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Marco Zero

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Marco Zero de Brasília ganha visibilidade e resgata história do início da capital

Nem toda verdade precisa de uma data para se firmar, mas algumas ganham mais força justamente no Dia da Mentira, 1° de abril. Foi nesse dia, em 1957, que a família do arquiteto Joffre Mozart Parada chegou ao Planalto Central. Ele foi o responsável por cravar o ponto de partida da nova capital: o Marco Zero de Brasília. O local serviu como base para a construção do Plano Piloto e, até hoje, é a referência oficial para a medição das quilometragens das vias do Distrito Federal. “Lembro de uma vez que ele parou comigo, ali mais ou menos no fim da W3 Sul, perto do Corpo de Bombeiros, e falou assim: ‘Vou parar para você fotografar essa imagem.’ E eu disse: ‘Mas estou sem máquina.’ E ele respondeu: ‘Fotografa com a memória.’ E me mostrou uma ruazinha, tipo trilho de carro, no meio do cerrado, e disse: ‘Essa vai ser a avenida mais movimentada. Vai ter comércio de um lado e residência do outro. Grava isso.’ E eu gravei”, narra Gláucia Nascimento, 79 anos, filha mais velha de Joffre. A família de Joffre Mozart Parada se emocionou com a redescoberta do Marco Zero da capital federal | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília A família do arquiteto veio de Goiânia e encontrou, no Planalto Central, a promessa de uma futura capital marcada pelo frio intenso e pela poeira constante. “Na época, eu tinha 10 anos e aqui era muito frio. Ventava demais. Aquele vento de deserto, sabe? Fazia um barulho forte. As torneiras e os canos eram galvanizados. E fazia tanto frio que, às vezes, a água simplesmente congelava, você abria a torneira e não saía nada”, recorda Gláucia. A cidade em construção era tomada pela poeira vermelha que cobria tudo. “Brasília inteira era poeira, porque tudo estava sendo construído. Meus irmãos e eu brincávamos nisso, e no fim do dia a perna estava cheia de pedrinhas.” Gláucia conta que, assim como as irmãs, acredita que a mãe, Mercedes Parada, não tinha plena noção da importância do trabalho do marido, mas sabia que ele trabalhava muito, e fez a poeira se transformar em poesia e na capital que hoje abriga todos os brasileiros e gente de todos os cantos do mundo. Gláucia Nascimento lembra que ela, ainda criança, ajudou os pais a colorir o primeiro mapa do DF “Ela ajudou meu pai no mapa de desapropriação das terras. Ele fez o primeiro mapa do DF. Ela usava um planímetro para medir as áreas e eu ajudava colorindo o mapa. Ela me dava as cores e eu pintava as regiões: Taguatinga, Gama, Sobradinho… Está tudo nesse mapa. Tem Vicente Pires, Guariroba, Papuda, Pipiripau, Bananal… até hoje lembro dos nomes. E só 60 anos depois, é que o professor Elias Manoel da Silva, do Arquivo Público do DF, conseguiu provar que o mapa era mesmo do nosso pai”. O primeiro engenheiro a chegar a essas terras, com a missão de acompanhar de perto a construção de Brasília, costumava ser reservado e não se vangloriava dos próprios feitos. Faleceu novo, aos 52 anos. “É impressionante pensar que, com tão pouco tempo de vida, ele fez tanto, por Brasília e por tanta gente”, afirma a engenheira civil, Thelma Parada, 70, segunda filha de Joffre. Professor da Universidade de Brasília (UnB), Joffre atuou também como secretário de Estado, quando Joaquim Roriz ainda era prefeito, antes mesmo da criação do cargo de governador. Foi ele quem implantou o primeiro sismógrafo da capital. “Ele gostava muito da área de mineração. A Fercal, por exemplo, que hoje é uma região administrativa, nasceu de uma descoberta dele. Lembro como se fosse hoje: estávamos na cozinha lá de casa, uma cozinha grande, e ele chegou animado dizendo: ‘Descobri uma jazida’, recorda Thelma. Thelma Parada lembra com carinho do pai: “É impressionante pensar que, com tão pouco tempo de vida, ele fez tanto, por Brasília e por tanta gente” Por décadas, o disco de metal que marca o centro geográfico e simbólico da capital esteve escondido sob o asfalto. Sem nenhuma sinalização ou reverência, passou despercebido até que, durante obras de recapeamento no Buraco do Tatu iniciadas em 2024, ele foi reencontrado por operários. Para a família, essa redescoberta foi muito emocionante. “A gente sempre soube que ele existia, sabíamos que foi meu pai quem o implantou. O ponto exato, o cruzamento do Eixo Rodoviário com o Monumental”, ressalta Gláucia. Confirmado por técnicos do DER-DF com base em registros do Arquivo Público, o local recebeu intervenções de preservação: marcações no solo e nas paredes laterais, protegidas contra pichações, e agora, em comemoração aos 65 anos da capital, um novo sistema de iluminação será instalado pela Companhia Energética de Brasília (CEB), com investimento de R$ 70 mil. A entrega oficial da nova ambientação ocorrerá nos próximos dias. A iluminação utiliza projetores de tecnologia RGB, com até 3 milhões de combinações de cores, permitindo efeitos especiais em datas comemorativas e eventos. O controle é remoto, conectado ao Centro de Comando Operacional da CEB, para garantir segurança, monitoramento e manutenção constantes. Por trás do Marco Zero O Marco Zero de Brasília foi redescoberto durante as obras de reforma no Buraco do Tatu e ganhou as redes sociais e uma iluminação inovadora O Marco Zero de Brasília foi redescoberto durante as obras de reforma no Buraco do Tatu, passagem subterrânea que liga os eixos Sul e Norte da capital. Embora o ponto já fosse conhecido pelo Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF), a intervenção urbana trouxe visibilidade ao local onde a cidade foi oficialmente concebida. Trata-se do ponto exato onde os eixos Rodoviário e Monumental se cruzam, fincado em 20 de abril de 1957 pelo engenheiro e topógrafo Joffre Mozart Parada, à época chefe da equipe de topografia da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). “A cidade foi construída, na sua urbanidade, por Joffre Mozart Parada. Ele é um anônimo na história de Brasília. No papel, o mérito é de Lucio Costa, mas no chão, foi Joffre Mozart Parada que começou o projeto. Com a redescoberta do Marco Zero, a gente pretende honrá-lo e eternizá-lo, de forma concreta, na história do DF”, afirma o historiador do ArPDF, Elias Manoel da Silva.

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Brasília Agora: Capital redescobre passado e reinventa o futuro

Brasília chega aos 65 anos. Se fosse fazer uma análise, constataria que nunca antes deu tanto valor à própria história. Pode ter sido por causa da redescoberta do Marco Zero, o ponto de onde partiram todas as construções da nova capital, que despertou esse espírito de pertencimento nos brasilienses — nascidos ou de coração. Pode ter sido também pela chegada à cidade de acervos históricos de seus pais fundadores, como os rascunhos do projeto original do Plano Piloto, feitos por Lucio Costa. Antes em Portugal, agora eles estão à disposição também no Acervo Público do Distrito Federal. Ou, ainda, pela redescoberta de espaços clássicos que, por anos, estiveram fechados, longe da população. Caso do Cine Brasília, da Casa de Chá e do Teatro Nacional Claudio Santoro. O Teatro Nacional Claudio Santoro voltou a receber espetáculos culturais | Foto: Anderson Parreira/Agência Brasília Mas, enquanto olha e celebra o passado, Brasília perceberia que também tem pensado muito no futuro. Sonhada para ser a capital perfeita, ela vem precisando se reinventar para adequar-se aos desafios do presente, e seguir boa para todos que vislumbraram no Planalto Central a esperança de uma vida melhor. A população cresceu acima do esperado — ora, quem vai julgar aqueles que desejam morar na cidade que é Patrimônio da Humanidade e que tem a maior qualidade de vida do país? — e foi necessário fazer ajustes para comportar esse aumento. Assim, Brasília reinventou a própria infraestrutura urbana, levando dignidade a regiões antes esquecidas. A reinvenção também veio para tentar resolver um problema crônico, o dos alagamentos. Foi perto de completar 65 anos que o DF viu nascer o maior programa de captação de águas pluviais, o Drenar-DF. Também foi preciso adequar-se aos novos tempos. Se lá em 1960 brincar nas ruas (boa parte delas ainda de barro) era uma opção para a criançada, em 2025 é preciso mais para vencer as telas e os jogos eletrônicos. Brasília, então, reinventou seu lazer, com reforma de equipamentos públicos, como a Torre de TV, e um dia totalmente gratuito para visitas ao Zoológico e ao Jardim Botânico. O programa Vai de Graça trouxe transporte público gratuito aos domingos e feriados | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Por falar em gratuito, a mobilidade também se reinventou. O Vai de Graça surgiu, com viagens de graça nos ônibus e metrô aos domingos. Surgiram, ainda, novas rodoviárias, novas estações do metrô, novas ciclovias. Se o futuro aponta para a necessidade de se valorizar o transporte coletivo, é para lá que nós vamos. Os 65 são uma idade crucial: já temos uma história escrita, mas ainda há muito por fazer. Ao chegar neles, Brasília percebe, afinal, que seu melhor tempo é agora. Enquanto redescobre o passado, ela reinventa seu futuro para fazer um presente bom para todos. E são essas reflexões que você confere na série especial de reportagens que a Agência Brasília publica a partir desta quinta-feira (17). Boa leitura!

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Marco Zero: População aproveita novo ponto ‘instagramável’ durante o Eixão do Lazer

“Toda história começa por algum lugar, né?”, diz o empresário Paulo Melo, de 62 anos, ao admirar o mais novo ponto turístico de Brasília: a Estaca do Marco Zero, ponto a partir do qual toda a capital foi construída. Ele foi um dos moradores do Quadradinho que, neste domingo (4), aproveitaram o Eixão do Lazer para conhecer o marco inicial de onde Brasília foi erguida. O Marco Zero, mais novo ponto ‘instagramável’ no roteiro turístico de Brasília, foi parada para poses de moradores e turistas que aproveitaram o Eixão do Lazer neste domingo, o primeiro aberto a visitação desde a conclusão das obras do Buraco do Tatu | Foto: Lucio Bernardo Jr/Agência Brasília Para Paulo, porém, esse resgate da história foi ainda mais especial. Nascido em Minas Gerais e morador da Asa Sul desde 1961, ele viu a capital do país ser construída bem de perto. Para o empresário Paulo Melo, o resgate da história de Brasília foi ainda mais especial. Nascido em Minas Gerais e morador da Asa Sul desde 1961, ele viu a capital do país ser construída bem de perto “Meu pai veio para a construção de Brasília como engenheiro em 1959. Eu sempre acompanhei muito a história de Brasília, mas eu não sabia dessa estaca zero. Contei para o meu pai sobre isso, ele me confirmou a história e eu fiquei chocado”, relatou o empresário que, na sequência, tirou uma foto para mandar para o seu genitor. Outra pessoa que visitou o local foi a funcionária pública Maria de Fátima Ribeiro, de 70 anos. Há 49 anos em Brasília, ela passa pelo Buraco do Tatu diariamente e jamais imaginou o que o concreto da via escondia. A funcionária pública Maria de Fátima Ribeiro passa pelo Buraco do Tatu diariamente e jamais imaginou o que o concreto da via escondia “É histórico”, afirma, extasiada ao contemplar o Marco Zero. “Foi uma grata surpresa. Eu acho que foi uma descoberta incrível para os brasilienses e para todo o Brasil, afinal, nós somos a capital da República. Eu adorei! Está maravilhoso”, completa. E de história, Elias Manoel da Silva sabe bem. Historiador do Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF), ele explica que o espaço da Estaca Zero ajudou a erguer a Esplanada dos Ministérios. “Durante a construção de Brasília, aqui na Estaca Zero, havia um muro enorme de arrimo na região que hoje é o Buraco do Tatu. Milhares de toneladas de terra foram tiradas daqui e levadas para criar a planura artificial do que hoje nós chamamos de Esplanada dos Ministérios. Ou seja, a Estaca Zero gerou a Esplanada dos Ministérios”, relata. O símbolo da Estaca Zero, mais conhecido como Marco Zero, ponto que serviu de referência para a ordenação numérica da quilometragem da área central da cidade, está fixado entre as pistas do Buraco do Tatu, um das vias mais movimentadas de Brasília, onde cerca de 150 mil motoristas passam diariamente Curiosidades como essa sequer passavam pela cabeça do casal André Amaral Almeida, de 50 anos, e Luciane de Almeida, 49 anos. Ele, nascido em Brasília e ela, quase uma brasiliense, acreditam que o passado da capital segue vivo até hoje. O administrador André Amaral Almeida, com a mulher Luciane, considera que o novo ponto trouxe “o passado para o presente. Ninguém acreditava no sonho de Juscelino e que todo o projeto de Lúcio Costa sairia do papel, mas hoje a gente vê que tudo deu muito certo. Eles deram conta e hoje vivemos história” “Trouxeram o passado para o presente”, diz Luciane, que é corretora de imóveis. O marido complementa: “É bom para valorizar a história da cidade. Eu sou fã de Brasília e de todo o plano de construção da capital. Ninguém acreditava no sonho de Juscelino e que todo o projeto de Lúcio Costa sairia do papel, mas hoje a gente vê que tudo deu muito certo. Eles deram conta e hoje vivemos história”, ressalta o administrador. Por trás do Marco Zero O Marco Zero foi descoberto durante a reforma no Buraco do Tatu, que liga os eixos Sul e Norte da capital. A surpresa, porém, foi só para os funcionários que realizavam as obras no local e para boa parte dos brasilienses. “Para o Arquivo Público já era um fato conhecido”, lembra o superintendente do ArPDF, Adalberto Scigliano. “A partir de agora, quando as pessoas simplesmente passarem pelo Buraco Tatu, vão saber que foi aqui que Brasília foi concebida. Exatamente aqui, a estaca fecundou o solo do Cerrado para ser o ponto inicial da capital”, narra. O historiador Elias Manoel da Silva, do Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF), explica que o espaço da Estaca Zero ajudou a erguer a Esplanada dos Ministérios O ponto central entre o cruzamento dos eixos rodoviário e monumental foi fincado pelo engenheiro e topógrafo Joffre Mozart Parada, então chefe da equipe de topografia da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), em 20 de abril de 1957. “A cidade foi construída, na sua urbanidade, por Joffre Mozart Parada. Ele é um anônimo na história de Brasília. No papel, o mérito é de Lucio Costa, mas no chão, foi Joffre Mozart Parada que começou o projeto. Com a redescoberta do Marco Zero, a gente pretende honrá-lo e eternizá-lo, de forma concreta, na história do DF”, afirma Elias. Buraco do Tatu As obras de restauração do pavimento asfáltico em concreto do Buraco do Tatu – passagem de 700 metros que liga os eixos rodoviários Norte e Sul, no Plano Piloto – foram iniciadas em 1º de julho e concluídas na quarta-feira (31). O trânsito foi liberado na quinta-feira (1º), beneficiando, assim, os 150 mil motoristas, que passam todos os dias pelo local. O pavimento original da passagem, da época da construção de Brasília, estava degradado após 60 anos de uso e sua vida útil estava ultrapassada. Foram investidos cerca de R$ 2 milhões nas obras de recuperação do pavimento. As placas de concreto danificadas foram trocadas por novas e o material antigo das juntas de dilatação – que unem essas placas – foi substituído por um selante com durabilidade prevista de dez anos. Os serviços incluíram a lavagem das paredes azulejadas e do teto do Buraco, além de limpeza e desobstrução de todas as caixas de drenagem da passagem.

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Buraco do Tatu é reinaugurado com novo pavimento e símbolo do Marco Zero

A manhã de 1º de agosto de 2024 entrou para a história da capital federal. O dia, que seria lembrado pela liberação do trânsito no Buraco do Tatu – a passagem que conecta os eixos rodoviários Norte e Sul no Plano Piloto – após a primeira grande reforma do pavimento e da estrutura dos últimos 60 anos, ganhou uma simbologia ainda mais especial. Mais do que a reabertura de uma via por onde circulam 150 mil motoristas diariamente, esta quinta-feira se transformou na recuperação da memória de Brasília, com a inauguração do símbolo da Estaca Zero, mais conhecido como Marco Zero, ponto que serviu de referência para a ordenação numérica da quilometragem da área central da cidade. “A gente fica muito feliz de poder contar essa história dessa capital da República que tanto nos encanta e que encanta a todos que vieram do Brasil todo, e aqueles que nos visitam. Então é mais um ponto turístico para a cidade. Aos domingos, quando o Eixão estiver fechado, certamente as pessoas vão passar por aqui e poder fazer essa visita maravilhosa” Governador Ibaneis Rocha Agora, quem passar pela via terá mais do que a experiência de andar em um novo pavimento completamente reestruturado: poderá conferir a cruz de Lucio Costa reproduzida nas duas paredes com o título Marco Zero, além da própria representação da estaca no chão que foi fincada há 67 anos, em 20 de agosto de 1957, pelo engenheiro e topógrafo Joffre Mozart Parada, então chefe da equipe de topografia da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Foi apenas após a implantação do Marco Zero que as escalas urbanas – definidas no papel pela equipe de Divisão de Urbanismo da Novacap – puderam, então, ser transferidas para o chão da então futura capital. O governador Ibaneis Rocha, que celebrou a reabertura de uma das mais importantes vias de Brasília, destacou a necessidade da intervenção e a celeridade com que os serviços foram concluídos para beneficiar os milhares de motoristas que utilizam o local para circular pelo Distrito Federal | Foto: Renato Alves/Agência Brasília “A gente fica muito feliz de poder contar essa história dessa capital da República que tanto nos encanta e que encanta a todos que vieram do Brasil todo, e aqueles que nos visitam. Então é mais um ponto turístico para a cidade. Aos domingos, quando o Eixão estiver fechado, certamente as pessoas vão passar por aqui e poder fazer essa visita maravilhosa”, destacou o governador Ibaneis Rocha. No primeiro domingo após a inauguração do Marco Zero, o Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF) preparou uma programação para quem decidir visitar o novo ponto instagramável da capital. Via onde circulam 150 mil motoristas diariamente, o Buraco do Tatu recebeu restauração do asfalto em concreto, substituição das placas de concreto danificadas, tratamento das juntas de dilatação, lavagem das paredes azulejadas e do teto, limpeza e desobstrução das caixas de drenagem e sinalização horizontal e vertical Em relação à obra, o governador destacou a necessidade da intervenção e a celeridade com que os serviços foram concluídos para beneficiar os milhares de motoristas que utilizam a via para circular pelo Distrito Federal. “Sem dúvida nenhuma, era uma reforma necessária. Mais de 60 anos do Buraco do Tatu, um ponto de Brasília que tem um fluxo muito grande de pessoas. Uma obra maravilhosa em um prazo muito curto de 30 dias”, afirmou. Foram investidos pelo Governo do Distrito Federal (GDF) R$ 2 milhões para a recuperação do trecho de 700 metros. O serviço foi feito pelas equipes do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), com auxílio do maquinário próprio do órgão e em parceria com empresas que têm contratos com o GDF e com a Novacap. Os trabalhos foram efetuados em julho, em função das férias escolares, para minimizar os transtornos aos motoristas. Gláucia e Thelma, filhas do então chefe da equipe de topografia da Novacap, Joffre Mozart Parada, dizem que a retomada da memória do Marco Zero não é importante apenas para a história de Brasília, mas uma forma de reconhecer a importância do engenheiro e topógrafo na construção da capital federal. A obra consistiu na restauração do asfalto em concreto, substituição das placas de concreto danificadas, tratamento das juntas de dilatação, lavagem das paredes azulejadas e do teto, limpeza e desobstrução das caixas de drenagem e sinalização horizontal e vertical. A liberação do trânsito de veículos na passagem ocorreu depois da cerimônia de reinauguração do espaço. “Muito mais do que 700 metros de obras, fizemos em um mês a revitalização de todo o Buraco do Tatu”, disse o presidente do DER-DF, Fauzi Nacfur Junior. “Esse pavimento de concreto existe há 60 anos, desde a construção de Brasília, e nunca tinha sido mexido. Com isso, as placas de concreto vão trabalhando, vão criando um desnível e gerando um desconforto no fluxo de veículos. Isso acabou. Foram mexidas as juntas de dilatação e niveladas. Aproveitamos para poder limpar e pintar todas as paredes, e toda a drenagem pluvial foi desobstruída.” O presidente do DER-DF, Fauzi Nacfur Junior, afirma: “Muito mais do que 700 metros de obras, fizemos em um mês a revitalização de todo o Buraco do Tatu” Descoberta histórica A recuperação da Estaca Zero ocorreu durante as obras. Os operários foram surpreendidos com os trechos do módulo de concreto do marco, confirmado por técnicos DER-DF, embasados em documentos do Arquivo Público, e foi decidido fazer a remarcação para que a história fosse conhecida por todo brasiliense e visitante da cidade. “Isso tudo envolve a preservação da memória, porque essa é uma informação que agora vai ser perpetuada”, defendeu o superintendente do ArPDF, Adalberto Scigliano. “Esse é um momento histórico. Quando Lucio Costa cruzou os dois eixos, ele não imaginava que aqui hoje estaríamos cruzando os eixos do passado e do futuro, porque agora cada brasiliense e cada pessoa que passar por aqui vai saber que foi exatamente aqui que Brasília nasceu. Esse é o ponto exato e esse é o momento do renascimento de Brasília.” Para o historiador do ArPDF, Elias Manoel da Silva, a data ficou marcada como a “reabertura da história de Brasília” Para o historiador do ArPDF, Elias Manoel da Silva, a data ficou marcada como a reabertura da história de Brasília. “Esse ponto é importante porque todos os elementos da cidade são pensados a partir da Estaca Zero. Hoje nós estamos revendo a história de Brasília não a partir de qualquer elemento, mas a partir do elemento fundador: o ponto onde toda a cidade foi pensada, produzida e deixada para nós até hoje”, revelou. A retomada da memória do Marco Zero não é importante apenas para a história de Brasília. Para a família de Joffre Mozart Parada, é uma forma de reconhecer a importância do engenheiro e topógrafo na construção da capital federal. “Ele era um homem muito fechado, carrancudo. Não falava com ninguém. Ele passava aqui com a gente, mas nunca falou que foi ele que demarcou. Nada disso ele falava. Então, para nós é muito gratificante aparecer o nome dele, que era uma coisa que a gente sempre quis”, destacou uma das filhas de Joffre, a aposentada Gláucia Marina Nascimento, 78 anos. A engenheira civil Thelma Consuelo Ribeiro, 69, outra filha de Joffre Mozart Parada, reforçou as palavras da irmã: “Agora está tudo bem-demarcado, tem os desenhos nas laterais e a sinalização no chão. Sabíamos que existia, mas que estava apenas coberto. Agora vai ficar mais visível. E o nome dele vai ficar mais relevante e ser lembrado”. Joffre Mozart Parada é considerado o primeiro engenheiro a pisar em Brasília em 1955. Além de definir o marco zero da capital, ele também foi prefeito do que hoje é o Núcleo Bandeirante, assinou o projeto de urbanização do Gama, trabalhou na Comissão de Cooperação para a Mudança da Capital Federal e fez o levantamento das áreas de cada fazenda que foi assentada para ser desapropriada para que hoje vigorasse a capital federal.

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