Entenda as novas orientações para manobras de desengasgo
As manobras para o desengasgo de bebês, crianças e adultos mudaram. A principal diferença está na adição de golpes nas costas. Agora, a recomendação é alternar cinco tapas mais fortes nas escápulas com cinco compressões abdominais (manobra de Heimlich). Padrão para o procedimento mudou, tanto em casos de crianças quanto de adultos | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF Divulgadas em outubro pela American Heart Association (AHA), as novas diretrizes sobre técnicas de desobstrução das vias aéreas substituem as de 2020. A recomendação atual é: alternar cinco golpes/pancadas nas costas com cinco compressões no peito, usando a mão, até que o corpo estranho seja expulso. “Cada minuto conta para evitar sequelas ou desfechos piores” Lorhana Morais, instrutora do Samu-DF “O objetivo da alteração é facilitar as manobras; afinal, ao ver uma pessoa engasgando, a primeira coisa que costumamos fazer é dar tapinhas nas costas, não é?”, pontua Lorhana Morais, instrutora do Núcleo de Ensino do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-DF). “Assim, em situações de engasgo, além das compressões, os golpes ou pancadas precisam ser realizados também em crianças maiores de um ano e em adultos.” Já para os bebês com menos de um ano, em adição aos tapas mais fortes nas costas, as compressões torácicas devem ser feitas com a palma da mão. “Quando fazemos apenas com dois dedos, pode ser que a gente aperte o lugar errado, mas ao usarmos a mão completa, pegamos uma maior parte do tórax do bebê, tornando as compressões mais eficientes”, detalha a instrutora. Atendimento [LEIA_TAMBEM]Apesar de o Samu-DF prestar socorro em emergências decorrentes de engasgo, a instrutora lembra que é importante a pessoa saber fazer as manobras corretamente. “Cada minuto conta para evitar sequelas ou desfechos piores”, adverte. Se a pessoa mais próxima não souber fazer as manobras de desobstrução, é possível conseguir orientações com um profissional do Samu-DF, pelo número 192. A Lei Lucas, instituída em 2018, exige que professores e funcionários de escolas e creches públicas e privadas recebam capacitação periódica em primeiros socorros. A normativa foi criada após a morte por asfixia do menino Lucas Begalli, de 10 anos, em um passeio escolar. Desde 2007, o Samu-DF promove o projeto Samuzinho, iniciativa que percorre instituições de ensino da capital federal oferecendo treinamento básico para situações como parada cardiorrespiratória, engasgo e identificação de sinais de acidente vascular cerebral (AVC). Escolas interessadas em receber o projeto já podem fazer o cadastro para a agenda de 2026, neste link. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Bombeiros ensinam primeiros-socorros nas escolas cívico-militares do DF
No ritmo da batida de Stayin’ Alive, dos Bee Gees, estudantes do Centro de Ensino Myriam Ervilha, em Água Quente, aprendem um movimento que pode salvar vidas: o de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). A escola é uma das 17 cívico-militares de gestão do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal contempladas pelo Projeto de Atendimento Pré-Hospitalar (APH), que leva às salas de aula capacitação teórica e dinâmica em primeiros socorros. Além da RCP, eles aprendem a lidar com outras situações de risco, como engasgos, hemorragias, mal súbito, desmaios, convulsões e intoxicações, tanto em adultos quanto em bebês. A iniciativa cumpre determinação da Lei Lucas — Lei Federal nº 13.722/2018 — que torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários na educação básica da rede pública e privada, bem como em estabelecimentos de recreação infantil. Cinco escolas receberão manequins, bolsas de primeiros-socorros, pranchas rígidas e materiais de consumo, como gazes e ataduras | Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília A capacitação para o projeto começa pelos próprios monitores do CBMDF. A partir da preparação, dois estudantes de cada turma da escola são selecionados para participar de dois dias de instruções. O segundo momento do projeto será realizado com os funcionários e professores das unidades. “Fizemos um planejamento para que todas as escolas passem por esse processo até o final de setembro. A partir daí, vamos sempre alternar os alunos para atingir todos os públicos”, contou o coronel Luciano Antunes Paz. De acordo com Paz, o CBMDF está adquirindo, por meio de recurso de emenda parlamentar do deputado distrital Roosevelt, no valor de R$ 450 mil, materiais para deixar em cinco escolas, como os manequins, bolsas de primeiros-socorros — três para cada unidade —, além de três pranchas rígidas e materiais de consumo, como gazes e ataduras. “Separamos cinco grupos de escolas e cada uma desse grupo, que chamamos de escola base, vai adquirir o material. Após o projeto no local, eles (os materiais) vão para outra escola”. A metodologia do projeto prevê aulas teóricas e objetivas aliadas à prática orientada pelos bombeiros militares da ativa e veteranos. Durante a simulação de procedimentos, os alunos são orientados e corrigidos pelos monitores profissionais. Eles também aprendem a agir em casos como de desobstrução de vias aéreas, contenção de hemorragias, tratamento de fraturas e choque elétrico. O projeto prevê aulas práticas e teóricas com dinâmicas como simulação de hemorragias e choques elétricos A região administrativa de Água Quente tem apenas dois anos e a implementação do colégio cívico-militar no CED Myrian Ervilha teve início em 26 de maio de 2025. “A partir daí, foi traçado um plano para que tivéssemos dentro da unidade diversos cursos, dentre esses, o de APH, que está sendo realizado com turmas do matutino e do vespertino e a proposta é se estender por todo o corpo da escola”, relatou o diretor do CED, José Aldias. As atividades do APH são voltadas a estudantes dos ensinos fundamental I e II e médio, para alunos com idade entre 9 e 18 anos. Atualmente, 800 estudantes têm sido atendidos nas 17 escolas de gestão compartilhada com o CBMDF, em aulas de até 4 horas no contraturno. A estimativa é que mais 856 alunos participem do próximo ciclo. Geovana Beatriz Silveira pretende estudar medicina e acredita que as aulas podem ajudá-la na escolha profissional Geovana Beatriz Silveira, de 14 anos, estudante do 9º ano, acredita que o projeto fará diferença futuramente na escolha profissional dela. “Principalmente na questão do certificado e pelos meus conhecimentos gerais. Em caso de emergência, vou poder socorrer alguma pessoa. Já tivemos casos assim em sala de aula. Eu acho que a presença dos Bombeiros ajuda e influencia muito a nossa escola”, celebra a adolescente que sonha cursar medicina e fazer parte do corpo do Exército brasileiro. A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) disponibiliza equipes pedagógicas às unidades, que atuam também na seleção dos estudantes que vão participar da turma, especialmente os de perfil de liderança, atitude e bom desempenho acadêmico. Além disso, a secretaria fornece os espaços, recursos audiovisuais, alimentação e certificados para os alunos que concluem a iniciativa. O tenente Djavan da Silva Castro se orgulha de casos em que estudantes ajudaram a salvar pessoas na rua [LEIA_TAMBEM]O tenente Djavan da Silva Castro garante que o projeto é motivo de orgulho, inclusive com relatos de resultados exitosos dos alunos. “A gente já teve situações em que o estudante, na parada de ônibus, atendeu uma crise convulsiva, e foi filmado por pessoas que estavam no local; ele pediu para que alguém ligasse para o Corpo de Bombeiros e estabilizou o paciente transmitindo segurança e o colocando lateralizado. A pessoa, então, retornou da crise bem calma”, relatou. Lei Lucas A Lei Federal nº 13.722/2018 foi criada após a morte do estudante Lucas Begalli, em setembro de 2017, em Cordeirópolis (SP), por asfixia durante um passeio escolar. O menino, de apenas 10 anos de idade, se engasgou após comer um cachorro-quente enquanto participava de excursão escolar. Após o acidente fatal, a luta da família para transformar a dor do luto em esperança culminou na aprovação da Lei Lucas para todo o Brasil.
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Estudantes de medicina participam de oficina de primeiros socorros em escola de Samambaia
Contato com os cenários práticos de ensino e interação com a comunidade. A partir deste contexto, estudantes do terceiro ano de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs) participaram, nesta segunda-feira (26), de um treinamento de primeiros socorros para professores e funcionários da Escola Classe 410 de Samambaia, que conta com turmas de alunos da faixa de 7 e 11 anos. Antes da atividade, os alunos passaram por uma capacitação do Grupamento de Atendimento à Emergência Pré-Hospitalar, do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF). Alunos interagem com profissionais de saúde e representantes da c0munidade, aperfeiçoando conhecimentos e práticas | Foto: Divulgação/Fepecs A ideia surgiu a partir da Lei Lucas (lei federal nº 13.722), que determinou a obrigatoriedade da capacitação de noções básicas de primeiros socorros para a comunidade escolar nas redes pública e privada. A ação faz parte do projeto de extensão curricular do eixo Interação Escola-Serviço-Comunidade (Iesc) e reuniu 12 estudantes que praticam atividades de ensino da Unidade Básica de Saúde (UBS) 12 de Samambaia. Durante a oficina, foram demonstradas manobras de socorro imediato em casos de convulsão, reanimação cardiopulmonar, engasgo, choque elétrico, queimadura e acidente com escorpiões. Para a docente Ana Beatriz Schmitt Silva, a oficina ajuda a fortalecer a interação entre os estudantes de medicina com os profissionais de saúde e membros da comunidade. “É uma atividade de grande relevância social e para o ensino, já que os discentes de medicina poderão aplicar os fundamentos teóricos do curso em situações práticas”, avalia. “Professores e funcionários da escola estarão preparados para iniciar os primeiros socorros caso alguma criança necessite e até que a assistência médica especializada chegue ao local”. Extensão curricular Além dos alunos do terceiro ano de medicina da Escs, os demais alunos do Iesc, que desempenham atividades práticas em outros cenários de ensino, também farão projetos voltados à comunidade. A proposta central é desenvolver ações com temáticas diversas e sempre articuladas com as demandas locais. Em 2023, a turma da terceira série de medicina da Escs esteve na Escola Colônia Agrícola Vicente Pires e participou de um treinamento de primeiros socorros com os educadores da instituição de ensino. Na oportunidade, além da abordagem de temas específicos, foram demonstradas técnicas de desobstrução de vias aéreas, manejo de convulsões e de ferimentos e traumas e ressuscitação cardiopulmonar. *Com informações da Fepecs
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