Resultados da pesquisa

clubes de leitura

Thumbnail

Brasília desafia queda nacional nos índices de leitura, e Biblioteca Nacional bate recordes de empréstimos de livros

Enquanto o Brasil vê a leitura de livros perder espaço entre a população, Brasília segue resistindo à tendência nacional. Dados da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) mostram que, em 2024, houve um aumento expressivo no número de usuários cadastrados e empréstimos de livros, consolidando a capital federal como um polo de incentivo à leitura. Frequentadora da Biblioteca Nacional de Brasília, a advogada Eliana Santiago se diz apaixonada pelos livros de romance policial | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Em comparação com 2023, o número de novos cadastros na BNB saltou para 79%, com 3.130 novos leitores inscritos no sistema de empréstimos. Já o total de obras levadas para casa cresceu 66%, alcançando 23.062 empréstimos no ano. Atualmente, 14.759 pessoas estão aptas a usufruir do acervo da biblioteca gratuitamente. As mulheres representam a maioria dos leitores (54%), enquanto os homens correspondem a 46%. A diretora da BNB, Marmenha Rosário, comemora o crescimento no número de empréstimos: “Estamos no caminho certo, incentivando a leitura e investindo no nosso acervo” “Os números mostram que o livro está mais vivo do que nunca. Praticamente dobramos os novos registros de leitores e de quantidades de livros que o pessoal está levando para casa para ler. Estamos no caminho certo, incentivando a leitura e investindo no nosso acervo”, explica a diretora da BNB, Marmenha Rosário. A servidora atribui o sucesso dos números a um conjunto de fatores, como investimento no acervo, surgimento de novos clubes de leitura, atividades culturais e ao próprio interesse pessoal dos brasilienses pela leitura. “Temos investido para trazer o público jovem para a biblioteca, e eles estão movimentando bastante a leitura de livros, especialmente os da literatura asiática”. Segundo a diretora da biblioteca, os títulos mais procurados refletem a diversidade de interesses dos leitores brasilienses: enquanto os mais jovens demonstram grande apreço por gibis e mangás, os públicos mais velhos exploram obras de ciências, história e direito. A literatura, de modo geral, continua sendo a principal escolha entre os frequentadores da BNB. Hábito da leitura Em comparação com 2023, o número de novos cadastros na BNB saltou para 79%; já o total de obras levadas para casa cresceu 66% O cenário do Distrito Federal contrasta com a realidade nacional. A 6ª Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em novembro de 2024, revelou que 53% da população brasileira não leu nenhum livro nos três meses anteriores a essa coleta de dados, um marco inédito na série histórica. O número de leitores caiu de 52% para 47% nos últimos cinco anos, indicando uma perda de 6,7 milhões de leitores no país. Apesar da queda no Brasil, Brasília segue se destacando. No DF, 52% da população mantém o hábito da leitura, segundo a mesma pesquisa, demonstrando que a cidade preserva um compromisso com a cultura e o conhecimento. O número cresceu dois pontos percentuais em relação a 2019, o que demonstra o cenário positivo em relação ao retrato nacional. Bibliotecária da BNB há 16 anos, Cida Moura disse que sempre leu muito: “Quase tudo que chega de livro passa pelas minhas mãos, e eu logo separo os livros que gostaria de ler” Foi justamente a paixão pela literatura que moldou a escolha de carreira de Cida Moura, 47, que há 16 anos trabalha como bibliotecária na BNB. “Sou muito curiosa e, em toda vida, sempre li muito. Por ser bibliotecária, quase tudo que chega de livro passa pelas minhas mão,s e eu logo separo os livros que gostaria de ler”, conta a servidora, que está entre as leitoras assíduas do espaço. A advogada Eliana Santiago, 67, também é outra leitora recorrente da biblioteca e se diz apaixonada pelos livros de romance policial. “Na infância, a gente não tinha muito incentivo, e na adolescência, eu lia os livros para fazer a ficha literária. Nem sempre a escolha da escola me atraía. Depois de formada, conheci os livros de Sidney Sheldon e Agatha Christie”, conta. A paixão pela literatura logo floresceu e hoje é cultivada na família. “É um hábito que tenho há mais de 30 anos e passei para o meu filho”, relata, acrescentando que não abre mão da experiência de ler o livro físico. “Não gosto de ler no computador; eu preciso sentir o papel, usar o marcador de páginas. Ter contato físico com a obra parece que gera uma cumplicidade entre o leitor e o escritor”.

Ler mais...

Thumbnail

Dobra o número de usuários da Biblioteca Nacional de Brasília em relação a 2023

Nos primeiros quatro meses de 2023, o número de pessoas que frequentavam a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) girava em torno de 16 mil. Já em 2024, o número saltou para 31.839, o que representa quase duas vezes mais usuários do espaço público. Somente em abril deste ano foram 10.614 estudantes – quantitativo que, no mesmo mês do ano passado, foi de 3.954. Além de ser um ambiente calmo e silencioso, apropriado para estudar, a Biblioteca Nacional, que fica próxima à rodoviária, é de fácil acesso | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília A diretora da Biblioteca Nacional, Marmenha Rosário, explica que o aumento tem relação com os trabalhos do último ano para cá, com investimento no público jovem por meio do Espaço Geek, clubes de leitura e lançamentos de livros. Além disso, o espaço mantém um calendário de aulões, exposições e eventos para atrair a população em geral, incluindo os que prestam o vestibular 60+. A estudante Maria Luíza Cardoso vai à Biblioteca Nacional de segunda a sexta-feira há um ano. Ela conta que também fez diversas amizades na biblioteca, por ser um ambiente onde há várias pessoas com uma meta em comum “Isso mostra que a gente está no caminho certo ao oferecer um serviço de qualidade aqui no centro de Brasília, mas também para as pessoas que vêm de todas as regiões administrativas, o que traz novos desafios para mantermos esse patamar de qualidade dos nossos serviços”, destaca a gestora. Acessível e silencioso A estudante Maria Luíza Cardoso, 26, faz parte desse público. Ela vai à Biblioteca Nacional de segunda a sexta-feira há um ano, chegando às 8h30 e saindo após as 17h30, depois de passar o dia estudando para concurso. Ela conta que também fez diversas amizades na biblioteca, por ser um ambiente onde há várias pessoas com uma meta em comum. De acordo com a diretora da BNB, Marmenha Rosário, o aumento do movimento tem relação com os trabalhos do último ano para cá, com investimento no público jovem por meio do Espaço Geek, clubes de leitura e lançamentos de livros “Contribui para o foco no nosso objetivo, por ser um ambiente apropriado para isso e ter toda essa estrutura, ar-condicionado, cadeiras muito boas, mesas espaçosas. Até a vista também contribui. Acho muito importante que o governo sempre valorize as bibliotecas públicas”, afirma. Além de ser um ambiente calmo e silencioso, apropriado para estudar, a Biblioteca Nacional é de fácil acesso, por ficar próxima à rodoviária – algo importante para o estudante Victor Aquino, 25, que sai de Ceilândia para estudar no Plano Piloto. “É essencial, porque aqui é bem-localizado, perto do Metrô e das estações de ônibus. Então, é bem acessível ao público e gratuito, o que é melhor ainda. Eu costumo usar a Biblioteca Pública de Ceilândia, que está fechada para a reforma. Vim para cá porque o ambiente aqui é mais propício e em casa eu perco o foco”, observa o jovem. Atualmente, os espaços de estudo, localizados no segundo e terceiro andares do prédio, possuem capacidade para atender 180 estudantes simultaneamente. A média diária de quem passa pelo local para estudar é entre 330 e 360 pessoas. “Quando comparamos isso às mais 23 bibliotecas públicas que temos no Distrito Federal, a gente vê que a Biblioteca Nacional é responsável por mais de 50% do público que frequenta as bibliotecas públicas no DF. Lógico que a gente também tem a maior estrutura, mas é um valor significativo”, acrescenta a diretora da BNB.

Ler mais...

Thumbnail

Clubes de leitura voltam ao formato presencial

Dois equipamentos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) retomam encontros presenciais para amantes da literatura. Os clubes de leitura do Espaço Cultural Renato Russo (ECRR), na 508 Sul, e da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), próxima à Rodoviária do Plano Piloto, voltam motivados pelas escolhas de duas obras aclamadas. O Clube de Leitura do ECRR promove nesta quarta-feira (8) uma sessão para discutir o livro mais recente da iraquiana Dunya Mikhail, A Tatuagem do Pássaro (2020), finalista do mais prestigioso prêmio do mundo árabe em 2021 (International Prize for Arabic Fiction). Já no dia 23, na BNB, os leitores se debruçam sobre o primeiro romance do baiano Itamar Vieira Júnior, vencedor do Jabuti de 2020, Torto Arado (2019). Os dois clubes dos espaços culturais da Secec têm como objetivo promover trocas de impressões entre pessoas leigas, que dividem o gosto pela leitura e cultivam o hábito  de conversar sobre livros. Isso sem as inibições que costumam surgir em debates acadêmicos, onde o conhecimento de especialistas tende a monopolizar leituras e pautar os debates. O Clube de Leitura da BNB se reunirá no próximo dia 23 para discutir o romance ‘Torto Arado’, de Itamar Vieira Júnior, vencedor do Jabuti de 2020 | Foto: Téo Pini “Eu frequento o clube [do ECRR] desde o segundo encontro e acho que participei de metade das reuniões até hoje. Escolhi participar porque adoro literatura, e queria um espaço onde pudesse conhecer novas obras e autores e conviver com pessoas que também gostam de leitura”, revela a servidora pública Mariana Miguel, moradora do Noroeste. Mestre em literatura brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com predileção por autores contemporâneos, ela entende que “a interação presencial acaba sendo mais rica e fluindo melhor”. A servidora já terminou a leitura do livro que abre a temporada de debates literários. “Não conhecia a autora, li pouca coisa do Oriente Médio, mas me apaixonei pela obra, pela delicadeza da autora, apesar da dureza do tema”, justifica. Em A Tatuagem do Pássaro, Dunya Mikhail narra a luta de mulheres que sofreram com escravidão sexual naquela parte do mundo. O advogado Samuel Suaid, morador da Asa Norte, frequenta os encontros no Clube de Leitura da 508 Sul desde junho de 2020, quando a atividade era realizada remotamente. “Escolhi lá porque é um local repleto de magia e encantamentos proporcionados pela arte, o que deixa o lugar prazeroso de frequentar”, explica. Também se sente aliviado com a possibilidade de encontrar as pessoas: “Os encontros presenciais proporcionam um nível de interação melhor. A comunicação fica mais espontânea e fluida, dando oportunidade de compartilhar petiscos, o que deixa o ambiente mais agradável”. Ele está acabando de ler A Tatuagem do Pássaro, e também conta que ainda não conhecia a autora. “Eu tive contato com a literatura do Oriente Médio há muito tempo, porém não me aprofundei. Para mim, que sou descendente de família árabe, é muito interessante”, avalia. Os encontros no Renato Russo são realizados na Biblioteca de Artes Ethel de Oliveira Dornas, uma vez por mês, às 19h. O clube começou em 2020 e promoveu 18 encontros até hoje, entre presenciais e remotos, com média de oito participantes cada. “Procuramos obras da literatura contemporânea, uma maneira de atrair o público que também quer entender o que está acontecendo no mundo hoje”, explica a bibliotecária Margareth Ribeiro Moura, servidora do local. Essa pegada acaba levando as escolhas para prateleiras menos visadas. Os temas selecionados para os dois próximos meses levarão o público a tomar contato com uma escritora hispano-americana, em março, e outra de literatura indígena brasileira, em abril. O suspense pelo nome das obras será desfeito, em breve, no grupo de transmissão do clube no WhatsApp, e no encontro presencial agendado para o dia 8 haverá votação do título entre os presentes. Leitura planejada  Por outro lado, a previsão das leituras de quem participa do Clube do Livro da BNB é sem suspense. A lista de livros já está fechada até novembro e passeia por clássicos como O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway (que será tema da leitura de julho); Frankenstein, de Mary Shelley (em agosto) e o mineiro Fernando Sabino, com seu O Encontro Marcado (em outubro), obras integrantes de qualquer lista dos maiores. (Veja lista completa ao final) “Esperamos que, dessa forma, os leitores tenham mais tempo para se programar com as leituras, providenciar os livros, organizar o calendário”, explica a servidora da BNB Vandliny Paiva, uma das seis pessoas na maior biblioteca pública de Brasília que se revezam no trabalho de mediação dos encontros mensais, sempre às 18h30. Vandliny lembra que um dos fatores que podem desmotivar os interessados em participar de clubes desse tipo é a dificuldade de acesso ao livro. Como exemplo, ela cita o caso de Torto Arado, que muito se popularizou nos últimos meses e que só tem um exemplar na BNB, atualmente emprestado. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A museóloga Luiza Moreth está relendo o livro escrito por Itamar Vieira Júnior. A obra conta a saga de duas irmãs marcadas por um terrível acidente na infância que as une para sempre de maneira dramática. Moradora do Núcleo Bandeirante, Luiza frequenta o círculo literário da BNB desde o início do ano. “Minha expectativa é poder aprender com as impressões de colegas, compartilhar as minhas e fazer amizades”, revela. O professor da Secretaria de Educação Rodrigo Silva de Santana atua na sala de Recursos de Altas Habilidades e Superdotação em Linguagens, em Santa Maria, e já acompanhava o Clube de Leitura da BNB pelas redes sociais. Ele não havia participado de nenhum dos encontros, pois estava aguardando a volta dos eventos na biblioteca. “Sempre tive vontade de participar de encontros literários presenciais, mas nunca tive oportunidade; e, com o primeiro encontro, pude perceber o quanto é maravilhoso estar reunido com pessoas, discutindo uma das minhas paixões”, afirma o morador de Valparaíso de Goiás. A BNB realizou 38 encontros desde junho de 2019, com média de público de 17 pessoas entre as sessões presenciais, anteriores à pandemia da covid-19, e as remotas. A curadoria conta com sugestões dos participantes de um grupo de WhatsApp e no Instagram da BNB. Serviço ? Clube de Leitura do Espaço Cultural Renato Russo Local: CRS 508, W3 Sul, Bloco A, Loja 72 – Biblioteca de Artes Ethel de Oliveira Dornas Próximo encontro: dia 8 (quarta-feira), às 19h Livro: A Tatuagem do Pássaro (2020), de Dunya Mikhail Clique aqui para participar do grupo de WhatsApp ? Clube de Leitura da Biblioteca Nacional de Brasília Local: Setor Cultural Sul, Lote 2 – Edifício da Biblioteca Nacional, foyer do auditório, 1º andar Próximo encontro: dia 23 (quinta-feira), às 18h30 Livro: Torto Arado (2019), de Itamar Vieira Júnior Clique aqui para participar do grupo de WhatsApp Confira a lista de livros dos próximos encontros do Clube de Leitura da BNB – Março: Tema: Autora brasileira premiada Livro: A Vestida, de Eliana Alves Cruz Data: 29/3 – Abril: Tema: Prêmio Candango de Literatura Livro: Etelvina, de Marcílio Godoi Data: 26/4 – Maio: Tema: Literatura indígena Livro: Nós – Uma Antologia de Literatura Indígena, de vários autores Data do encontro: 31/5 – Junho: Tema: Literatura italiana Livro: A Filha Perdida, de Elena Ferrante Data do encontro: 28/6 – Julho: Tema: Clássico internacional Livro: O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway Data do encontro: 26/7 – Agosto: Tema: Clássico de terror Livro: Frankenstein, de Mary Shelley Data do encontro: 30/8 – Setembro: Tema: Literatura chinesa Livro: Balzac e a Costureirinha Chinesa, de Dai Sijie Data do encontro: 27/9 – Outubro: Tema: Centenário de nascimento Livro: O Encontro Marcado, de Fernando Sabino Data do encontro: 25/10 – Novembro: Tema: Ficção científica Livro: A Mão Esquerda da Escuridão, de Ursula K. Le Guin Data do encontro: 29/11. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Ler mais...

Ordenar

Ordenar

Faceta do tipo

Tipo

Filtro personalizado

Faceta da marca

Marcador