Segundo dia do Festival Consciência Negra leva música, formação e empreendedorismo ao Museu Nacional
O Festival Consciência Negra 2025 apresenta uma programação variada na área externa do Museu Nacional da República nesta sexta-feira (21), segundo dia de atividades. Realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) em parceria com o Instituto Janelas da Arte, Cidadania e Sustentabilidade e com apoio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), o evento segue até sábado com shows, debates, gastronomia, feira afro e ações para todas as idades. Na quinta-feira (20), dia de abertura, o festival recebeu cerca de 50 mil pessoas nos dois palcos, na feira criativa, na praça de alimentação e nos espaços de convivência, consolidando-se como um dos principais encontros de celebração, formação e afirmação da identidade negra no Distrito Federal. Com o tema Raízes que Conectam o Futuro, o festival reúne, ao longo de três dias, música, artes visuais, moda, gastronomia, literatura, debates formativos, infância e empreendedorismo. A programação é gratuita mediante retirada de ingresso pelo Sympla e doação de 1 kg de alimento não perecível. O festival recebeu cerca de 50 mil pessoas nos dois palcos, na feira criativa, na praça de alimentação e nos espaços de convivência | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Primeiro dia lota área externa e marca abertura com shows e debates Na quinta-feira (20), primeiro dia do festival, o público ocupou todos os espaços montados no entorno do Museu Nacional. A roda de capoeira do Mestre Cobra e as atividades do Espaço Kids tiveram grande participação ao longo do dia, assim como a área expositiva. O Espaço da Beleza registrou filas contínuas para tranças e turbantes, reforçando a procura por estética e identidade negra. Na Tenda Muntu, o painel Mulheres Negras e a Educação que Liberta lotou o ambiente e reuniu estudantes e professores da rede pública em um debate sobre educação, raça e equidade. À noite, os palcos concentraram o público. O Palco Brasilidades abriu com o ritual do Afoxé Ogum Pá e seguiu com apresentações de Daniel Beira Rio, Cida Avelar, ballroom e Isa Marques. Na Arena Lydia Garcia, Laady Bi e Ju Moreno antecederam os shows de Ludmilla, que apresentou a inédita Dopamina, e Alexandre Pires, que encerrou cantando sucessos da carreira. A feira criativa e a praça gastronômica também registraram forte movimento durante todo o dia, reunindo empreendedores e culinária de matriz africana. Letramento racial em linguagem acessível: palestrante ganha destaque no segundo dia Um dos momentos mais densos da programação formativa desta sexta-feira (21) ocorreu na oficina Descomplicando o Letramento Racial, conduzida por Eric Marques Albernaz, pedagogo, professor há quase 14 anos e especialista em desenvolvimento e assistência social da Sejus-DF. Eric Albernaz: "A pessoa reproduz o racismo sem perceber, sem ter sido letrada. O trabalho é de acolhimento, diálogo e consciência” Com linguagem direta, ele defendeu que o debate sobre raça precisa sair dos círculos acadêmicos e alcançar a população de forma simples, acolhedora e objetiva. “A pessoa reproduz o racismo sem perceber, sem ter sido letrada. O trabalho é de acolhimento, diálogo e consciência”, afirmou. Eric reforçou que compreender a origem do racismo, e as estruturas que o mantêm, é o ponto de partida para transformações reais. Por isso, seus encontros começam do básico e avançam conforme a demanda do público, tocando em temas como identidade racial, formação da categoria “pardo”, erros em bancas de avaliação fenotípica e diferenciação entre preconceito individual e racismo estrutural. O pedagogo também destacou o papel do Estado, citando ações da Sejus-DF em comunidades e empresas. “Não é acusação, é acolhimento. As pessoas reproduzem porque não foram letradas. A ideia é criar espaço de diálogo para entender que vivemos em uma sociedade diversa, com maioria negra”, disse. Para ele, o festival ganha força por estar em um local acessível, próximo à Rodoviária do Plano Piloto. “O que me encanta é ver um evento desse porte ao lado da rodoviária. As pessoas chegam sem depender de transporte próprio. A estrutura está muito boa e o diálogo entre cultura, saúde e direitos humanos é essencial.” O professor também abordou a necessidade de ampliar políticas públicas e de aproximar o debate racial da “base”, onde ele observa maior resistência, não por rejeição ao tema, mas pela forma como ele costuma ser apresentado. “Grande parcela da população não tem acesso às discussões acadêmicas. Quando o debate chega numa bolha muito acima dela, afasta. A gente precisa simplificar a conversa, ouvir a base e trabalhar com linguagem acessível.” Ao final, Albernaz reforçou que a responsabilidade pela superação do racismo é coletiva, atravessa gênero, classe, território e saúde, e depende da continuidade de iniciativas públicas. “É responsabilidade de todo mundo. Eu acredito que estamos avançando, mas falta muita coisa. E é importante lembrar: estamos num tempo em que a gente pode fazer.” Feira afro impulsiona vendas e amplia visibilidade de empreendedores “O festival está maravilhoso, a movimentação ótima. Ontem tive uma renda muito boa e hoje as vendas também estão ótimas”, contou a empresária Laís Pereira Rodrigues A feira afro, com empreendedores de diferentes regiões do DF, registrou grande movimento durante o primeiro dia do evento e, segundo os expositores, a expectativa para o segundo dia é de ainda mais vendas. Expositora de acessórios femininos, Laís Pereira Rodrigues, criadora da marca Preta Abusada, comemorou o resultado. “O festival está maravilhoso, a movimentação ótima. Ontem tive uma renda muito boa e hoje as vendas também estão ótimas”, contou. Ela trabalha com acessórios em aço cirúrgico, semijoias e peças para diferentes públicos. “Gosto de atender a todas as mulheres, deixar todo mundo bonito. Acho que isso aqui deveria ser mais frequente. A gente tem que ser mais vista e ter oportunidade sempre.” Criadora da marca Negramê, especializada em macramê e bonecas de orixás, Miriam Martins também relatou vendas aquecidas, inclusive para turistas internacionais. “As vendas foram muito aquecidas, principalmente para a linha de vestuário autoral. Esse tipo de festival é o meu décimo terceiro do mês de novembro, é como se fosse o meu décimo terceiro salário”, comparou. Miriam defende que iniciativas assim sejam permanentes. “Nós somos pretos o ano inteiro. Não dá para depender só de novembro. A gente precisa de políticas públicas e espaço em Brasília para montar nossas tendas e girar a economia o ano todo.” Público destaca pertencimento, reparação e convivência Entre os visitantes desta sexta-feira, a psicóloga Naila Reis buscou livros infantis, produções de amigos e atividades ligadas à negritude. Ela reforçou o papel do festival como espaço de reflexão e convivência. “É importante pensar a nossa linguagem, rever ditos e frases que ainda preservam preconceitos. Encontros como esse fazem as pessoas se verem, se reconhecerem e pertencerem”, afirmou. Para Naila, o 20 de novembro precisa ser encarado como um marco de reparação histórica, e não apenas de celebração. “Que a gente tome o dia 20 como um dia realmente da consciência negra, um tempo de reparação. A dívida histórica é muito grande. O festival está belíssimo e bem estruturado.” Música toma conta da Arena Dona Lydia A programação musical desta sexta-feira se concentra na Arena Dona Lydia, com apresentações de Israel Paixão, Os Pacificadores, Uel, Timbalada e Mumuzinho ao longo da noite. A praça gastronômica Sabores do Quilombo funciona das 12h às 22h, e o público também acompanha oficinas no Espaço Kids, exposição Retratos e a feira afro durante todo o dia.[LEIA_TAMBEM] Confira a programação desta sexta-feira (21): Exposição 12h–22h — Exposição Retratos Espaço Kids 14h–15h — Oficina Tambores de papel 15h–16h — Oficina de dança afro Gastronomia 12h–22h — Sabores do Quilombo Feira Afro 14h–22h — Feira Kitanda e convidados Tenda Muntu 14h30 — Descomplicando o Letramento Racial: O básico sobre raça que toda pessoa precisa saber – palestrante: Eric Marques 16h – Painel Estética Negra; Para Além do Look — Palestrantes: Victor Hugo Soulivier, juiz Fábio Esteves, Ruth Venceremos, Patrick Jhonnes, Marcus Oliveira e Arte Preta / Moderador: Wemmia Anita Shows (Arena Dona Lydia) 18h – Israel Paixão 19h10 – Os Pacificadores 20h30 – Uel 22h30 – Timbalada 00h30 – Mumuzinho Encerramento no sábado terá cortejo e grandes shows No sábado (22), o festival encerra a programação com cortejo do Grupo Cultural Obará, atividades para crianças, novos debates na Tenda Muntu e shows de Carol Nogueira, Dhi Ribeiro, Benzadeus, Carlinhos Brown, Psirico e Thiago Kallazans. Serviço: Festival Consciência Negra 2025 Museu Nacional da República Até sábado (22) Entrada gratuita, com retirada de ingressos pela plataforma Sympla Doação sugerida: 1 kg de alimento não perecível
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Solenidade no Museu da República marca abertura do Festival Consciência Negra 2025
O Governo do Distrito Federal (GDF) abriu oficialmente, nesta quinta-feira (20), o Consciência Negra 2025, em cerimônia realizada no auditório do Museu Nacional da República. Com o tema “Raízes que Conectam o Futuro”, o festival reforça a ancestralidade, destaca o protagonismo da população negra e promove uma programação gratuita que reúne música, artes visuais, moda, gastronomia, literatura, debates formativos, infância e empreendedorismo. A abertura contou com a presença do grupo de idosos Movimente-se 60 Mais, vinculado ao programa Viver 60+, da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), simbolizando a valorização da memória e da inclusão das pessoas idosas nas políticas culturais do DF. Compuseram o dispositivo de honra a vice-governadora Celina Leão; o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes; o subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial da Sejus-DF e presidente do Conselho de Direitos Humanos do DF, Juvenal Araújo; a deputada distrital Dra. Jane; e Rosa Carla Monteiro, chefe da ADDM, presidente do CCDF e membra titular do CODIPIR pela SECEC. Em seu pronunciamento, Claudio Abrantes destacou que o 20 de novembro é um marco de reflexão sobre a história e de celebração das conquistas da população negra. “Hoje não é só dia de reconhecer as atrocidades sofridas pelo povo negro ao longo da história, mas também de celebrar lutas e conquistas. Todo dia é dia de celebrar a consciência negra”, afirmou. O festival reforça a ancestralidade, destaca o protagonismo da população negra e promove uma programação gratuita que reúne música, artes visuais, moda, gastronomia, literatura, debates formativos, infância e empreendedorismo | Foto: Divulgação/Secec-DF A deputada Dra. Jane ressaltou a importância do fortalecimento de políticas públicas voltadas para igualdade racial e letramento. “Vivemos 400 anos de crueldade, mas hoje brigamos por igualdade e respeito”, disse. Em seguida, a vice-governadora Celina Leão destacou que cerca de 60% da população do DF é negra, reforçando o papel central dessa parcela na construção da identidade brasiliense. Celina enfatizou ainda o papel da educação no combate ao racismo: “Uma nação só muda quando educada. Criança na escola tem de aprender que a discriminação machuca”. Ela também celebrou a força das mulheres negras e valorizou a cultura afro-brasileira. “A cultura brasileira é a cultura negra, daí a importância deste festival para o DF. Não vamos tolerar racismo”, afirmou, encerrando sua fala saudando o público do hip-hop presente na solenidade. A cerimônia foi marcada pela assinatura de dois atos institucionais. O GDF lançou oficialmente o Dia da Consciência Negra, consolidando um novo ciclo de diálogo democrático e participação social. Também foi assinada por Rosa Carla Monteiro a Resolução nº 02, que institui o Comitê Permanente do Hip Hop do DF — marco pioneiro no país, reconhecendo o hip hop como expressão cultural, artística e social fundamental para o Distrito Federal. Além disso, o secretário Claudio Abrantes assinou o Edital de Chamamento que abre o processo eleitoral para escolha das cadeiras da sociedade civil no comitê, fortalecendo a participação popular na construção de políticas para o segmento. "A cultura brasileira é a cultura negra, daí a importância deste festival para o DF. Não vamos tolerar racismo” Vice-governadora Celina Leão O evento terminou na parte externa do museu com o tradicional cortejo do Boi de Seu Teodoro, que saudou as autoridades e o público com música e o colorido vibrante de suas fantasias. Registrado desde 2004 como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do DF, o Boi de Seu Teodoro é reconhecido nacional e internacionalmente, inclusive pela Unesco, como uma das expressões mais importantes da cultura afro-brasileira no Cerrado. A programação do Consciência Negra teve início nesta quinta com a vernissage da exposição fotográfica Vivências, na Galeria do Museu. Ao longo da tarde, haverá atividades para crianças no Espaço Kids (oficinas, contação de histórias), a Feira Kitanda, que reúne expositores negros de moda autoral, gastronomia, artesanato. A programação formativa, que inclui debates, palestras e painéis, se concentra na Tenda Muntu, com atividades a partir das 16h. A programação musical terá início às 17h30 na Arena Lydia Garcia, com atrações locais como Cortejo Afoxé Ogum Pá, Lady, Ju Moreno, Marcelo Café. Paralelamente, no Palco Brasilidades , às 18h30, shows de Daniel Beira Rio, Cida Avelar e Ballroom. A partir das 22h30, os talentos negros nacionais Ludmilla e Alexandre Pires. O Consciência Negra 2025 prossegue até sábado (22). A programação pode ser consultada no Instagram do festival. *Com informações da Secec-DF
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Primeira noite de shows do Consciência Negra 2024 tem Ellen Oléria, Falcão e Nação Zumbi
Ellen Oléria, Marcelo Falcão e Nação Zumbi abriram a primeira noite de shows do festival Consciência Negra 2024, nesta segunda-feira (18), na Torre de TV. Além deles, o primeiro dia do evento teve ainda apresentações de Afoxé Ogum Pá, Filhos de Dona Maria e Patakori + Folha Seca. “Estou super lisonjeada de estar aqui, de ser parte desse grande encontro, e acho que voltar para casa para falar desses assuntos que nos tocam, nos atravessam é muito importante para nós, a gente estar junto enquanto comunidade. A gente sai de Brasília e as pessoas não entendem muito o que é esse lugar, mas a gente que é daqui sabe, a gente sente Brasília. Então, acho que para a gente é mais um momento de encontro, de fortalecimento, de compreensão da nossa identidade cultural enquanto cidade jovem que somos”, pontuou Ellen Oléria. Ellen Oléria: “Voltar para casa para falar desses assuntos que nos tocam, nos atravessam é muito importante para nós” | Fotos: Tony Oliveira/ Agência Brasília O público marcou presença para conferir as atrações. “É maravilhoso a gente na cidade poder contar com um evento tão grandioso, com tantas atrações bacanas, com uma estrutura maravilhosa. O Dia da Consciência Negra merece realmente essa importância toda”, exaltou a professora Fabiana Sabino, que aguardava a banda Nação Zumbi. Já o jornalista Paulo Matos esperava principalmente pelo ex-Rappa Marcelo Falcão, mas aproveitou também para conferir os artistas locais: “Prestigiar o nosso povo daqui de Brasília, prestigiar nossas bandas, prestigiar essa mistura cultural que a gente tem em Brasília é lindo demais. A gente é uma mistura de essência, de energia, de povo que, se você rodar o país inteiro, você não tem como a gente tem aqui no Distrito Federal”. Fã de Marcelo Falcão, o jornalista Paulo Matos aproveitou para prestigiar atrações locais também O Consciência Negra 2024, um festival de exaltação à cultura afro-brasileira, é promovido pelas secretarias de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) e de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), com apoio da Associação de Educação, Cultura e Economia Criativa (Aecec), do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Ministério do Turismo. O investimento total foi de cerca de R$ 7 milhões. “É uma grande festa e que tende a crescer e se tornar um marco. Brasília, como capital do país, dá uma sinalização muito forte para todos os cantos do Brasil”, destacou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes. “A expectativa para os shows é a melhor possível. Grandes artistas da nossa música brasileira, da música negra brasileira, mas também grandes expoentes daqui de Brasília. Tem tanta gente boa vindo de fora, mas a gente também tem muita gente boa aqui do nosso quadradinho”, completou. “A comemoração que vai durar três dias, de muito reconhecimento e defesa da igualdade racial, já pode ser considerada a maior manifestação do Brasil” Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania “O tamanho do evento, por si só, mostra a relevância do tema da consciência negra, que é de responsabilidade da nossa pasta. A comemoração que vai durar três dias, de muito reconhecimento e defesa da igualdade racial, já pode ser considerada a maior manifestação do Brasil. E é a primeira vez, em 13 anos, que a data de 20 de novembro será comemorada nacionalmente”, reforçou a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. O Dia da Consciência Negra foi instituído em 2011, em memória de Zumbi dos Palmares, importante líder quilombola, assassinado em 20 de novembro de 1695, mas só foi oficializado como feriado nacional em dezembro do ano passado. No DF — onde 57,3% da população se autodeclara negra, segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) —, a data vinha sendo considerada ponto facultativo desde 2019. Oficinas e palestras Ana Beatriz Souza: “É um momento para demonstrar, não só para nós, mas para toda a escola e para todas as pessoas, que nós somos importantes” Antes dos shows, durante a tarde, o evento recebeu estudantes da rede pública para oficinas, palestras e uma visita guiada pela estrutura montada no local, que conta com exposições, gastronomia, feira de artesanato e moda, e espaço para crianças. “Nós tiramos esse dia para vir aqui nesse evento e eu estou achando super especial, porque eu acho que é um momento para demonstrar, não só para nós, mas para toda a escola e para todas as pessoas, que nós somos importantes. Também estou bem feliz que agora [o Dia da Consciência Negra] vai ser feriado, então acho que a gente ganhou ali mais um reconhecimento”, celebrou Ana Beatriz Souza, 15 anos, aluna do Centro de Ensino Médio (CEM) 123 de Samambaia. “É bom mostrar que a gente tem nossos valores”, emendou Diego Cardoso, 15, também do CEM 123. “É importante falar do povo negro, é importante nós termos aqui um espaço em que eles estejam presentes e que a população conheça a cultura, a história e, o mais importante, o combate ao racismo. Não é possível que nós até hoje tenhamos que discutir a importância de se combater o racismo sendo que todos somos iguais”, apontou o subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial da Sejus, Juvenal Araújo Júnior. “Nós temos aqui adolescentes que estão tendo palestras, nós chamamos de letramento racial — explicar sobre o racismo e a importância de combatê-lo. Um público de adolescentes, para nós, é primordial, porque são eles realmente que começam a discutir a necessidade de que nós não tenhamos racismo nas escolas”, acrescentou. Mais cedo, também nesta segunda, estudantes participaram de uma palestra com o cantor Toni Garrido. A programação do Consciência Negra segue até a próxima quarta-feira (20). Nesta terça (19), pela manhã, haverá uma oficina de breaking dance. Na parte musical, entre as atrações da terça estão Dhi Ribeiro, Seu Jorge e Raça Negra. Já na quarta, será a vez de Olodum, Vanessa da Mata e Tribo da Periferia. Todas as atividades são gratuitas, mas, para os shows, é preciso retirar o ingresso antecipado na plataforma Sympla.
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Afrocultura para jovens e muita música no primeiro dia do Festival Consciência Negra
Teve início nesta segunda-feira (18) o Festival Consciência Negra, dedicado à valorização da cultura afro-brasileira. O evento, que terá três dias, apresenta palestras, oficinas, gastronomia, moda e música. Toda a programação está concentrada na Torre de TV. Nesta manhã, alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal participaram de uma palestra sobre afrocultura com o cantor Toni Garrido. Toni Garrido foi uma das primeiras atrações, apresentando palestra para os estudantes | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília “É uma oportunidade única que temos para quebrar preconceitos e combater o racismo, mas principalmente para celebrar a negritude que existe no nosso país” Claudio Abrantes, secretário de Cultura e Economia Criativa A festividade é promovida pelas secretarias de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) e de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), contando com o apoio da Associação de Educação, Cultura e Economia Criativa (Aecec), do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Ministério do Turismo. O investimento total no evento é de cerca de R$ 7 milhões. Na abertura do festival, o titular da Secec-DF, Claudio Abrantes, ressaltou a importância de o evento ser promovido no coração de Brasília. Segundo ele, a festividade deve integrar o calendário oficial de eventos do DF e se tornar uma política pública cultural permanente. “É uma oportunidade única que temos para quebrar preconceitos e combater o racismo, mas principalmente para celebrar a negritude que existe no nosso país”, declarou o gestor. “Temos feito um trabalho muito forte pela arte e pela cultura, porque esses meios, na verdade, são canais.” Debate pontual “Esse evento vem mostrar a cultura negra do DF, que é forte e potente” Juvenal Araújo, subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Social Subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial, Juvenal Araújo chamou atenção para a composição da população da capital brasileira – segundo levantamento elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), 58% dos habitantes de Brasília são negros. “Esse evento vem mostrar a cultura negra do DF, que é forte e potente”, enfatizou Araújo. “Nós estamos felizes de poder mostrar o quanto Brasília tem de herança e fortalecer a população negra”. Maria Eduarda Silva Santos, Centro Educacional do Lago Norte, elogiou a palestra: “Eu me sinto muito representada ao ver esse debate acontecendo. Faz com que nós, negros, fortaleçamos nossa autoimagem” Maria Eduarda Silva Santos, 16, é aluna do Centro Educacional do Lago Norte e participou da palestra sobre afrocultura. “É bom voltarmos ao passado para, no futuro, viver algo melhor”, avaliou. “Eu me sinto muito representada ao ver esse debate acontecendo. Faz com que nós, negros, fortaleçamos nossa autoimagem”. Colega de escola de Maria, Geovanna Martins de Assis, 17, complementa: “Esse debate é muito importante. A sociedade é parte do problema e parte da solução”. Programação Entre os artistas confirmados para as festividades, estão Ellen Oléria, Marcelo Falcão e Nação Zumbi, que sobem ao palco montado em frente à Torre de TV já nesta segunda. Na terça (19), será a vez, entre outros, de Dhi Ribeiro, Seu Jorge e Raça Negra. Já a quarta-feira (20) terá apresentações de Olodum, Vanessa da Mata e Tribo da Periferia. Os shows são gratuitos, mas é preciso retirar o ingresso antecipadamente na plataforma Sympla. Além das atrações musicais, o Festival Consciência Negra terá palestras com personalidades nacionais – como o rapper MV Bill -, venda de pratos assinados pelo chef Edilson Oliveira e de doces e sucos feitos por comunidades quilombolas e ainda uma feira, a Afro Brasília, onde serão comercializados produtos feitos por artesãos e empreendedores afro-brasileiros e peças de moda afro. As crianças também terão vez, com peças teatrais, contação de histórias, atividades pedagógicas e brinquedos infláveis. Estudantes da rede pública participarão de ações como aulas de dança, capoeira e hip-hop. Nos três dias, as atividades começam às 9h. A iniciativa tem como objetivo não apenas celebrar a cultura e as contribuições da população negra ao Brasil, mas também promover o debate sobre temas essenciais como igualdade racial, justiça social e combate ao racismo. Confira, abaixo, a programação completa. Segunda-feira (18) ⇒ 9h às 9h30 – abertura ⇒ 10h às 11h30 – Palestra com MV Bill ⇒ 12h às 14h – DJ Hool Ramos ⇒ 14h às 14h40 – Visita escolar guiada ⇒ 14h40 às 16h40 – Oficina de dança Mãe África ⇒ 17h às 17h45 – Show Afoxé Ogum Pá ⇒ 18h às 18h45 – Filhos de Dona Maria ⇒ 19h às 19h45 – Show Patakori + Folha Seca ⇒ 20h às 21h – Ellen Oléria ⇒ 21h30 às 22h30 – Marcelo Falcão ⇒ 23h – Nação Zumbi Terça (19) ⇒ 9h às 9h30 – Visita escolar guiada ⇒ 9h40 às 11h40 – Oficina de breaking dance ⇒ 12h às 14h – DJ Alhoca ⇒ 14h às 14h30 – Visita escolar guiada – Bianca Tur Negro ⇒ 14h40 às 15h40 – Oficina de DJ com Arte Urbana – Fab Gril ⇒ 16h às 17h – Desfile da Beleza Negra ⇒ 17h às 17h45 – Nego De ⇒ 18h às 18h45 – Laady B ⇒ 19h às 19h45 – Julia Moreno ⇒ 19h30 às 20h30 – Dhi Ribeiro ⇒ 22h às 23h30 – Raça Negra ⇒ 0h – Seu Jorge Quarta (20) ⇒ 10h às 23h – Visitação aberta ⇒ 10h às 12h – Encontro de B-Boys ⇒ 12h30 às 13h15 – Cirurgia Moral ⇒ 13h30 às 14h – DJ Odara ⇒ 14h às 15h – Francisco Pessanha ⇒ 15h às 15h45 – Tropa de Elite ⇒ 16h às 17h – Roda de capoeira ⇒ 17h às 17h45 – Show Marvin ⇒ 18h às 19h – Olodum ⇒ 19h30 às 20h30 – Vanessa da Mata ⇒ 21h – Tribo da Periferia.
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