Lobo-guará fêmea resgatada na Ponte Alta do Gama recebe tratamento dentário no Hfaus
A lobo-guará fêmea resgatada na Ponta Alta do Gama, neste domingo (28), recebeu tratamento dentário no Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre do Distrito Federal (Hfaus). Os procedimentos foram feitos nesta terça-feira (30) por uma equipe de dentistas veterinários com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do animal, encontrado em uma via sem saída pela Rádio Patrulha Ambiental (RPA) da Polícia Militar (PMDF). Segundo o presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer, o bicho chegou ao equipamento público sem ferimentos e passou por uma avaliação clínica criteriosa, que indicou a necessidade do tratamento dentário. “Apesar dele estar super bem, descobriram o problema nos dentes e vamos tratá-lo para tirar todas as cáries e, assim que estiver pronto, devolvê-lo à natureza”, explicou. Animal recebeu cuidados e tratamento dentário por equipe do Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre do Distrito Federal (Hfaus) | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília Os exames indicaram a presença de dentes desgastados e fraturados, além de processo infeccioso, que exigiram intervenções periodontais, como limpeza e raspagem, e extração. “Tratamos as estruturas e suportes do dente visando dar saúde, qualidade de vida e longevidade para a paciente”, salientou o dentista veterinário Floriano Pinheiro. O especialista esclareceu que a arcada dentária é essencial para a sobrevivência da espécie, considerada símbolo do bioma nativo da capital federal, o Cerrado. “Na vida livre, os animais utilizam os dentes com outras funções que não apenas mastigar alimentos, como ferramentas para se defender, triturar e matar. São várias funções que exigem de maneira intensa os dentes”, explicou Pinheiro. Após a consulta, a fêmea de lobo-guará recebeu medicação pós-cirúrgica, como antiinflamatórios, analgésicos e antibióticos, e seguiu para observação. Assim que estiver completamente recuperada e apta a se alimentar sozinha, será encaminhada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, onde passará por nova avaliação antes da reintrodução à natureza. “Apesar dele estar super bem, descobriram o problema nos dentes e vamos tratá-lo para tirar todas as cáries e, assim que estiver pronto, devolvê-lo à natureza”, destacou Rôney Nemer, presidente do Brasília Ambiental Para o coordenador do Hfaus, Thiago Marques, o atendimento reforça o compromisso do DF com a reabilitação da fauna silvestre. “Durante o período de seca ficamos mais atentos e redobramos a nossa atividade porque aumenta o número de resgates. Nossa intenção é recuperar esses animais da melhor forma possível, para que possam voltar saudáveis e preparados para a natureza”, destacou. Equipamento pioneiro O Hospital e Centro de Reabilitação de Fauna Silvestre, vinculado ao Instituto Brasília Ambiental e gerido pela Sociedade Paulista de Medicina Veterinária (SPMV), é o primeiro do país a oferecer um atendimento integrado com objetivo de devolver os bichos à natureza após o tratamento. A equipe multidisciplinar, formada por veterinários, biólogos e outros profissionais, cuida da saúde física, nutricional, comportamental e psicológica dos animais com foco na reabilitação. De acordo com o presidente do Ibram, o equipamento público, que atualmente fica em Taguatinga, será transferido para uma instalação com maior espaço disponível em breve, possibilitando a ampliação dos atendimentos. “(Será uma área) em que a gente poderá ter não só o cuidado, com tratamento dentário ou de uma pata quebrada, mas também adaptabilidade do animal com o meio ambiente. Um espaço muito mais amplo em que a gente poderá receber o animal, tratá-lo e depois ter o tempo de adaptação”, adiantou. O Hfaus recebe animais resgatados por orgãos ambientais que chegam vítimas de atropelamentos, queimadas e outros acidentes Desde a inauguração, em março de 2024, até esta semana, o Hfaus recebeu 3.410 aves, mamíferos e répteis. Com funcionamento 24 horas, o local recebe animais resgatados por órgãos ambientais, como a Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal (BPMA), que chegam vítimas de atropelamentos, queimadas, tráfico e outros acidentes. A estrutura do Hfaus foi pensada para respeitar o comportamento natural das espécies, com divisão de grupos (mamíferos, répteis e aves) e alas que evitam o estresse causado pela proximidade entre presas e predadores. Em caso de avistamento ou resgate de animal silvestre, a orientação é nunca intervir diretamente. O ideal é acionar os órgãos ambientais pelo 190 (BPMA) ou 193 do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF).
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Filhote de onça resgatado em Formosa recebe primeiros cuidados no DF
O filhote de onça resgatado pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) em uma casa localizada na área rural de Formosa (GO) está recebendo os primeiros cuidados no Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre (Hfaus), primeiro hospital público voltado ao acolhimentos de animais silvestres e administrado pelo Instituto Brasília Ambiental. O filhote fêmea de onça recebe cuidados no Hfaus, onde se restabelece para uma possível reintrodução em seu habitat natural | Foto: Divulgação/Brasília Ambiental O animal, uma fêmea, foi capturado na segunda-feira (1º), mesmo dia em que deu entrada no Hfaus. No local, o felino está sendo submetido a exames de rotina, como de sangue e imagem, além de estar seguindo uma dieta especial para ganho de peso. A onça chegou ao hospital pesando 2,8 kg, considerado abaixo da média para o animal, que tem entre 2 e 3 meses de idade. Uma nova pesagem realizada nesta quarta-feira (3) revelou que o filhote já está reagindo à dieta hipercalórica, que conta com leite e comida sólida, e está pesando 3,4 kg. A expectativa é que o peso chegue aos 4 kg ainda nesta semana. Mesmo com as boas notícias, ainda não há previsão de alta. O mamífero deve ficar no Hfaus até se recuperar completamente. Depois, seguirá para o Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde será avaliado para ser reintroduzido em seu habitat natural. No hospital, o felino está sendo submetido a exames de rotina, como de sangue e imagem, além de estar seguindo uma dieta especial para ganho de peso O biólogo supervisor do Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre, Thiago Marques, ressalta que o trabalho de reintrodução à natureza requer bastante cuidado e estudo. Isso porque, em alguns casos, certos animais não conseguem retomar comportamentos selvagens e, portanto, não conseguiriam se readaptar. “Quando a gente fala da recuperação de animais selvagens, não é apenas o animal que precisa ser avaliado. O ambiente ao qual ele será reintroduzido também precisa ser estudado previamente para não ocasionar em problemas futuros. O local precisa ser adequado”, explica. Hospital de Fauna Silvestre Em funcionamento desde fevereiro deste ano, o Hfaus, inaugurado por este Governo do Distrito Federal (GDF), já realizou 398 atendimentos de primeiros socorros e monitoramento de animais resgatados. A unidade faz a recepção, triagem, transporte, atendimento veterinário, acondicionamento, reabilitação e apoio à destinação da fauna silvestre. O espaço atende exclusivamente órgãos públicos que realizam, no DF, o trabalho de fiscalização e captura de animais silvestres em situação de risco ou encontrados fora do seu habitat natural, como a Superintendência de Fiscalização, Auditoria e Monitoramento (Sufam) do Instituto Brasília Ambiental; do Batalhão da Polícia Ambiental (BPMA); da Delegacia de Meio Ambiente (Dema/PCDF); e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Aqui no Hfaus a gente se concentra em fazer o monitoramento de comportamento. É um verdadeiro centro de reabilitação”, relata Thiago Marques.
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