Fé, tradição e emoção: Morro da Capelinha se prepara para receber milhares de fiéis
Planaltina já respira o clima de fé e emoção que toma conta da cidade todos os anos durante a Semana Santa. Os preparativos para a tradicional encenação da morte e ressurreição de Jesus Cristo no Morro da Capelinha seguem em ritmo acelerado. Considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal desde 2008 e parte do calendário oficial de eventos da capital federal desde 1986, o espetáculo chega à 52ª edição com um público estimado entre 100 e 150 mil pessoas. Neste ano, o evento conta com o apoio do Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Turismo (Setur-DF), com investimento de R$ 1.752.117,26, oriundos da Fonte 100, uma das principais fontes de recursos do orçamento público do DF. O secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes, ressalta a importância pessoal e simbólica da tradição, que acompanha sua trajetória de vida. “A Via-Sacra do Morro da Capelinha é parte da minha história, da minha fé e da minha formação como cidadão e artista”. “Tive a honra de interpretar o papel de Jesus Cristo por inúmeros anos e de trabalhar na diretoria do evento, sempre com o mesmo sentimento de entrega e respeito. Neste ano, retorno ao palco sagrado como apóstolo, com o coração cheio de gratidão e expectativa por mais uma edição que, com certeza, será emocionante e marcante para todos os fiéis e para a cultura do nosso Distrito Federal”, disse. Considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal desde 2008 e parte do calendário oficial de eventos da capital federal desde 1986, o espetáculo chega à sua 52ª edição com um público estimado entre 100 e 150 mil pessoas | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília O titular da pasta também destaca o impacto do evento para a cultura e economia do DF. “São fiéis vindos de todas as regiões administrativas e de outros estados para a celebração de uma das maiores manifestações religiosas de Brasília. Este evento não apenas representa um elo profundo com nossa história e tradição religiosa, mas também se ergue como um pilar vital de turismo e economia criativa no Distrito Federal”, ressalta. Programação A programação começa ainda nesta quinta-feira (17), quando os católicos comemoram a Quinta-feira Santa, com a celebração do Lava-pés e da Última Ceia de Jesus com seus apóstolos — momento que marca o início do Tríduo Pascal. A expectativa é de 10 mil pessoas presentes apenas nesta noite. “Temos nesta quinta-feira a Santa Ceia, com expectativa de 10 mil pessoas no estacionamento do ginásio de funções múltiplas. Montamos os cenários para a grande encenação da Sexta-feira da Paixão com muito carinho, especialmente neste ano jubilar. Ainda dá tempo de se programar. Teremos ônibus gratuitos saindo da rodoviária para o morro”, convida Preto Rezende, coordenador-geral do grupo Via Sacra Ao Vivo. O aposentado Aécio da Silva Campos, de 86 anos, participa da encenação desde a primeira edição O ponto alto da programação, será nesta sexta, quando a encenação sai do centro de Planaltina e sobe os cerca de 4 km que levam até o Morro da Capelinha. Às 15h, o Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, preside a celebração da Cruz. Em seguida, às 16h, tem início o espetáculo principal, que durante quatro horas levará o público pelas 14 estações da Via Sacra — em um trajeto de 800 metros que retrata o julgamento, a prisão, a crucificação, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Para o secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo, o evento é símbolo de espiritualidade, cultura e pertencimento. “A Via Sacra de Planaltina já é uma tradição de Brasília e representa um importante pilar do turismo religioso na nossa capital. Neste ano em que comemoramos os 65 anos de Brasília, celebrar esse momento é também reforçar a conexão da população com sua fé e com suas raízes”, destaca. Emoção e fé A expectativa entre os participantes é grande. O ator Júnior Ribeiro, de 31 anos, se prepara para dar vida a Judas Iscariotes. “Nos preparamos durante 40 dias ininterruptos. Estamos muito ansiosos para mostrar ao público tudo que preparamos com carinho. São 1,1 mil atores em cena, uma apresentação grandiosa. É uma honra fazer parte de algo que é patrimônio imaterial do DF”, ressalta. O ator Júnior Ribeiro, de 31 anos, se prepara para dar vida a Judas Iscariotes Mais do que espetáculo, a Via Sacra é expressão de fé para muitos voluntários e moradores de Planaltina. A estudante Rebeca Tolentino, de 20 anos, trabalha na montagem da sexta estação, que retrata o encontro de Jesus com Verônica. “Toda quinta-feira a gente se reúne aqui no morro para fazer os preparativos. Hoje estamos montando nosso cenário com muito cuidado”, conta. O aposentado Aécio da Silva Campos, de 86 anos, participa da encenação desde a primeira edição. “Antes eu era um dos soldados que batiam em Jesus, montado a cavalo. Agora, venho rezar o terço. Enquanto Deus me der saúde, estarei aqui”, afirma, emocionado. Vai de Graça Quem for participar da Via Sacra vai contar com reforço de ônibus para assistir ao evento nesta sexta-feira (18). A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) reativa quatro linhas do transporte público coletivo – 504.2, 504.3, 609.2 e 617.1 – para que esses passageiros possam se deslocar até o local. A 504.2 e a 504.3 têm origem em Sobradinho II, passando pelo Mestre d’Armas e pela DF-230, respectivamente, até o Morro da Capelinha, enquanto a 617.1, sai da Rodoviária do Plano Piloto (box 3 da Plataforma Superior), passando pelo Eixo Norte. Os passageiros também podem ter acesso à circular 609.2, que sai de Planaltina e vai até o local do evento. As linhas vão funcionar entre as 10h e às 22h, e as saídas serão operadas de acordo com a demanda.
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Faixa de pedestre será patrimônio imaterial do DF
Como reconhecimento pelo respeito no trânsito e cordialidade, as faixas de pedestre serão declaradas Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural do DF (Condepac), vinculado à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec). O anúncio foi feito pelo secretário Claudio Abrantes. Reconhecimento da faixa de pedestre ressalta a prioridade em segurança no DF | Foto: Divulgação/GDF Presente A medida será oficializada em reunião do Condepac e depois publicada no Diário Oficial do DF (DODF). Além do reconhecimento como um ícone da cultura brasiliense, essa ação impõe ao Estado um plano de salvaguarda. “Esse plano envolve uma série de ações com vistas a preservar essa cultura e, inclusive, ter isso agregado às ações da Secretaria de Cultura e de outras secretarias”, afirma o titular da Secec. Para o secretário, existe uma relação estreita entre o brasiliense e essa sinalização de trânsito: “Eu duvido que tenha alguma cidade com tanta relação com a faixa de pedestre quanto Brasília, inclusive para cobrança. As pessoas cobram faixa de pedestre perto de casa, perto da escola. Quando elas não estão devidamente pintadas, os órgãos competentes são cobrados para resolver isso”. Com o reconhecimento, a faixa de pedestre se junta a outros bens imateriais registrados no Distrito Federal, como a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc), o Bumba Meu Boi do Seu Teodoro, o Clube do Choro de Brasília, a Festa do Divino Espírito Santo de Planaltina, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o Ideário Pedagógico de Anísio Teixeira, a Via Sacra de Planaltina e a Praça dos Orixás. *Com informações da Secec
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Cultura homenageia Aruc com entrega de ‘totem-monumento’
Fincado no alto do muro branco e azul da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc), o gavião, símbolo da entidade, segue em eterna prontidão. A mais tradicional agremiação do samba do Distrito Federal é signo de lutas. Desde que foi criada em 21 de outubro de 1961, cumpre a jornada de resistência que pode ser traduzida pelas gerações de percussionistas que batem as mãos firmes sobre os seus tambores. O som anuncia que o coletivo nascido e criado no Cruzeiro Velho é um dos representantes mais altivos e aguerridos da diversidade cultural de Brasília. Nesta terça-feira (25), esse batuque ecoou com orgulho. Os passistas, porta-bandeira, mestre-sala e rainhas vestiram-se com as melhores roupas (algumas feitas com a premiação da Lei Aldir Blanc no DF) como se fossem desfilar alinhados na avenida. A homenagem foi recebida como uma rede de proteção em um momento de insegurança jurídica da posse do terreno da entidade | Foto: Divulgação / Secec [Olho texto=”“Representa o esforço de todos, neste momento triste da pandemia, em resgatar o samba no DF, que chegou aqui junto com os construtores de Brasília” ” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”direita”] Em torno da entrada da sede, festejavam a inauguração do “totem-monumento”, que anuncia à comunidade e aos visitantes que a Aruc é Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal. “O significado desse totem vai além de monumento que reconhece a Aruc como Patrimônio Imaterial do Distrito Federal. Representa o esforço de todos, neste momento triste da pandemia, em resgatar o samba no DF, que chegou aqui junto com os construtores de Brasília. O poeta avisa “não deixe o samba morrer/não deixe o samba acabar” e, ouvindo a força dessa bateria, ficamos emocionados porque, neste momento delicado de 450 mil mortes no Brasil, a vida parece ser maior que toda a tristeza”, contou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. Rede de proteção A chegada da homenagem ao Cruzeiro coincide com um momento de insegurança jurídica da Aruc com a posse do terreno. Emocionado, o presidente da entidade, Rafael Fernandes, acolheu o totem-monumento como se fosse uma rede de proteção. “Sei que temos a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF como uma aliada nessa luta. Isso reconforta nossa comunidade”, destacou. Representando o Conselho Regional de Cultura, a atriz, influencer, locutora e atual presidenta do CRC, Sheila Campos, ressaltou o reconhecimento físico do totem-monumento como o reforço ao pertencimento e à valorização da cultura como identidade, territorialidade, formação e alma da comunidade. “A Aruc desempenha esse papel há décadas nesse território. Do Cruzeiro, jamais poderá sair. São gerações de moradores e de moradoras que usufruem e se fortalecem juntos com a Aruc”. [Olho texto=”“Aqui, os candangos matavam a saudade do Rio de Janeiro por meio do samba ao mesmo tempo que criavam os primeiros traços culturais desse caldeirão de sons chamado Brasília”” assinatura=” Sol Montes, subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Legado O secretário-executivo da Secec, Carlos Alberto Jr., e a subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural (SDDC), Sol Montes, também participaram da cerimônia e, junto ao secretário, Bartolomeu Rodrigues, foram convidados a conhecer o museu da Aruc, que reúne dezenas de troféus, fotografias, miniaturas de fantasias e outros documentos. “A Aruc é uma comunidade valorosa que move sonhos e vidas durante todo o ano. Esse legado se junta ao samba bom que nos orgulha e a faz ser esse incontestável patrimônio imaterial”, ressaltou Carlos. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Esse espaço é um símbolo de resistência no meio da cidade. Aqui, os candangos matavam a saudade do Rio de Janeiro por meio do samba ao mesmo tempo que criavam os primeiros traços culturais desse caldeirão de sons chamado Brasília”, completou Sol Montes. A Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc) foi reconhecida como Patrimônio Imaterial do DF pelo Decreto nº 30.132/2009. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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