DF registrou 547 transplantes de órgãos e tecidos nos oito primeiros meses de 2024
Após bater o recorde de transplantes de órgãos e tecidos em 2023, o Distrito Federal busca manter ou superar os números do ano passado. Nos oito primeiros meses de 2024, foi registrado um aumento de cerca de 20% nos transplantes de medula óssea, que saltaram de 135 para 163. Um leve crescimento no número total de procedimentos também foi identificado no mesmo período, quando o DF subiu de 544 transplantes para 547, considerando os transplantes de córnea (207), fígado (81), rim (72) e coração (24). “O aumento no número total de transplantes esse ano em relação ao mesmo período de 2023 se deve, principalmente, ao transplante de medula óssea. Houve um aumento no número de hospitais credenciados que oferecem o serviço e uma maior produção nas unidades que já eram credenciadas”, explica a diretora da Central Estadual de Transplantes do DF (CET-DF), Gabriella Ribeiro Christmann. Arte: Fábio Nascimento/Agência Brasília Historicamente, os órgãos mais transplantados no DF são fígado, córnea e medula óssea. Além disso, a capital tem como característica o maior número de procedimentos com órgãos provenientes de outro estado, o que demanda uma logística diferenciada. O transporte é feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ou pelo Departamento de Trânsito (Detran), com deslocamento terrestre e aéreo por meio de um termo de cooperação entre os órgãos com a SES-DF. “Desde 2015, o Detran coloca a aeronave à disposição para executar a captação dos órgãos para transplante no DF. Desde então, já foram transportados 84 órgãos, sendo neste ano, 16 corações, um fígado e um rim. Esse trabalho é importante por causa do tempo de isquemia dos órgãos. Quanto menor for esse tempo, mais saudável e maior a chance de aceitação do órgão pelo receptor”, revela o chefe da Unidade de Operação Aérea do Detran-DF, Sérgio Alexandre Martins Dolghi. Desafios O principal desafio em relação ao transplante de órgãos e tecidos é o engajamento da população. O Governo do Distrito Federal (GDF) tem feito campanhas de divulgação constantes para que o tema possa ser abordado nos ambientes familiares, conforme prevê a Lei Distrital nº 7.335, de 9 de novembro de 2023, que estabeleceu diretrizes e estratégias para a implementar a Política Distrital de Conscientização e Incentivo a Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos no Distrito Federal. O principal desafio em relação ao transplante de órgãos e tecidos é o engajamento da população | Foto: Davidyson Damascendo/IgesDF “Espera-se que haja um engajamento contínuo do poder público e das unidades que ofertam os procedimentos de transplantes nas ações relacionadas a doação e transplante, tanto assistencial quanto de campanhas. A CET mantém um contato próximo com as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), para que haja a mudança na cultura hospitalar e um maior engajamento das equipes assistenciais na causa e para que sejam capazes de acolher os pacientes e as famílias da melhor forma possível”, afirma Gabriella Ribeiro Christmann. Para ser um doador, basta comunicar à família o desejo de fazer este procedimento. Há dois tipos: os vivos e os falecidos. Os vivos podem ser qualquer pessoa que concorde em doar o órgão, desde que não prejudique a própria saúde. Entre os órgãos que podem ser doados ainda em vida estão um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, somente parentes até o quarto grau podem ser doadores vivos, sendo necessária autorização judicial caso esteja fora do parentesco. Já os falecidos são as vítimas de lesões cerebrais irreversíveis, com morte encefálica comprovada após a realização de exames clínicos. Neste caso, é necessário que a família autorize a doação. Os órgãos doados vão para os pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, controlada por um sistema informatizado disponibilizado pelo Ministério da Saúde para a Central Estadual de Transplantes. O cadastro de potenciais receptores é realizado pelas próprias equipes habilitadas a realizar os transplantes nos estabelecimentos de saúde do DF, onde um médico consulta e realiza exames especializados para comprovar a necessidade. No DF, são realizados transplantes de coração, rim, fígado, córneas e medula óssea pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Hospital de Base (HB), são feitos os procedimentos de rim e córnea. O Hospital Universitário de Brasília (HUB) realiza os transplantes de rim, córnea e medula óssea (autólogo). O Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (ICTDF) faz transplantes de coração, rim, fígado, córnea e medula óssea. O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) realiza transplante de medula óssea autólogo pediátrico.
Ler mais...
Setembro Verde: Hospital de Base recebe evento sobre doação de órgãos
Com o objetivo de promover o Setembro Verde, que é o mês da conscientização pela doação de órgãos e tecidos, o Núcleo de Organização de Procura de Órgãos (Nopo) realizou na terça-feira (17), no auditório do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), o Encontro das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTTS) no DF. O evento busca reunir as equipes que fazem parte das comissões de todos os hospitais, públicos e privados do DF para a troca de informações e experiências e atualização sobre os temas que envolvem a área. De acordo com a chefe do Nopo e presidente do CIHDOTTS do Hospital de Base, Adriana Cavalcante, alguns dos temas escolhidos para a edição deste ano foram: a entrevista familiar na captação de órgãos, os aspectos psicológicos da morte e vivência do luto e, análise e preenchimento dos termos de protocolo de morte encefálica. “Temos observado a importância de atualizar as equipes com relação ao preenchimento do termo de protocolo de morte encefálica e também, na avaliação clínica do potencial doador de córneas”, conta Adriana. De acordo com ela, no Brasil, o Distrito Federal é o principal notificador em morte encefálica e o Hospital de Base é o primeiro colocado de todos os hospitais do DF. Entrevista familiar na captação de órgãos, os aspectos psicológicos da morte e vivência do luto e análise e preenchimento dos termos de protocolo de morte encefálica foram alguns dos temas do encontro | Foto: Alberto Ruy/IgesDF “Hoje, no DF, temos muitas notificações de morte encefálicas para poder entrevistar a família para a doação de órgãos. Porém, a efetivação da doação é baixa. Precisamos melhorar o entendimento das famílias sobre a importância da doação”, explica. O evento teve a abertura da Diretora da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal, Gabriela Ribeiro Christmann, que debateu com as equipes sobre a importância de se atualizarem dentro dos temas e sobre melhorar o número de doações efetivas. “A doação de órgãos em 2024 está abaixo dos números alcançados no ano passado. É preciso reverter essa situação com a conscientização das famílias”, declarou Gabriela. Outros temas abordados durante o encontro foram a busca ativa pelas Comissões, critérios de contraindicação absoluta da doação de órgãos, e uma participação da CIHDOTTS do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), que falou sobre estratégias aplicadas nas rotinas que impactam em um maior número de notificações no coração parado. Adriana lembra ainda que a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Hospital de Base, com a apoio da Diretoria de Ensino e Pesquisa (DIEP) do IgesDF, tem realizado um curso mensal de capacitação de médicos do Distrito Federal para determinação da morte encefálica. “Já conseguimos capacitar 32 médicos e para o mês de setembro já temos uma turma fechada com mais 16 profissionais”, conta. Mais comemorações do Setembro Verde Seguindo com as comemorações do Setembro Verde, na quinta-feira (19) está sendo organizado, no jardim do Hospital de Base, um culto ecumênico em homenagem às famílias de doadores. “Haverá um momento de fala dos pacientes transplantados agradecendo as famílias doadoras do Distrito Federal”, conta Adriana. No domingo (22), a partir das 8h, no estacionamento 13 do Parque da Cidade, será realizada uma caminhada pela conscientização da doação de órgãos. “Teremos aferição de pressão arterial, verificação da glicemia, massoterapia e distribuição de brindes. Também será realizada uma roda de conversa com as famílias doadoras, pacientes transplantados e membros da central de transplantes que falarão sobre morte encefálica e a importância da doação”, lembra Adriana. *Com informações do IgesDF
Ler mais...
Mesmo com a pandemia, Hospital de Base fez 40 transplantes este ano
Maioria dos procedimentos realizados foi de transplante de córnea | Foto: Divulgação/Iges-DF Balanço recente do Hospital de Base (HB) revela que, mesmo com a pandemia, alguns procedimentos importantes não deixaram de ser executados – com toda a segurança – na unidade. De 1º de janeiro ao dia 22 deste mês, foram realizados no local 40 transplantes, beneficiando 31 pacientes que necessitavam de córnea e nove que precisavam de um novo rim. A notícia é um destaque para a campanha Setembro Verde, que, em nível nacional, institui este mês como base para divulgação da importância da doação de órgãos e tecidos. Nesse mesmo período, a Central de Transplantes (CET), da Secretaria de Saúde (SES), contabiliza que, no total, em toda a rede, foram feitos 17 transplantes de coração, 71 de medula óssea, 135 de córnea, 47 de rim e 74 de fígado. Mudanças no procedimento A chefe do Núcleo de Distribuição de Órgãos e Tecidos da CET, Camila Vieira, lembra que, com a pandemia, o Ministério da Saúde lançou uma nota técnica alertando que somente doadores de órgãos sólidos – como coração e rins – também poderiam doar córneas, que são considerados tecidos. O coração ainda precisava estar pulsando, caso contrário não estava autorizada a retirada nem mesmo de córneas, como ocorria antes. “Agora [no dia 18 deste mês], o ministério publicou uma nova nota autorizando a retomada da retirada de tecidos em doadores com o coração parado, e estamos num processo de reajustes para ampliar novamente a captação de córneas”, informa Camila. “Esperamos restabelecer todas essas doações e transplantes.” Responsável técnica pelo Banco de Olhos do DF, a médica Micheline Borges esclarece: “Vivemos o pico agora, com muitos óbitos por Covid-19, então não podíamos fazer a captação em pessoas que apresentassem qualquer problema pulmonar. Temos que garantir a segurança e qualidades desses órgãos”. Ela atenta que sempre é feita uma triagem detalhada de possíveis doadores para captar órgãos. Como doar órgãos Há dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, uma pessoa que concorde com a doação de um dos seus rins ou de parte do fígado, da medula óssea ou do pulmão. Nesses casos, geralmente, os doadores são parentes ou familiares que têm órgãos compatíveis com a pessoa que precisa receber. No caso específico de medula óssea, interessados podem se cadastrar na Fundação Hemocentro de Brasília como candidatos à doação. O segundo tipo é o doador falecido, um paciente com diagnóstico de morte encefálica ou morte por parada cardíaca, com doação aprovada pela família. Somente familiares podem autorizar a doação dos órgãos após o diagnóstico de morte encefálica ou falecimento causado por parada cardíaca. No caso de morte encefálica, cada doador pode salvar até oito vidas, com diferentes órgãos. * Com informações do Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do DF (Iges-DF)
Ler mais...