Hospital de Base é referência no tratamento de câncer ósseo
Os sarcomas ósseos são doenças raras que exigem não apenas um tratamento cirúrgico, mas também quimioterapia e radioterapia, além de resiliência emocional por parte dos pacientes. A superação vai além da cura: envolve adaptação à nova realidade após o diagnóstico e o tratamento. Segundo especialistas, há vários tipos de câncer ósseo, motivo pelo qual a campanha Julho Amarelo levanta a bandeira da conscientização para tumores ósseos e sarcomas. O câncer ósseo é um tumor maligno que se origina nos ossos, uma doença rara que pode ser primária, quando começa no próprio osso, ou secundária, quando se espalha de outras partes do corpo para os ossos, a chamada metástase. “Além do apoio da minha família, o acolhimento que recebi no HBDF e no HCB foi fundamental. Eu não aceitava o tratamento, nem aquela situação, mas tudo na vida é adaptável. Quando tudo parece o fim, temos a chance de um novo começo", afirma Samuel Henrique, conhecido como Samuka | Fotos: Arquivo pessoal Referência no tratamento de câncer ósseo em Brasília, o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) conta com uma equipe exclusiva para o atendimento de pacientes com tumores músculo-esqueléticos desde 2004. Atualmente, cerca de 160 pessoas são atendidas por mês na unidade e, em média, 20 cirurgias são realizadas no mesmo período. Uma parceria entre o HBDF e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) garante tratamento especializado para crianças e adolescentes diagnosticados com osteossarcoma, o tipo mais comum da doença nessa faixa etária, entre 10 e 20 anos. As cirurgias mais complexas são feitas no HBDF, e o tratamento inclui sessões de quimioterapia. [LEIA_TAMBEM]De acordo com Fábio Carreira, médico especialista em ortopedia oncológica, as chances de cura aumentam consideravelmente quando o diagnóstico é feito antes que se espalhe para outros órgãos. “A evolução das técnicas cirúrgicas permite, em muitos casos, preservar o membro afetado e evitar a amputação”, afirma. Segundo ele, a taxa de sobrevida após três anos chega a 70% nos casos diagnosticados precocemente. Histórias de superação Samuel Henrique, conhecido como "Samuka", é um exemplo de superação. Na época, morador do Recanto das Emas, em Brasília, ele foi diagnosticado com sarcoma de Ewing aos 9 anos. Aos 13, precisou amputar a perna direita. Foi operado no Hospital de Base em 2011, após acompanhamento no HCB. Hoje, com carreira internacional como dançarino profissional, vive em Londres e ficou conhecido após participar do programa de talentos America’s Got Talent. “Além do apoio da minha família, o acolhimento que recebi no HBDF e no HCB foi fundamental. Eu não aceitava o tratamento, nem aquela situação, mas tudo na vida é adaptável. Quando tudo parece o fim, temos a chance de um novo começo. Devo minha superação aos médicos Fábio Carreira e Fabrício Lenzi Chisa, que fizeram de tudo para me oferecer o melhor tratamento”, relata. Outro caso é o de Renan Lucas Lobão, 21 anos, morador de Samambaia Norte. Ainda criança, foi diagnosticado com fibromatose agressiva, um tipo raro de tumor ósseo. Ele passou por uma cirurgia chamada giroplastia de Van Nes no HBDF, em 2008, quando tinha apenas 4 anos. “Tive muitas dificuldades, enfrentei bullying quando criança, mas aprendi a lidar com a doença. Hoje, levo uma vida praticamente normal. O atendimento que recebi no Hospital de Base, com uma equipe dedicada e acolhedora, foi essencial para a minha recuperação”, destaca. Referência "Fui acolhida da melhor maneira possível pela equipe de Ortopedia do HBDF. Só tenho a agradecer pelo atendimento e pelo compromisso do hospital com os pacientes", diz Liliane Batista de Oliveira Silva, de São Paulo O serviço prestado pelo HBDF atrai pacientes de outros estados. É o caso de Liliane Batista de Oliveira Silva, 33 anos, moradora de São Paulo. Mãe de um bebê de 1 ano e 7 meses, ela foi diagnosticada com tumor ósseo na mão direita. Diante da demora para realizar a cirurgia em sua cidade, buscou atendimento em Brasília, onde a mãe reside. “Cheguei no início deste mês e fui acolhida da melhor maneira possível pela equipe de Ortopedia do HBDF. Só tenho a agradecer pelo atendimento e pelo compromisso do hospital com os pacientes”, ressalta. Sinais de alerta O médico Fábio Carreira orienta pais e responsáveis a ficarem atentos a sintomas como dor persistente por mais de duas semanas, especialmente na região dos joelhos, inchaço sem causa aparente e dificuldade de movimentar membros sem histórico de trauma. “Quanto mais cedo for diagnosticado, maiores as chances de sucesso no tratamento e de preservação dos membros”, reforça. *Com informações do IgesDF
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Campanha Julho Amarelo promove conscientização sobre o câncer ósseo
Julho é o mês de conscientização sobre o câncer ósseo, uma doença que pode levar à amputação de membros e até ao óbito, atingindo principalmente crianças, adolescentes e idosos. Quando diagnosticado precocemente, esse tipo de câncer tem uma taxa de cura de até 70%. Por isso, especialistas alertam sobre a importância de se atentar aos sinais que podem indicar a presença do tumor. É importante investigar dores que acometem os ossos, mesmo após uma queda, destaca o oncologista do Hospital da Criança de Brasília (HCB), José Antônio Feitosa | Foto: Maria Clara Oliveira/HCB Sintomas como dor persistente nos ossos, inchaço ou sensibilidade indicam a necessidade de investigação médica mais aprofundada. Muitas vezes, esses sinais são confundidos com lesões esportivas ou dores de crescimento, o que pode atrasar o diagnóstico. É importante investigar as dores que acometem os ossos, mesmo após uma queda, explica o oncologista infantil do Hospital da Criança de Brasília (HCB) e integrante do grupo de estudos de tumores ósseos da unidade, José Antônio Feitosa. “Normalmente o paciente apresenta uma massa na perna ou no braço, um endurecimento doloroso que o faz despertar a noite e que não melhora com analgesia comum. Também pode ter sinais de inflamação como febre e suor noturno.” “O câncer ósseo corresponde a 6% de todos os cânceres na pediatria. Para fazer o diagnóstico de uma doença rara, é preciso conhecer os sintomas. Então, essa campanha é importante para fornecer informações de qualidade para as pessoas que atendem nossas crianças e adolescentes” José Antônio Feitosa, oncologista infantil do HCB Esse foi o caso de Samuel Henrique, conhecido como Samuka, bailarino de 27 anos, que aos 13 precisou amputar a perna direita após descobrir um tumor ósseo, mais especificamente, o Sarcoma de Ewing. “Eu sentia umas dores na perna e inicialmente o médico achou que eu provavelmente tinha machucado jogando bola. Engessei a perna e fui pra casa. Mas aí a perna ficou inchada, então fui ao hospital de novo e fizeram outros exames para investigar a presença do câncer”, explicou o jovem. Após a amputação do membro e a finalização do tratamento feito com quimio e radioterapia, Samuka encontrou uma nova paixão: o breakdance. Ele começou a dançar com um grupo que se reunia no Centro de Ensino Médio (CEM) 111, do Recanto das Emas, e aos poucos passou a se envolver mais com a arte e a participar de competições. Hoje, o jovem está conquistando o mundo com o seu talento: além de integrar o elenco de uma grande companhia de dança francesa, ele já foi campeão mundial de breakdance e encantou os jurados do famoso reality show estadunidense America’s Got Talent, se tornando semifinalista ao prêmio de 1 milhão de dólares. A dança mudou a vida de Samuka: “assim que amputei minha perna, eu só queria ser invisível. Mas aí o breaking fez totalmente o contrário: quero mais é ser visível mesmo e ganhar o mundão!” No HCB, pacientes realizam tratamento multidisciplinar com oncologista, fisioterapeuta, ortopedista, terapeuta ocupacional, nutricionista e psicólogo | Foto: Isabela Graton/Agência Saúde-DF Histórias como a de Samuka mostram a importância de investigar mais a fundo as dores sentidas por crianças e adolescentes, mesmo quando elas parecem comuns. Por isso, campanhas como o Julho Amarelo, que visam conscientizar não apenas a população, mas também os profissionais da saúde, são tão importantes. “O câncer ósseo corresponde a 6% de todos os cânceres na pediatria. Para fazer o diagnóstico de uma doença rara, é preciso conhecer os sintomas. Então, essa campanha é importante para fornecer informações de qualidade para as pessoas que atendem nossas crianças e adolescentes”, ressaltou o oncologista do HCB. O diagnóstico precoce é extremamente importante para garantir um tratamento eficaz, aumentando as chances de cura e a qualidade de vida do paciente. Tratamento multidisciplinar O tratamento dos tumores ósseos depende de alguns fatores, como característica, tamanho e local. Os principais métodos terapêuticos são as sessões de quimioterapia, radioterapia e cirurgia para retirada do tumor, o que pode envolver também a amputação do membro afetado. Quando identificado na fase inicial e tratado por uma equipe multidisciplinar utilizando os melhores métodos terapêuticos, as chances de cura são significativamente maiores. No Distrito Federal, os tumores ósseos em crianças e adolescentes normalmente são tratados no HCB, visto que a incidência é maior em crianças e adolescentes na faixa etária de 10 a 18 anos. A radioterapia pode ser realizada em diversas unidades da SES-DF e as cirurgias de retirada do tumor acontecem no Hospital de Base (HB). Os pacientes da unidade realizam um tratamento multidisciplinar, com equipes de nutrição, fisioterapia, ortopedia, terapia ocupacional, psicologia e oncologia. Após a avaliação inicial, eles realizam um tratamento multimodal, adaptado para as suas demandas. Esse tratamento fez a diferença na vida de Samuka e tantos outros pacientes, que se sentem acolhidos no HCB. “Na época do tratamento, eu me bloqueava para os profissionais por ser criança, mas hoje vejo o quanto eles foram carinhosos. É uma situação muito complicada para quem passa, mas tinha um suporte muito massa, tinha psicólogo, fisioterapeuta e todo o apoio da Abrace”, concluiu o bailarino. *Com informações da SES-DF
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