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Nem sempre é o fim: cuidados paliativos abrangem pacientes com qualquer doença grave ou crônica

“Ao contrário do que muita gente acha, não é sempre sobre o fim da vida. No meu caso, foi um começo de esperança, uma oportunidade, um acolhimento humanitário.” Este é o relato da paciente Luciana de Almeida, 49, diagnosticada com um câncer raro na região óssea do cóccix. Há sete anos, ela é acompanhada pela equipe de cuidados paliativos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). “É essencial desmistificar a ideia de que os cuidados paliativos só devem ser empregados quando não há mais possibilidade de tratamento” Melissa Gebrim Ribeiro Nieto, médica paliativista “É essencial desmistificar a ideia de que os cuidados paliativos só devem ser empregados quando não há mais possibilidade de tratamento. Mesmo em doenças com perspectiva de cura, há sofrimento físico, psicológico e social que pode precisar desse suporte. Atendemos pacientes com qualquer doença ameaçadora à vida, com qualquer prognóstico e em qualquer estágio da evolução natural da doença”, descreve a médica paliativista da SES-DF, Melissa Gebrim Ribeiro Nieto. Na rede pública, o tratamento paliativo envolve o trabalho de diversos profissionais, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e farmacêuticos. O serviço é acessado por meio de um pedido de parecer feito por qualquer profissional da equipe assistente do paciente, desde que a demanda seja especificada. O tratamento paliativo envolve o trabalho de diversos profissionais, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e farmacêuticos | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Entre as doenças tratadas pela área estão câncer, Parkinson, esclerose múltipla, cardiopatias, problemas pulmonares crônicos, Aids, traumatismo craniano grave e doenças neurológicas, genéticas ou congênitas incuráveis, entre outras. Mais qualidade de vida Dados do Ministério da Saúde apontam que há mais de 625 mil pessoas em cuidados paliativos no país. Para a coordenadora da Atenção Especializada à Saúde da SES-DF, Julliana Tenorio Macêdo de Albuquerque Costa, esse tipo de apoio é crucial para garantir dignidade e qualidade de vida ao paciente. “Além de humanizar a assistência, esses cuidados reduzem internações desnecessárias, melhoram a eficiência do sistema de saúde e asseguram um cuidado integral, respeitando as necessidades individuais”, explica a gestora. Cada caso é individualizado, e as condutas são ajustadas conforme a proporcionalidade terapêutica e as demandas do paciente e de sua família, prevendo abordagens nos campos emocional, físico, social e espiritual. Trata-se de um cuidado flexível, que pode ser realizado em diferentes locais, de acordo com cada situação. “O tratamento é oferecido pela SES-DF em nível hospitalar e ambulatorial, além de capacitar muitos servidores dos Núcleos Regionais de Atenção Domiciliar (Nrads)”, assegura a referência técnica distrital (RTD) colaboradora em Cuidados Paliativos, Cristiane de Almeida Cordeiro. É possível contar com esse tipo de apoio em casa, nos hospitais regionais ou ainda por meio de uma internação na enfermaria especializada do Hospital de Apoio de Brasília (HAB). Era o caso de Creuza Alves do Nascimento, 81. Diagnosticada com Alzheimer, ela foi acompanhada pela equipe de cuidados paliativos no ambulatório do HAB. Nesse auxílio, os profissionais realizaram, por exemplo, reuniões familiares por videochamada com uma das filhas de Creuza, que morava longe. Arte: Divulgação/Agência Saúde-DF “Foi um atendimento que impactou positivamente. Desde o início até o final do tratamento, observamos o quanto minha sogra ganhou dignidade. Sem esse apoio, acredito que teríamos tido muito mais dificuldades. Foi um período em que usufruímos de todo o potencial humano da equipe. De coração, só temos a agradecer”, conta Luiz Cláudio Batista, genro de Creuza. Ela faleceu em agosto de 2024. *Com informações da SES-DF  

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Cuidados paliativos: assistência a pacientes e familiares

Equipe interdisciplinar do HAB atua de diversas maneiras, de acordo com as necessidades de cada indivíduo | Foto: Secretaria de Saúde Embora seja mais conhecida pelo tratamento oferecido às pessoas com doenças incuráveis, e em estágio terminal, a linha de cuidados paliativos não abrange apenas esses pacientes. O paliativismo é o conjunto de práticas de assistência ao paciente incurável que visa oferecer dignidade e diminuição de sofrimento. [Olho texto=”“O prolongamento da vida com qualidade é um impacto muito positivo dos cuidados paliativos”” assinatura=”Elisa Marquezini, médica paliativista” esquerda_direita_centro=”direita”] No Distrito Federal, a unidade de referência é o Hospital de Apoio de Brasília (HAB). Além dos pacientes com estágio avançado de determinada enfermidade, muitas vezes o câncer, o HAB abraça aqueles com diagnóstico de demência em fase grave e idosos com Síndrome da Fragilidade. A equipe interdisciplinar atua de diversas maneiras, de acordo com as necessidades de cada indivíduo. Isso inclui o tratamento dado junto à família, que também recebe assistência para lidar com a doença do seu ente querido. Geralmente, a notícia de uma doença grave vem acompanhada pelo medo e a incerteza do que pode ser o amanhã e a nova realidade. São adaptações que impactam em diversos aspectos da vida. Além do físico, as pessoas podem sofrer emocionalmente e, em decorrência disso, buscar apoio espiritual na tentativa de compreender o novo contexto. Os pacientes também sofrem com problemas de ordem social, principalmente os que estão ligados à renda familiar e à dependência de outras pessoas. Muitas doenças acabam afetando o trabalho de quem precisa de assistência multiprofissional em razão dos afastamentos imprevisíveis determinados pela enfermidade. HAB é pioneiro e referência em cuidados paliativos geriátricos | Foto: Secretaria de Saúde O HAB recebe pacientes de todas as regiões administrativas do Distrito Federal. Atualmente, são 29 leitos, 19 dos quais destinados à internação de pacientes em Cuidados Paliativos Oncológicos e dez para Cuidados Paliativos Geriátricos. Recentemente, esta ala recebeu até paciente em recuperação após infecção por Covid-19. Foi o caso de Inácia de Aquino, de 84 anos, que possuía fragilidades. Ela recebeu o devido atendimento na unidade de Cuidados Paliativos Geriátricos. Atendimento A chegada de um novo paciente está sempre preconizada com os critérios de admissão. Além do atendimento ao idoso, o Hospital de Apoio também iniciou um projeto para o Ambulatório de Cuidados Paliativos Neurológicos sem internação. Nesses casos, não existe uma idade para o tratamento. Na equipe, são profissionais de diversas áreas, desde médicos especialistas até psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. São enfrentadas doenças que, geralmente, têm um perfil degenerativo – e, para atenuar e atrasar o seu desenvolvimento, são realizadas várias estratégias pelos profissionais. Muita história: até casamento já foi realizado na unidade | Foto: Secretaria de Saúde A área também tem o objetivo de dar mais conforto e qualidade de vida aos pacientes. Atuante no Hospital de Apoio, Elisa Marquezini, médica paliativista e chefe da Unidade de Cuidados Paliativos, destaca que o HAB foi pioneiro em cuidados paliativos geriátricos no Brasil. Hoje, é uma referência na área. O local recebe idosos com demência na fase grave ou acima de 80 anos com Síndrome de Fragilidade. São pacientes encaminhados pelos hospitais gerais da rede pública de saúde, ou em acompanhamento domiciliar, e que não têm indicação de procedimentos invasivos. “Além dos cuidados paliativos oncológicos, nós somos referência nos cuidados paliativos geriátricos. Nesse caso, eles têm uma doença crônica irreversível, como insuficiência cardíaca, renal ou doença pulmonar crônica obstrutiva (DPCO), que impacta suas funcionalidades. Nosso trabalho visa trazer qualidade de vida para nossos pacientes, independente do prolongamento da vida”, explica Marquezine. Segundo a profissional, com a ajuda da equipe interdisciplinar – que conta com nutricionista, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, farmacêutico, assistente social, psicólogo, enfermeiro e até odontólogo especializado – o paciente obtém uma melhora devido ao manejo clínico adequado. A visão do tratamento é sempre pautada pela melhora na qualidade de vida. A diferença do atendimento no Hospital de Apoio para o de uma unidade de saúde geral está no fato de o HAB garantir qualidade de vida, e não apenas resolver um problema clínico pontual. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Mesmo não sendo o nosso principal objetivo, temos vários pacientes que chegam aqui ‘bem ruins’. Mas, com o nosso tratamento, melhoramos sua qualidade de vida e acabamos por aumentar sua expectativa de vida. O prolongamento da vida com qualidade é um impacto muito positivo dos cuidados paliativos”, afirmou Elisa. História Inaugurado em 30 de março de 1994 e com 25 anos de existência, o HAB acumula muitas histórias e até casamento já foi realizado dentro da unidade. É carinhosamente chamado de “Hospital do Amor”, em razão dos diversos serviços que presta à população do Distrito Federal.   * Com informações da Secretaria de Saúde

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