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Arquivo Público do DF exibe documentário inédito sobre a construção de Brasília

As primeiras imagens, muitas delas inéditas, da construção de Brasília vão estrear nas telas da Praça dos Três Poderes no próximo sábado (28), por meio do documentário Brasília 65 anos – Do Sonho ao Concreto: Heróis Anônimos. A exibição, idealizada pelo Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF) em parceria com o Senac-DF, faz parte da comemoração de um ano da nova Casa de Chá e homenageia os operários, engenheiros e servidores que ajudaram a erguer a capital do país. Com direção de Walther Neto e narração do ator Jackson Antunes, a produção foi desenvolvida a partir de um processo de recuperação e digitalização de películas cinematográficas guardadas pelo ArPDF. Além de imagens inéditas, o filme traz relatos de trabalhadores que participaram dos bastidores da construção de Brasília. Além da exibição do documentário Brasília 65 anos – Do Sonho ao Concreto: Heróis Anônimos, o público poderá visitar uma mostra documental que reúne fotografias e documentos inéditos de Oscar Niemeyer | Arte: Divulgação A exibição faz parte da comemoração de um ano de atividades do Café-Escola Senac Casa de Chá, instalado no icônico espaço projetado por Oscar Niemeyer na década de 1960. As sessões serão em dois horários: às 16h30 e às 18h. A entrada é gratuita, mediante retirada de ingresso pelo site do Sympla. [LEIA_TAMBEM]Para o superintendente do Arquivo Público, Adalberto Scigliano, o lançamento do documentário reforça o papel da instituição na preservação da memória do DF. “Digitalizar, roteirizar e apresentar à população as primeiras imagens — muitas delas inéditas — sobre a construção de Brasília, reforça o compromisso do Arquivo Público do DF em preservar e difundir a história de nossa capital, que em 2025 completa 65 anos de fundação”, defendeu. “O ArPDF, que também completa 40 anos, quis, em parceria com a Abrasci [Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura], oferecer uma justa homenagem aos homens e mulheres que decidiram deixar suas cidades natais em busca de transformar aquilo que parecia utopia em realidade”, disse Adalberto Scigliano. Além da exibição do filme, o público poderá visitar uma mostra documental que reúne fotografias e documentos inéditos de Oscar Niemeyer, incluindo registros pouco conhecidos sobre o processo de criação de Brasília e da própria Casa de Chá. A exposição permanece aberta até 10 de julho, com entrada gratuita. Casa de Chá O Café-Escola Senac Casa de Chá tem se consolidado como um novo ponto de encontro entre brasilienses e turistas, combinando gastronomia, cultura e qualificação profissional. Em 11 meses de funcionamento, o espaço recebeu mais de 156 mil visitantes e serviu quase 2,9 mil litros de café. A Casa de Chá, localizada na Praça dos Três Poderes, já atendeu mais de 156 mil visitantes desde junho de 2024 | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Segundo o presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, o projeto alia formação profissional e valorização do patrimônio da cidade. “O Café-Escola surgiu com o objetivo de unir formação profissional, atendimento de excelência e valorização do patrimônio cultural da cidade. Em um ano de funcionamento, o local se consolidou como ponto de encontro de brasilienses e turistas e referência em qualificação profissional para os estudantes do Senac”, destacou. O diretor regional do Senac-DF, Vitor Corrêa, também celebrou a data com foco na valorização da história local. “A Casa de Chá nasceu em um lugar símbolo da nossa identidade, e nada mais significativo do que comemorarmos esse primeiro ano resgatando histórias que nos conectam ao sonho que foi a criação de Brasília. Essa parceria com o Arquivo Público reforça o nosso compromisso com a valorização da memória e da educação”, afirmou. O secretário de Turismo do Distrito Federal, Cristiano Araújo, ressalta a importância da parceria público-privada para o sucesso do projeto e como resgatar esse conceito de pausa contemplativa no cenário da Praça foi importante para a história e o turismo de Brasília: “Reabrir a Casa de Chá, juntamente como a o Café Escola-Senac foi devolver à cidade um presente valioso projetado por Oscar Niemeyer. Além da arquitetura, todo o conceito, o ponto de encontro como pausa para um café, conversa e momentos de integração com a história da cidade”.   Programação da exibição do filme → Quinta-feira (26): sessão para convidados → Sexta-feira (27): sessão às 16h para alunos do Senac-DF → Sábado (28): sessões às 16h30 e 18h para o público em geral. Ingressos gratuitos podem ser retirados neste link. Estacionamento: a orientação é parar o veículo nos arredores da Praça dos Três Poderes ou no Espaço Oscar Niemeyer, que fica atrás da Bandeira do Brasil.

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Diretor de ‘Bacurau’ participa de conversa no Cine Brasília em pré-estreia

O diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho (O Som ao Redor, Aquarius, Bacurau) confirmou presença na pré-estreia neste domingo (20), no Cine Brasília, do seu novo filme, Retratos Fantasmas. O documentário de 91 minutos foi lançado mundialmente em Cannes, em maio, e teve primeira exibição no Brasil na noite de abertura do Festival de Gramado, em 12 de agosto. Serão duas sessões, às 18h30 e 21h30. A conversa com o premiado diretor será entre as exibições. Ao mesmo tempo em que é lançado na capital federal, com exibição no Cine Brasília, Retratos abre um circuito de pré-estreias em 50 salas pelo país | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília O filme trata de memória, de história e seus apagamentos e do esvaziamento do centro de Recife – o que vale para outras capitais brasileiras –, com cinemas sendo fechados, num fenômeno de gentrificação [segregação social e espacial em áreas urbanas], que “revela algumas verdades sobre a vida em sociedade”, diz a sinopse. Construído a partir de pesquisa em imagens de arquivo, Retratos foi feito ao mesmo tempo em que Bacurau era produzido e levou sete anos para ser finalizado. “É um filme de arquivo, em que você procura muita coisa e precisa dar tempo ao processo. Não tem como estabelecer uma data limite para você achar o que imagina que vai achar. Você tem de esperar as coisas acontecerem. É um filme que pediu tempo e eu fui capaz de fornecer esse tempo, o que foi muito bom para o resultado final”, explica o diretor e roteirista, nascido no Recife. “O filme também é sobre apagamentos [da história] e uma ideia de gentrificação, mas tudo isso está relacionado à forma como o mercado e o capitalismo criam novos mecanismos de exploração comercial. É o próprio capitalismo que, depois de algum tempo, décadas no caso do Recife e de outros centros urbanos, decide que vai explorar outro sistema”, argumenta Mendonça Filho. O longa-metragem instiga o público a pensar sobre como esse fenômeno tem relações com movimentos de especulação imobiliária e o surgimento das salas de exibição em shoppings. Também suscita perguntas sobre o que está por trás da naturalização da tendência, observada em grandes cidades. “A ironia é que o centro do Recife é belo, tem um rio que corta a cidade, tem ruas incríveis. Mas tudo isso foi meio abandonado para que um novo sistema fosse explorado. O dinheiro, como falo no filme, migrou para zona sul [da capital pernambucana, em referência a áreas de maior IDH]”, elabora o diretor. Lançamento nacional [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Ao mesmo tempo em que é lançado na capital federal, Retratos abre um circuito de pré-estreias em 50 salas pelo país. Em Portugal, a estreia está programada para agosto. Em outubro, o filme chega à Espanha, alcançando França e Estados Unidos em novembro. “Com a carreira que Retratos Fantasmas vem construindo, creio que devemos submeter o filme como representante do país ao Oscar”, vislumbra a francesa Emilie Lesclaux, sócia de Mendonça na produtora independente pernambucana Cinemascópio, também produtora de Bacurau (prêmio do júri no Festival de Cannes de 2019, em que Mendonça divide a direção com Juliano Dornelles). Retratos conta a história do cinema Veneza, no Recife. “Foi a inauguração de uma nova máquina de divulgação do cinema comercial. Não é à toa que é aberto com uma grande produção da Universal Pictures, Aeroporto [1970, origem de uma série baseada no romance de Arthur Hailey]. O Veneza teve uma vida útil de 28 anos. Em 1998, com o centro da cidade desvalorizado, fechou”, diz Mendonça. Serviço Retratos Fantasmas ? Pré-estreia: domingo (20), com sessões às 18h30 e 21h30 ? Bate-papo com o diretor Kleber Mendonça Filho entre as exibições ? Ingressos a R$ 20 (inteira). *Com informações da Secec  

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Roqueiro brasiliense celebra 25 anos de estrada com minidocumentário

Nome conhecido na cena do pop rock do Distrito Federal, o músico Joe Torquato acaba de lançar um minidocumentário para contar um pouco de seus 25 anos de carreira. O filme faz parte de um pacote inaugurado em dezembro do ano passado com um show e o lançamento do álbum Joe 25 Anos de Música. O projeto foi viabilizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (FAC), no valor de R$ 40 mil. O guitarrista Kiko Peres, do Natiruts (E), um dos parceiros de Joe (D) no filme: “Ele é um cantor incrível. Além de feeling, tem técnica muito boa, canta em português e inglês e manda ver em variados estilos” | Foto: Divulgação/Daniel Bueno O vídeo mescla uma entrevista com o músico e momentos da gravação do álbum em estúdio com a parceria de quatro instrumentistas. “O minidoc tem 11 minutos, e ficamos felizes com o resultado, já que em pouco mais de uma semana foram 7 mil visualizações”, destaca Joe. “A música deu ritmo à minha vida, me deu amigos, alegria e a oportunidade de fazer o que amo, e isso é mostrado neste documentário”, pontua o cantor.  [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A temporada de 2022 foi movimentada para Joe Torquato. As nove faixas do álbum ganharam as plataformas de streaming (transmissão de conteúdo online). O show de dezembro, que teve plateia lotada em um empório no Jardim Botânico, inspirou o artista a lançar vídeos para cada uma das músicas em seu canal – são cinco, e quatro estão em preparo.  Boa música O trio que acompanha Joe tem o guitarrista Kiko Peres, da banda Natiruts, o baterista Cláudio Leola, o tecladista Nino Rodrigues e, no baixo, Persus Ramos. “Kiko é um amigo, um parceiro musical há mais de 20 anos que conheci através do produtor musical Geraldo Horta”, conta Joe. “Participei com ele do Tributo a Lenny Kravitz; interpretamos canções do Jimi Hendrix, um ídolo nosso, e seguimos fazendo bons trabalhos. A produção e o arranjo musical do álbum são dele”. Depois de duas décadas cantando em casas de show, boates da capital e alguns espetáculos, Joe acredita que o momento é tornar o seu trabalho mais conhecido do público candango. “A maioria das músicas é minha, e outras são parceria”, diz. “O material tem muita qualidade, bons músicos, e acho que vai reverberar bem”. Kiko Peres endossa: “Ele é um cantor incrível. Além de feeling, tem técnica muito boa, canta em português e inglês e manda ver em variados estilos – rock, soul, rhythm and blues ou black music”. Assista ao minidocumentário.

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Documentário celebra os 88 anos do cineasta Vladimir Carvalho

São 88 anos de vida, mais da metade deles dedicados ao cinema, enfim, à enigmática arte de contar histórias por meio da lente das câmeras, sempre ouvindo pessoas e projetando sonhos. Com 16 obras no currículo e um vasto sentimento do mundo nas costas – como diria o poeta Carlos Drummond de Andrade -, o mestre Vladimir Carvalho dispensa apresentações. [Olho texto=”“O filme resgata a importância do Vladimir como maior cineasta documentarista vivo, juntando suas experiências de vida com sua obra, que é tão radical”” assinatura=”Maria Maia, diretora do documentário” esquerda_direita_centro=”direita”] Para celebrar a data e exaltar o homem e seus feitos, na arte e na vida, será exibido nesta terça-feira (31), no Cine Brasília, às 18h30, o filme-homenagem O Cinema Segundo Vladimir Carvalho. A entrada é gratuita. O título do longa dirigido por Maria Maia é um trocadilho afetuoso com um dos trabalhos mais célebres do documentarista, O Evangelho Segundo Teotônio (1984). Uma produção da TV Senado, o projeto conta com depoimentos de Gilberto Gil, dos cineastas Orlando Senna, Dácia Ibiapina, Sérgio Moriconi e Walter Carvalho – irmão de Vladimir -, entre outros. Cartaz do documentário que será exibido no Cine Brasília na terça-feira (31) | Foto: Divulgação “O filme resgata a importância do Vladimir como maior cineasta documentarista vivo, juntando suas experiências de vida com sua obra, que é tão radical”, comenta a cineasta, que promoverá um bate-papo com o homenageado e o público após a sessão. “Radical como documentarista em revelar esse Brasil cheio de contradições, que nos alegra, mas também nos faz chorar. Um Brasil que é ao mesmo tempo um misto de arcaico com o futuro, que é muito o cinema do Vladimir”, destaca. “Gosto dos meus filmes, sinto-me com o dever cumprido”, diz o cineasta Vladimir Carvalho | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Ex-aluno de Vladimir Carvalho na Universidade de Brasília, o jornalista e crítico literário Sérgio Moriconi, responsável pela programação do Cine Brasília, destaca que o diretor paraibano de alma brasiliense é um dos precursores do Cinema Novo, uma das mais importantes correntes cinematográficas do mundo. Como professor da UnB, Vladimir Carvalho é responsável pela formação da primeira geração de cineastas da cidade. “O Vladimir formou toda uma geração de cineastas criados na cidade, mestre da primeira geração de cineastas de Brasília”, lembra Moriconi. “O Vladimir é o nosso cineasta de referência, é um pioneiro e uma das sementes da cinematografia documental do Brasil, do Centro-Oeste e do DF”, avalia. Paraibano de Itabaiana, Vladimir Carvalho aprendeu a gostar de cultura, cinema e artes em geral por influência do pai, Luiz Martins. Como morava numa cidade que ficava num entroncamento ferroviário, era aquele garoto que esperava ansioso a chegada do trem com os filmes que seriam exibidos no cinema da cidade. A primeira experiência cinematográfica foi como corroteirista e assistente de direção de Linduarte Noronha no curta Aruanda (1960), marco do cinema regionalista brasileiro. Na sequência, em 1967, dirigiria A Bolandeira, obra referência para o movimento cinemanovista. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Em Brasília, o primeiro trabalho seria o contundente documentário Vestibular 70, obra que registra a rotina dos estudantes durante a realização das provas para ingressar na UnB. O curta foi dirigido a quatro mãos com Fernando Duarte, falecido na última terça-feira (24). É diretor de grandes clássicos do gênero do cinema verdade, como O Homem de Areia (1982), Conterrâneos Velhos de Guerra (2001), Barra 68 (2000) e o marcante O País de São Saruê (1971), proibido de ser exibido na edição daquele ano do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O episódio culminaria com a proibição da realização do evento por três anos, só retornando em 1975. Ao projetar os olhos no retrovisor do tempo, faz um modesto balanço de sua trajetória singular marcada por um cinema social impactante e terno. “Falar de si mesmo é mais condenável que falar dos outros”, brinca. “Mas gosto dos meus filmes, sinto-me com o dever cumprido”, resume. Serviço Documentário O Cinema Segundo Vladimir Carvalho ? Local: Cine Brasília ? Data: terça-feira (31) ? Horário: 18h30 ? Entrada franca

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História de três idosas negras do Gama vira documentário

O Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) Gama Sul produziu um documentário para contar a história de três mulheres negras e idosas atendidas pela unidade. O filme Condão, disponível no canal do YouTube da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), valoriza as raízes e vivências na comunidade e abre um espaço para o compartilhamento de histórias de vida. Assista aqui ao trailer. Grupo de idosos atendidos pelo Cecon Gama Sul assiste ao documentário | Foto: Divulgação/Sedes As protagonistas são Maria Amélia Nunes, de 71 anos, Zita Gonçalves e Maria de Lourdes da Silva, ambas de 70 anos. Elas fazem parte de um grupo de 60 idosos atendidos no Cecon Gama Sul, que integra a rede de proteção social da Sedes. A unidade desenvolve projetos, chamados percursos, para trabalhar temas específicos com as pessoas atendidas. [Olho texto=”“O processo de registro acabou se tornando uma ferramenta de escuta e reconhecimento para o fortalecimento de vínculos com a própria história, para nomeação de emoções e ressignificação de dores e perdas, que passaram a ser vistas como momentos de crescimento pessoal”” assinatura=”Flávia Mendes, chefe do Cecon Gama Sul” esquerda_direita_centro=”direita”] “Neste ano, a ideia foi desenvolver o percurso da Consciência Negra com uma proposta diferente, trabalhando a visibilidade e a escuta mesmo. O documentário fala de dores, de racismo, mas fala de superação também. As três protagonistas conseguiram cuidar dos filhos, estudar, superar as dificuldades, as questões pessoais”, explica a chefe do Cecon Gama Sul, Flávia Mendes. Percursos são os projetos desenvolvidos mensalmente na unidade. “O processo de registro acabou se tornando uma ferramenta de escuta e reconhecimento para o fortalecimento de vínculos com a própria história, para nomeação de emoções e ressignificação de dores e perdas, que passaram a ser vistas como momentos de crescimento pessoal”, acrescenta. “Para elas, foi muito emocionante se verem ali. Elas choraram quando assistiram o documentário.” No Cecon Gama Sul, são atendidos grupos de crianças de 6 a 14 anos de idade, adolescentes entre 15 e 17 anos e idosos com 60 anos ou mais. Atualmente, atende um total de 115 pessoas, mais o acompanhamento familiar. “O grupo de idosos ficou muito emocionado com as narrativas delas e orgulhoso também”, relata Flávia. “Eu achei maravilhoso poder me ver ali e contar um pouco da minha vida, me emocionei na hora que assisti ao vídeo pronto. No começo, não topei, mas depois me senti à vontade para falar. Foi uma vida de muita dificuldade, mas graças a Deus sou feliz e faria tudo novamente. Tenho filhos muito bons”, ressalta uma das protagonistas do documentário, Maria Amélia Nunes. O vídeo foi filmado e produzido nos meses de outubro e novembro para ser apresentado na conclusão do percurso em alusão ao Dia da Consciência Negra Atendida pelo Cecon Gama Sul há quatro anos, Maria Amélia compartilhou sua história, contou como criou os seis filhos sozinha e encontrou o amor aos 55 anos. “Fui mãe solteira, nenhum dos pais assumiu os filhos. Fiz diária, faxina. Quando trabalhava no Hospital do Gama, reencontrei uma pessoa que conhecia desde os 14 anos. Ele ficou viúvo, nos casamos no civil e na igreja em três meses”, conta. “Ele fez questão de fazer tudo do jeito que eu sonhava, me tratava como uma princesa, comprou uma casa para nós. Fomos casados por cinco anos e quatro meses até a morte dele, em 2010”, relata a aposentada, que passou a frequentar o Cecon Gama Sul com o apoio de uma das filhas, depois que o marido morreu. O vídeo foi filmado e produzido nos meses de outubro e novembro para ser apresentado na conclusão do percurso em alusão ao Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro. O nome do documentário, Condão, foi escolhido em homenagem à poesia de uma artista negra local, Claudia Martins. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes, Clayton Andreoni Batista, reforça a importância de ações como essa para alcançar os objetivos do serviço. “Elas oportunizam espaços de escuta, reconhecimento e protagonismo, são ferramentas eficazes para o alcance dos nossos objetivos individuais e coletivos”, pontua. O Distrito Federal tem 16 Cecons de execução direta da Sedes, além das instituições parceiras e dos centros de Referência de Assistência Social (Cras) que oferecem o serviço. Hoje, os centros de convivência atendem um total de 1.778 usuários. O serviço também é ofertado por cinco Cras e por OSCs parceiras da Sedes, beneficiando mais 3.900 pessoas. “O Cecon é uma unidade pública de assistência social que atende famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social. O serviço é realizado em grupos, separados por faixas etárias, para complementar o trabalho social que é feito com essas famílias e prevenir situações de risco social”, reitera a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. *Com informações da Sedes

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Migração que virou filme

A migração do maranhense Eliézer Alcântara Lima e de seus 11 irmãos para Brasília durou 20 anos. A saga de duas décadas acabou se tornando um documentário feito pela filha dele, a jornalista Larissa Leite. A família iniciou a mudança para Brasília logo após a inauguração da nova capital, fugindo da vida difícil na pequena Presidente Dutra, no Maranhão. Larissa Leite, o filho Santiago e o pai Eliézer: “Contesto todos que dizem que Brasília é uma cidade estranha. Não é mesmo” | Fotos: Renato Araújo/Agência Brasília Eliézer, hoje com 68 anos, aposentado do Banco Brasil, pai de cinco filhos, avalia que atingiu seu objetivo: conseguir equilíbrio financeiro. Já os filhos tiveram mais liberdade para buscar seus caminhos, como é o caso de Larissa, que, em vez da estabilidade do serviço público, encontrou a satisfação no instável mercado jornalístico. [Olho texto=”“Eu lia as cartas e enxergava claramente a possibilidade do roteiro. Queria documentar a trajetória impressa ali, em papéis já desgastados pelo tempo, em movimento” ” assinatura=”Larissa Leite, jornalista” esquerda_direita_centro=”direita”] Larissa, hoje casada, mãe de um menino de 4 anos, Santiago, e à espera de uma menina, define Brasília como uma cidade que lhe proporcionou muitas oportunidades. Criada no Guará, entre avós e tios – também vindos do Maranhão – e muitos primos, ela classifica a capital como acolhedora. “Minha infância foi muito preenchida, livre, não havia vazio”, lembra. A convivência estreita com parentes possibilitou à jornalista ler as cartas que seu pai, tios e avós trocaram durante os 20 anos de migração. Daí surgiu a ideia de fazer o documentário Cartas de Brasília. “Eu lia as cartas e enxergava claramente a possibilidade do roteiro”, afirma. ”Queria documentar a trajetória impressa ali, em papéis já desgastados pelo tempo, em movimento, em passos que voltariam ao passado e, quem sabe, trariam novos significados ao presente, a essa história particular que, ao mesmo tempo, é de tantas famílias brasileiras que apostaram em Brasília”, conta. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Para ela, seu pai e irmãos conseguiram proporcionar aos filhos, aqui em Brasília, uma estrutura não só financeira, mas familiar. “Gosto muito de Brasília, acho que ela possibilita muitas oportunidades. Contesto todos que dizem que é uma cidade estranha. Não é mesmo”, diz Larissa, que planeja criar seus dois filhos na capital onde cresceu. Enquanto Eliézer e irmãos buscaram em Brasília a estabilidade, a geração de Larissa e de seus primos queria a realização profissional. “Nós, primos, tivemos a liberdade de fazer nossas escolhas. Tenho primo físico, médico… Tivemos a possibilidade de escolher entre várias profissões”, avalia a jornalista. A filha de Eliézer pensa em Brasília com carinho e diz querer retribuir à cidade o que ela deu à sua família.

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Saiba como pessoas em situação de rua são atendidas no DF

“Hoje em dia, tenho onde morar, uma moto, meus filhos estão de volta comigo, tenho um trabalho e atendo pessoas que estão em uma condição na qual já estive”, conta a educadora social Neiva José de Araújo, cidadã que já esteve em situação de rua e, atualmente, realiza um serviço voltado à abordagem a essas pessoas. O depoimento está em A Rua: do Acolhimento à Autonomia, primeira série documental produzida pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). [Olho texto=”“Acolher, atender às demandas pessoais, fazer os encaminhamentos socioassistenciais e a articulação com toda uma rede de proteção, é isso que a Sedes faz”” assinatura=”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”direita”] Com lançamento previsto para quinta-feira (19), Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, o primeiro de 10 episódios ficará disponível nas redes sociais da pasta. Semanalmente, um novo capítulo vai dar sequência à série, que descreve os serviços executados pela Sedes para atender a esse público e conta histórias de superação, como a de Neiva. “Acolher, atender às demandas pessoais, fazer os encaminhamentos socioassistenciais e a articulação com toda uma rede de proteção, é isso que a Sedes faz”, explica a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha. “Porém, ainda existe um consciente coletivo de que a pasta retira compulsoriamente pessoas das ruas, não é esse o nosso trabalho”, completa. Ao longo dos episódios, o espectador vai entender a lógica da abordagem social de rua, conhecer o cotidiano nas casas de passagem e perceber a diferença delas para as repúblicas, compreender o funcionamento dos Centros Pops, por exemplo, entre outras peculiaridades desse trabalho. A série documental poderá ser vista nas redes sociais da Sedes, com um episódio por semana | Arte: Sedes-DF Antes de ser lançado o documentário, o tema será debatido pelo mobilizador social Rogério Barba, que viveu por mais de 20 anos em situação de rua, e o gerente de Abordagem Social da Sedes, André Santoro. A discussão ocorre dentro do Sedes Podcast, que vai ao ar ao vivo a partir das 15h desta quarta-feira (18), via @sedes_df, no Instagram. O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Sedes, oferece quase 90 possibilidades em serviço de acolhimento, gerando cerca de 2 mil vagas para crianças, adolescentes, adultos ou famílias, em locais onde as equipes buscam a reinserção social e o protagonismo pessoal de cada um dos moradores. 19 de agosto O Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua é ressaltado em memória ao Massacre da Sé, em 2004, quando sete pessoas foram assassinadas e oito ficaram gravemente feridas enquanto dormiam na região da Praça da Sé, capital paulista. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] O fato desencadeou o início da mobilização de grupos da população em situação de rua para construir o Movimento Nacional da População de Rua, em uma contínua luta pela garantia de direitos. Serviço A Rua: do Acolhimento à Autonomia Episódios todas as quintas-feiras a partir de 19 de agosto Onde assistir: no Instagram @sedes_df, no Facebook e no YouTube da Sedes-DF

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Projeto do FAC reúne violas do DF em dois documentários

Há um sentimento intenso que une o tocador e a viola. Essa paixão move o projeto Viola Central – Ponteios Regionais, que também narra a origem e o destino do instrumento e os desafios enfrentados no aprendizado e no treino. [Olho texto=”“Em Brasília, temos desde a viola tradicional em Planaltina à viola repentista nordestina em Ceilândia, bem como a viola mais urbana, no Plano Piloto. Resolvemos propor um mapeamento de toda essa riqueza”” assinatura=” Domingos de Salvi, pesquisador e diretor musical do Instituto Câmara Clara” esquerda_direita_centro=”direita”] São dois documentários (A Viola e o Tempo e Viola Mística), gravados em estúdio, que chegam ao público, com acesso gratuito, nesta sexta (23) e no sábado (24), às 19h, no Canal Câmara Clara, no YouTube, com chat aberto para participação. Os dois filmes somam cerca de 30 minutos e contam com intérprete de libras e legenda. Coordenado por Domingos de Salvi, Daniel Choma, Tati Costa e Sara de Melo, o projeto tem fomento do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), no valor de R$ 80 mil, com a geração de oito empregos diretos e indiretos. “Brasília é um lugar muito rico culturalmente, e no universo da viola caipira, ou viola brasileira, não é diferente. Nós temos desde a viola tradicional em Planaltina à viola repentista nordestina em Ceilândia, bem como a viola mais urbana, no Plano Piloto. A partir disso, resolvemos propor um mapeamento de toda essa riqueza”, explica Domingos de Salvi, pesquisador e diretor musical do Instituto Câmara Clara. Realizado entre 2019 e 2021, o projeto fortalece o reconhecimento social da viola como patrimônio cultural nacional | Foto: Divulgação/Secec O objetivo é reunir a história da viola no Distrito Federal e apresentar violeiros das distintas Regiões Administrativas (RAs). Os filmes também circularão em DVD, cujos exemplares serão distribuídos gratuitamente a redes de TV a cabo, canais de televisão públicos, universitários e educativos. Realizado entre os anos de 2019 e 2021, o projeto Viola Central – Ponteios Regionais fortalece o reconhecimento social da viola como patrimônio cultural nacional. Assim, a narrativa convida violeiros a mostrarem como é apaixonada e diversa a relação entre tocador e instrumento. Participam do projeto os violeiros Chico Nogueira, Claudivan Santiago, Domingos de Salvi, Fábio Pozzebom, Juca Violeiro, Macedo e Mariano, Mariana Mesquita, Reinaldo Cordeiro, Sousa Coelho, Tião Violeiro, Wellington Abreu e Wellington Assis. Tião Violeiro, 79 anos, é o entrevistado mais experiente entre os entrevistados do projeto | Foto: Daniel Choma/ Divulgação Gerações candangas Nascido em Brasília e criado em fazendas de Goiás, Fábio Pozzebom ouvia, durante a infância, música caipira com seu avô, Francisco Alves, o Chico Viola. Ganhou um violão do tio e, em 1994, começou a cantar em festas familiares e em pequenos festivais. Em 2005, começou uma dupla sertaneja com Cleyton Mendes, chamada Charles e Cleyton. Na ocasião, adotou o nome Charles, o nome do meio. Juntos, lançaram o disco Papel Amassado. “A viola tem essa particularidade, de ser familiar, de ser de casa. Apesar de que, para você ser sertanejo ou caipira, basta se sentir do sertão. A música caipira está no DNA de quem viveu no interior. Como a viola é um instrumento presente no nosso país desde o descobrimento, acredito que a música caipira está no inconsciente coletivo do nosso povo”, relata Pozzebom. [Olho texto=”“Todo instrumento bem tocado é bonito, mas acho que a viola tem um quê que atrai quando se ouve pela primeira vez”” assinatura=”Regivaldo de Sousa Coelho, luthier” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Enquanto compunha a dupla, Fábio profissionalizou-se como músico com o mestre Roberto Correa, da Escola de Música de Brasília (EMB). Atualmente, Pozzebom também atua como fotojornalista, mas nunca deixou de tocar os clássicos caipiras e canções de sua própria autoria. O entrevistado mais experiente que compõe os documentários do projeto é o Tião Violeiro, que aos 79 anos toca moda em eventos e festas. Com a mulher, fez dupla durante muito tempo, Tião Violeiro e Anita participaram diversas vezes do programa televisivo Brasil Caipira, comandado por Luiz Rocha. Natural de Patos de Minas, Tião aprendeu o instrumento sozinho, ouvindo as tradicionais músicas caipiras e tentando reproduzi-las em seus instrumentos. Morador de Brasília desde os 22 anos de idade, trabalhou como mestre de obras até a aposentadoria. Em casa, ensinou a viola para dois de seus netos. “Comecei por volta dos meus 10 anos, tocando em Folia de Reis. Em casa, tínhamos instrumentos, violão, acordeom. Mas eu era mais chegado aos de corda. Comecei mesmo em um cavaquinho. Tomei gosto e, aos 13 anos, comecei a tocar viola. Desde então, não parei mais. Toquei e cantei em duplas com meus irmãos e primos.”, conta Tião Violeiro. No documentário, o trabalho de luthier é descrito por Regivaldo de Sousa Coelho, que há quatro anos fabrica violas | Foto: Divulgação/Secec O violeiro acredita que a viola nunca esteve tão em alta. Como foi professor de viola, ensinou muitas pessoas e se orgulha de seu ofício e de suas apresentações. “A minha mente é muito boa, eu cantava 50 modas de cabeça, fazia e faço até hoje.”, concluiu. Criador de violas Cordas, tarraxas, osso, captadores elétricos e madeira são os materiais básicos utilizados por um luthier, profissional especializado em construção e manutenção de instrumentos de corda com caixa de ressonância. Pau ferro, cedro, mogno e Jacarandá da Bahia são as melhores espécies de madeira para o serviço artesanal. É importante, sobretudo, que as ripas tenham pelo menos 10 anos de cortadas, e que estejam sem trincas ou rachaduras. Regivaldo de Sousa Coelho, luthier há quatro anos e residente em Arniqueira, relata ter clientes de todos os segmentos da viola, dos mais tradicionais aos instrumentais modernos. Especialista em violas, Regivaldo dedica seu tempo também ao tocar do instrumento. Ele enxerga um crescimento no interesse dos jovens pela arte caipira. “Todo instrumento bem tocado é bonito, mas acho que a viola tem um quê que atrai quando se ouve pela primeira vez. E está ganhando uma outra dimensão no cenário cultural. Hoje, vejo muitas crianças que são violeiras e tocam vários estilos de música”, diz Regivaldo, um dos entrevistados do documentário. Programação A Viola e o Tempo Estreia em 23 de julho de 2021, às 19h Viola Mística Estreia em 24 de julho de 2021, às 19h   *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa

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O drama de um cabeleireiro do primeiro escalão

Mergulho na Piscina Vazia é um documentário que traz à tona uma história de superação | Foto: Divulgação Em toda véspera de solenidade em que a então primeira-dama Ruth Cardoso seria destaque, o presidente Fernando Henrique se alarmava. Era só esbarrar com o cabeleireiro Derly Silva pelos corredores do Palácio do Planalto para avisar: “Derly, por favor, a Ruth hoje tem um evento, não quero ela com cara de ‘comunidade solidária’”. Derly é protagonista do documentário O Mergulho na Piscina Vazia, de Edson Fogaça, um dos filmes selecionados para a Mostra Brasília, na 53º edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB), disponível on-line, a partir desta quinta (17), na plataforma dos canais Globo. Amplificado por Derly – que à época também era cabeleireiro de boa parte da alta sociedade brasiliense –, o bordão “cara de comunidade solidária” foi adotado, com muito bom humor e carinho, por todos que circulavam pelo Palácio, incluindo o casal presidencial. “Ficou gostoso, ela [Dona Ruth Cardoso] aceitou numa boa; até o final do nosso trabalho, tudo foi muito aceito”, conta ele. O título do filme é uma metáfora cara a Derly, uma estrela do ofício nos anos 1990 que foi da glória ao fundo do poço, depois de se envolver, de forma trágica, com um mal que faz parte da realidade de milhares de pessoas no Brasil e no mundo: as drogas. História de superação “O que me deixou impressionado, quando ouvi a história de Derly, foi seu desejo sincero em querer superar o vício”, conta o diretor, que bancou o projeto do próprio bolso. “Percebi o potencial que sua história continha, um apelo, quase um grito de socorro, para uma luta que não se vence sozinho e sim, com muita ajuda e compreensão.” Pungente, visceral, às vezes incômodo, o filme não deixa de ser um relevante trabalho de serviço social sobre o tema das drogas, do vício, da solidão, do abandono, da decadência, do desespero de quem quer dar a volta por cima e sobreviver. Tudo isso, amparado por montagem sóbria e bela direção de arte. Edson Fogaça participa da Mostra Brasília pela terceira vez e destaca o quão estimulante é o festival no ambiente presencial, que permite colher as impressões do público e interagir com ele. “Essa edição atípica traz a vantagem de permitir uma grande capilaridade, ao ser via on-line”, observa. “Mesmo com a falta do ambiente pulsante do festival, acredito que será uma excelente oportunidade para levar o filme a um público bem maior”. * Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec)

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A história de um mineiro de estatura internacional

A trajetória do mineiro José Aparecido de Oliveira é resgatada em documentário exibido na segunda noite do Festival de Cinema | Foto: Divulgação Dado a ousadias inconcebíveis, Darcy Ribeiro caiu das nuvens quando ouviu a sugestão: Brasília Patrimônio da Humanidade. “Mas como, se a cidade só tem 25 anos?”, indagou o antropólogo ao autor da proposta, o então governador do Distrito Federal, José Aparecido de Oliveira, que teve sua trajetória contada em documentário exibido sábado (23), na segunda noite do 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A sugestão se concretizou à revelia dos poucos anos da nova capital e das dificuldades burocráticas entre os organismos internacionais. O título foi conquistado para essa joia da arquitetura moderna nascida no coração do Brasil. Tratava-se, portanto, de um feito histórico. “É, o Zé Aparecido é mais louco do que eu. Ele conseguiu cravar uma lança na Lua”, diria o pai da UnB, Darcy. Convencional, mas afetivo e extremamente pertinente, o documentário José Aparecido de Oliveira – O Maior Mineiro do Mundo, exibido em mostra paralela, tem o mérito de apresentar ao grande público uma das figuras mais relevantes da história do Distrito Federal, mas pouco lembrada. O que não deixa de ser uma baita injustiça, diante de suas conquistas para Brasília e o país. José Aparecido foi o primeiro ministro da Cultura do Brasil e lutou muito, juntamente com outros intelectuais de seu tempo, para que o tema ganhasse status de secretaria de Estado nos governos das Unidades da Federação. Antes dele e Darcy Ribeiro, a cultura era renegada a uma mera repartição e não projeto estadual. “Ele era um homem de gestos, uma pessoa à frente do seu tempo que lutou, com todas as forças e energia, para que o Brasil fosse um país que tivesse respeitado todas as suas crenças, raças e história”, disse sua filha, Maria Cecília, em entrevista à Agência Brasília, após debate realizado com a equipe do filme, no hall do Cine Brasília. “O Zé Aparecido foi um dos grandes políticos que este país teve, era capaz de realizar grandes projetos”, destacou um dos diretores do projeto, junto com o filho Gustavo Brandão, Mário Lúcio Brandão. Figura agregadora Nascido em Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais, José Aparecido de Oliveira chegou em Brasília no início dos anos 60, na condição de secretário particular do presidente Jânio Quadros. Então com 32 anos, ele dava início à relação intensa que teve com a cidade. Nos 89 minutos de projeção do documentário – que terá nova exibição na cidade em dezembro, só para convidados -, o público pode conferir o estilo ágil, envolvente e agregador do homenageado, por meio de depoimentos de amigos, familiares e personalidades diversas. Entre aqueles que falaram da importância e carisma de Zé Aparecido estão os cartunistas Jaguar, Chico Caruso e Ziraldo – quem cunhou a frase que empresta o título ao filme -, o ex-presidente José Sarney, os cineastas Luiz Carlos Barreto e Vladimir Carvalho, além da atriz Fernanda Montenegro.  Aliás, um dos momentos mais emocionantes da fita, é quando a grande dama do cinema e do teatro lembra o dia em que o amigo mineiro a convido para tomar conta da pasta da Cultura, nos anos 80. “Ele era o ministro da Cultura e estava deixando o cargo para assumir o governo de Brasília. Então me liga e convida para ficar no lugar dele”, lembrou a atriz. “Eu não pude aceitar, mas ficou a grandeza do gesto de um homem de visão, que acreditava que um artista pudesse ser ministro da Cultura e ainda mais uma atriz”, disse emocionada, na tela do Cine Brasília. A presença de homem público que foi José Aparecido de Oliveira se esparrama pelo Distrito Federal por meio de obras como a Casa do Cantador, em Ceilândia, o Memorial dos Povos Indígenas, o Panteão da Pátria, localizado na Praça dos Três Poderes, assim como obras de complementação da Catedral de Brasília, enfim, os famosos vitrais da artista plástica pernambucana, Mariana Peretti. Foi na gestão de José Aparecido também que se deu o início da democratização do espaço da orla do lago Paranoá. “Ele também teve papel fundamental na redemocratização do Brasil”, frisou o diretor, Mário Lúcio.

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