Em reunião com o setor da construção civil, Ibaneis Rocha destaca avanços no DF e apresenta novo presidente do BRB
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, participou, nesta sexta-feira (12), da reunião conjunta de diretorias do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF) e da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), encontro que também marcou a apresentação do novo presidente do Banco de Brasília (BRB), Nelson Antônio de Souza. No auditório do sindicato, foram reunidos empresários, lideranças do setor produtivo e representantes do governo para discutir a construção civil no DF. Ações do GDF no desenvolvimento urbano da capital foram apresentadas pelo governador Ibaneis Rocha durante o encontro | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Em seu pronunciamento, o governador apresentou um panorama das principais ações adotadas pelo GDF para fortalecer o segmento e promover o desenvolvimento urbano da capital, além de introduzir o novo presidente do BRB. “Quando fui sabatinado nesse auditório, ainda na campanha em 2018, eu conhecia quase todos os gargalos que nós tínhamos aqui no Distrito Federal — a começar pela aprovação de projetos, que demorava em torno de três anos —, e fizemos um trabalho de modo que nós reduzimos muito esse prazo, dando mais tranquilidade às empresas”, afirmou o governador. “Vou chegar aqui a este sétimo ano, com a maioria desses problemas solucionados. Evoluímos ouvindo o setor produtivo e conseguimos aprovar o Ppcub [Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília] e o Pdot [Plano Diretor do Ordenamento Territorial], aguardados há quase 14 anos.” Regularização “Nós estamos trabalhando em todas as áreas, com a previsão de mais de 60 mil moradias de baixa renda nos próximos dois anos e grandes empreendimentos no Sudoeste, então nós vamos trabalhar com instrumentos que facilitem e façam com que a população tenha acesso a crédito da melhor forma possível” Governador Ibaneis Rocha Desde 2019, marcos regulatórios fundamentais foram revisados e aprovados, beneficiando o segmento. Um exemplo é o novo Pdot, que atualizou instrumentos de organização da cidade, como as áreas passíveis de regularização fundiária e locais de instalação de infraestrutura, garantindo segurança jurídica e qualidade de vida para milhares de famílias. As revisões da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) também foram importantes. A norma ajustou as regras urbanísticas à realidade atual das regiões administrativas, para estimular o desenvolvimento econômico local, ampliando atividades comerciais, de serviços e moradia em aproximadamente três mil lotes. Outro instrumento determinante foi o Ppcub. A nova lei organiza o conjunto urbanístico tombado em 12 territórios de preservação (TPs), subdivididos em unidades de preservação (UPs), com parâmetros específicos de uso, ocupação e controle urbanístico. Acesso a crédito Nelson Antônio de Souza, novo presidente do BRB, enfatizou o papel da construção civil: “Esse setor é importante para qualquer economia, e nós pretendemos continuar incentivando” O governador Ibaneis também ressaltou que o governo continuará a investir para que o setor continue a crescer e citou o BRB como parceiro estratégico e fundamental. “Nós estamos trabalhando em todas as áreas, da baixa renda até a alta renda, com a previsão de mais de 60 mil moradias de baixa renda nos próximos dois anos e grandes empreendimentos no Sudoeste, então nós vamos trabalhar com instrumentos que facilitem e façam com que a população tenha acesso a crédito da melhor forma possível”, declarou. “Nós queremos ter na nossa região uma participação maior do que a Caixa tem no Brasil, que é 70%. Para isso é preciso crescer” Nelson Antônio de Souza, presidente do BRB O novo presidente do BRB, Nelson Antônio de Souza, reforçou que o banco continuará atuando em parceria com a construção civil. “Esse setor é importante para qualquer economia, e nós pretendemos continuar incentivando”, disse. “Nós queremos ter na nossa região uma participação maior do que a Caixa [Econômica Federal] tem no Brasil, que é 70%. Para isso é preciso crescer”. O BRB é hoje uma das principais forças do país no crédito imobiliário, com R$ 4,25 bilhões concedidos e carteira de R$ 14,5 bilhões. A instituição financia tanto a produção dos empreendimentos para as construtoras quanto faz o financiamento direto para clientes para a aquisição de unidades. O banco é o quinto no ranking nacional do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o segundo entre instituições públicas, além de atuar em 24 estados — é líder no DF, com 61,6% do mercado. Em 2025, mais de 4,1 mil famílias conquistaram a casa própria por meio da instituição. Banco parceiro Tanto o presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Cleber Valadão Júnior, quanto o presidente da Ademi-DF, Celestino Fracon Júnior, ressaltaram a importância do BRB para a sobrevivência e desenvolvimento das empresas da capital. [LEIA_TAMBEM]“Desde 2019, quando o governador Ibaneis Rocha assumiu, o BRB cresceu muito e se uniu ao nosso setor, num crescimento que chegou ao ponto de que, hoje, o BRB é o principal player do mercado e o segundo em financiamento imobiliário aqui no DF; então, dá segurança e tranquilidade de que as coisas vão continuar sendo bem-feitas e de que o nosso mercado vai trabalhar em união com o BRB", avaliou o presidente do Sinduscon-DF. "O BRB é um parceiro estratégico do segmento. É importante para a sobrevivência das nossas empresas, que dependem fortemente de fundos numa quantidade maior. Nós precisamos de ter essa tranquilidade e fluxo que vinha sendo mantido na gestão do governador Ibaneis Rocha", complementou o presidente da Ademi-DF. Investimentos no setor Até o fim de 2026, a previsão é que o GDF atinja a marca de cerca de R$ 15 bilhões em obras públicas, contemplando projetos de mobilidade, infraestrutura, saúde, educação e urbanização desde 2019. No ano passado, o GDF aprovou a redução permanente do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) a partir de 2025, caindo para 1% na primeira transmissão de imóveis novos (na planta) e para 2% nos demais casos (imóveis usados), conforme a Lei nº 7.635/2024, visando a aquecer o mercado imobiliário, com destaque para oportunidades em leilões e financiamentos. Políticas públicas de apoio direto à população também beneficiaram o setor da construção civil. São exemplos o programa Cartão Material de Construção — que auxilia famílias em situação de vulnerabilidade a reformar ou fazer obras em suas casas —, além das ações de qualificação profissional, como o programa RenovaDF, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF), que já formou cerca de 30 mil alunos, e o programa Rejunte é com Elas, da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), que capacitou mulheres na área da construção, ampliando autonomia e oportunidades no setor.
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Com aulas e oportunidade de emprego, projeto amplia presença feminina na construção civil
A oportunidade de aprender e colocar os conhecimentos em prática em um curto espaço de tempo levou mais qualidade de vida e segurança para Alessandra Ribeiro, 45 anos. Por meio do curso Rejunte é com Elas, promovido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), ela se aprofundou na área da construção civil, um mercado praticamente restrito aos homens. A iniciativa é da Secretaria de Justiça (Sejus-DF) em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai-DF) e contempla 23 formandas que compõem o Programa Direito Delas. “Nós tivemos aulas teóricas, práticas de rejuntamento, assentamento de cerâmica e também nos foi dado uma visão panorâmica sobre a limpeza pós-obra. Tivemos também aulas sobre equipamentos e como elaborar um currículo. Foi um curso muito proveitoso”, conta Alessandra. Alessandra Ribeiro: “Agora eu tenho prática na área e não vou ter mais insegurança. Acho que estou pronta para desbravar o ramo da construção” | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Com duração de 40 horas de aulas, o curso serviu de pontapé profissional para Alessandra, que decidiu pela especialização após perder uma oportunidade de emprego na área. “Ano passado, eu havia me candidatado a uma vaga de rejunte, mas como não tinha experiência, acabei não sendo selecionada. Porém, fiquei com isso na cabeça, de que queria fazer o curso e entender sobre o assunto. Quando surgiu a oportunidade, fui lá, fiz a inscrição, e foi muito legal”, relembra. “Agora eu tenho prática na área e não vou ter mais insegurança. Acho que estou pronta para desbravar o ramo da construção”. Segundo a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, o objetivo do programa é oferecer às mulheres em situação de vulnerabilidade a possibilidade de conquistar a independência financeira, além de promover a equidade de gênero. “O Rejunte é com Elas fortalece a autonomia financeira das mulheres e amplia a participação das mulheres no mercado de trabalho. Promover a equidade de gênero passa por abrir oportunidades reais em todas as áreas e a construção civil também precisa dessa inclusão”, destaca. Especialização e emprego Azilene Lopes optou pela construção civil em busca de mais qualidade de vida Azilene Lopes, 45, trocou a área de atuação na saúde para se arriscar na construção civil, buscando mais qualidade de vida. “Os horários na área de enfermagem estavam atrapalhando minha rotina. Optei por mudar de profissão, e o curso me possibilitou adquirir experiência e ampliar meu currículo, para mais oportunidades de emprego”, conta a moradora do Itapoã, que também aproveitou os conhecimentos adquiridos para trabalhar na própria casa. “Aproveitei para fazer o de pedreiro de alvenaria pelo Senai, e isso foi importante para conseguir fiscalizar o serviço dos profissionais que estão construindo minha casa, além de me permitir também colocar a mão na massa”, comemora. Novas perspectivas “Quando vem uma oportunidade, você tem que encarar. Tem que dizer assim: ‘eu já peguei’”, aconselhou Maria Irene Alves, 57, que deu o exemplo para a filha e amigas ao se inscrever imediatamente na vaga de rejuntamento. “Assim que vi a possibilidade, mandei para todo mundo e me inscrevi. Na época, estava desempregada há mais de dois anos e o curso meu deu um novo horizonte”, relembra. Além de ajudar na vida financeira, o emprego também ativou motivação e alegria, tirando a profissional da depressão. “Eu passei uns momentos muito difíceis, e com a chance me senti com mais dignidade. Porque eu acho que com um emprego, as pessoas passam a olhar para você como alguém honesto, que quer trabalhar, que quer pegar no pesado”, conta, agradecida. “Essa oportunidade realmente mudou minha vida”.
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Mulheres do Paranoá são capacitadas para trabalhar em canteiros de obras
As mulheres têm conquistado espaço no setor da construção civil e estão cada vez mais presentes no canteiro de obras do Distrito Federal, literalmente “colocando a mão na massa”. Na última década, a participação feminina neste ambiente cresceu 52,3%, alcançando a marca atual de 17,1% do total de trabalhadores do setor, segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF). A Secretaria de Justiça e Cidadania do (Sejus-DF), em parceria com o Sinduscon e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DF), realizou o curso Rejunte é com Elas para as moradoras do Paranoá. Ao longo do curso, as participantes aprenderam sobre os tipos de rejuntes existentes e suas funções, além de receber dicas de como realizar o preparo e a aplicação desses materiais na obra. Nesta segunda-feira (11), elas receberam os certificados durante cerimônia no Núcleo Direito Delas do Paranoá. Na próxima quarta-feira (13) será a vez das alunas do Recanto das Emas. Ao longo do curso, as participantes aprenderam sobre os tipos de rejuntes existentes e suas funções, além de receber dicas de como realizar o preparo e a aplicação desses materiais na obra | Fotos: Jhonatan Vieira/Sejus Desempregada há um ano, Irene Alves, 58 anos, mãe de dois filhos, destacou a importância deste aprendizado na virada na vida profissional. “Neste período, enfrentei muita dificuldade. Mas, o curso me deu um horizonte e me tirou da depressão. Agora, sei que estou preparada e confiante para uma transformação na minha vida”, celebrou. Azilene Lopes: “Quando vi essa ação não pensei duas vezes e vi a minha grande chance de ter espaço em outra área de trabalho” Irene foi uma das participantes a concluir a primeira edição do curso de rejunte. Quem também comemorou a oportunidade de uma nova trajetória profissional foi a assistente de enfermagem Azilene Lopes, 45 anos. “Quando vi essa ação não pensei duas vezes e vi a minha grande chance de ter espaço em outra área de trabalho”, destacou. “O Rejunte é com Elas é mais uma ação da Sejus para incentivar o desenvolvimento econômico feminino e promover a equidade de gênero em todas as áreas de atuação”, destaca a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. Também, em parceria com o Sinduscon, Marcela tem visitado alguns canteiros de obras para conversar com trabalhadores civis sobre ações de prevenção e combate à violência contra mulheres. Marcela Passamani tem visitado canteiros de obras para conversar sobre o combate à violência contra a mulher Direito Delas O Rejunte é Com Elas é uma iniciativa dentro do programa Direito Delas, programa criado pela Sejus para atender mulheres em situação de violência e seus familiares, crianças e adolescentes de 7 a 14 anos vítimas de estupro e vítimas de crimes contra a pessoa idosa. O programa oferece atendimento social, psicológico e jurídico em dez núcleos: Plano Piloto, Ceilândia, Guará, Itapoã, Paranoá, São Sebastião, Planaltina, Recanto das Emas, Samambaia e Estrutural. Desde novembro de 2023, quando foi criado, o programa já amparou 1.258 vítimas diretas e indiretas de violência doméstica e familiar em 4.780 atendimentos. *Com informações da Sejus-DF
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