Tétano: Vacina é a principal forma de prevenção
Espasmos musculares no rosto, pescoço, maxilar e abdômen, insuficiência respiratória, febre e dores pelo corpo. Esses foram os sintomas que levaram o pedreiro José Carlos Lopes, 59, a buscar auxílio médico. Em 2022, ele foi diagnosticado com tétano acidental após ferir a perna em um pedaço de metal solto no portão de casa. “Pelo protocolo, se no intervalo de dez anos a pessoa se machucar com alguma coisa considerada de risco e tiver se vacinado há mais de cinco anos e menos de dez, antecipamos. O tétano é uma bactéria que existe no ambiente e não há como erradicar. Então, qualquer pessoa está suscetível. A vacinação em dia pode fazer a diferença” Tereza Luiza Pereira, gerente da Rede de Frio Central “Depois de dez dias, senti meu corpo todo travado, tinha falta de ar, muitas dores. Isso ocorreu porque minha vacina estava vencida. Fiquei oito dias internado no Hospital Regional de Ceilândia [HRC] recebendo tratamento. Graças a Deus, não sinto mais nada. O atendimento foi muito bom”, conta o morador do Paranoá. “Hoje conscientizo meus colegas também, já levei a turma toda ao posto para vacinar. O certo é prevenir.” A doença infecciosa grave, não transmissível, é causada pela bactéria Clostridium tetani. A contaminação ocorre quando esporos da bactéria penetram na pele e/ou mucosas por meio de ferimentos de qualquer tipo. Além de objetos metálicos contaminados, o indivíduo pode contrair a enfermidade ao entrar em contato com fezes de animais, água suja, solo contaminado, entre outros. O melhor caminho para evitar o contágio é por meio da vacinação, disponível na rede da Secretaria de Saúde (SES-DF) | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Caso a pessoa se machuque ou tenha sido exposta a algum fator de risco, é essencial a limpeza da ferida com água e sabão. Ao perceber sinais, deve-se procurar imediatamente uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e o tratamento adequados. Entre os sintomas típicos, estão contrações musculares rítmicas, intermitentes e incontroláveis. Elas têm início, geralmente, em pequenos músculos, como no tórax, podendo evoluir de forma generalizada. Diagnóstico e tratamento A responsável técnica pela Vigilância Epidemiológica do Tétano na SES-DF, Joana Castro, destaca a alta taxa de letalidade da enfermidade. A cada dez indivíduos que contraem a doença, três evoluem para óbito. “Essa bactéria sobrevive por anos no ambiente”, diz. “Portanto, se um trabalhador da construção civil, por exemplo, que não está usando o equipamento de proteção individual [EPI] mexe em material de construção, pode ser contaminado se apresentar o mínimo machucado na mão ou se ferir no momento”. O diagnóstico de tétano é feito clinicamente, de acordo com os sintomas apresentados pelo paciente. O tratamento é baseado em uso de soro antitetânico (SAT) ou imunoglobulina antitetânica (IGHAT), além de antibióticos, sedativos e relaxantes musculares. Prevenção O melhor caminho para evitar o contágio é por meio da vacinação, disponível na rede da Secretaria de Saúde (SES-DF). O calendário de rotina do DF preconiza a administração da vacina aos 2, 4 e 6 meses de idade, com a dose pentavalente (DTP + Hepatite B + HIB). Recomenda-se o reforço com a tríplice bacteriana (DTP) aos 15 meses e 4 anos de idade. A partir daí, outro reforço deve ser feito a cada dez anos. Vale destacar ainda que toda pessoa grávida deve tomar a vacina dTpa a cada gestação. A gerente da Rede de Frio Central da SES-DF, Tereza Luiza Pereira, acrescenta que, em alguns casos, o reforço da vacina pode ser antecipado. “Pelo protocolo, se no intervalo de dez anos a pessoa se machucar com alguma coisa considerada de risco e tiver se vacinado há mais de cinco anos e menos de dez, antecipamos”, ressalta. “O tétano é uma bactéria que existe no ambiente, e não há como erradicar. Então, qualquer pessoa está suscetível. A vacinação em dia pode fazer a diferença”. *Com informações da SES-DF
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Pesquisa investiga resistência da hanseníase ao tratamento
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Chuvas acendem alerta para riscos de contaminação por leptospirose
O grande volume de chuvas deste início de ano não provoca apenas apreensão quanto a alagamentos e enxurradas, mas também acende o alerta para o aumento dos riscos de transmissão de doenças como a leptospirose. Isso porque a combinação entre aumento das precipitações e de áreas inundadas oferece um cenário propício para a propagação da bactéria leptospira, que é vetor da enfermidade. Arte: Divulgação/Agência Saúde “A leptospira é uma bactéria que precisa da umidade para sobreviver; então, nesses períodos chuvosos, é normal termos aumento da transmissão e, consequentemente, de infecções”, detalha o veterinário Frederico Tôrres Braz, da Secretaria de Saúde (SES-DF). Em 2023, o Distrito Federal notificou 111 casos suspeitos de leptospirose, dos quais nove se confirmaram como infecções causadas pela bactéria leptospira. Do total de conformações, uma resultou em óbito. Neste ano, a pasta registrou duas infecções suspeitas, e ambas estão sob investigação. O contágio Segundo o veterinário, boa parte das infecções decorre do contato humano com a urina de animais contaminados e em pontos de alagamento. “Geralmente, os grandes vetores da doença são roedores, que frequentam áreas urbanas, especialmente as redes de esgoto e de drenagem”, aponta Frederico. “Esses animais contaminam, através da urina, poças de água da chuva e áreas alagadas. É muito comum vermos pessoas infectadas após contato com enxurradas e alagamentos”. Roedores são os maiores transmissores de doenças; em contato com a água, sua urina provoca várias infecções | Foto: Divulgação/SES-DF “Orientamos que a população evite ter contato com poças próximas a áreas de descarte de lixo, onde há foco de roedores, e que acondicione o lixo de maneira correta para evitar que esses animais sejam atraídos por restos de alimentos”, recomenda Braz. “Quem precisa manejar áreas possivelmente contaminadas deve usar luvas e botas de borracha, e o mesmo vale para quem trabalha com manuseio de redes de esgoto”, prossegue o veterinário. “Esses aparatos são impermeáveis e blindam a pessoa de ter contato com a água infectada. Quem mora em residência também deve ter atenção redobrada com as caixas de gordura e esgoto, e mantê-las bem-vedadas é imprescindível.” Sintomas Os principais sintomas da leptospirose são febre, dores de cabeça e no corpo, principalmente na região lombar e nas panturrilhas. Pessoas infectadas com a bactéria também podem sofrer alterações respiratórias e urinárias, sangramentos, hipotensão, alterações do nível de consciência, vômitos frequentes, arritmias cardíacas e icterícia. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Em caso de suspeita de infecção, é recomendado procurar atendimento na unidade básica de saúde (UBS) mais próxima de sua residência. É imprescindível que, no ato da consulta, o paciente descreva de maneira detalhada os sintomas e a atividade que possivelmente o levou até a unidade médica. A SES-DF faz inspeções rotineiras em áreas com grande acúmulo de focos de roedores, bem como promove ações de conscientização sobre os riscos da leptospirose. A população também pode denunciar um eventual foco de vetores da doença na ouvidoria, pelo telefone 162.
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Lacen oferece curso sobre meningite a mais de 100 profissionais
Médicos, profissionais de laboratório e da Vigilância Epidemiológica participaram, durante dois dias, de um curso teórico-prático de atualização em meningite bacteriana, promovido pelo Núcleo de Bacteriologia do Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen). A instrução, encerrada nesta quarta-feira (7), teve o objetivo de atualizar os profissionais de saúde do DF envolvidos no diagnóstico das meningites, no que tange à clínica e à epidemiologia – e ao uso de diferentes técnicas de diagnóstico laboratorial. E ainda capacitou os profissionais de laboratório em Bacterioscopia de Líquor. “Pretendemos realizar esse curso com uma frequência maior. Acredito na educação continuada para o alcance da excelência”, enfatizou a chefe do Núcleo de Bacteriologia do Lacen, Glaura Lima. A meningite de origem infecciosa é um grave problema de saúde pública e pode ser causada por diferentes agentes etiológicos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas. No caso da bacteriana, devido à alta letalidade e potencial de transmissão, patogenicidade e por ser uma doença de notificação compulsória imediata, os profissionais envolvidos com esse agravo devem estar aptos para uma resposta rápida e eficaz. * Com informações da Secretaria de Saúde/DF
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