Escolas de ensino bilíngue do DF apresentam alunos a outros cantos do mundo
O domínio de outros idiomas abre um leque de oportunidades profissionais e de desenvolvimento pessoal. A rede pública de ensino do Distrito Federal oferece ensino bilíngue em quatro unidades educacionais: Centro de Ensino Médio Integrado do Gama (Cemi), com aulas em alemão; Centro Educacional do Lago Norte (CedLan), com o ensino de francês; Centro de Ensino Médio (CEM) de Taguatinga, com o espanhol; e o Centro Educacional do Lago (CEL), com a oferta do inglês. Juntas, as instituições atendem mais de 2,4 mil estudantes. O Programa de Educação Bilíngue Intercultural (Pebi) é implementado em unidades de ensino integral desde 2019 pela Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral, da Secretaria de Educação (SEE). No entanto, devido à pandemia e à ausência de professores qualificados na rede pública de ensino, os projetos entraram em vigor a partir de 2022. O ensino bilíngue é realizado por meio de memorandos com embaixadas e instituições internacionais interessadas em trabalhar a interculturalidade com os estudantes. A rede pública de ensino do Distrito Federal oferece ensino bilíngue em quatro unidades educacionais | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília A diretora de Educação em Tempo Integral da SEEDF, Érica Soares Martins Queiroz, destaca que a iniciativa surgiu da vocação internacional da capital federal, que reúne representantes de diversas culturas do mundo. Segundo ela, as parcerias que existem atualmente ainda estão em fase de aprimoramento, com avaliação de quais oficinas e projetos mais têm dado certo entre os alunos, e, dependendo dos resultados, podem ser estendidas a outras escolas no futuro. “O bilinguismo abre portas para o estudante, tanto para o mercado de trabalho como para a academia. Hoje, um estudante com um segundo idioma que pensa fazer uma graduação, dependendo do curso, pode ter mais facilidade de encontrar uma posição profissional, além de poder alcançar empresas e instituições fora do país”, avalia Queiroz. O ensino de francês no CedLan é ofertado em parceria com a Embaixada da França. No CEL, a promoção do inglês ocorre junto a Thomas Jefferson. O CEM 3 de Taguatinga conta com apoio da Embaixada da Espanha para promover o espanhol e o CEI do Gama trabalha com o Instituto Goethe para ensinar aos alunos o alemão. As atividades de segunda língua compõem o Itinerário Formativo Integrador e são realizadas por meio de oficinas de música, texto, conversação e imersão cultural, bem como com atividades relacionadas à gramática e pronúncia. Bruna Cristina da Silva, 18, acompanhou a rotina da embaixadora da Dinamarca, Eva Pedersen | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Novos horizontes No CEL, o projeto teve início em maio de 2019, mas foi suspenso durante a pandemia de covid-19, sendo retomado em 2022. A unidade recebe estudantes de diversas partes do DF, como Jardins Mangueiral, Itapoã, Paranoá e São Sebastião. Por lá, o inglês está presente em todos os lugares: em projetos junto a embaixadas; na sala de aula, em que professores abordam o conteúdo usando termos do idioma; nas paredes, com sinalizações e cartazes em inglês sobre temas como feudalismo e prevenção às doenças sexualmente transmissíveis; e entre os estudantes, que se esforçam para praticar a segunda língua no dia a dia. “É uma combinação de estratégias que varia entre as disciplinas e conforme o conteúdo. Quando é algo novo para o estudante, freamos o bilinguismo para focar no aprendizado do assunto”, explica o diretor do CEL, Vitor Reis. Segundo ele, o aluno é incentivado a dominar o inglês e, assim, estar preparado para galgar sonhos e objetivos. “Não conseguimos garantir que o estudante vai se tornar fluente em três anos de ensino médio. Estamos muito limitados ao inglês que eles chegam até a escola e pelo interesse que tem no idioma, mas em muitos casos conseguimos melhorar o nível ao longo dos anos, principalmente por meio da interculturalidade, em que o estudante tem contato com pessoas e projetos do mundo inteiro, mostrando que ele não está limitado só à realidade dele e ao Brasil.” A estudante Giovanna Borba, 15 anos, já sabe o caminho que deseja trilhar futuramente: quer se tornar diplomata. O estudo do inglês na escola faz parte do planejamento para alcançar a profissão. “Aqui trabalhamos muito e tanto os professores quanto os alunos se esforçam para praticar”, comenta. “Nós também temos projetos extracurriculares e visitamos embaixadas, o que é ótimo, porque vemos ao vivo o inglês sendo falado.” A estudante Giovanna Borba, 15 anos, quer se tornar diplomata | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Um dos projetos realizados no CEL é o Girl Takeover, em que três estudantes acompanham um dia de trabalho em uma embaixada nórdica. Em 2023, uma das escolhidas foi a estudante Bruna Cristina da Silva, 18, que acompanhou a rotina da embaixadora da Dinamarca, Eva Pedersen. Na oportunidade, ela também conheceu os representantes da Finlândia e da União Europeia, e pôde debater questões de geopolítica, de gênero e de relações internacionais. “Passei o dia falando em inglês e participando de reuniões importantes, foi muito enriquecedor”, recorda. Experiência intercultural O Cemi do Gama iniciou o ensino bilíngue em 2019, em parceria com o Instituto Goethe, mas as aulas regulares da língua só iniciaram neste ano, com a chegada de um professor habilitado em Letras Português-Alemão. Ainda assim, desde a oficialização da parceria, alunos e professores mergulharam na língua germânica, com debates sobre a cultura do país até simulações de situações comuns a um turista, como comprar um café ou solicitar o caminho do banheiro. A estudante Stephany Santana, 17, participa da maioria dos encontros e já domina alguns conhecimentos sobre a língua. “Já sei falar os números, me apresentar e algumas outras coisas. Se eu fosse avaliar o ensino, com certeza a nota seria 10, porque é muito bem desenvolvido aqui na escola”, conta ela, que sonha em ser engenheira espacial e professora universitária. Rafael Castro, professor de alemão: idioma é trabalhado do zero, compreendendo quatro competências – fala, escuta, leitura e escrita | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília O diretor da escola, Lafaiete Formiga, explica que atualmente as aulas regulares do idioma ocorrem para as turmas do primeiro ano. No ano que vem, serão oferecidas também aos outros dois anos do Ensino Médio. Ele ressalta que o ensino profissionalizante é muito valorizado na Alemanha, o que pode render oportunidades futuras para os alunos. “Somos uma escola técnica de informática, integral e integrada, e o ensino profissionalizante é muito bem visto na Alemanha, que tem os melhores cursos técnicos do mundo. O estudante tem a oportunidade de aprender esse idioma e, quem sabe, tentar uma vaga em um curso ou uma empresa internacional”, destaca. O responsável por ensinar o beabá alemão aos jovens é o professor Rafael Castro. O idioma é trabalhado do zero, compreendendo quatro competências – fala, escuta, leitura e escrita. “Os alunos começam no nível A1, que é o primeiro do quadro europeu de padronização do ensino de línguas, e a ideia é que, ao final do terceiro ano, aqueles que começaram o aprendizado no primeiro ano tenham chegado, no mínimo, no nível A2, que é o nível de passagem do básico para o intermediário”, pontua. Um dos craques na língua germânica é o estudante Samuel André Góis, 15. Em entrevista à Agência Brasília, ele mostrou parte do conhecimento adquirido na rede pública. “Guten Morgen, guten Nachmittag und gute Nacht. Mein Name ist Samuel, ich bin 15 Jahre alt und lerne Deutsch”, se apresenta ele, em alemão. Traduzindo, o brasiliense disse: “Bom dia, boa tarde e boa noite. Meu nome é Samuel, tenho 15 anos e estou aprendendo alemão.” Samuel revela que o contato inicial com o idioma pode ser confuso para a maioria dos estudantes, devido à complexidade e à diferença em relação ao português. “É uma língua muito diferente, aí a gente acaba perguntando muitas coisas para o professor o tempo todo. E as palavras são feias, então dá um pouco de vergonha”, brinca ele, que também reconhece a importância de ampliar o leque educacional. “É algo que vai nos beneficiar muito no futuro, nos dando base para construir um bom futuro profissional.” Giovanna, Bruna, Stefany e Samuel estão trilhando um caminho rico em possibilidades a partir do ensino bilíngue, assim como outros 2,4 mil estudantes.
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Escola pública bilíngue abre horizontes de 400 alunos
“Je m’appelle Maria Paula, j’ai dix-sept ans. Comment allez-vous?”, pronunciou uma das alunas do projeto Escola Intercultural Bilíngue, apresentando-se em francês na entrevista. Traduzido para o português, a jovem disse: “Eu me chamo Maria Paula, tenho 17 anos. Como você está?” Parceria entre a Escola de Ensino Médio Integral (CedLan) e a Embaixada da França foi renovada por quatro anos | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Maria Paula é uma entre os mais de 400 estudantes da Escola de Ensino Médio Integral (CedLan). O Governo do Distrito Federal (GDF) e a Embaixada da França ampliaram, no início de julho, por mais quatro anos, a parceria que estabelece ações para a oferta do ensino de francês e da cultura francófona, a primeira iniciativa na rede pública de ensino do DF com dois idiomas. A supervisora pedagógica do CedLan, Viviane Duarte Rocha, lembrou que a escola foi piloto do ensino médio integral, em 2017, o que permitiu o interesse em fazer parte do projeto bilíngue, acordado com a representação francesa. “Principalmente por morarmos em Brasília, a cidade que tem todas as embaixadas e esse cenário político internacional, essa experiência que eles têm já acrescenta no currículo. Então, a gente traz isso para a grade deles, um enriquecimento a mais, com mais opções para eles pensarem no futuro”, destacou a educadora. Futuro como o de Maria Paula Burmann, de 17 anos. A jovem quer fazer faculdade de Relações Internacionais na Universidade de Brasília (UnB). “Estar nessa escola é uma oportunidade maravilhosa. Aprendemos bastante do francês, que é uma língua bonita e que vai ser muito importante para mim”, afirmou a aluna. A supervisora pedagógica Viviane Duarte Rocha diz que o projeto ajuda os alunos a pensarem no próprio futuro A iniciativa da Escola Intercultural Bilíngue foi implantada em agosto de 2019 no Cedlan e conta com o envolvimento de 27 dos 52 professores do centro de ensino que foram capacitados pela Aliança Francesa. O projeto é tocado pela Secretaria de Educação em parceria com a Secretaria de Relações Internacionais. Conteúdo imersivo As aulas de francês são ministradas na unidade pública duas vezes na semana, às terças e quintas. “Aprendemos sobre as classes gramaticais, regras, pronomes de tratamento e numeração. Eu acho muito importante, porque não é uma oportunidade que você acha fácil, em qualquer lugar. Além disso, o francês tem regras, tem jeito… aprender presencialmente assim é sempre importante. Muitas coisas do nosso cotidiano vêm do francês”, comenta a aluna Yasmin Fintelman, de 17 anos. Yasmin Fintelman destaca a influência do idioma francês no cotidiano brasileiro O projeto intercultural bilíngue vai além do aprendizado da língua alvo, tendo como objetivo uma experiência intercultural. Em outras atividades da escola, como oficinas e aulas culturais, outros professores fazem uso do idioma francês. Nas aulas de arte, por exemplo, são incorporados elementos da cultura francesa. “A gente entende que o aluno tem que ser beneficiado da melhor forma possível”, acentuou a supervisora Viviane. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Outras escolas Atualmente, o GDF conta com três escolas da rede pública com ensino bilíngue. Além da Escola de Ensino Médio Integral (Cedlan) com o francês, há aulas em inglês no Centro Educacional do Lago (CEL) e oferta de espanhol no Centro de Ensino Médio de Taguatinga. A próxima escola a receber o projeto é o Centro de Ensino Médio Integrado do Gama (Cemi), que terá o alemão como segundo idioma.
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GDF renova cooperação com a Embaixada da França para ensino bilíngue
O Governo do Distrito Federal (GDF) e a Embaixada da França ampliaram por mais quatro anos o projeto Escola Intercultural Bilíngue na Escola de Ensino Médio Integral (Cedlan). A parceria estabelece ações para a oferta do ensino de francês e da cultura francófona aos mais de 400 estudantes da unidade pública. Essa foi a primeira iniciativa na rede pública de ensino do DF com dois idiomas. Governador Ibaneis Rocha e a embaixadora da França no Brasil, Brigitte Collet, assinam a renovação do acordo de cooperação para o projeto Escola Intercultural Bilíngue | Foto: Renato Alves/Agência Brasília [Olho texto=”“A ideia não é só ensinar o francês e a cultura francofônica, mas inovar em termos de pedagogia e incentivar os intercâmbios entre os jovens franceses e brasileiros”” assinatura=”Brigitte Collet, embaixadora da França no Brasil” esquerda_direita_centro=”direita”] O acordo de cooperação foi renovado na manhã desta terça-feira (4) com a assinatura de um novo memorando de entendimento pelo governador Ibaneis Rocha, pela secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, e pela embaixadora da França no Brasil, Brigitte Collet. “Fico muito feliz com a assinatura do nosso termo de compromisso. São quatro anos do projeto que começou aqui comigo”, afirmou o chefe do Executivo local. A iniciativa Escola Intercultural Bilíngue foi implantada em agosto de 2019 no Cedlan e beneficia mais de 400 estudantes e conta com o envolvimento de 27 professores dos 52 do centro de ensino que foram capacitados pela Aliança Francesa. O projeto é tocado pela Secretaria de Educação em parceria com a Secretaria Extraordinária de Relações Internacionais. Após a assinatura, a parceria será publicada em até 20 dias no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). [Olho texto=”“É uma proposta de bilinguismo, em que a criança está ouvindo o tempo todo a língua francesa e tem toda a questão intercultural que envolve trazer um pouco da França para dentro da escola”” assinatura=”Hélvia Paranaguá, secretária de Educação” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O documento estabelece iniciativas entre as partes para o projeto pedagógico. São elas: a execução de atividades extracurriculares na língua francesa; formação especializada em metodologia e coordenação de escola bilíngue para a equipe docente; viabilização de conexão entre profissionais nacionais e internacionais; possibilitação de intercâmbio cultural entre estudantes nacionais e internacionais; e apoio à unidade escolar no desenvolvimento dos projetos e atividades pedagógicas. A embaixadora da França no Brasil lembrou que a parceria permitiu a criação da primeira escola bilíngue na rede pública do Distrito Federal com a inserção de uma proposta diferenciada. “É um projeto-piloto muito inovador em termos de pedagogia e prática dos professores. A ideia não é só ensinar o francês e a cultura francofônica, mas inovar em termos de pedagogia e incentivar os intercâmbios entre os jovens franceses e brasileiros”, defendeu Brigitte Collet. Empolgada com a renovação, a secretária de Educação destacou que o projeto permite que a língua francesa seja oferecida para além da oferta nos Centros Interescolares de Línguas (CILs). “É uma proposta de bilinguismo em que a criança está ouvindo o tempo todo a língua francesa e tem toda a questão intercultural que envolve trazer um pouco da França para dentro da escola. Isso tem enriquecido o ambiente escolar”, comentou Hélvia Paranaguá. Segundo idioma [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Atualmente, o GDF conta com três escolas da rede pública com ensino bilíngue. Além da Escola de Ensino Médio Integral (Cedlan) com o francês, há aulas em inglês no Centro Educacional do Lago (CEL) e oferta de espanhol no Centro de Ensino Médio de Taguatinga. A próxima escola a receber o projeto é o Centro de Ensino Médio Integrado do Gama (Cemi), que terá o alemão como segundo idioma. “Estamos abrindo espaço para o bilinguismo e para experiências interculturais para os estudantes do ensino público. Nós já firmamos a parceria com a Embaixada da Alemanha e estaremos implementando em breve no Gama”, disse a secretária de Educação. O secretário-executivo de Relações Internacionais, Paulo César Chaves, ressaltou que a parceria reforça a importância que o governo tem dado à troca entre os países. “Trazer a cultura de outros países para intensificar o Distrito Federal, não só na parte do comércio, mas na educação. Isso visa não só o conhecimento, como as habilidades para o futuro dessas crianças”, definiu.
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DF conta com quatro escolas públicas de ensino bilíngue
A rede pública de ensino do Distrito Federal já oferece ensino bilíngue a quem busca aprender um segundo idioma. São quatro unidades educacionais que estão implantando o modelo: Centro de Ensino Médio Integrado do Gama (Cemi), com aulas em alemão; Centro Educacional do Lago Norte (CedLan), com o ensino de francês; Centro de Ensino Médio de Taguatinga, que oferece o espanhol; e o Centro Educacional do Lago (CEL), com o inglês. Aulas ministradas em dois idiomas ajudam a ampliar as oportunidades que os alunos terão no mercado de trabalho | Fotos: Renato Araújo/Agência Brasília “Sabemos o quão importante hoje é ter o conhecimento de uma segunda língua”, afirma a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá. “Dar essa oportunidade para os professores, para que eles repassem esse conhecimento aos alunos, é muito importante.” No CEL, o projeto teve início em maio de 2019, mas foi suspenso durante o período da pandemia de covid-19 e agora está sendo retomado. “Como já tínhamos o método bilíngue, fomos escolhidos para ser piloto”, informa a diretora do CEL, Rosana Gaviano. Atualmente, o CEL possui 470 alunos. De acordo com ela, o processo de implantação das aulas em inglês foi muito bem aceito pelos estudantes. “Embora tenha sido difícil no começo, eles gostaram. Também fizemos uma consulta à comunidade escolar para escolher a língua que faria parte do ensino bilíngue, e a opção foi pelo inglês.” Parceria O coordenador dos Itinerários Integradores do Ensino Médio Integral do CEL, Vitor Rios, lembra que a escola, embora esteja situada no Lago Sul, reúne alunos de diversas partes do DF, como Jardins Mangueiral, Itapoã, Paranoá e São Sebastião. “É uma comunidade carente e diversa”, diz. “Temos alunos que já são fluentes no inglês, graças aos centros de línguas, e alguns outros que não têm quase nenhum domínio do inglês. A proposta do ensino bilíngue é dar algo mais a eles.” O fato de ser uma escola integral facilita a implantação do ensino em outra língua, uma vez que há mais tempo para desenvolver projetos com os alunos. Como a rede de ensino possui hoje poucos professores habilitados para dar aulas bilíngues, a direção do CEL firmou uma parceria com a escola Casa Thomas Jefferson, que está oferecendo aulas gratuitas aos professores. [Olho texto=”“Como é uma escola em tempo integral, nossa proposta é que pelo menos 20% do tempo seja ocupado com aulas em inglês” ” assinatura=”André Oliveira e Silva, coordenador do projeto do Centro Educacional do Lago” esquerda_direita_centro=”direita”] “Nossa parceria com a Casa Thomas Jefferson proporcionará aos professores aprender estratégias bilíngues”, detalha Vítor. Mas o aprendizado em inglês é para todos os servidores da escola – os auxiliares recebem aulas de inglês instrumental ministradas pelos professores do CEL. O coordenador do projeto bilíngue do CEL, André Luís de Oliveira e Silva, diz esperar que, nos próximos concursos para professores promovidos pela Secretaria de Educação, haja, entre os aprovados, docentes com aptidão ou proficiência em inglês para fazer parte do projeto. “Para dar aula em outra língua, é preciso ter proficiência”, explica. “Como é uma escola em tempo integral, nossa proposta é que pelo menos 20% do tempo seja ocupado com aulas em inglês.” Jovens Embaixadores Para aproximar os estudantes do idioma inglês, a escola recebeu o projeto Jovens Embaixadores, formado por estudantes norte-americanos que conheceram o CEL e participaram das atividades curriculares. Os visitantes foram guiados pelos próprios estudantes da unidade, que fizeram tradução simultânea dos encontros. Nas aulas em inglês, quem tem mais conhecimento da língua auxilia os que estão começando agora. “A ideia é mesclar as aulas em inglês e português”, aponta Vítor. Brenda Martins se sente motivada com o aprendizado: “Em algumas oficinas, as aulas são somente em inglês, e isso é muito bom” “Para mim, o inglês é a melhor opção como segundo idioma”, destaca o aluno do terceiro ano do ensino médio Wesley Henrique Ferreira, 17 anos, que já conhecia a língua por ter estudado no CIL. Sua expectativa é que o aprendizado o ajude no curso de engenharia de software que pretende fazer. Aluna do segundo ano do CEL, Brenda Martins, 16 anos, também diz esperar que o domínio do inglês a ajude na futura profissão – ela quer estudar biologia ou biotecnologia. “Tenho afinidade com o inglês, mas antes de estudar aqui na escola não tinha tido a oportunidade de praticar”, conta. “Em algumas oficinas, as aulas são somente em inglês, e isso é muito bom.” Alemão O diretor do Cemi do Gama, Carlos Lafaiete, disse que a escolha da língua alemã se deve ao fato de o Cemi ser uma escola de ensino profissionalizante, que é muito valorizado na Alemanha, o que pode render oportunidades futuras para os alunos. De acordo com o diretor, o projeto, que deveria ter começado a ser implantado no primeiro semestre deste ano, só está sendo iniciado agora, por falta de professores com proficiência em alemão na rede pública de ensino. Segundo o docente, a expectativa é que com a realização do próximo concurso a escola receba pelo menos dois professores fluentes em alemão. Enquanto isso, o próprio Carlos Lafaiete já está estudando o idioma, num curso gratuito oferecido pelo Instituto Goethe, que apoia o projeto do Cemi. “Como ainda não temos professores como conhecimento em alemão, vamos realizar oficinas com os alunos sobre a Alemanha”, anuncia. “Esta já será uma forma de aproximar os estudantes do estudo do idioma. Mas estão todos empolgados e perguntando quando o projeto terá início.”
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