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Patrimônio mundial

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Restauro do Teatro Nacional Claudio Santoro preserva o tombamento do espaço

Considerado um dos maiores complexos culturais do Brasil, o Teatro Nacional Claudio Santoro é triplamente tombado. Em 1987, o equipamento público foi declarado Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Duas décadas depois foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a nível nacional. Em nível distrital, o tombamento é junto à Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Por se tratar de um instrumento jurídico de preservação do patrimônio, o tombamento foi um aspecto bastante relevante em todo o processo de restauração do Teatro Nacional, sendo considerado desde os projetos até a execução com o objetivo de garantir a originalidade do espaço devido ao valor cultural, histórico, artístico e natural. Por se tratar de um instrumento jurídico de preservação do patrimônio, o tombamento foi um aspecto bastante relevante em todo o processo de restauração do Teatro Nacional | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília “Brasília é um caso único, somos a maior área tombada do mundo. Além disso, nós temos aqui tombamentos que se sobrepõem. É o caso do Teatro Nacional. Então, cada alteração que precisou ser realizada teve que levar em consideração a conceituação original do teatro e ser aprovada tanto na Secretaria de Cultura, por ser o órgão gestor no DF, quanto pelo Iphan por ser um bem tombado a nível federal”, explica o secretário de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), Felipe Ramón. “Qualquer atualização que fizemos no teatro foi feita levando em consideração a preservação do bem, sem descaracterizá-lo”, defende. No caso da primeira etapa da obra, que consiste na atualização das instalações de estruturas e no restauro do foyer e da Sala Martins Pena, estão entre os itens tombados o revestimento, os carpetes, as poltronas, o padrão do palco, as cortinas cênicas e os painéis de Athos Bulcão. Alguns precisaram ser modificados em razão das normas de segurança, combate a incêndio e acessibilidade. Foi o caso dos carpetes, das cortinas e das cadeiras que foram substituídos por itens com materiais antichamas. A obra de restauração teve início pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em dezembro de 2022 pela Sala Martins Pena e seu respectivo foyer As modificações que precisaram ser feitas, inclusive, são apontadas como o grande desafio da obra do Teatro Nacional Claudio Santoro. “A possibilidade de solucionar os problemas do teatro sem interferir na arquitetura original foi o nosso grande desafio. Tentamos trabalhar de uma forma em que as pessoas chegassem com conforto, assistissem com qualidade e fossem embora sem sentir as questões de impacto do projeto original, que tinha dificuldades de deslocamento, ao mesmo tempo em que elas não pudessem se dar conta de que alguma coisa mudou, para que tivessem uma sensação de voltar no tempo”, afirma a diretora executiva da Solé Associados, empresa responsável pelo projeto, Antonela Solé. Obra O Teatro Nacional Claudio Santoro foi fechado em 2014 após descumprir normas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CMBDF) e do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT). Na época, foram enumeradas mais de 100 irregularidades. A obra de restauração teve início pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em dezembro de 2022 pela Sala Martins Pena e seu respectivo foyer. A viabilidade da reforma só ocorreu depois que este GDF decidiu fracionar o projeto em quatro etapas. Com investimento de R$ 70 milhões por meio da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), a primeira etapa consiste na adequação da infraestrutura para as diretrizes atuais, bem como a recuperação de uma das salas. As demais vão se concentrar nos outros espaços: as salas Villa-Lobos e Nepomuceno, o espaço Dercy e o anexo.  

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Viva Brasília 64 anos: marco na arquitetura modernista mundial

O urbanista Lucio Costa, ao falar sobre a epopeia de construir em tão pouco tempo e em condições tão adversas a nova capital, afirmou: “Na verdade, o sonho foi menor do que a realidade. A realidade foi maior, mais bela”. Anos depois, esse sonho grandioso e suas inúmeras obras de arte a céu aberto deram a Brasília o título de Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que fez da cidade uma referência na arquitetura e no urbanismo mundial. Nesse especial de 64 anos de Brasília, destacamos a história da capital do país do ponto de vista da arquitetura, saindo de um vazio demográfico na década de 1950 para se tornar, em apenas seis décadas, a terceira maior unidade da federação do país. Hoje, o Distrito Federal conta com uma população superior a 2,8 milhões de habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficando atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Superquadras e setores de comércio e de diversões, por exemplo, compõem a identidade única da capital do país. O bloco C, da SQS 210, conquistou o Selo CAU/DF, que reconhece o valor histórico das edificações não monumentais de Brasília | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Cercados por prédios e palácios rabiscados por Oscar Niemeyer, a área tombada da cidade tem 112,25 km², sendo o maior perímetro urbano sob proteção histórica do mundo, e coleciona atributos dignos desse tombamento. Quem passeia pela cidade tem a oportunidade de prestigiar as quatro escalas de Lucio Costa — monumental (a do poder), residencial (das superquadras), gregária (dos setores de serviços e diversão) e bucólica (das áreas verdes entremeadas nas demais) — e conversar com os traços de Oscar Niemeyer. Em diversos pontos da capital, é possível prestigiar obras de Athos Bulcão e vislumbrar o paisagismo de Burle Marx. Arte: Agência Brasília “Brasília é a única cidade modernista no mundo, existem outras cidades planejadas, mas modernista só Brasília. Ela mantém construções específicas e por zoneamento, que são as divisões como zonas de comércio, de residências, tudo setorizado com a permissão de grandes espaços vazios entre as construções”, destaca a arquiteta urbanista Angelina Nardelli. O subsecretário de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), Felipe Ramón, afirma que “o dispositivo do tombamento tem um valor essencial para a unidade e para a história daquela comunidade. Aí está a importância da preservação do patrimônio cultural, porque ele mostra o que nós somos”, destaca. Na SQS 210, um marco modernista se destacou em análise do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal. O Bloco C, construído em 1976, conquistou o primeiro lugar do selo CAU/DF, condecoração que reconhece o valor histórico de edificações não monumentais da cidade. Foi premiado pela boa conservação e contribuição para a história da arquitetura moderna. Ele tem as fachadas em cobogós, os tijolos vazados que são a marca de inúmeros prédios nas asas Sul e Norte. “A ideia do selo é prestigiar a arquitetura cotidiana da cidade. Avaliamos, principalmente, o respeito à arquitetura original”, conta o presidente do Conselho de Arquitetura, Ricardo Reis Meira. Além do tombamento Quando voltamos o olhar para o Distrito Federal como um todo, percebemos obras de arquitetura presente em diversas regiões administrativas e que se tornaram referências para a população local e para a história do nosso Quadradinho. Um desses locais, associado à construção da nova capital e que faz parte dos passeios escolares para conhecer a história da capital, é o Museu Vivo da Memória Candanga, localizado entre as regiões administrativas da Candangolândia e Núcleo Bandeirante. A charmosa alameda composta de casas simples de madeiras coloridas é cercada por árvores frutíferas. O Museu Vivo da Memória Candanga foi inaugurado no dia 26 de abril de 1990, com o objetivo de preservar o legado deixado pelos candangos na época da construção de Brasília | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Antes de ser um museu, o local abrigava o Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO), um espaço criado para atender a demanda não só de operários acidentados nas construções, mas também de outros serviços, como partos e atendimento ambulatorial de crianças e donas de casas. Era um conjunto de 23 edificações em madeira e permaneceu como complexo hospitalar e de apoio até 1974, quando o Hospital Distrital (atual Hospital de Base) foi inaugurado. Marilda Porto, de 84 anos, casada com o primeiro médico de Brasília, Edson Porto, foi uma das primeiras moradoras da vila, em 1958, e relembra alguns momentos da época. “As casas sempre foram pintadas, bem-cuidadas, eram sempre coloridas. Me lembro que era um grande movimento de ambulâncias entrando, caminhões com trabalhadores. O movimento era muito grande. A entrada e a saída do hospital era pela rua entre as casas”, lembra. Casa do Cantador A Casa do Cantador, em Ceilândia, é a única obra de Oscar Niemeyer fora do Plano Piloto | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Já os ceilandenses têm em sua cidade uma obra de Oscar Niemeyer. Único monumento do arquiteto fora do Plano Piloto, a Casa do Cantador, conhecido como Palácio da Poesia, foi inaugurado em 9 de novembro de 1986, a partir da reivindicação de representantes da cultura nordestina em Ceilândia, o maior reduto desta região do país no DF. Logo na entrada, quem recebe os visitantes é a estátua do Cantador Anônimo, do escultor cearense Alberto Porfírio, representando a paixão do povo pela música. “A casa, com 37 anos, sempre teve um cantador à frente, pois com as tradições nordestinas nos sentimos em um espaço do nordestino aqui no DF. Além disso, ter uma obra de Oscar Niemeyer é uma honra”, afirma o gerente do espaço cultural, o repentista Zé do Cerrado. O espaço trabalha com programas ocupacionais, aulas de ginástica, música e se tornou um espaço de expressão artística para todos os músicos e artistas da cidade. Igreja da Barca Conhecida como a “Igreja da Barca”, a Paróquia Santa Luzia se tornou um cartão-postal de Samambaia | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Não é só mais uma simples igreja. E, sim, uma referência no imaginário dos moradores de Samambaia. Desde 1996, a Paróquia Santa Luzia – ou a “Igreja da Barca” – tornou-se um templo da fé e também um ponto de referência da cidade. Como consequência, transformou-se em um verdadeiro cartão-postal. Construída com janelas em uma estrutura que remete a uma embarcação, logo ganhou o apelido de barca. “A igreja foi idealizada pelo padre Alberto, um italiano que não era arquiteto. Foram construídas 153 colunas que sustentam a igreja. Hoje somos um templo conhecido em todo o DF e muitas pessoas vêm para conhecer nossa arquitetura”, conclui o ministro da Eucaristia Luciano de Sousa, que frequenta a paróquia há 28 anos.

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Brasília está no Conselho da Organização das Cidades Brasileiras de Patrimônio Mundial

Brasília foi escolhida para fazer parte da Diretoria da OCBPM, uma organização de caráter internacional voltada às cidades que possuem sítios do Patrimônio Mundial declarados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Quem irá representar nossa cidade nesta organização é a Secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça, que recebeu com muito entusiasmo essa missão. “É a primeira vez que Brasília vai fazer parte da OCBPM e também é um grande desafio colocar a nossa capital à frente do processo decisório para debater cenários, desafios e oportunidades para o nosso setor. Esta é uma conquista do nosso governo que desde o início da sua gestão vem reposicionando nossa cidade capital como destino turístico e articulando com diversos setores em âmbito local, nacional e internacional”, enfatizou a Secretária. Um patrimônio da humanidade é um local considerado valioso para todo o mundo. Ele pertence a todos os povos, independentemente de onde esteja localizado.  Esses sítios culturais e naturais têm uma autêntica relevância para a humanidade. Com apenas 27 anos de idade, Brasília foi tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade e, quando comparada a outras que têm milhares de anos, esse é um enorme diferencial. Vanessa também ressaltou a importância desse trabalho para fortalecer o turismo cultural como fator de desenvolvimento das cidades. _“Precisamos trabalhar de forma articulada com políticas públicas integradas. Vamos buscar recursos, atrair investimentos, novos projetos e novas ações promocionais para que essas cidades possam crescer e trazer desenvolvimento para o nosso país como um todo”. Brasília irá fazer parte do Conselho pelos próximos quatro anos. Para o presidente da OCBPM, Mário Augusto Ribas do Nascimento, Brasília vem trabalhando fortemente o turismo e tem se apresentado com potencial para crescer e ganhar cada vez mais espaço. Para ele, a participação da capital federal no Conselho da Diretoria da organização só traz mais força: “Brasília é a capital federal! E nesse contexto exerce importância de influenciar outras cidades para trabalhar políticas públicas para esse setor. Ela está definitivamente e efetivamente integrada nesse processo de desenvolvimento de governo das cidades brasileiras de patrimônio mundial”, afirmou Mário. Marcos Antônio Azevedo Santana, diretor administrativo da organização e prefeito de São Cristóvão/SE, diz que um dos principais desafios é fazer com que o governo federal olhe com mais atenção para esses sítios. “Temos orgulho de termos sítios chancelados pela Unesco, mas eles também nos trazem encargos e uma responsabilidade adicional em mantê-los, o que nem sempre é possível para os pequenos municípios. É necessário que o governo federal disponibilize linhas de financiamento específicas para aplicação e manutenção desses sítios que estão sob nossa responsabilidade. ” Ele também destacou a importância do apoio da população e a necessidade de gerar pertencimento entre os próprios moradores locais. “É preciso trazer a população para o nosso lado. Fazer com que eles compreendam a importância desse título para a cidade e de como isso pode transformar a vida deles para melhor, seja contribuindo para geração de emprego e renda, seja para a inclusão social. Assim teremos por parte da população a exigência de cuidado e preservação desses monumentos.” Cooperação Estabelecer redes de cooperação entre governo, comunidade e iniciativa privada certamente irão contribuir de forma favorável para o fortalecimento da imagem e da promoção do destino turístico às ações de preservação, promoção e de integração dos sítios históricos com a cidade e com um processo de desenvolvimento local inclusivo   * Com informações Setur

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