Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos é regulamentada no DF
Foi publicada nesta semana, no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), a portaria nº 137 de 15 de abril de 2025, que institui a Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (RHAMB) no âmbito da Secretaria de Saúde (SES-DF). O objetivo da rede é desenvolver as competências e habilidades para a implementação e uso dos hortos agroflorestais como tecnologias sociais de cuidado e promoção da saúde. Além disso, a RHAMB também tem como proposta reforçar o uso dos hortos, como tecnologia social para o cuidado, ao promover o cultivo comunitário de plantas e outros organismos de interesse para a saúde por meio de práticas agroflorestais biodinâmicas. Com isso, espera-se promover a melhoria dos serviços de saúde e o bem-estar das comunidades atendidas. O objetivo da rede é desenvolver as competências e habilidades para a implementação e uso dos hortos agroflorestais como tecnologias sociais de cuidado e promoção da saúde | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF O gerente das práticas na SES, Marcos Trajano, reforça que as redes, além de serem terapêuticas, auxiliam em territórios vulneráveis pelas mudanças climáticas. "É uma inovação que fortalece o SUS {Sistema Único de Saúde} por meio de recursos terapêuticos das Práticas Integrativas em Saúde para atuar nos territórios, tendo em vista os atuais desafios do campo da saúde, que tem as mudanças climáticas como um problema amplo que repercute em todas as esferas da vida humana", reforça. [LEIA_TAMBEM]A portaria estabelece que instituições que abrigam os hortos fora da SES-DF também podem aderir à RHAMB, sem acarretar quaisquer responsabilidades financeiras para a secretaria. Mais de 30 unidades Atualmente, a RHAMB conta com 31 unidades nas sete regiões de saúde em funcionamento, sendo 28 em serviços públicos e mais três em apoio a iniciativas comunitárias. Em 2024, foram construídos 13 novos espaços; e outros três, neste ano. Os cursos de aperfeiçoamento, realizados anualmente desde 2023, capacitam cerca de 50 servidores a cada nova edição. Os Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (HAMB) são equipamentos públicos de saúde que atuam como dispositivos técnico-assistenciais com cultivos comunitários. Os hortos têm caráter educativo, terapêutico e de pesquisa, fomentando o vínculo dos serviços com a comunidade e entre as pessoas. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
Ler mais...
Hortos comunitários promovem bem-estar físico e mental nas unidades básicas de saúde do DF
Os pequenos terrenos que cercam algumas das unidades básicas de saúde (UBSs) do Distrito Federal são, para muitos, uma fonte viva de bem-estar físico e mental. Nas pequenas hortas, conhecidas também como hortos agroflorestais, a comunidade tem acesso a um espaço de cultivo tocado por voluntários que descrevem o local como um refúgio de cura e conexão. Os hortos agroflorestais que cercam algumas das UBSs do Distrito Federal ajudam a promover o bem-estar físico e mental da comunidade que trabalha voluntariamente neles | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília É o que aponta o aposentado Francisco Apolinário da Silva, um dos moradores de Ceilândia que, com 74 anos, cuida do cantinho da UBS 9 da cidade com dedicação e disposição, visíveis nas mãos que preparam a terra para o próximo plantio. “Eu chego, respiro um ar mais puro e tomo um banho de energia positiva. Essa é a parte que eu mais gosto no horto – quando eu entro ali, tenho um tempo comigo mesmo e parece que estou numa floresta. Antes eu tinha depressão. Hoje penso em coisas boas, tenho outra vida e uma vontade de viver cada dia mais. Me sinto mais entusiasmado e não pretendo parar por aqui”, relata. A Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (RHAMB) foi criada há sete anos, como parte das práticas integrativas em saúde da Secretaria de Saúde (SES-DF) e da Fiocruz Brasília, com foco no fortalecimento da atenção primária à saúde. O local funciona com base na agricultura biodinâmica, uma prática que aproxima o ser humano da natureza e estimula o cuidado com a saúde de maneira holística, unindo as áreas física, mental e emocional. Os hortos são voltados ao cultivo comunitário de plantas medicinais e alimentos, além de serem espaços terapêuticos para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “Antes eu tinha depressão. Hoje penso em coisas boas, tenho outra vida e uma vontade de viver cada dia mais. Me sinto mais entusiasmado e não pretendo parar por aqui”, conta o aposentado Francisco Apolinário da Silva, sobre o trabalho no horto O horto da UBS 9 de Ceilândia existe desde 2024 e já transformou a vida de outros moradores como seu Francisco, usuários que visitam semanalmente o espaço e afirmam ter superado a depressão por meio do contato com a terra e da convivência com a equipe e vizinhos. Esse é o caso da aposentada Marizete Lobo Batista, 68, que foi encaminhada à UBS para fazer atividades físicas após ter sido diagnosticada com depressão e pressão alta. Chegando a pesar mais de 100 kg antes de começar a trabalhar na horta, atualmente ela conta com a pressão estabilizada e o peso controlado, descrevendo o trabalho diário e voluntário no espaço verde como uma salvação para melhorar as condições de saúde. “Eu estava no fundo de um sofá, só sabia comer, dormir e assistir televisão. Procurei um posto de saúde porque minha pressão estava em 19 por 12, estava para ter um infarto. Hoje me sinto uma pessoa realizada, 99% da minha saúde foi recuperada aqui no horto. É um paraíso para mim. Gosto de mexer na terra, plantar, colher e pôr na mesa para quem está com fome, além de me tratar nesse processo. Reconheço muito tudo que fizeram por mim e vou passar o legado para minhas filhas, netas e bisnetas”, destaca. Para a aposentada Marizete Lobo Batista, o trabalho com a terra foi essencial para combater a depressão e a pressão alta: “Hoje me sinto uma pessoa realizada, 99% da minha saúde foi recuperada aqui no horto” Reconhecimento nacional Atualmente a SES-DF conta com 30 hortos em unidades de saúde, totalizando mais de 8 mil metros quadrados de área cultivada com o envolvimento direto de gestores, profissionais e usuários do SUS. Em 2024, a Rede de Hortos da pasta foi reconhecida como uma das três experiências nacionais mais bem-sucedidas na área de segurança alimentar e nutricional, reforçando o impacto dessa política pública na qualidade de vida das comunidades. À frente da UBS 9 de Ceilândia, a especialista em saúde pública Luana Caroline Souza afirma que os profissionais do projeto participam de um curso cuja proposta é montar uma agrofloresta, com plantas comestíveis e medicinais para serem utilizadas como matéria-prima para medicamentos. “É uma área de integração social, onde qualquer um pode participar. O pessoal 60+ tem mais participação do que de jovens e ocupa o tempo aqui. Tudo que produz fica para a comunidade, que usufrui das plantas para fazer chás de erva-cidreira, capim-santo, espinheira-santa e outras hortaliças”, observa. A farmacêutica reforça, ainda, que o sentimento de pertencimento e propósito aliado ao trabalho coletivo e ao contato com a natureza promove confiança, vínculos afetivos e saúde emocional. Para a dona de casa Helena Maria da Costa, 72, uma das partes mais importantes do projeto é a interação social, além da oportunidade de atuar em uma área verde ampla e rica. “Em casa, eu ia do sofá para a cama e da cama para o sofá. Cansei dessa vida e vim para cá, onde trabalho com gosto, satisfação e alegria. Aqui a gente mexe na terra e conversa tanto, que é uma interação boa demais. No dia que eu não venho, sinto falta. Somos uma dupla de três: eu, Marizete e Francisco”, brinca.
Ler mais...
HUB realiza terceira colheita no horto agroflorestal biodinâmico da unidade
Pacientes, servidores, gestores e membros da comunidade participaram, na manhã desta sexta-feira (28), da terceira colheita do horto agroflorestal medicinal biodinâmico (HAMB) do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Implementado em março deste ano, o espaço produz cerca de 70 variedades, entre plantas medicinais, nativas, aromáticas e comestíveis, de forma comunitária, solidária, segura, saudável e sustentável. Durante a colheita, os participantes também desfrutaram de um café da manhã preparado com alimentos cultivados ali, como milho, cana, tomates e chás. A iniciativa faz parte da Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (RHAMB), fruto da parceria entre a Secretaria de Saúde (SES-DF) e a Fundação Oswaldo Cruz Brasília (Fiocruz). O conceito envolve a recuperação de áreas ambientais degradadas por meio do cultivo de alimentos e plantas medicinais com base na agricultura biodinâmica e da antroposofia, relacionadas a uma visão de saúde ampla e integral. As mudas são trazidas pela comunidade e a manutenção do local fica a cargo da equipe de jardinagem | Fotos: Jhonatan Cantarelle/ Agência Saúde-DF “Nós temos uma horta orgânica que produz alimentos e também fitoterápicos. Sempre que tem uma nova colheita, convidamos as pessoas para participarem e conhecerem o projeto”, explica a superintendente do HUB, Elza Noronha. Nos intervalos entre uma produção e outra, ainda são realizadas atividades para promover a integração da comunidade. “Sempre na sexta-feira de manhã, as pessoas podem vir e fazer os tratos culturais. Nesses encontros, fazemos os movimentos de cuidado da horta. Embora tenhamos uma equipe específica para isso, abrimos a oportunidade para que todos coloquem a mão na terra, literalmente”, relata Noronha. As sementes e mudas foram introduzidas pela parceria entre a referência técnica distrital de plantas medicinais e fitoterapia da SES-DF e o Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS) da Fiocruz Brasília, que promoveu a manutenção do local juntamente com a equipe de jardinagem coordenada pelo setor de hotelaria hospitalar do HUB. O horto agroflorestal do HUB foi implementado em março e produz mais de 70 plantas medicinais e alimentícias de forma comunitária e sustentável “Para a implementação do horto, os profissionais passaram por uma capacitação organizada pela RHAMB. Durante o curso, eles aprenderam conceitos de agroecologia, sistemas agroflorestais e agricultura biodinâmica”, explica o médico Marcos Trajano, gerente de Práticas Integrativas em Saúde da SES-DF. “A formação teve uma parte teórica e outra prática. Nós limpamos o terreno, mexemos com a terra e adubamos. Quem trouxe as primeiras sementes foram os instrutores, mas hoje são os nossos próprios funcionários que renovam a produção”, relata a chefe do setor de hotelaria hospitalar do HUB, Maria da Conceição Portela. Benefícios O cultivo faz sucesso no hospital. “Nós abraçamos esse projeto com muito amor e carinho porque sabíamos que ele daria um retorno muito bom para nosso funcionário e para o paciente, em especial o da unidade de saúde mental”, comenta Maria da Conceição. Helenice Assis: “Poder vir aqui no período de internação e colher é uma oportunidade de conectar as pessoas com as origens” Para a terapeuta ocupacional e servidora da enfermaria da unidade de saúde mental do HUB, Helenice Assis, o contato com a terra é um dos principais benefícios. “A maioria das pessoas tem uma ligação com a terra, tem um quintal em casa, costuma plantar. Poder vir aqui no período de internação e colher é uma oportunidade de conectar as pessoas com as origens”, destaca. Sobre a RHAMB A Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (RHAMB) faz parte do escopo das Práticas Integrativas em Saúde (PIS) da SES-DF. Atualmente, no DF, existem 15 HAMBs distribuídos nas sete Regiões de Saúde. Todos os HAMBs receberam implantação de cultivos em regime biodinâmico, aproveitando recursos presentes no local, sem adubos sintéticos ou agrotóxicos. Além disso, os HAMBs agregam o conceito dos sistemas agroflorestais sucessionais, promovendo biodiversidade e sustentabilidade do processo ao longo do tempo e com participação comunitária, fortalecendo o vínculo com a comunidade. *Com informações da Secretaria de Saúde
Ler mais...
Hortos agroflorestais da Saúde são homenageados na CLDF
A Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (RHAMB) foi homenageada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na segunda-feira (17), em seminário promovido pela Comissão da Agenda 2030 Lago Norte. Na ocasião, foram reconhecidas as 28 iniciativas de múltiplos segmentos que atuam no Lago Norte com o compromisso de contribuir com o desenvolvimento sustentável do território. A RHAMB é uma iniciativa da Secretaria de Saúde do DF (SES) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília dedicada ao cultivo de plantas medicinais e plantas alimentícias não convencionais (Pancs) de forma comunitária e com base na agricultura biodinâmica, relacionada a uma visão de saúde ampla e integral. A Rede de Hortos Agroflorestais é dedicada ao cultivo de plantas medicinais e alimentícias de forma comunitária e com base na agricultura biodinâmica, relacionada a uma visão de saúde ampla e integral | Foto: Divulgação/SES-DF Inicialmente, o horto implementado na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Lago Norte era um espaço de 250 m² com entulhos e diversos resíduos sólidos descartados inapropriadamente. O local foi o primeiro dos 15 que compõem a rede estendida a partir de 2020 para as sete regiões de Saúde do DF. A rede está inserida no escopo das Práticas Integrativas em Saúde (PIS). O gerente das práticas na SES, Marcos Trajano, destaca a relevância da RHAMB para a ampliação das estratégias de promoção da saúde: “Hoje a gente já pensa esse processo de sustentabilidade, da preservação do meio ambiente, como uma agenda estratégica da Secretaria de Saúde do DF. Não dá para pensar que a terra é algo que está lá fora. Nós fazemos parte desse organismo. É preciso cuidar melhor de nós e uns dos outros”. Inicialmente, o horto implementado na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Lago Norte era um espaço de 250 m² com entulhos e diversos resíduos sólidos descartados inapropriadamente. O local foi o primeiro dos 15 que compõem a rede estendida a partir de 2020 para as sete regiões de Saúde do DF Objetivos do Desenvolvimento Sustentável O evento serviu também para o lançamento do Guia Agenda 2030 Lago Norte. A Agenda 2030 é elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e propõe um caminho a partir de 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas para a realização do desenvolvimento sustentável em todo o mundo até o ano de 2030. O Lago Norte é uma região de importância estratégica do ponto de vista ambiental no DF, integrando o corredor ecológico do Parque Nacional de Brasília. O local desempenha um papel crucial na manutenção e recuperação de recursos naturais. Nesse contexto, foi a primeira região administrativa do DF a ter uma comissão local da Agenda 2030. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES)
Ler mais...