Maior causa de falta ao trabalho, hérnia de disco tem tratamento nas UBSs
A hérnia de disco foi a principal causa de afastamento do trabalho no Brasil em 2023. Dados do Ministério da Previdência Social (MPS) apontam que 51,4 mil trabalhadores tiveram a incapacidade temporária declarada em decorrência do problema. A hérnia é uma lesão que ocorre com mais frequência na lombar e resulta em compressão das raízes nervosas da coluna. A consequência é desconforto e dores moderadas a intensas em várias partes do corpo, além das costas. Além disso, sintomas como formigamento e alterações na sensibilidade das coxas, pernas e pés também podem acontecer. A SES-DF possui uma rede de assistência com profissionais habilitados para tratar de pacientes que apresentam dores de coluna, como a hérnia de disco | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) conta com uma rede de assistência com profissionais habilitados para tratar de pacientes que apresentam dores de coluna, como as causadas pela hérnia de disco. Conheça os canais de acesso e as possibilidades de assistência. Porta de entrada O primeiro contato do usuário com os serviços assistenciais da SES-DF ocorre no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). Para isso, o cidadão precisa procurar a unidade básica de saúde (UBS) de sua referência, normalmente próxima a sua residência. Lá, o atendimento é realizado por uma Equipe de Saúde da Família (ESF), que fará as primeiras consultas. Clique aqui e procure a UBS mais próxima da sua casa. De acordo com a necessidade e as características da dor apresentada, o paciente pode ser encaminhado para avaliação de um fisioterapeuta que atua nas equipes multiprofissionais, conhecidas como eMulti, ainda no âmbito da UBS. Nas UBSs, os fisioterapeutas das equipes eMulti conduzem grupos de atividades para tratamento de dores crônicas nos pacientes | Foto: Divulgação/UBS 1 Águas Claras A fisioterapeuta Núbia Passos faz parte da equipe eMulti da UBS 1 de Águas Claras e esclarece o protocolo de atendimento. “Quando o paciente é encaminhado para a nossa avaliação, fazemos os testes, a avaliação física e damos as orientações”, explica. Caso seja constatado que o incômodo é crônico, ou seja, perdura por mais de três meses, o cidadão é inserido em algum grupo de atividades da eMulti. “Coordeno o grupo Manejo da Dor Crônica há 7 meses e temos tido resultados muitos positivos junto à população, com relato de melhora das dores e também retorno às atividades laborais e redução de uso de medicação”, destaca a especialista. Os encontros são realizados todas as terças-feiras, às 14h. Marilene Rodrigues, 46 anos, chegou ao grupo com uma lesão no joelho e três hérnias de disco na coluna. “Eu estava sentindo muita dor e me encaminharam para cá. Sou muito grata, porque a equipe conseguiu me ajudar. Participo do grupo duas vezes por semana e estou me sentindo ótima”, relata. ?Atenção Secundária [Numeralha titulo_grande=”60.180 ” texto=”Sessões feitas nos ambulatórios da SES-DF até novembro de 2023. Em média, são ofertadas 200 a 250 vagas por semana” esquerda_direita_centro=”direita”] Após a avaliação na UBS, o paciente poderá ser encaminhado aos ambulatórios de fisioterapia localizados em todas as Regiões de Saúde do DF. Eles correspondem à Atenção Secundária em Saúde e, por isso, o acesso é por meio da regulação. “O paciente é inserido no Sistema de Regulação e incluído na agenda do fisioterapeuta do ambulatório de saúde funcional da sua localidade. A prioridade são os pré e pós-operatórios, mas outras demandas também são atendidas de acordo com o documento”, afirma a referência técnica distrital (RTD) de fisioterapia da SES-DF, Raquel Andrade. Até novembro de 2023, foram realizadas 60.180 sessões nos ambulatórios da SES-DF. Em média, são ofertadas 200 a 250 vagas por semana. O número de atendimentos varia de acordo com as necessidades do paciente e duram cerca de 40 minutos. “Na fisioterapia, o uso de exercícios terapêuticos associado à terapia manual é o que mais tem apresentado resultados nos estudos científicos, mudando um pouco o que era feito antigamente com técnicas mais passivas e uso de aparelhos”, explica o fisioterapeuta do Ambulatório de Saúde Funcional de Sobradinho, Ricardo Pontes. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Segundo o profissional, também é realizado um trabalho de educação do paciente para que ele não olhe o diagnóstico e o exame de imagem como algo limitante. “Com isso, devemos iniciar o quanto antes a melhora da função do paciente, treinando as atividades do dia a dia e educando como deve ser seu comportamento ao longo do dia, para que ele possa viver sem medo de se movimentar e, se possível, introduzindo a atividade física em sua vida”, detalha Pontes. Cirurgia Segundo pesquisas, somente 5% dos casos de hérnia de disco precisam de procedimento cirúrgico. Na rede pública de saúde do DF, todos os casos de trauma de coluna são encaminhados para o Hospital da Região Leste (HRL), referência no tratamento ortopédico. Confira mais informações sobre a saúde do trabalhador. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
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Pacientes da UBS 1 de Águas Claras produzem repelentes naturais
Um projeto da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 de Águas Claras, conhecido como Terraterapia, promove a participação dos pacientes na produção e distribuição de difusores repelentes do mosquito transmissor da dengue. Durante a semana, os difusores foram distribuídos à população do Areal, com foco na entrega para as gestantes da região. O Terraterapia busca promover atividades de convivência para a população, buscando o bem-estar e atividades para a saúde mental. O projeto inclui uma horta, com plantações de hortaliças e fitoterápicos, que são distribuídos entre os integrantes do grupo. Um dos plantios realizados na UBS 1 foi o de capim citronela, que resultou na produção de difusores e aromatizadores de ar que atuam como repelentes naturais do mosquito Aedes aegypti. Os repelentes naturais foram entregues a algumas gestantes e usuários da UBS 02 de Águas Claras, localizada no Areal | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF De acordo com a gerente da UBS 1 de Águas Claras, Joanna Lima Costa, a iniciativa é muito importante e útil para a população mais vulnerável, pois a produção é realizada pelos pacientes e para os próprios usuários. “Nós realizamos a fabricação desses repelentes com a nossa equipe, composta por farmacêuticos, nutricionistas e assistente social. É um repelente natural de insetos e, desta maneira, é seguro, inclusive, para as gestantes”, ressalta. Na última semana, os repelentes naturais foram entregues a algumas gestantes e usuários da UBS 2 de Águas Claras, localizada no Areal. Sarah Martins, 22 anos, grávida de 34 semanas, elogiou a iniciativa, pois está receosa com o aumento dos casos de dengue no Distrito Federal. “Achei bem interessante, principalmente para nós, grávidas em reta final, que ficamos muito suscetíveis”, conta. Sarah Martins, gestante de 34 semanas, recebeu um dos difusores. Em sua residência, a mãe teve o diagnóstico positivo para dengue De acordo com a assistente social e uma das supervisoras do grupo Joyce de Oliveira, um dos pilares do Terraterapia é a promoção do protagonismo do usuário. “O paciente planta, colhe, prepara o difusor e leva para casa, se protegendo de doenças como a dengue”, explica. Agora, de acordo com a profissional, o próximo passo será a realização de oficinas para que os pacientes levem mudas e realizem a produção em casa. Francisca Bruna Moraes, 24 anos, gestante de 24 semanas, não conhecia o poder de atuação do capim citronela contra o mosquito da dengue. “Não conhecia o potencial da planta e passarei a usar a partir de agora”, relata. A oficina de Terraterapia é realizada na horta da UBS 1 de Águas Claras, todas às quintas-feiras, a partir das 9h. A atividade é aberta ao público. Nesta quinta-feira (1), será realizada mais uma produção de difusores. Preparo do difusor Francisca Bruna Moraes, gestante de 24 semanas, não conhecia o poder de atuação do capim citronela contra o mosquito da dengue [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] De acordo com a farmacêutica da UBS 1, Tatiana Borges, para realizar o preparo do difusor é preciso colher as folhas de capim citronela, de preferência pela manhã, antes das 9h, período em que o óleo essencial está mais concentrado. “Em seguida, cortamos as folhas em pequenos pedaços, de dois centímetros cada. As folhas precisam ser depositadas em um recipiente de vidro âmbar, de boca larga e tampa de plástico. Caso seja transparente, o vidro pode ser envolvido com papelão alumínio ou papel pardo”, orienta a profissional. Depois, é depositado o etanol de 70% INPM ou superior até cobrir todas as folhas. A mistura precisa ficar armazenada por sete dias, em um processo chamado maceração. Diariamente, é necessário agitar o recipiente, para que as partículas se movimentem. Após os sete dias, a mistura precisa ser filtrada e envasada para, então, estar pronta para o uso. Mais detalhes sobre o preparo aqui. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
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II Seminário Distrital de Promoção da Saúde apresenta boas práticas
A retomada de ações em saúde após o período mais grave da pandemia da covid-19 foi destaque no II Seminário Distrital de Promoção da Saúde, realizado na quarta-feira (5). Promovido pela Secretaria de Saúde (SES-DF), em parceria com a Escola de Aperfeiçoamento do SUS (EapSUS) e a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), o evento faz alusão ao Dia Mundial da Saúde, que é celebrado nesta sexta-feira, 7 de abril, e tem como tema este ano Saúde para Todos. Durante o seminário, quatro práticas exitosas do DF foram apresentadas para partilhar boas experiências entre as diferentes Regiões de Saúde. Os exemplos foram desde ações sociais para a população a cuidados com os próprios profissionais. Representando a secretária de Saúde, o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-DF, Divino Valero, pontuou que o mundo e a saúde estão em transformação e que é fundamental pensar as políticas públicas. “Temos excelentes profissionais e queremos ser âncora permanente das discussões e propostas”, frisou. O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES, Divino Valero Martins, representou a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, no evento | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde Na abertura do evento, a diretora-executiva da Fepecs, Inocência Rocha, ressaltou a importância de compartilhar experiências na rede. “Quando a gente vivencia e está próximo [da população], é que vemos a importância dessas ações para a promoção de saúde”, avaliou. Diretora substituta da EapSUS, Ana Paula Costa acolheu todos os participantes, reforçando a escuta qualificada e a troca. O diretor do Departamento de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Andrey Lemos, participou do encontro e abordou as particularidades da gestão no DF. “É uma unidade federativa que tem o desafio de conseguir ampliar o diálogo com as regiões administrativas, considerando suas diferenças locais, que são culturais e econômicas”, ponderou. Experiências de sucesso Nos dois turnos, foi reservado espaço para apresentação de experiências exitosas no âmbito da atuação da SES-DF. Ao todo, 26 propostas foram encaminhadas, classificadas e as quatro primeiras colocadas foram selecionadas para exposição no palco do seminário. Um dos projetos é o Geração de Renda e Promoção da Saúde, construção de laços de afeto e estratégias de renda, da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Itapoã, que surgiu em 2021 e está na sexta turma. Vendo que muitas pacientes passam por situações de vulnerabilidade, a equipe iniciou o trabalho, que, além de produção de artesanatos para gerar renda, também promove debates sobre educação em saúde e formação cidadã. “Convidamos profissionais para compartilhar conhecimento em busca de uma atenção integral e continuada”, explicou a assistente social Giane Ribeiro, que apresentou a iniciativa no seminário. Entre essas ações, estão palestras sobre câncer de mama e atendimento de saúde bucal. Participando do projeto, Lucilene Gomes, 55 anos, recebeu o convite de uma amiga porque estava com depressão. “A gente conversa, aprende, recebe apoio e vê que não somos só nós passando por um problema”, relatou. Agente comunitária de saúde na UBS 1, Tereza Cristina das Mercês assumiu o papel de professora: “No início, muitas querem desistir. Mas insistimos, incentivamos, e o resultado é incrível”. A agente comunitária de saúde Teresa Cristina das Mercês, da UBS 1 do Itapoã, falou sobre o projeto ‘Geração de Renda e Promoção da Saúde, construção de laços de afeto e estratégias de renda’ | Foto: Tony Winston/Agência Saúde Já a equipe da UBS 1 de Águas Claras compartilhou a iniciativa Horta Comunitária Terraterapia. A nutricionista Jesuana Oliveira explicou que toda a produção é utilizada no próprio grupo. “Além da convivência, também promovemos educação em saúde com oficinas”, contou no seminário. A horta – que fica ao lado da unidade de saúde – inclui hortaliças e fitoterápicos. Para tornar a ideia possível, a equipe de saúde firmou parcerias com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), que fornece insumos e equipamentos, com a faculdade Unicesp e residentes. A melhoria da saúde mental dos participantes é o principal ponto. O Grupo Ipê – Caminhando pela Vida utiliza caminhadas em torno da UBS 4 do Recanto das Emas como estratégia de promoção da saúde. O grupo, cujos encontros são abertos à comunidade e ocorrem duas vezes por semana, conta com mais de 130 inscritos. A prática regular de atividade física aliada à recuperação de laços sociais e à ocupação da cidade de forma saudável são resultados que repercutem no trabalho psíquico após o cenário pandêmico. “Essa prática serve para repensarmos o espaço terapêutico para além da clínica, da sala fechada. Durante a caminhada, as pessoas conversam entre si e têm acesso aos profissionais. Lembro de uma paciente que ao final agradeceu por termos ajudado, sem sequer ter recebido atendimento compartilhado ou individual. A partir disso, verifiquei que uma prática coletiva como essa possui muito mais impacto do que é possível imaginar”, declarou Gabriel Baliza, residente de psicologia participante do grupo. A Gerência de Serviços da Atenção Primária 4 de Planaltina-DF (GSAP 4-PLA) promove ações de promoção da saúde para os profissionais que compõem as equipes de Saúde da Família (eSF) que a integram. A partir da identificação do adoecimento e do sofrimento psíquico oriundos da sobrecarga de trabalho durante a pandemia da covid-19, foi elaborado o projeto Reset, cujo intuito é restabelecer a saúde do trabalhador e instaurar ações contínuas de promoção da saúde. “Com essas nossas ações e eventos, buscamos também trabalhar a educação em saúde. Conseguimos observar o reflexo disso dentro do acolhimento, dentro da estratificação de risco, e no desempenho dos servidores da unidade”, confirmou Verônica Tolentino, enfermeira da GSAP 4-PLA. A iniciativa, que já contou com duas edições e a participação de 70 profissionais, revela a importância de tratar da saúde do trabalhador. “A promoção da saúde começa primeiro conosco [os profissionais]. Para a aplicarmos em nossa prática, precisamos primeiro acreditar e praticá-la. Só a partir do momento em que conseguimos inseri-la em nosso dia a dia é que somos capazes de levá-la também aos outros. A promoção vem para cuidar também de quem cuida”, ressaltou o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano Martins. O diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano Martins, diz: “A promoção da saúde começa primeiro conosco [os profissionais]. Para a aplicarmos em nossa prática, precisamos primeiro acreditar e praticá-la. Só a partir do momento em que conseguimos inseri-la em nosso dia a dia é que somos capazes de levá-la também aos outros” | Foto: Tony Winston/Agência Saúde Palestras Pela manhã, a professora do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB) Dais Rocha apresentou a palestra Potencialidades e Desafios para o Monitoramento e Avaliação da Promoção da Saúde no Distrito Federal. Ela recapitulou sobre a primeira edição do seminário, que ocorreu em 2018, e orientou os profissionais da área a investirem em intercâmbio das melhores práticas entre as regiões e registrar tudo o que for promovido. “Vivemos o desafio de muita gente fazendo ações de promoção à saúde e não há registros. Isso é importante para o financiamento”, alertou. Durante a tarde, as ações estratégicas de promoção da saúde desenvolvidas pela SES-DF foram apresentadas pelo Comitê Central de Promoção da Saúde. Atuante desde 2011, sua função primordial é apoiar a implementação das estratégias no DF. Trata-se de um grupo intersetorial, formado por membros da Subsecretarias de Vigilância à Saúde (SVS) e da Subsecretaria de Atenção Integral à Saúde (SAIS), de caráter consultivo. Kelva Aquino, representante do comitê distrital | Foto: Tony Winston/Agência Saúde Com o forte trabalho desenvolvido durante a pandemia da covid-19 (com a maioria das 55 ações intersetoriais pactuadas executadas), o comitê possui como desafio principal a retomada do protagonismo pelas iniciativas de promoção da saúde. “Estamos ainda em um processo pós-covid. Temos que priorizar as atividades coletivas, fortalecer os nossos programas estratégicos junto à população. Precisamos fazer com que se perceba que a promoção da saúde é importante, com políticas públicas articuladas e integradas no território. É preciso ter uma comunidade empoderada para a promoção e defesa da saúde e da vida”, defendeu Kelva Aquino, representante do comitê distrital. *Com informações da Secretaria de Saúde
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