir no desenvolvimento socioeconômico e sustentável. O futuro depende disso”, disse Astrid Bant, Representante do Fundo de População da ONU no Brasil. Multiplicadores Durante as oficinas do Fala, Adolescente!, os jovens terão oportunidade dividir a própria história, os conhecimentos e as experiências sobre o tema. A partir da vivência individual e com tutoria dos organizadores, eles irão produzir vídeos sobre o que aprenderam, mas em uma linguagem que alcance outros jovens. O material será replicado nas redes sociais e em ambientes frequentados pelo público-alvo, como escolas, por exemplo. A ideia é promover a inserção de adolescentes e jovens no processo de formulação, implementação e avaliação de ações voltadas à adolescência e à juventude no Distrito Federal. Quem já está com presença confirmada nos debates (via Zoom, plataforma de conferência on-line) são adolescentes e jovens do Distrito Federal, selecionados previamente para participar da ação. *Com informações da Secretaria da Mulher e da Sejus
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