Projeto resgata cidadania LGBTQIAP+ por meio da empregabilidade
A busca por direitos e igualdade da comunidade LGBTQIAP+ tem conquistado avanços significativos nos últimos anos, mas ainda há um longo caminho a percorrer, especialmente no que diz respeito à empregabilidade. Neste contexto, a Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), em parceria com a Agência Sama, realizou a primeira edição do projeto Dia D da Empregabilidade LGBTQIAP+, com ações voltadas a inserção deste público ao mercado de trabalho. O evento foi realizado nesta segunda-feira (28), na sede da Sama, no Núcleo Bandeirante, e contou com 18 participantes. O programa ofereceu a Oficina de Currículos, uma palestra interativa que orienta os participantes a estruturarem seus currículos sob a ótica de recrutadores e selecionadores, ministrada pelo recrutador Salomão Ferretti, CEO da Sama. Na ocasião, os integrantes também tomaram conhecimento de como as vagas são divulgadas, de como se vestir e se portar nas entrevistas, e, principalmente, como estruturar um currículo eficaz. Além disso, eles participaram de um ambiente de troca de vivências, em que foram discutidos os desafios enfrentados ao entrar no mercado de trabalho pela comunidade LGBTQIAP+. Ainda durante o evento foram realizadas entrevistas individuais com os participantes para uma pré-seletiva de vagas de empregos | Foto: Divulgação/Sejus-DF “Este projeto é fundamental para promover a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade da comunidade LGBTQIAP+. Como empresário e membro ativo dessa comunidade, vejo isso como uma oportunidade de acolher e empoderar indivíduos, oferecendo-lhes as ferramentas necessárias para se destacarem no mercado de trabalho. Acreditamos que cada currículo aprimorado representa uma chance a mais para a transformação de vidas”, avaliou Ferretti. Ainda durante o evento foram realizadas entrevistas individuais com os participantes para uma pré-seletiva de vagas de empregos. Ao todo, foram ofertadas 40 vagas para pessoas LGBTQIAP+, que abrange posições operacionais, como promotor, vendedor, estoquista e auxiliar de loja, principalmente na região Centro-Norte do Brasil. Essa é uma forma concreta de abrir portas e criar novas oportunidades para talentos que, de outra forma, poderiam passar despercebidos. Participante da oficina, Gustavo Bryan, 26 anos, homem trans, morador de Santa Maria, comemorou a iniciativa que, para ele, foi fundamental para esclarecer suas dúvidas, desde a formatação do currículo até as informações necessárias e mais objetivas para um processo seletivo. “Foi um papo bem esclarecedor onde foram abordados vários assuntos, incluindo algumas dicas sobre vestimentas. Saí com muito conhecimento sobre como melhorar meu perfil profissional e sabendo onde estava errando sobre como me posicionar para buscar uma nova vaga no mercado de trabalho. Acredito que o evento agregou conhecimento não só para mim, mas para todos que participaram, além de garantir oportunidades iminentes para quem estava procurando emprego nas áreas que eles já tinham vagas ofertadas. Só tenho a agradecer pela oportunidade de estar participando do dia D”, celebrou. A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destaca que o projeto Dia D da Empregabilidade LGBTQIAP+ é uma importante ferramenta para quebrar as barreiras significativas deste público ao buscar emprego. Para ela, o programa ainda trata de justiça social e de resgate de cidadania. “A empregabilidade é um resgate da cidadania dessas pessoas, que tanto honram suas histórias. É com essas parcerias entre entes público e privado que podemos levar estes serviços para mais perto do cidadão LGBTQIAP+”, disse. A Sejus pretende realizar neste mês de novembro uma nova edição do programa Dia D da Empregabilidade LGBTQIAP+, em data que ainda está sendo definida. *Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF)
Ler mais...
Creas da Diversidade fez mais de 2,7 mil atendimentos contra direitos violados neste ano
O Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) da Diversidade já realizou, de janeiro a junho deste ano, 2.752 atendimentos. Antes chamado de Núcleo de Atenção à Diversidade Étnico-racial, Sexual e Religiosa, o espaço atende especificamente pessoas que tiveram seus direitos violados devido a orientação sexual, identidade de gênero, raça, etnia ou religião. Isso inclui membros da comunidade LGBTQIA+, povos indígenas, ciganos, indivíduos pretos ou pardos e grupos de diversas religiões, por exemplo. O atendimento no Creas da Diversidade ocorre quando a própria pessoa procura o centro de referência (demanda espontânea) ou por encaminhamento de outros órgãos, chamado de demanda externa | Foto: Divulgação/Sedes Em 2023, foram realizadas 6.088 ações de atendimentos, segundo dados do Sistema de Assistência Social. Um espaço para atender a diversidade em toda a sua expressão, o Creas da Diversidade foi inaugurado em 2013 oferecendo um serviço pioneiro no Distrito Federal. O principal critério de atendimento é se a vítima sofreu algum tipo de violação de direito motivada pela questão da diversidade, como violência física, sexual ou psicológica, afastamento do convívio familiar, abandono, negligência, trabalho infantil ou outra violação. Diferentemente do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que trabalha com prevenção, o Creas atua justamente em situações de maior complexidade e gravidade. Caso o titular não esteja em um desses casos, mas vivencie situação de vulnerabilidade socioeconômica, deve agendar atendimento em um Cras mais próximo. “O Creas da Diversidade representa um importante passo na garantia de direitos de grupos discriminados”, destaca a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. “Ao ofertar esse serviço pioneiro no país, estamos enviando uma mensagem clara de que a diversidade é valorizada, e de que toda forma de expressão e identidade devem ser respeitadas, sobretudo quando houver violação de direitos”, completa. “É um serviço que garante a proteção especializada para questões muito específicas”, finaliza. Atendimento Entre os serviços oferecidos no Creas da Diversidade está atendimento psicossocial individual e em grupo visando o enfrentamento aos crimes de racismo e LGBTfobia O Creas da Diversidade está localizado na Quadra 614/615 da L2 Sul, no Plano Piloto, e funciona das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. O atendimento ocorre da seguinte maneira: quando a própria pessoa procura o centro de referência (demanda espontânea) ou por encaminhamento de outros órgãos (Saúde, Justiça, Assistência Social e Conselho Tutelar, por exemplo), também chamado de demanda externa. Nos dois casos, a pessoa é registrada em uma planilha interna de atendimento. Depois, é convidada para uma reunião de acolhida coletiva mensal. Nessa acolhida, é explicado o funcionamento da unidade e os serviços e ações oferecidos pelo Creas da Diversidade. Após o encontro coletivo, é feito um agendamento para atendimento individualizado com um especialista em assistência social. Nesse momento, o profissional realiza escuta qualificada para compreender melhor as necessidades do usuário. Caso seja preciso, a vítima é incluída no acompanhamento realizado por meio das ações do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi). Nesse processo, pode ser construído um Plano Individual de Atendimento (PIA), no qual são estabelecidos objetivos e ações tanto para o Creas quanto para o usuário. Entre as principais ações e serviços desenvolvidos no Creas da Diversidade, estão: → Inclusão e garantia dos direitos constitucionais; → Acesso aos serviços e benefícios socioassistenciais, como Cadastro Único, Bolsa Família e benefícios eventuais em razão da vulnerabilidade socioeconômica; → Intermediação para garantia de direitos junto a outras políticas públicas, como saúde, educação e segurança pública; → Atendimento psicossocial individual e em grupo visando o enfrentamento aos crimes de racismo e LGBTfobia; → Demanda por acolhimento institucional; e → Encaminhamento para inclusão no mercado de trabalho. “É um serviço pioneiro no Brasil em termos de política pública”, destaca a psicóloga do Creas da Diversidade, Amanda Carvalho Valadares. “Embora haja outras unidades que atuem com a temática da diversidade, sobretudo a diversidade sexual, somos pioneiros justamente por ofertar o serviço como parte da política pública de assistência social”, ressalta. Amanda ainda explicou que o principal público atendido na unidade é aquele da diversidade sexual, composto por pessoas transgênero, transexuais, travestis, gays, lésbicas etc., seguido por comunidades indígenas. Intersetorialidade O Creas da Diversidade atua de forma intersetorial, encaminhando o público atendido para serviços de outros órgãos e instituições, como a Defensoria Pública, a Delegacia de Repressão a Crimes de Discriminação (Decrin), o Adolescentro (atendimento especializado para adolescentes com questões de saúde mental), o Ambulatório Trans, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), universidades e a Agência do Trabalhador. Além disso, o Creas tem parceria com organizações não governamentais, como o coletivo Mães pela Diversidade e a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), além de outras instituições. Por exemplo, se uma pessoa trans precisa retificar seu nome civil — assim como obter assistência jurídica —, ela é encaminhada para o serviço correspondente, com o auxílio do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública. Caso enfrente alguma questão de saúde mental relacionada à sua identidade de gênero ou orientação sexual, ela pode ser direcionada para os serviços médicos e psicológicos do Sistema Único de Saúde (SUS) do Distrito Federal. Povos indígenas e demais grupos populacionais específicos também recebem encaminhamentos para outras políticas públicas, conforme as demandas apresentadas durante o atendimento socioassistencial. *Com informações da Sedes
Ler mais...
Blocos do DF celebram a multiplicidade do público carnavalesco
A diversidade da população é uma das características mais marcantes de Brasília, desde a origem até a consolidação. Esse traço da cidade se repete no Carnaval, com blocos que representam a multiplicidade dos brasilienses integrando a programação oficial da folia com mais de R$ 6 milhões investidos pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). O Portadores d’Alegria, no ano passado, reuniu aproximadamente 75 mil pessoas durante as apresentações | Fotos: Divulgação Prestes a completar uma década, o bloco Portadores d’Alegria surgiu como um espaço seguro e acessível para que as pessoas com deficiência (PcDs) possam aproveitar o feriado em festa e sem restrições. “Nossa intenção era fazer um público para esse público PcD, que muitas vezes não sai de casa no Carnaval, com um ambiente propício para recebê-los”, explica o presidente do bloco, Paulo Henrique Nadiceo. “Queremos que essa comunidade interaja com outras pessoas e se divirta como qualquer outro público”. Desfiles No ano passado, o bloco reuniu cerca de 75 mil pessoas, e espera um público ainda maior na terça-feira (13) deste Carnaval. A programação será das 13h às 20h30, no Estacionamento 12 do Parque da Cidade, com bandas e DJs, além de uma estrutura com intérprete de Libras, audiodescrição e espaço para cadeirantes. Pioneiro, o bloco Deficiente é a Mãe participa do Carnaval desde 2012 ao lado do Pacotão. “O bloco surgiu da iniciativa de várias associações de pessoas com deficiência como um grito de protesto para mostrar que a pessoa com deficiência não é incapacitada de curtir o Carnaval”, afirma o produtor-executivo do bloco, Kai de Aquinn. Este ano será a primeira vez do bloco saindo de forma independente. O desfile será no sábado (10), das 13h às 19h, com percurso da 506 Sul até a 508 Sul. O grupo Surdodum e a musicista Martinha do Coco estão entre as atrações previstas. Folia com respeito [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A cada ano que passa, o Bloco das Montadas reúne mais e mais foliões. Organizado pelo Distrito Drag, o grupo nasceu em 2018 para ocupar uma lacuna: a falta de blocos LGBTQIA+ no Carnaval brasiliense. “A comunidade LGBTQIA+ é o nosso público central”, afirma a organizadora do bloco, a drag Ruth Venceremos. “Acho que o nosso diferencial é ter uma comunicação assertiva e ser um território onde as pessoas se identificam, um espaço seguro”. Depois de muitas edições no Setor Bancário Norte, o bloco ocupará neste ano o gramado entre a Biblioteca Nacional e o Sesi Lab, na Esplanada dos Ministérios. A programação será no domingo (11), a partir das 10h. Entre as atrações, destacam-se as cantoras Drag Queen e Dhi Ribeiro e a banda Maria Vai Casoutras, além de três fanfarras locais e a bateria da escola Capela Imperial. O objetivo é ter um pouco da folia de cada canto do Brasil. Bloco Rebu, que agora tem uma banda, fará o circuito da área externa do Eixo Cultural Ibero-americano A diversidade sexual e de gênero é o norte do bloco O Rebu. Em seu quinto ano de existência, o grupo continuará saindo às ruas para reunir o público LBT – mulheres lésbicas, bissexuais, transexuais e pessoas não binárias. Após algumas edições no Parque da Cidade, o circuito será no sábado (10), das 10h às 19h, na área externa do Eixo Cultural Ibero-americano, no Eixo Monumental. Além do novo local, a outra novidade é a participação do grupo Rebu A Banda. A formação inédita é composta por Haynna (vocalista), Aline Marcimiano (trio de congas), Jurema (surdo), Alana Andrade (bateria), Dani da Silva (tecladista), Lara Ribeiro (guitarra), Rafa Ferrugem (backing vocal) e Beatmilla (baixista e beatmaker). “Também teremos a apresentação do Bloco Sapatônica, que é o nosso amadrinhado”, adianta Rafa Ferrugem. “Todo ano escolhemos um bloco que não teve oportunidade de sair para participar com a gente. Dessa vez, chamamos a estreantes do Sapatônica. Elas vão abrir os trabalhos, das 10h às 12.” ?
Ler mais...