UBS 1 de Taguatinga apoia famílias de crianças do espectro autista
Cuidado integral de forma precoce. Esse é o lema do grupo TEAlogando da UBS 1 de Taguatinga, voltado para pais e cuidadores de crianças com diagnóstico ou hipótese de TEA (Transtorno do Espectro Autista). Idealizado por profissionais da UBS 1, o objetivo é iniciar a intervenção antecipada. O TEAlogando funciona quinzenalmente, às segundas-feiras, a partir das 14h, na UBS 1 de Taguatinga; grupo conta com uma médica de Saúde da Família e equipe e-Multi, formada por fonoaudióloga, nutricionista, assistente social, farmacêutica e fisioterapeuta | Fotos: Alexandre Álvares/Agência Saúde-DF “Buscamos dar apoio aos pais de crianças do espectro autista, fornecendo conhecimento e suporte para que a criança possa ser trabalhada precocemente”, explica a fonoaudióloga Suzy Mashuda. A intervenção precoce, com estimulação e terapias, auxilia no desenvolvimento dos pacientes. “Como atenção primária, fazemos o primeiro atendimento, com foco em prevenção”, pontua Mashuda. “Hoje consigo falar sobre o autismo sem chorar devido a ajuda do grupo, que me fez entender melhor sobre o assunto e os direitos do meu filho”, aponta Carolina Araújo, mãe de Pedro, 4 anos, diagnosticado autista há pouco tempo. A fonoaudióloga do grupo TEAlogando, Suzy Mashuda, explica o objetivo dos encontros: “Dar apoio aos pais de crianças no espectro autista, para fornecer conhecimento e suporte” Esta semana (29), o TEAlogando organizou uma tarde de beleza para as mães, que encerrou o ciclo de encontros do grupo neste semestre. Entre um penteado com tranças e maquiagem no rosto, Carolina agradece o auxílio do grupo. “A gente pensa muito nos filhos e acaba se esquecendo de nós, mães. A tarde de cuidados é maravilhosa”. Carolina Araújo, mãe de Pedro, 4 anos, diagnosticado autista há pouco tempo, aprovou a iniciativa da tarde de beleza. “A gente pensa muito nos filhos e acaba se esquecendo de nós, mães” O TEAlogando funciona quinzenalmente, às segundas-feiras, a partir das 14h, na UBS 1 de Taguatinga. São seis encontros, com temas diversos sobre o autismo. O grupo é formado por uma médica de Saúde da Família (ESF) e equipe e-Multi (fonoaudióloga, nutricionista, assistente social, farmacêutica e fisioterapeuta), que garantem acolhimento aos familiares e às crianças e fazem esclarecimento sobre o autismo. Em outubro, está previsto o início de outro ciclo de encontros com as mães. Apoio e informação A assistente social Liliane Moraes relata que muitas famílias procuram o TEAlogando sem saber sobre as garantias previstas em lei para os autistas. “Mães param de trabalhar para cuidar de seus filhos, por não terem apoio para se manter no mercado de trabalho. Muitas chegam aqui sem saber de seus direitos, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), garantido para pessoas com deficiência. Aqui, passamos todas essas orientações”, esclarece. Maitê Genova foi outra mãe que aproveitou a tarde de beleza. Mãe de Felipe Augusto, 5 anos, autista nível dois de suporte, ela diz que o grupo foi muito importante para entender o autismo. “Gostei muito das dicas de nutrição. Foi um pacote de informações muito importante que recebemos. Meu filho passava o dia todo abrindo a geladeira em busca de comida e isso mudou”, afirma. Após o diagnóstico do filho, Maitê chegou a engordar 12 quilos, e o grupo a ajudou com sua autoestima. A nutricionista do TEAlogando, Raquel Rabelo, explica como lidar com a seletividade alimentar presente no autismo, quando a criança apresenta desinteresse por certos alimentos. “Abordamos como tratar em casa, porque é onde a criança passa mais tempo”, aponta. A dica da profissional para melhorar a seletividade é envolver a criança no processo de compra e preparo dos alimentos. “É um processo lento e longo, mas trazemos o conforto para a mãe e o pai de que isso existe no espectro autista e que pode ser melhorado”, garante. *Com informações da SES
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Dia Mundial de Conscientização do Autismo: transtorno não impede vida social
Quebrar paradigmas e preconceitos que envolvem o Transtorno de Espectro Autista (TEA). Este é o objetivo do Dia Mundial da Conscientização do Autismo, lembrado nesta terça-feira (2). A condição é caracterizada por dificuldades na comunicação e na interação social e pela presença de padrões de comportamentos repetitivos. Contudo, se houver o apoio necessário, pessoas com TEA são capazes de ter plena participação nos espaços sociais. “O autismo é uma condição neurobiológica permanente. Alguns dos sinais mais clássicos incluem baixo contato visual, seletividade alimentar, agitação psicomotora e baixo contato físico” Bárbara Kimura, fonoaudióloga do CER II de Taguatinga Pesquisa finalizada em 2023 pela Rede de Monitoramento de Deficiências de Autismo e Desenvolvimento (ADDM) do Center for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos, aponta que o transtorno foi identificado em cerca de uma a cada 36 crianças. “O autismo é uma condição neurobiológica permanente. Alguns dos sinais mais clássicos incluem baixo contato visual, seletividade alimentar, agitação psicomotora e baixo contato físico”, explica a fonoaudióloga Bárbara Kimura, que atua no Centro Especializado em Reabilitação (CER) II de Taguatinga, da Secretaria de Saúde (SES-DF). No local, são realizados atendimentos interdisciplinares com diversos profissionais, como fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, assistente social, neurologista e neuropediatra. No Centro Especializado em Reabilitação (CER) II de Taguatinga, é realizado atendimento multidisciplinar com fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, assistente social, neurologista e neuropediatra | Fotos: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde-DF O intuito da assistência integral é trabalhar as dificuldades da pessoa com TEA, para que as crianças se desenvolvam e tenham ganhos na vida social. A psicologia, por exemplo, foca na melhoria do comportamento e na compreensão de conceitos. “Atuamos para que as pessoas com TEA sejam mais funcionais, capazes de socializar e interagir no meio a qual estão inseridas, estabelecendo diálogos”, detalha o psicólogo do CER II de Taguatinga, José Jorge Oliveira. Para Kimura, porém, é fundamental não se apegar a predeterminações sobre o transtorno, já que estas dependem de cada caso e nível de suporte. “Quando trabalhadas com terapias adequadas, atividades físicas e com uma rede de apoio, é possível, dentro das condições, ter ganhos tanto escolares quanto na vida social”, garante. Nos serviços de reabilitação, é traçado um plano terapêutico para cada paciente, de acordo com as necessidades do caso apresentado O último Censo Escolar da Educação Básica (2019), do Ministério da Saúde, aponta que o percentual de alunos de 4 a 17 anos com deficiência intelectual/mental incluídos em classe comum aumentou de 88,4% para 92,8%, de 2015 a 2019. Os sistemas ainda não detalham informações sobre o autismo em particular, porém dados indicam que há cerca de 5,5 mil estudantes diagnosticados com TEA, entre 0 e 20 anos, matriculados na Educação Especial da Rede de Ensino da capital federal. Avanços O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da SES-DF, tem trabalhado em diversas frentes para auxiliar o acesso ao cuidado assistencial, com devido acompanhamento e reabilitação das dificuldades decorrentes do TEA. Entre as ações realizadas, está a publicação da Linha de Cuidado da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (LCTEA) no DF, desenvolvida por um grupo de trabalho ampliado, composto por diversas unidades gerenciais e assistenciais. “O documento serve como um guia orientador voltado aos profissionais de saúde e à população, norteando todo o cuidado em saúde disponibilizado pela SES-DF”, afirma a coordenadora substituta da Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência, Aline Couto César. Em janeiro deste ano, teve início ainda a regulação, que garante o acesso e a prestação de serviços de forma transparente e ética, além de monitorar a oferta e a demanda dos serviços da rede pública. Atendimento A identificação precoce auxilia na obtenção de um melhor prognóstico, pois permite que medidas de intervenção adequadas sejam tomadas imediatamente pela equipe multiprofissional. Nos casos de suspeita de TEA, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada. Nelas, a pessoa passa por avaliação e, se identificado o transtorno, é encaminhada para as intervenções necessárias. Nos serviços de reabilitação é traçado um plano terapêutico para cada paciente, de acordo com as necessidades dos casos, tendo em vista o espectro de sinais e sintomas. Vale destacar que, independente do diagnóstico, fechado ou não, a criança que apresentar atraso ou desvio de normalidade deve ser direcionada aos serviços de educação ou estimulação precoce. *Com informações da SES-DF
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