Alunos de Taguatinga são premiados em concurso de redação sobre fair play
A 5ª edição do concurso de redação da Coordenação Regional de Ensino (CRE) de Taguatinga chegou ao fim na última semana com a cerimônia de premiação, realizada no auditório do Centro Cultural do Sesi de Taguatinga Norte, na quinta-feira (29). Lotado de alunos, pais e professores, o auditório do Sesi se transformou em palco para receber os estudantes que se destacaram na produção de conteúdos artísticos sobre o tema “No esporte, na escola e na vida: o fair play como princípio!” A premiação do 5º concurso de redação da CRE de Taguatinga teve clima de festa e foi inclusiva | Fotos: Victor Bandeira/Ascom SEEDF O evento foi marcado pela inclusão. Na cerimônia, além do tradutor de libras presente no palco, em alguns momentos a plateia foi orientada a não bater palmas, mas apenas chacoalhar as mãos no ar, para acolher e incluir os alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e deficiência auditiva. Em 2024, 298 trabalhos foram inscritos, dos quais 40 foram selecionados como finalistas nas oito categorias: relato de práticas, cartaz, pintura, fábula ilustrada, biografia, história em quadrinhos, poema e texto dissertativo-argumentativo. As redações foram corrigidas por professores da Universidade de Brasília (UnB). Heitor de Lima Leite, 14 anos, é aluno do 9º ano do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 19 e ficou em 3º lugar na categoria poema. O estudante é usuário de cadeira de rodas devido a uma miopatia, doença que afeta os tecidos musculares. Essa foi a primeira vez que participou do concurso, que tomou conhecimento por meio de um professor que o incentivou a participar e o ajudou a pesquisar sobre o tema. “Eu pesquisei alguns casos de fair play e vi mais nas Olimpíadas. Teve um caso da Olimpíada de Pequim, em 2008”, disse. O estudante da EC 18 Otávio da Silveira Mapeli escreveu uma biografia sobre o professor de educação física Fernanda de Campos O coordenador da Regional de Ensino de Taguatinga, Murilo Marconi Rodrigues, ressaltou que, dentro do esporte, o fair play tem um papel importante na construção do caráter e na educação moral dos indivíduos. Ensina valores importantes, como tolerância, empatia e autocontrole, que são fundamentais tanto no esporte quanto na vida. “Falar de esporte é algo que me alegra muito, pois o esporte sempre fez parte da minha vida e acredito que, a partir das práticas esportivas, muitas vidas podem ser transformadas. A vida nos oferece momentos diferenciados e precisamos fazer desses momentos algo único”, ressaltou. Inspiração Otávio da Silveira Mapeli, aluno da Escola Classe 18, foi premiado como melhor redação na categoria de biografias. O estudante escolheu escrever sobre seu professor de educação física Fernando de Campos de Azevedo e quando leu sua redação no palco emocionou todos os presentes. “Foi bem legal. Eu comecei meio desorganizado, tudo fora do lugar, mas aí foi começando a encaixar tudo, organizando tudo. A escolha foi porque ele foi um ótimo exemplo de fair play. Para mim, ele é uma história de superação e é muito legal”, justificou o estudante. Os vencedores, além de terem recebido medalhas e troféus, entre outros prêmios, agora são coautores do livro com a coletânea dos trabalhos finalistas. O livro, contendo as melhores redações, foi disponibilizado logo na entrada. A obra será interativa e reunirá os cinco trabalhos finalistas de cada categoria, sendo composta por duas partes. A primeira metade será destinada aos estudantes, com diversas atividades a serem realizadas. Já a segunda parte servirá como orientação aos servidores da Educação, com informações sobre a realização do concurso. Confira os primeiros colocados – Relato de Práticas para os Profissionais da Educação Vencedor: Josimar Coutinho Bonfim Escola Classe 02 de Vicente Pires – Cartaz para Ensino Especial Vencedor: João Miguel de Oliveira Aquino Escola Classe 02 de Vicente Pires – Pintura para estudantes da Educação Infantil Vencedora: Isadora Sousa Silva Centro de Ensino Infantil 02 de Taguatinga – Fábula ilustrada para os 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental Vencedor: Ícaro Cairo Ramos de Oliveira Escola Classe 26 de setembro – Biografia para os 4º e 5º anos do Ensino Fundamental Vencedor: Otávio da Silveira Mapeli Escola Classe 18 de Taguatinga – História em quadrinhos para os 6º e 7º anos do Ensino Fundamental Vencedor: Matheus Felipe Oliveira Pires Centro de Ensino Fundamental 05 de Taguatinga – Poema para os 8º e 9º anos do Ensino Fundamental Vencedora: Sophia Pontes Santos Escola Bilíngue de Taguatinga – Texto dissertativo-argumentativo para o Ensino Médio Vencedor: André Ferreira Reis de Oliveira Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (CEMEIT) *Com informações da SEEDF
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Ex-aluna da Educação de Jovens e Adultos escreve autobiografia aos 87 anos
Persistência e força de vontade nunca faltaram na trajetória de vida de Maria de Lourdes Cortes. Mineira de Carmo do Parnaíba, ela veio para Brasília quando se casou, aos 22 anos, construiu uma família de dez filhos e dedicou a vida a proporcionar a eles a chance de estudar. No entanto, para ela, essa oportunidade só veio mais tarde, aos 70 anos, com a Educação de Jovens e Adultos (EJA), via Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE). Maria de Lourdes com alguns dos filhos e netos no Centro de Ensino Fundamental 4 do Guará: “Eu sempre fiz de tudo para que meus filhos estudassem, porque o conhecimento é a única coisa que ninguém consegue tirar de você, é um presente só seu” | Fotos: Jotta Casttro/SEE Maria de Lourdes sempre gostou de estudar, mas na infância, quando morava na roça, seu pai não permitiu que ela fosse à escola. Com isso, o sonho só pôde ser realizado muitos anos depois, com os filhos já criados. “Eu sempre fiz de tudo para que meus filhos estudassem, porque o conhecimento é a única coisa que ninguém consegue tirar de você, é um presente só seu”, conta. “Para quem tem um sonho, eu aconselho ter fé e jamais desistir” Maria de Lourdes Cortes Para buscar conhecimento e com o intuito de incentivar um neto que estava pensando em interromper os estudos, Maria de Lourdes, aos 70 anos, resolveu retomar seu projeto de vida. Os dois se matricularam no programa de EJA do Centro de Ensino Fundamental 4 do Guará, onde seus dez filhos estudaram. Lá ela se destacou ao fazer o que mais amava: estudar. Biografia Assim que completou o ciclo de alfabetização, Maria de Lourdes aproveitou para escrever um livro sobre sua história “Eu não podia ir à escola, mas eu sempre corria atrás de conhecimento”, lembra. “Tentava aprender sobre as palavras e contas de matemática.” O sonho de Maria era ser diretora escolar e escritora – inspirada na poetisa Cora Coralina. “Para quem tem um sonho, eu aconselho ter fé e jamais desistir”, incentiva. O retorno aos estudos, em 2007, trouxe muita esperança e expectativas para Maria – mas, por um problema na visão, ela precisou interromper a trajetória na escola. No entanto, conseguiu completar o primeiro segmento da EJA, que corresponde aos anos iniciais do ensino fundamental; e, já alfabetizada, começou a colocar em prática a escrita da sua biografia. Nesse processo, Maria recebeu a contribuição dos filhos e netos e conseguiu lançar o livro Lição de Vida, com uma tarde de autógrafos, aos 87 anos, para a grande família, que hoje, além dos dez filhos, é formada por 23 netos, 25 bisnetos e um trineto. “Minha avó é minha grande inspiração”, exalta a neta Cinthia Corte. “Hoje eu sou professora e sinto muito orgulho dela”. Educação de Jovens e Adultos A EJA é uma modalidade de ensino voltada para pessoas que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos na idade regular ou que desejam retomar o aprendizado em uma fase mais avançada da vida. A SEE oferece apoio pedagógico aos professores e investe em programas e projetos que visam melhorar a qualidade da educação oferecida na EJA. Atualmente, mais de 25 mil estudantes fazem parte do programa nas 14 coordenações regionais de ensino do DF. *Com informações da Secretaria de Educação do DF
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