Distrito Federal registra aumento nas doações de órgãos e córneas
O Distrito Federal tem avançado no trabalho de conscientização sobre a doação de órgãos. Dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) apontam que, entre janeiro e junho deste ano, foram realizados, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), 156 transplantes de órgãos e 173 de córneas. No mesmo período de 2024, foram registrados 135 de órgãos e 157 de córneas — crescimento de 15,5% e 10,2%, respectivamente. Apesar do resultado, especialistas da Secretaria de Saúde (SES-DF) apontam que o maior gargalo é ainda a doação. “Existe uma máxima que diz 'sem doação não há transplante'. E é verdade. Temos, hoje, mais pacientes aguardando do que doações de órgãos. Portanto, autorizar tal atitude é fundamental para reduzir o tempo de espera e melhorar a qualidade de vida de quem precisa”, explica a diretora da Central Estadual de Transplantes (CET-DF), Daniela Salomão. Na mesma linha, o chefe do Núcleo de Relacionamento Inter-Hospitalar (NRIH), Sandro Rogério Gabriel dos Santos, reforça o papel da mobilização coletiva: “O trabalho em rede é fundamental. Quando a população entende a importância da doação e os hospitais atuam de forma integrada, conseguimos salvar mais vidas”. Para o especialista, contudo, é preciso equilibrar a clareza sobre a importância da doação com a sensibilidade diante da dor da perda. "Cada autorização significa uma nova chance de vida para quem está na fila, mas também indica que alguém amado se foi", acrescenta. Para que um paciente seja inscrito na lista de espera, é necessário passar por uma avaliação médica com profissionais autorizados | Foto: Jhonantan Cantarelle/Agência Saúde-DF Além das doações locais, o DF também participa de captações em outros estados, o que reforça seu papel de destaque no cenário nacional. Processo de transplantes Para que um paciente seja inscrito na lista de espera, é necessário passar por uma avaliação médica com profissionais autorizados. Após a confirmação da necessidade de um novo órgão, a pessoa será inserida na lista única do Sistema Nacional de Transplantes (STN). A posição pode ser consultada pelo site do Ministério da Saúde. Na capital federal, o CET-DF coordena todo o processo de transplantes, desde o gerenciamento do cadastro de receptores até a logística e a distribuição dos órgãos. A lista é nacional e o gerenciamento passa pelo SUS, ainda que alguns possam ser realizados na rede complementar. Atualmente, o DF realiza transplantes de coração, rim, fígado, pele, córnea, medula óssea, válvula cardíaca e músculo esquelético. A rede privada também oferece várias dessas modalidades. Na rede pública, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) realiza transplantes de pele. Outros procedimentos passam pelas equipes do Hospital de Base (HB-DF), Hospital Universitário de Brasília (HUB) e Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (ICTDF). Já o Hospital da Criança de Brasília (HCB) é responsável pelo transplante de medula óssea autólogo pediátrico. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
Ler mais...
Hospital de Base realiza três transplantes renais em menos de 24 horas
Entre a manhã de terça-feira (19) e a noite de quarta-feira (20), o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) realizou três procedimentos de transplante renal. Em um intervalo de 24 horas, três pacientes conseguiram receber doações de rins e foi possível realizar os procedimentos que vão garantir a elas uma sobrevida com mais qualidade. A responsável técnica do serviço de Transplante Renal do Hospital de Base, Viviane Brandão, explicou que a instituição tem se empenhado em aumentar o número de transplantes realizados por ano. “A colaboração entre diferentes setores do hospital, como radiologia, cardiologia, urologia e a equipe de nefrologia, tem sido crucial para agilizar o processo de exames e triagem dos pacientes, reduzindo o tempo para a inclusão na lista de espera”, disse. O sucesso dos três procedimentos no Hospital de Base reflete a intensa cooperação entre as equipes de nefrologia e urologia, responsáveis pela realização dos transplantes | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília O Hospital de Base realiza transplantes renais desde o início dos anos 1980. “Houve uma época em que apenas o HBDF realizava transplantes em Brasília. Por isso, houve um tempo em que chegamos a realizar até 80 transplantes renais no ano. Depois, a oferta foi diluída, pois outros hospitais regionais também passaram a realizar o procedimento”, explica Viviane. Nos últimos anos, a média vinha sendo entre 18 e 20 transplantes por ano. Viviane ressalta que o feito de três transplantes renais em 24 horas só foi possível graças a uma série de mudanças implementadas pelo hospital nos últimos meses, que permitiram otimizar o processo de triagem, exames e colocação de pacientes na lista de espera, além de uma maior agilidade nas ofertas de órgãos para transplante, com aceite de ofertas locais e nacionais. De acordo com a chefe do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal, Flávia Gonçalves, “é um compromisso do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal do HBDF trabalhar para viabilizar o aumento do número de transplantes renais realizados no hospital”. “A colaboração entre diferentes setores do hospital, como radiologia, cardiologia, urologia e a equipe de nefrologia, tem sido crucial para agilizar o processo de exames e triagem dos pacientes, reduzindo o tempo para a inclusão na lista de espera”, afirma a responsável técnica do serviço de Transplante Renal do Hospital de Base, Viviane Brandão | Fotos: Alberto Ruy/IgesDF Em termos de números, apenas em novembro, foram registrados cinco transplantes de rim até o dia 21. Em 2024, foram 32 transplantes renais realizados até o momento, enquanto em 2023, o total foi de 19. “É um salto significativo. Porém, precisamos conscientizar a população e criar uma cultura de doação de órgãos”, lembra a Dra. Viviane. Segundo a especialista, sem a oferta de órgão, nada teria sido possível. “Duas das nossas pacientes haviam sido priorizadas na lista, devido à gravidade de seus quadros clínicos. Essa priorização coloca esses pacientes no topo da lista de espera, permitindo que recebam órgãos com maior urgência”, conta. Uma doação que chegou do Pará foi decisiva para salvar a vida de uma das pacientes receptoras. “Quando o paciente é priorizado, recebemos mais ofertas de órgãos nacionais, como foi o caso. Essas doações são organizadas por um trabalho muito sério que é realizado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério de Saúde”, explica. Trabalhando para salvar vidas Equipe de profissionais da nefrologia e transplante renal do HBDF | Foto: Divulgação/IgesDF O sucesso dos três procedimentos mostra também a intensa cooperação entre as equipes de nefrologia e urologia, responsáveis pela realização dos transplantes. A coordenação das equipes com plantões rotativos, realizada com a ajuda de Manuel Fernandes, chefe da Urologia, garantiu que os procedimentos fossem realizados com a máxima eficiência. “Para aqueles que aguardam ansiosamente na fila de transplantes, cada doador é uma esperança. Tomar essa decisão em um momento tão delicado exige coragem e generosidade” Flávia Gonçalves, chefe do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal A cirurgia de transplante renal, que pode durar entre 4 e 6 horas, requer uma logística cuidadosa, especialmente no que diz respeito ao pós-operatório, quando os pacientes são monitorados na UTI cirúrgica antes de seguir para acompanhamento na enfermaria. Segundo a médica, o HBDF tem avançado na formação de novos profissionais, com a admissão de médicos residentes que foram formados dentro da própria instituição. “Isso tem contribuído para o aumento da capacidade do hospital de realizar transplantes”, disse. A falta de doadores continua sendo um dos maiores desafios para que os transplantes possam ser realizados com maior frequência. “O ideal seria que três transplantes renais no dia fossem rotina e não uma notícia”, conta. Viviane lembra que a doação de órgãos é um processo controlado e seguro, e que a conscientização sobre sua importância é fundamental para salvar vidas. “Em muitos casos, a negativa das famílias em autorizar a doação de órgãos é o principal obstáculo para a realização de transplantes. Com mais doadores, teremos números de transplantes cada vez melhores”, completou. “É natural que, em meio a essa dor, surjam dúvidas e receios diante da possibilidade de autorizar a doação de órgãos. Mas entendemos que é um ato de amor que permite que outras pessoas tenham uma nova chance de viver. Para aqueles que aguardam ansiosamente na fila de transplantes, cada doador é uma esperança. Tomar essa decisão em um momento tão delicado exige coragem e generosidade”, diz Flávia. Ela acrescenta que todo o processo é realizado com ética, respeito e cuidado, honrando a memória e a dignidade do doador. “Cada vida salva através desse gesto nobre é uma homenagem ao amor e à generosidade da família que decidiu dizer sim”, conclui. *Com informações do IgesDF
Ler mais...
Setembro Verde: Doação de órgãos salva vidas
A Campanha Setembro Verde, celebrada nesta sexta-feira (27), tem por objetivo chamar a atenção para a doação de órgãos. A data tem o objetivo de conscientizar sobre a importância desse ato e incentivar a conversa familiar aberta sobre esse gesto de esperança e solidariedade, já que a autorização é feita pela família. O mote da campanha do Ministério da Saúde (MS) deste ano é “Doação de órgãos: precisamos falar sim”, que alerta para o diálogo e desmistificação do assunto. Cerca de 66,2 mil pessoas aguardam na lista de espera por um órgão no Brasil. A lista para transplantes é única e vale tanto para pacientes do SUS quanto da rede privada. No Distrito Federal (DF), são 1,6 mil pessoas no aguardo: 801 por rins, 732 por córneas, 44 por coração e 23 por fígado. Até agosto deste ano, foram realizados 545 transplantes, sendo 207 de córnea, 177 de órgãos (incluindo rim, fígado e coração) e 161 de medulas ósseas. Campanha Setembro Verde tem o objetivo de conscientizar sobre a importância desse ato e incentivar a conversa familiar aberta sobre esse gesto de esperança e solidariedade | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF Desde 2007, foram realizados mais de 400 transplantes de coração no DF. O cirurgião e chefe do transplante cardíaco do Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (ICTDF), Fernando Atik, destaca que a campanha é necessária para esclarecer e sensibilizar sobre doação. “O transplante cardíaco é o tratamento padrão ouro para pacientes com insuficiência cardíaca avançada e aumenta a sobrevida neste grupo de pacientes com melhoria substancial da qualidade de vida e da capacidade física e funcional”, aponta. De acordo com o Registro Internacional de Transplante de Coração e Pulmão, a sobrevida após o transplante de coração é de 13 anos, em média. Alguns critérios podem fazer o receptor ter prioridade na lista, como pacientes com maior gravidade no quadro de saúde, por exemplo, uma vez que a condição clínica inspira maior cuidado. Também é levado em conta a impossibilidade de diálise, para pacientes renais; a insuficiência hepática aguda grave, entre doentes do fígado; a assistência circulatória, para cardiopatas; e a rejeição a órgãos recém-transplantados, além de tipagem sanguínea, compatibilidade genética, peso e altura do paciente. Caso dois pacientes atendam aos mesmos critérios, é respeitada a ordem de entrada na lista. Doadores Há dois tipos de doador: O doador vivo que pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. O segundo tipo é o doador falecido. São vítimas de lesões cerebrais irreversíveis, com morte encefálica comprovada pela realização de exames clínicos e de imagem. A técnica de enfermagem Rita de Kassia de Souza Santos autorizou a doação de rins, coração, fígado e córneas de seu filho Gabriel Henrique de Souza Veras: “O meu sim renovou e restaurou outras vidas” | Foto: Arquivo Pessoal A técnica de enfermagem do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Rita de Kassia de Souza Santos, 40, praticou um ato de amor diante da perda de seu filho Gabriel Henrique de Souza Veras, que morreu em janeiro de 2023, aos 18 anos, após um choque elétrico durante uma partida de futebol. Ela doou os rins, o coração, o fígado e as córneas do jovem. “Em algumas conversas comigo, ele me contou que gostaria que seus órgãos fossem doados. Quando foi constatada a morte encefálica do meu filho, lembrei e fiz o desejo dele”, conta Rita diz ainda que acredita ter feito a escolha certa. “Pensar no próximo, ter amor e empatia foi a parte mais linda dessa história. Essa data tem um significado importantíssimo na minha vida porque, através do meu filho, salvamos outras seis famílias. O meu sim renovou e restaurou outras vidas. Falar em doação de órgãos, por mais que me doa, aquece meu coração”, completa. Serviço de transplante no DF A Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF) é responsável pela coordenação das atividades de transplantes no âmbito do DF, abrangendo a rede pública e particular de saúde. A diretora Gabriella Ribeiro Christmann, ressalta a importância da conversa com a família na busca pela ampliação de possíveis doadores de órgãos. “Sem a autorização familiar, não há doação. Por isso é muito importante que as pessoas que desejam doar conversem sobre esse assunto com seus familiares e deixem claro a sua vontade. Quando a pessoa fala que quer doar, facilita para a família tomar a decisão e aceitar a doação”, explica. Na saúde pública, o ICTDF, contratado pela SES-DF, faz transplantes de coração, rim, fígado, córnea e medula óssea. O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) realiza transplante de medula óssea autólogo pediátrico. No Hospital de Base (HB) e no Hospital Universitário de Brasília (HUB) são feitos procedimentos de rim e córnea. O HUB também realiza transplante de medula óssea. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
Ler mais...
Culto ecumênico presta homenagem a famílias de doadores de órgãos
Seguindo as comemorações do Setembro Verde, mês de conscientização sobre doação de órgãos e tecidos, a Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CETDF) e a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) realizaram um culto ecumênico na quinta-feira (19), no jardim interno do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), em homenagem às famílias de doadores. Após o culto, familiares de pessoas que doaram os órgãos receberam uma rosa branca entregue por pessoas transplantadas que hoje levam a vida com tranquilidade, graças ao ato de generosidade. A presidente da CIHDOTT do Hospital de Base, Adriana Cavalcante, ressalta a importância de as famílias conversarem sobre a doação de órgãos e expressarem suas vontades. “A conscientização de que a doação é um ato de amor e que pode salvar muitas vidas precisa ser disseminado dentro das famílias brasileiras. É preciso conversar com os familiares que, diante de uma situação de morte, existe a possibilidade de doar órgãos”, explicou. Após o culto, familiares de pessoas que doaram os órgãos receberam uma rosa branca entregue por pessoas transplantadas | Fotos: Marcus Vieira/ IgesDF Um ato de amor Gabriel Henrique tinha apenas 18 anos quando levou um choque fulminante. Com a morte encefálica determinada pela equipe médica, a mãe dele, Rita de Kássia de Souza Santos, foi contactada pela equipe responsável e questionada se tinha intenção de doar os órgãos dele. “Um dia, no meio de nossas conversas, ele falou que, se algum dia precisasse, que ele seria doador. Eu só respeitei a vontade dele”, conta Rita. Gabriel acabou sendo um doador de córneas, coração, rins e fígado. Antônio Pereira Neto faleceu aos 47 anos de forma repentina. A irmã dele, Francineia Pereira Borges, foi contactada pouco tempo depois de receber a notícia, pelo Núcleo de Organização de Procura de Órgãos (Nopo). “Meu irmão tinha uma vida muito voltada para fazer o bem aos outros. Ele se doava muito em ações sociais. Então ele já tinha expressado o desejo de ser doador”, lembra Francineia. Francineia Pereira Borges: “Sou cristã e vejo a doação de órgãos como uma continuidade da vida” De acordo com Francineia, todos deveriam estar abertos a essa entrega: “Sou cristã e vejo a doação de órgãos como uma continuidade da vida. No sentido de ajudar o próximo, de poder dar vida por meio da nossa própria vida. Doar é como trazer vida nova a pessoas que precisam, que necessitam. É um gesto de amor, de solidariedade”. Robério Melo é portador de hemocromatose, doença em que o organismo produz muito ferro e acaba não eliminando. Por conta disso, precisou de um transplante de fígado. “Eu tinha apenas mais três dias de vida. No último dia eu recebi o órgão. Na minha cabeça, foi como se Deus tivesse me dado uma segunda chance”, conta. Robério Melo: “Quando chega a doação, você tem uma vida nova, é uma vida renovada no mundo” “Quando você está na fila de transplante, em um hospital internado, você não sabe se você vai viver para esperar a cirurgia, você não sabe se vai continuar vivo. É essa angústia, um medo misturado com esperança. Todo dia você acorda e agradece por mais um dia até chegar o transplante. Quando chega a doação, você tem uma vida nova, é uma vida renovada no mundo”, explica. Robério conta que enxergou a vida após o transplante como uma nova missão de vida. “Eu percebi que eu precisava devolver isso de alguma forma e criei o Instituto Brasileiro de Transplantados (IBTX)”. Organização sem fins lucrativos, o instituto oferece apoio aos pacientes transplantados e aqueles que vão fazer um transplante. “Damos suportes com entrega de cestas básicas, ajudamos a família a pagar uma conta de água ou de luz. Quando o provedor da casa fica doente, a família toda fica doente e passa necessidade. Então, oferecemos esse suporte”, conta Robério. “É muito bom saber que, de alguma forma, alguém vive porque recebeu um pedacinho de quem a gente ama. E saber que agora outras famílias estão felizes é muito gratificante”, conclui Francineia Pereira Borges. *Com informações do IgesDF
Ler mais...
Evento em apoio à doação de órgãos leva serviços de saúde ao Parque da Cidade
Neste domingo (22), a Secretaria de Saúde (SES-DF), por meio da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF), promove o evento Setembro Verde – Doe Órgãos, Doe Vida. Entre 8h e 13h, estarão no estacionamento 13 do Parque da Cidade Sarah Kubitschek, ofertando Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), aferição de pressão arterial e medição da glicemia, além do sorteio de brindes. A campanha Setembro Verde incentiva a doação de órgãos; no DF, até agosto deste ano, foram realizados 545 transplantes de órgãos, tecidos e medulas | Foto Breno Esaki/Agência Saúde DF O objetivo da unidade responsável pela coordenação de transplantes no âmbito do DF é conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e ampliar a lista de possíveis doadores. O evento conta com o apoio do Instituto Brasileiro de Transplantados (IBTX) e busca esclarecer as etapas do processo. “Queremos promover um espaço onde as pessoas possam tirar as suas dúvidas e dissipar equívocos sobre o tema. Nosso trabalho não existe sem a participação voluntária da população”, reforça a diretora da CET-DF, Gabriella Christmann. Na programação, uma caminhada em grupo está prevista para as 9h. Às 11h30, pacientes transplantados, famílias doadoras e profissionais de saúde se reúnem para uma conversa, aberta ao público em geral. Os participantes da ação contarão com oferta de práticas integrativas e complementares em saúde, aferição de pressão arterial e medição da glicemia, além de sorteio de brindes O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. No DF, até agosto deste ano, foram realizados 545 transplantes, sendo 207 de córnea, 177 de órgãos (incluindo rim, fígado e coração) e 161 de medulas ósseas. Na capital federal, é de exclusiva competência da CET-DF o gerenciamento do cadastro de potenciais receptores, a organização logística da doação, bem como a distribuição dos órgãos ou tecidos removidos no DF. Serviço Setembro Verde – Doe Órgãos, Doe Vida Data: domingo (22) Horário: das 8h às 13h Local: Estacionamento 13 do Parque da Cidade, próximo à Administração Central. *Com informações da SES-DF
Ler mais...
Curso de determinação de morte encefálica capacita médicos de todo o Distrito Federal
O auditório da Diretoria de Inovação de Ensino e Pesquisa (Diep), localizado no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), recebeu, no dia 20 de agosto, a segunda edição do Curso de Determinação de Morte Encefálica. O objetivo foi capacitar médicos residentes do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) e da Secretaria de Saúde (SES-DF) para realizar a determinação de morte encefálica de acordo com as diretrizes clínicas e protocolos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, assegurando a precisão diagnóstica e segurança dos pacientes, e otimizando o processo de doação de órgãos e tecidos. A segunda edição do Curso de Determinação de Morte Encefálica capacitou médicos residentes do IgesDF e da Secretaria de Saúde| Foto: Divulgação/ IgesDF A iniciativa foi da Central Estadual de Transplante (CET), em parceria com o Núcleo de Organização de Procura de Órgãos (Nopo) e a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), além da Diep do IgesDF. “Para que o processo de doação e transplante de órgãos ocorra, o médico assistente deve ser capacitado para iniciar o protocolo com a identificação e notificação do paciente suspeito de morte encefálica”, explica a organizadora do curso e chefe do Nopo, médica intensivista Adriana Cavalcante. Com o aumento de profissionais capacitados para a determinação de morte encefálica, espera-se identificar mais possíveis doadores de órgãos e, consequentemente, aumentar a realização de transplantes no DF A intenção é realizar o treinamento ao menos uma vez por mês. “Nosso objetivo é capacitar o maior número possível de médicos do DF na determinação de morte encefálica”, detalha Adriana. O turno da manhã foi dedicado à parte teórica do curso. Já no período da tarde, ocorreu a parte prática, no Centro de Simulação Realística da Diep, que incluiu treinamento com exame físico no manequim simulador. O conteúdo do curso baseou-se na resolução do CFM nº 2.173, de 23 de novembro de 2017, que define os critérios para o diagnóstico de morte encefálica. “São considerados capacitados médicos com no mínimo um ano de experiência no atendimento de pacientes em coma, que tenham acompanhado ou realizado pelo menos dez determinações de morte encefálica ou completado treinamento específico conforme as normas do Conselho Federal de Medicina”, detalha Adriana. O médico Emilte Pulcinell, preceptor em residência médica na Unidade de Neurocirurgia do HBDF, destacou a importância da simulação realizada à tarde. “Temos um momento específico do curso focado no preenchimento da ficha do Termo de Morte Encefálica, que deve ser preenchida corretamente devido à carga ética, familiar e legal que o documento possui. É um exame bem elaborado, realizado por três examinadores.” Com o aumento de profissionais capacitados para a determinação de morte encefálica, espera-se identificar mais possíveis doadores de órgãos e, consequentemente, aumentar a realização de transplantes no DF. “A expectativa é de termos um número maior de médicos capacitados e conscientizados quanto ao processo de doação de órgãos”, afirma Adriana. A parte prática do curso foi realizada no Centro de Simulação Realística da Diep e incluiu treinamento com exame físico no manequim simulador Lucas Gusmão, médico do HBDF, participou do curso e considerou a experiência muito esclarecedora. “Já possuímos uma vivência, mas aqui estamos com profissionais do DF capacitados para validar a morte encefálica. Tirar dúvidas diretamente com a fonte ajuda a aprimorar o conhecimento”, declarou. “A oportunidade de realizar esse curso é fantástica porque é importante que o médico esteja sempre atualizando seu conhecimento. O Hospital de Base proporcionar isso aos colaboradores é excelente, pois incentiva o nosso aperfeiçoamento e estudo”, concluiu Lucas. *Com informações do IgesDF
Ler mais...
Colaboradora da Saúde recebe homenagem por doar órgãos do filho
Nesta quarta-feira (17) completa-se um ano do dia mais difícil da vida de Rita de Kássia Souza, 39, técnica de enfermagem do pronto-socorro do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Em 17 de janeiro de 2023, seu filho Gabriel Henrique Souza Veras, 18, teve a morte encefálica confirmada após receber uma descarga elétrica de um poste enquanto buscava a bola da partida de futebol em Luziânia (GO), onde morava. A técnica em enfermagem Rita de Kássia Souza foi homenageada por sua atitude, que, um ano atrás, ajudou a salvar a vida de duas pessoas | Foto: Jurana Lopes/IgesDF [Olho texto=”“Fico emocionada de saber que o meu filho foi capaz de transformar a vida desses dois jovens, porque eles estavam superdebilitados quando fizeram o transplante e agora estão bem, com saúde” ” assinatura=”Rita de Kássia Souza, técnica em enfermagem” esquerda_direita_centro=”direita”] O acidente aconteceu em 12 de janeiro, e, após ser socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Luziânia, o jovem foi transferido para o HRSM, hospital mais próximo e onde Rita trabalha. Uma semana após a internação, o óbito foi confirmado. Mesmo diante da dor de perder o filho mais velho, Rita optou por fazer a doação de órgãos de Gabriel e mudar a vida de outras pessoas com esse gesto de solidariedade. Para homenagear a profissional e levar um pouco de conforto à técnica de enfermagem, a sua equipe, juntamente com membros da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, escreveu uma carta que foi entregue a Rita com uma cesta de chocolates e flores. Processo sigiloso “Eu nem imaginava receber essa surpresa em meio ao trabalho, no meio do expediente”, contou a profissional de Saúde. “Esses últimos dias, após as festas de fim de ano, foram muito difíceis. Quando me sinto muito mal, prefiro vir trabalhar, pois consigo me distrair e ocupar a cabeça. Fora que meus amigos me confortam e me dão apoio diariamente. Além disso, minha filha Sofia me dá forças para continuar vivendo.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O processo de doação é sigiloso. Devido à repercussão do caso, porém, os dois jovens receptores dos rins de Gabriel – uma mulher de Brasília e um homem de Paracatu (MG) – entraram em contato com Rita quando receberam os órgãos. Para deixar a homenagem ainda mais completa, a equipe do hospital conseguiu o vídeo deles agradecendo pela doação. “Fico emocionada de saber que o meu filho foi capaz de transformar a vida desses dois jovens, porque eles estavam superdebilitados quando fizeram o transplante e agora estão bem, com saúde”, comemorou Rita. “É praticamente um milagre de Deus”, avalia. Com a doação de órgãos do filho, Rita conseguiu ajudar seis pessoas diferentes. Doação de órgãos [Olho texto=”“A atitude da Rita foi linda, e, apesar de ter perdido o filho, ela vive sorrindo, faz um trabalho de excelência aqui no HRSM” ” assinatura=”Raíssa Sudario, da equipe do hospital ” esquerda_direita_centro=”direita”] Responsável por fazer a busca ativa e acompanhar todo o protocolo de morte encefálica no HRSM, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes é quem costuma conversar com as famílias sobre a doação de órgãos. “A atitude da Rita foi linda, e, apesar de ter perdido o filho, ela vive sorrindo, faz um trabalho de excelência aqui no HRSM. Ela merece todas as homenagens”, disse Raíssa Sudario, integrante da comissão. No HRSM, é possível fazer captação de córneas. A retirada e transplante de outros órgãos são feitos em outras unidades do DF, como o Hospital de Base e o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF). Em novembro de 2023, foi realizada a primeira captação de múltiplos órgãos no HRSM por uma equipe do ICTDF. Ao longo de 2023, ocorreram 48 casos prováveis de captação de córneas, mas somente 12 captações puderam ser efetuadas. No caso de morte encefálica, foram registradas cinco doações de córneas, totalizando 17 captações, naquele ano, no HRSM. A equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes lembra que é importante a pessoa deixar explícito para a família o desejo de doar os órgãos. O objetivo é ampliar a conscientização sobre a importância da doação, que pode salvar vidas. A doação de córneas pode ser feita após o óbito, com coração parado. São seis horas para captação sem o corpo refrigerado e 12 horas com refrigeração. *Com informações do IgesDF
Ler mais...
Pedido de tutela garante doação de córnea de menor durante plantão judicial
A atuação do Núcleo de Assistência Jurídica (NAJ) de Plantão da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) garantiu a doação de córnea de menor falecido em 22 de dezembro deste ano em virtude de choque hipolevômico — decorrente da perda de grande quantidade de líquidos e sangue —, politraumatismo, proveniente de instrumento perfurocortante. O pedido de tutela de urgência foi motivado pela negativa de autorização do pai que não conviveu com a criança desde o nascimento. De acordo com o defensor público e coordenador-chefe do Núcleo de Plantão da DPDF, José Wilson Porto, a ação de pedido de suprimento de autorização judicial paterna com pedido de tutela de urgência permitiu concessão de medida liminar invalidando a declaração de vontade paterna. “A legislação afirma que, quando o doador é menor, é necessário o consentimento de ambos. Ajuizamos a ação de outorga de consentimento solicitando que a permissão para a doação, suprindo a vontade paterna”, detalha. [Olho texto=”O pedido de tutela de urgência foi deferido pelo TJDFT e as córneas da criança foram doadas para duas pessoas, permitindo que ambas tenham a oportunidade de voltar a enxergar” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Para a mãe da criança, Leila Teixeira de Almeida, a atuação da Defensoria Pública do DF foi decisiva para realizar a vontade do menor, que sempre informou que, caso viesse a falecer, gostaria de ser doador de órgãos. “Desta forma, meu filho vai poder ver o mundo pelo olhar de outras pessoas e realizar o que tanto afirmava em vida, ser doador de órgãos”, agradece. O pedido de tutela de urgência foi deferido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e as córneas da criança foram doadas para duas pessoas, permitindo que ambas tenham a oportunidade de voltar a enxergar. Essa ação somente foi possível devido ao fortalecimento que o Governo do Distrito Federal (GDF) vem proporcionando à instituição, responsável pela defesa das pessoas mais carentes da capital federal. *Com informações da Defensoria Pública do Distrito Federal
Ler mais...
Distrito Federal tem novo recorde em transplantes de órgãos
A capital federal está entre os melhores índices de transplantes de órgãos e tecidos do país. De janeiro a agosto de 2023, a média de transplantes de órgãos por milhão de habitantes no Distrito Federal foi a maior do país, com 107,2. A média nacional é de 43,1, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde. [Olho texto=”“Todos somos potenciais doadores. Precisamos mudar alguns conceitos que ainda são errados. Nossas escolhas de vida ou o nosso histórico médico não são limitadores”” assinatura=”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde” esquerda_direita_centro=”direita”] Em números absolutos, de janeiro a agosto de 2023 foram 543 transplantes de órgãos, medula óssea e córnea no DF. No mesmo período de 2022, o total somou 501. O transplante de rim é o que mais cresceu, passando de 64 para 93. Em 2023, até agosto, também foram feitos 21 procedimentos de coração, 81 de fígado, 93 de rim, 135 de medula e 213 de córnea. Graças ao gesto de solidariedade de muitas famílias, Marcos Antônio Gomes, 61 anos, recebeu um coração em junho e um rim em setembro deste ano, experimentando um pouco da generosidade que também já ofereceu. Em 1987, ele doou um rim para salvar a vida da irmã. “Todo o meu tratamento foi feito pelo Sistema Único de Saúde. Tenho uma vida nova, uma nova data de nascimento. Eu penso muito na família que autorizou a liberação do coração. Muitos têm a ideia de que o coração guarda a personalidade da pessoa, mas isso não existe. Doar é um gesto de amor, de desprendimento. Eu agradeço muito a família que doou e a toda a equipe que cuidou de mim”, conta com gratidão. Marcos Antônio Gomes doou um rim para salvar a vida da irmã em 1987. Em 2023, ganhou um coração e um rim novo. “Doar é um gesto de amor, de desprendimento. Eu agradeço muito a família que doou e a toda a equipe que cuidou de mim”, diz | Fotos: Michelle Horovits/Agência Saúde-DF Casado há 17 anos, depois de dois transplantes, Marcos Gomes só sonha em se recuperar e levar a esposa para viajar. “O sonho dela é conhecer Israel. Vou dar um jeito de levá-la um dia, afinal, sem sonhos não há vida, não é mesmo?”, reflete. Doadores O Distrito Federal também integra a lista das unidades da Federação com os maiores números de doadores efetivos por milhão de habitantes, em sétimo lugar. No entanto, o potencial de doação é o maior do Brasil, o que indica que o número de doadores poderia ser maior. “Cerca de 85% desses órgãos [transplantados] vêm de outros estados”, explica a diretora da Central Estadual de Transplantes do DF, Gabriella Ribeiro Christmann. “Em transplantes de córnea, caímos para terceiro, uma vez que dependemos de doação de dentro do DF. É fundamental que você compartilhe sua vontade de ser um doador com sua família”, incentiva. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Em 2022, a taxa do Distrito Federal era de 14,2 doadores por milhão, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), enquanto a média nacional foi de 17 pessoas a cada um milhão de habitantes. A doação de órgãos só ocorre com a autorização da família. Por isso, é essencial comunicar suas intenções de doar órgãos. No caso de doações de rins ou parte do fígado em vida, é preciso ser parente de até 4º grau. O Sistema Estadual de Transplantes (SET), liderado pela Central Estadual de Transplantes, é a espinha dorsal dessa rede de esperança, assegurando que os órgãos cheguem às pessoas que precisam deles. “Todos somos potenciais doadores. Precisamos mudar alguns conceitos que ainda são errados. Nossas escolhas de vida ou o nosso histórico médico não são limitadores”, reforça a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. A maior demanda no cenário nacional atualmente é por doações de rins, com 32 mil pacientes na lista de espera, incluindo 667 residentes da capital federal. No DF, no Hospital de Base (HBDF) e no Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) são feitos os procedimentos para rim e córnea, enquanto o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF) faz transplantes de coração, rim, fígado, córnea e medula óssea. Doando vida José Flávio dos Santos é só alegria depois de ganhar um coração novo. Ele agradece toda a equipe do SUS e do ICTDF que acompanhou sua recuperação José Flávio dos Santos sofreu com a doença de Chagas por anos, até que seu coração não suportou e ele entrou na fila de transplante em fevereiro de 2022. Por conta de complicações da enfermidade, o paciente teve direito prioritário. “Antes eu não conseguia fazer nada que cansava, não conseguia escovar os dentes, caminhar, não tinha vida. Eu ficava na cama o tempo todo”, relembra. O coração compatível para José chegou de Goiânia em 19 de setembro de 2023 e mudou a vida dele. Emocionado, ele é só agradecimento à equipe médica. “Estou só esperando a alta para ir embora. A pessoa que doa um órgão, doa vida. Hoje eu tenho vida”, frisa. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Ler mais...
Setembro Verde: entenda a lista de transplantes e como ser doador
Ler mais...