Incentivo à cultura impulsiona o cinema brasiliense e fomenta novos festivais no DF
O que os longas-metragens brasilienses Capitão Astúcia e Cartório das Almas e o Festival Brasileiro de Filmes de Entretenimento (Febrafe) têm em comum? Todos receberam incentivos do Governo do Distrito Federal (GDF) por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF) e da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), ferramentas fundamentais para a realização de produções e eventos culturais de destaque. Em sua primeira edição, o Festival Brasileiro de Filmes de Entretenimento recebeu suporte da Lei de Incentivo à Cultura para sair do papel | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Para o diretor-executivo do Febrafe, Vittor Pinheiro, o suporte da LIC foi determinante para viabilizar o evento. “O incentivo foi essencial. O audiovisual tem um impacto cultural duradouro, e o apoio do governo permitiu mostrar a força do cinema brasiliense para o público”, afirma. Essa primeira edição do festival, disse ele, revelou a importância cultural da cidade e o potencial do audiovisual para cativar o público: “O audiovisual tem um público construído e um formato longevo. Um filme não é um evento que acontece naquele dia; ele é algo eterno”. Recém-premiados no Febrafe, os diretores das obras, Filipe Gontijo e Leo Bello, também destacaram a importância do investimento público na qualidade e competitividade de suas produções, permitindo que alcancem visibilidade em festivais nacionais e internacionais. Agraciado com 49 prêmios em festivais de cinema, Gontijo conta que as gravações em ambientes externos para mostrar a cidade de Brasília, no longa Capitão Astúcia, só foram possíveis por meio dos recursos: “Se não tivermos verba, é uma ilusão a gente achar que vai conseguir produção de qualidade”. A obra conta a história aventura de um antigo letreirista de quadrinhos que aos 80 anos resolve se tornar super-herói para salvar o mundo. O lançamento está previsto para o início do ano que vem nos cinemas. “O longa está no final da carreira de festivais, então foi muito legal receber esse último prêmio pela Febrafe”, comemorou Gontijo. Os recursos de apoio à cultura disponibilizados pelo GDF foram essenciais para as gravações em ambientes externos do longa Capitão Astúcia | Foto: Divulgação A obra de Leo Bello, por sua vez, apresenta uma ficção científica em que a morte é uma decisão a ser tomada, não destino. “O cinema produzido em Brasília é único, de um olhar regional, assim como o cinema do Brasil todo. Para a gente que está fora do eixo, é importante ter as cotas dos editais”, destacou Bello. Planos futuros As conquistas recentes dos cineastas trazem boas perspectivas para o futuro. Eles almejam que a continuidade dos editais de incentivo fortaleça ainda mais o setor cultural em Brasília. “Os investimentos precisam acompanhar as demandas do setor para que as produções locais se mantenham competitivas”, opinou Filipe Gontijo. “Para a gente que está fora do eixo, é importante ter as cotas dos editais”, afirma Leo Bello, diretor do longa-metragem Cartório das Almas | Foto: Divulgação Leo Bello reforça que a continuidade das políticas de incentivo é essencial para sustentar um mercado de cinema dinâmico e gerar empregos. “O cinema gera muitos recursos e oportunidades. Em Brasília, temos cada vez mais profissionais qualificados e um envolvimento direto de diversas pessoas. Políticas públicas regulares e formações são fundamentais para manter esse movimento”, avalia. Os incentivos do GDF também contemplam outras ações e festivais, como o Prêmio FAC para Novos Realizadores e o Programa Conexão Cultura DF, todos voltados a fortalecer a produção e difusão da cultura local.
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Estudantes da rede pública participam de festival de cinema apoiado pelo GDF
Estudantes da rede pública de ensino participaram, nesta terça (5) e quarta-feiras (6), do Festival Brasileiro de Filmes de Entretenimento (Febrafe), no Teatro Sesc Ary Barroso, na 504 Sul. Na terça, estiveram presentes o Centro de Ensino Médio (CEM) 12 de Ceilândia e o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 2 do Guará. Já nesta quarta, foi a vez dos alunos do Centro Educacional (CED) 15 de Ceilândia. O evento, que conta com fomento da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Distrito Federal, começou na última segunda-feira (4) e termina nesta quarta, com exibição de 18 produções — entre curtas e longas-metragens — em diferentes mostras. As que os estudantes conferiram foram a Cinema Livre e a Faça!Filme!, esta última conta com produções dos próprios alunos do CED 15, feitas após uma oficina que ocorreu em setembro. A programação desta quarta-feira terá 18 produções — entre curtas e longas em diferentes mostras | Fotos: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília “O principal desse projeto [o Faça!Filme!] são as oficinas, em que a gente oferta oportunidades tanto para pessoas com mais de 18 que queiram entrar no mercado audiovisual quanto para estudantes do ensino médio, na imersão audiovisual nível juvenil. A gente faz os alunos participarem dessa imersão. Eles aprendem sobre cinema, produzem um curta-metragem e aí a gente faz o evento de estreia”, explicou o diretor executivo do Febrafe, Vittor Pinheiro. “É um projeto muito pessoal, porque eu vim de onde esses meninos vieram, eu vim das escolas públicas e desses projetos de ensino de audiovisual”, acrescentou. O secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes, ressaltou a importância do apoio público a iniciativas como essa. “É com satisfação que a Secretaria de Cultura apoia o Festival Brasileiro de Filmes de Entretenimento por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). Esse é um dos mecanismos de fomento, mediante o apoio à produção e difusão da arte em parceria com a iniciativa privada, por meio da isenção fiscal. O objetivo é estimular a realização de projetos culturais, a diversificação das fontes de financiamento da cultura no Distrito Federal, o fortalecimento da economia criativa e a ampliação do investimento de capital privado na área cultural.” Produções Arthur Lima: “Quero levar o cinema para a minha vida” Nesta quarta, os alunos do CED 15 conferiram três curtas brasilienses — Super heróis, Fuga sob Céu Claro e O Precioso, um Queijo Extravagant — e um mineiro — Sacis. Eles também puderam ver na tela grande duas produções feitas na própria escola: Sol vai o quê?! e A Última Noite. Thayna Mayla, 17 anos, foi a diretora de Sol vai o quê?! e contou ter se interessado mais por cinema após as oficinas do projeto: “Eu tinha interesse em fotografia, mas na área mesmo de cinema não. Aí, quando surgiu a oportunidade e o professor falou sobre o projeto, eu pensei ‘vou experimentar, fazer uma coisa diferente’. E eu achei interessante, gostei bastante”. Arthur Lima, 18, só reforçou a paixão pela sétima arte — que pretende, inclusive, transformar em profissão. “Eu adoro cinema, amo cinema, quero levar isso para minha vida. Então, estar podendo estudar isso, para mim pelo menos, foi muito bom”, apontou o diretor de A Última Noite. Já John Luca, 17, que atuou no longa, celebrou a oportunidade de ver a obra na tela do Teatro Sesc Ary Barroso: “Foi gratificante. Meu primeiro projeto passando em um lugar com um monte de gente assistindo foi muito bom”.
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