Campanha de imunização contra doenças respiratórias infantis termina em 31 de julho
Termina em 31 de julho a campanha de imunização contra doenças respiratórias infantis do Governo do Distrito Federal (GDF). De acordo com a Secretaria de Saúde (SES-DF), a prevenção neste período é importante para evitar doenças como a bronquiolite viral aguda (BVA), responsável por grande parte das internações de crianças de até 2 anos neste período. No DF, a circulação de vírus respiratórios ocorre predominantemente entre março e julho, acometendo, principalmente, crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade. Para assegurar um atendimento mais eficiente às crianças, o GDF investiu em imunizantes como o Nirsevimabe e o Palivizumabe, estratégia fundamental para a prevenção de infecções graves causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em crianças com alto risco, como prematuros, e crianças com menos de 2 anos com comorbidades. A imunização contra doenças respiratórias infantis é importante para evitar enfermidades como a bronquiolite viral aguda (BVA) | Foto: Davidyson Damasceno/Arquivo IgesDF O público-alvo do Nirsevimabe são bebês prematuros tardios, entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias de idade gestacional, nascidos a partir de 1º de agosto de 2024. Já o Palivizumabe segue sendo utilizado para os grupos de risco até os 2 anos de idade: prematuros nascidos com menos de 32 semanas, crianças com cardiopatias congênitas, doenças pulmonares crônicas e, mais recentemente, crianças com síndrome de Down, fibrose cística, atrofia muscular espinhal (AME), distrofia muscular de Duchenne, imunodeficiência combinada grave (SCID) e câncer. "Termos uma medicação que protege esses bebês de maior risco contra esse vírus, que é o principal causador de internações nesse período do ano, é realmente um grande avanço" Priscila Domingues, gerente de Serviços de Terapia Intensiva da SES-DF O DF é a primeira unidade da Federação a adquirir o Nirsevimabe para aplicação pelo SUS, como medida preventiva para reduzir complicações e internações de infecções respiratórias em bebês – o que tem impacto direto na ocupação de leitos de UTI pediátrica. Números De fevereiro a julho, 1.949 bebês foram imunizados com Nirsevimabe e 752 imunizados com Palivizumabe, totalizando 2.701 crianças protegidas. Isso quer dizer que a SES sozinha vacinou 64% dos prematuros tardios nascidos a partir de 1º de agosto de 2024 no Distrito Federal, sem levar em conta as imunizações feitas na rede privada. E a pasta ainda conta com doses disponíveis para quem ainda não levou os filhos para imunização. Segundo a gerente de Serviços de Terapia Intensiva da SES, Priscila Domingues, neste ano, foram 1.053 internações de crianças de até 2 anos em UTI só na rede pública de saúde. Ela alerta que o vírus sincicial respiratório é o principal responsável por síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave nessa faixa etária. [LEIA_TAMBEM]“Esse vírus é responsável por uma quantidade enorme de internações, inclusive em UTI”, afirma. “E termos uma medicação que protege esses bebês de maior risco contra esse vírus, que é o principal causador de internações nesse período do ano, é realmente um grande avanço.” Priscila destaca que as vacinas são extremamente seguras e não apresentam efeitos colaterais significativos. “Neste caso, trata-se de imunobiológicos para imunização passiva. Ou seja, o medicamento já tem os anticorpos desejados para proteger a criança”, explica. “Os imunizantes protegem as crianças que tomam e também reduzem a circulação do vírus, protegendo outras crianças”, acrescenta. “Vacinar é seguro, é necessário, é importante, é um ato de amor”. Aumento de casos Desde janeiro até 28 de junho, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) – unidade administrada pelo IgesDF e referência em pediatria – notificou 1.102 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 60% deles em crianças de 1 a 5 anos. Dentre os casos confirmados, 74,4% testaram positivo para influenza, com necessidade de internação em 27,3%. No mesmo período de 2024, foram registrados 446 casos – um aumento de mais de 147%.
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Sazonalidade das doenças respiratórias alerta para cuidados com as crianças
A sazonalidade dos vírus respiratórios normalmente ocorre no Brasil entre janeiro e junho, acometendo, principalmente, crianças, idosos e pessoas com a imunidade mais baixa. A bronquiolite viral aguda (BVA) é a principal preocupação da área pediátrica, pois atinge crianças de até dois anos e é responsável pela maioria das internações deste período. Bebês e crianças de até dois anos estão entre a maioria dos casos de infecções respiratórias virais | Foto: Alberto Ruy/IgesDF “A criança pequena tem o seu sistema imunológico ainda em processo de amadurecimento, o que torna essa faixa etária, principalmente as crianças abaixo de 6 anos, mais predispostas ao adoecimento” Pedro Ribeiro Bianchini, infectologista pediátrico do HRSM A bronquiolite viral aguda é uma infecção viral que acomete a parte mais delicada do pulmão dos bebês, os bronquíolos. Essas estruturas do organismo são a continuidade dos brônquios, que distribuem o ar para dentro dos pulmões. O infectologista pediátrico do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Pedro Ribeiro Bianchini, lembra que é possível ter uma variação nos vírus circulantes, mas os principais são o vírus sincicial respiratório (VSR), o coronavírus SARS-CoV-2, rinovírus e metapneumovírus, além do vírus da influenza. Sintomas “Esses vírus têm uma distinção clínica muito difícil, pois apresentam sintomas semelhantes, e só é possível identificá-los com a realização de exames específicos, mas a condução clínica é semelhante, e em sua maioria sintomática, com medicação para febre e limpeza nasal”, orienta o médico. “A necessidade de outras medicações e até de internação e outros procedimentos, eventualmente necessários, é determinada apenas pelo pediatra, durante a avaliação clínica.” Tratando-se de doença causada por vírus respiratórios, o quadro começa com um resfriado, obstrução nasal, coriza clara, tosse, febre, recusa nas mamadas e irritabilidade de intensidade variável. Em um ou dois dias, esses sintomas evoluem para tosse mais intensa, dificuldade para respirar, respiração rápida e sibilância (chiado/chio de peito). Por vezes, pode haver sinais e sintomas mais graves, como sonolência, gemência, cianose (arroxeamento dos lábios e extremidades) e pausas respiratórias. A orientação é que a família fique atenta aos sinais, principalmente nos bebês; e, em caso de evolução dos sintomas, busque imediatamente atendimento médico. “A criança pequena tem o seu sistema imunológico ainda em processo de amadurecimento, o que torna essa faixa etária, principalmente as crianças abaixo de 6 anos, mais predispostas ao adoecimento”, ressalta Bianchini. Volta às aulas O fato de a transmissão dos vírus respiratórios ser facilitada pela aglomeração de pessoas faz com que o retorno às aulas seja um momento de maior proliferação de doenças respiratórias, pois as crianças se juntam em um mesmo ambiente. “As principais medidas para diminuir a chance de adoecimento incluem a atualização do cartão vacinal, e ressalto também a importância das vacinas contra covid-19 e coqueluche”, afirma o infectologista pediátrico. O profissional recomenda manter o hábito de fazer a higienização nasal diária e incentivar a criança a lavar as mãos com frequência, além de proporcionar uma alimentação equilibrada, sono saudável e fazer um acompanhamento regular com o pediatra. *Com informações do IgesDF
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