PCDF cria comitê para o desenvolvimento de políticas públicas para as servidoras
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deu mais um passo em direção à valorização e ao fortalecimento da atuação feminina na instituição. Publicada nesta segunda-feira (19), a portaria nº 305/2025 institui o comitê permanente para o planejamento e o desenvolvimento de políticas públicas direcionadas às mulheres policiais civis. Criação de comitê reforça o compromisso com a promoção da equidade de gênero, segundo a PCDF | Foto: Divulgação/PCDF A iniciativa visa a garantir que as demandas específicas das servidoras sejam contempladas em ações estruturadas, contínuas e alinhadas com o decreto distrital nº 45.414/2024, que orienta as diretrizes voltadas à equidade de gênero na segurança pública do DF. [LEIA_TAMBEM]O comitê será composto por representantes de todas as carreiras policiais da instituição, com a seguinte formação: uma delegada de polícia — que exercerá a presidência do grupo —, uma perita criminal, uma perita médico-legista, uma agente de polícia, uma escrivã, uma agente policial de custódia e uma papiloscopista. As indicações serão feitas pelas unidades responsáveis, no prazo de até dez dias após a publicação da portaria. Segundo a normativa, caberá ao comitê apresentar, anualmente, as metas e ações previstas para o cumprimento dos objetivos estabelecidos, com a devida publicação das informações no site institucional da PCDF. As atividades desenvolvidas seguirão os parâmetros do decreto distrital vigente, sem prejuízo de outros normativos relacionados. O comitê será vinculado diretamente ao gabinete do delegado-geral de Polícia Civil, a quem se reportará institucionalmente. A presidência do comitê será ocupada pela diretora da Divisão Integrada de Atendimento à Mulher (Diam), a delegada Karen Tatiane Langkammer, que destaca: “Essa medida reforça o compromisso da PCDF com a promoção da equidade de gênero, o respeito aos direitos das servidoras e o fortalecimento de um ambiente de trabalho mais justo, inclusivo e representativo”. *Com informações da PCDF
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Com aulas e oportunidade de emprego, projeto amplia presença feminina na construção civil
A oportunidade de aprender e colocar os conhecimentos em prática em um curto espaço de tempo levou mais qualidade de vida e segurança para Alessandra Ribeiro, 45 anos. Por meio do curso Rejunte é com Elas, promovido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), ela se aprofundou na área da construção civil, um mercado praticamente restrito aos homens. A iniciativa é da Secretaria de Justiça (Sejus-DF) em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai-DF) e contempla 23 formandas que compõem o Programa Direito Delas. “Nós tivemos aulas teóricas, práticas de rejuntamento, assentamento de cerâmica e também nos foi dado uma visão panorâmica sobre a limpeza pós-obra. Tivemos também aulas sobre equipamentos e como elaborar um currículo. Foi um curso muito proveitoso”, conta Alessandra. Alessandra Ribeiro: “Agora eu tenho prática na área e não vou ter mais insegurança. Acho que estou pronta para desbravar o ramo da construção” | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Com duração de 40 horas de aulas, o curso serviu de pontapé profissional para Alessandra, que decidiu pela especialização após perder uma oportunidade de emprego na área. “Ano passado, eu havia me candidatado a uma vaga de rejunte, mas como não tinha experiência, acabei não sendo selecionada. Porém, fiquei com isso na cabeça, de que queria fazer o curso e entender sobre o assunto. Quando surgiu a oportunidade, fui lá, fiz a inscrição, e foi muito legal”, relembra. “Agora eu tenho prática na área e não vou ter mais insegurança. Acho que estou pronta para desbravar o ramo da construção”. Segundo a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, o objetivo do programa é oferecer às mulheres em situação de vulnerabilidade a possibilidade de conquistar a independência financeira, além de promover a equidade de gênero. “O Rejunte é com Elas fortalece a autonomia financeira das mulheres e amplia a participação das mulheres no mercado de trabalho. Promover a equidade de gênero passa por abrir oportunidades reais em todas as áreas e a construção civil também precisa dessa inclusão”, destaca. Especialização e emprego Azilene Lopes optou pela construção civil em busca de mais qualidade de vida Azilene Lopes, 45, trocou a área de atuação na saúde para se arriscar na construção civil, buscando mais qualidade de vida. “Os horários na área de enfermagem estavam atrapalhando minha rotina. Optei por mudar de profissão, e o curso me possibilitou adquirir experiência e ampliar meu currículo, para mais oportunidades de emprego”, conta a moradora do Itapoã, que também aproveitou os conhecimentos adquiridos para trabalhar na própria casa. “Aproveitei para fazer o de pedreiro de alvenaria pelo Senai, e isso foi importante para conseguir fiscalizar o serviço dos profissionais que estão construindo minha casa, além de me permitir também colocar a mão na massa”, comemora. Novas perspectivas “Quando vem uma oportunidade, você tem que encarar. Tem que dizer assim: ‘eu já peguei’”, aconselhou Maria Irene Alves, 57, que deu o exemplo para a filha e amigas ao se inscrever imediatamente na vaga de rejuntamento. “Assim que vi a possibilidade, mandei para todo mundo e me inscrevi. Na época, estava desempregada há mais de dois anos e o curso meu deu um novo horizonte”, relembra. Além de ajudar na vida financeira, o emprego também ativou motivação e alegria, tirando a profissional da depressão. “Eu passei uns momentos muito difíceis, e com a chance me senti com mais dignidade. Porque eu acho que com um emprego, as pessoas passam a olhar para você como alguém honesto, que quer trabalhar, que quer pegar no pesado”, conta, agradecida. “Essa oportunidade realmente mudou minha vida”.
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GDF marca presença em evento do G20 sobre perspectiva de gênero e empoderamento feminino
A Secretaria da Mulher (SMDF) marcou presença no evento paralelo Integração da Perspectiva de Gênero e Empoderamento das Mulheres no G20, realizado nesta quinta-feira (10), no Hotel Meliá Brasil 21, em Brasília. Organizado pelo Ministério das Mulheres em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), o encontro ocorreu simultaneamente às reuniões do Grupo de Trabalho de Empoderamento das Mulheres, reunindo diversas autoridades para debater a incorporação da perspectiva de gênero nas políticas globais. “É uma honra para a Secretaria da Mulher do DF participar de discussões tão relevantes. Nosso papel é garantir que as mulheres tenham suas vozes ouvidas em todas as instâncias”, disse a secretária da Mulher do DF, Giselle Ferreira, que participou do evento nesta quinta (10) | Foto: Vinicius de Melo/SMDF O Brasil ocupa, pela primeira vez, a presidência do G20, o principal fórum internacional que reúne as maiores economias do mundo. A pauta feminina tem ganhado destaque em diversas frentes. Durante o evento, foram abordados temas como a equidade de gênero e a urgência no combate a todas as formas de violência contra as mulheres, com ênfase na violência política. Reafirmando o compromisso do Governo do Distrito Federal (GDF) na defesa dos direitos das mulheres, a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, destacou a importância de construir políticas públicas mais inclusivas e igualitárias. “É uma honra para a Secretaria da Mulher do DF participar de discussões tão relevantes. Nosso papel é garantir que as mulheres tenham suas vozes ouvidas em todas as instâncias, tanto no âmbito local quanto nas agendas globais. Essas trocas nos permitem pautar diferentes políticas públicas para o DF”, declarou Giselle. A programação contou com dois painéis principais. O primeiro discutiu a transversalidade de gênero nos grupos de trabalho do G20 durante a presidência brasileira, com a participação de representantes das áreas macroeconômicas estratégicas e de finanças. O segundo painel tratou da importância da participação social, com representantes de oito dos treze grupos de engajamento do G20 Social. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reforçou a necessidade de incluir a perspectiva de gênero nas principais agendas internacionais. “O G20 é um espaço estratégico para a implementação de políticas públicas que promovam a igualdade de gênero. Precisamos assegurar que as mulheres estejam no centro das decisões e que suas necessidades sejam consideradas em todas as áreas”, afirmou a ministra. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, também presente ao evento, ressaltou a relevância do empoderamento feminino nas decisões do G20, enfatizando que a inclusão de mulheres em posições de liderança é essencial para o desenvolvimento sustentável e equitativo. “Precisamos garantir que as vozes das mulheres sejam ouvidas e que suas demandas sejam integradas nas mais altas esferas de decisão”, declarou. *Com informações da SMDF
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DF é a unidade da Federação em que as mulheres têm a maior remuneração média
A presença feminina tem se fortalecido no mercado de trabalho do Distrito Federal. O 1º Relatório de Transparência Salarial, desenvolvido pelos ministérios das Mulheres (MMulheres) e do Trabalho e do Emprego (MTE), apontou que a capital federal é a unidade da Federação em que as mulheres têm a maior remuneração média – 64,59% a mais do que em todo o Brasil – e a terceira com a menor desigualdade de salário entre homens e mulheres – uma diferença de 8% – atrás apenas do Piauí e de Sergipe. DF tem grande concentração de mulheres nos setores de serviços e comércio e na administração pública | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Enquanto a média nacional de remuneração das mulheres é de R$ 3.904,34, no Distrito Federal o valor é de R$ 6.045,01. O salário feminino no DF é R$ 524,70 menor do que o dos homens na capital federal. Já na média do país a diferença sobe para R$ 942,05. A pesquisa se baseou nos dados de 2022 da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que reúne informações sobre o mercado de trabalho formal, respondido por 1.010 empresas do DF que empregam 462 mil pessoas. “As políticas públicas em educação continuada, treinamentos e desenvolvimento de habilidades abrem as portas para oportunidades de emprego mais bem-remuneradas para as mulheres” Giselle Ferreira, secretária da Mulher Alguns pontos explicam os índices positivos do DF. Entre os fatores está a característica da distribuição ocupacional na capital. “Temos uma grande concentração de mulheres no setor de serviços e de comércio, que é um segmento muito forte no DF, e na administração pública”, explica a gerente de Avaliação de Políticas Socioeconômicas do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), Bárbara Carrijo. A qualificação feminina é outro aspecto que influencia na diminuição da desigualdade. “A mão de obra da mulher é mais qualificada. Temos uma grande quantidade de mulheres com ensino médio e o ensino superior completos. Quanto maior a qualificação da mão de obra, menor é a diferença”, afirma a gerente do IPEDF. “Mas as mulheres ainda enfrentam dificuldades quando almejam cargos mais altos. A pesquisa indica uma diferença de 20,5% em cargos de dirigentes e gerentes. Então ainda é um desafio”, alerta Carrijo. GDF promove capacitação profissional de mulheres por meio de iniciativas como o Empreende Mulher, Realize, Mulheres Vencedoras e Qualifica DF | Foto: Vinicius de Melo/SMDF Investir em capacitação é uma das formas que o Governo do Distrito Federal (GDF) tem encontrado para alcançar a equidade de gênero. “Buscamos fortalecer a qualificação da mulher oferecendo políticas públicas voltadas à capacitação e empregabilidade”, afirma a subsecretária de Promoção das Mulheres da Secretaria da Mulher (SMDF), Renata D’Aguiar. Um desses programas é o Empreende Mais Mulher, que acolhe a população feminina com cursos de artesanato, beleza, autoestima e informática. A Secretaria da Mulher também conta com os programas Oportunidade Mulher, que qualifica mulheres com oficinas online e presenciais; e Realize, com desenvolvimento de competências para o empreendedorismo. Além disso, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet) oferece qualificação feminina nos projetos Capacitando Elas, Mulheres Vencedoras, RenovaDF, Qualifica DF e Fábrica Social. “As políticas públicas em educação continuada, treinamentos e desenvolvimento de habilidades abrem as portas para oportunidades de emprego mais bem-remuneradas para as mulheres”, analisa a secretária da Mulher, Giselle Ferreira. Mudança de cultura Projeto da Neoenergia forma eletricistas mulheres para ampliar a participação feminina na empresa | Foto: Divulgação/Neoenergia Outra frente de trabalho do governo é a sensibilização junto à iniciativa privada e à sociedade. A Secretaria da Mulher faz essa articulação por meio da Rede Sou Mais Mulher, onde a pasta atua de forma conjunta com organizações como Sistema S, Neoenergia, Instituto Banco de Brasília (BRB) e Instituto Federal de Brasília (IFB) promovendo a igualdade entre mulheres e homens, além de ações de empreendedorismo e autonomia econômica das mulheres. A participação é voluntária e por meio de cooperação técnica. “Nunca me imaginei nessa área, por ser um setor majoritariamente masculino. No começo tinha certo receio de não conseguir fazer a parte prática, mas o curso foi todo adaptado para nós mulheres. Na minha turma todas tivemos um bom desenvolvimento e fomos contratadas” Giovanna de Sousa, eletricista Entre as ações de destaque do projeto está a formação de eletricistas mulheres em curso de formação promovido pela Neoenergia. A qualificação visa ampliar a participação feminina dentro da empresa. Até março deste ano, a empresa já capacitou 343 pessoas, destas 275 foram contratadas, sendo 155 mulheres, um percentual acima de 50%. Esse é o caso de Giovanna de Sousa, 26 anos. Em 2021, ela se inscreveu no curso de eletricista e agora compõe a equipe como técnica. “Nunca me imaginei nessa área, por ser um setor majoritariamente masculino. Fiquei sabendo da oportunidade e me inscrevi. No começo tinha certo receio de não conseguir fazer a parte prática, mas o curso foi todo adaptado para nós mulheres. Realmente eles abraçaram a equidade para fazer com que todos fossem capazes de realizar todas as atividades. Na minha turma todas tivemos um bom desenvolvimento e fomos contratadas”, conta. Giovanna começou como eletricista e seis meses depois fez o curso de operadora de subestação e se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo na empresa. “Após um ano fui promovida para o setor de manutenção, depois me tornei técnica I e agora sou técnica II. Tive a sorte de fazer parte de uma empresa que abraçou a causa feminina num nicho muito masculino. Mas sei que há mulheres no Brasil que não tiveram essa oportunidade, então fico feliz de representar essas mulheres em um ambiente onde a equidade de fato acontece”, completa. Neste ano, o governo instituiu o Dia da Paridade de Gênero no calendário oficial do DF. A data será lembrada todo dia 3 de julho, como forma de incentivo a ações voltadas para a igualdade de oportunidades e de remuneração para mulheres no mercado de trabalho. Para a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, a igualdade salarial é um componente essencial para promover a equidade de gênero em todas as esferas da sociedade: “Quando as mulheres recebem salários mais baixos do que os homens pelo mesmo trabalho ou trabalho de valor comparável, isso perpetua desigualdades econômicas e sociais, limitando o poder de compra, a independência financeira e as oportunidades de progresso das mulheres”.
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Inclusão e equidade marcam live sobre mulheres na Cultura
Dhi Ribeiro cantou em live músicas em homenagem à luta das mulheres contra desigualdade. Vídeo está disponível na pasta da Secretaria de Cultura e Economia Criativa no YouTube | Foto: Divulgação/Secec (foto tirada antes da pandemia) [Olho texto=”“Temos a obrigação de aprofundar a discussão sobre equidade de gênero. Estamos atentos para discutir ações efetivas de políticas públicas dentro da secretaria” ” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Com a presença de protagonistas de diversas linguagens artísticas, que refletem visões sobre identidade, empoderamento e representatividade feminina, a roda de conversa com pocket show de Dhi Ribeiro encerrou o evento “Mulheres no Giro da Cultura”, iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) em comemoração ao mês da mulher. Durante uma semana, a ação reuniu público de 484 em torno da programação exibida no canal do Youtube da pasta. Participaram do debate Danielly Monteiro (gerente de cultura do Plano Piloto); Dhi Ribeiro (sambista); Carla Maia (Street Cadeirante); Márcia Lobo (comunidade tradicional cigana, do Conselho Regional de Cultura da Candangolândia); Kika Carvalho (movimento Backstage); Luciana Barreto (literatura); e Dayse Hansa (Associação de Produtoras e Trabalhadoras da Arte e Cultura/Apta). Moderada pela subsecretária de Difusão e Diversidade e Cultural, Sol Montes, e pelas assessoras de Relações Institucionais, Beth Fernandes, e de Articulação de Políticas Culturais, Mirella Ximenes, a live também contou com a presença do secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, que abriu o evento, na sexta-feira passada (26). “Temos a obrigação de aprofundar a discussão sobre equidade de gênero, estamos atentos para discutir ações efetivas de políticas públicas dentro da secretaria. Estou muito orgulhoso desse evento”, ressaltou o secretário, que ainda apontou um acréscimo no número de mulheres inscritas em editais da cultura. No caso do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), dos 360 projetos inscritos, 118 tinham mulheres como proponentes. [Olho texto=”“Defendo a contratação de mulheres por meio de cotas e acredito que hoje o nosso grande desafio é o enfrentamento da desconstrução do machismo com os nossos colegas” ” assinatura=”Dayse Hansa, líder da Apta (Associação de Produtoras e Trabalhadoras da Arte e Cultura)” esquerda_direita_centro=”direita”] É preciso ter raça Pela voz da cantora Dhi Ribeiro, canções que simbolizam a força e a resistência feminina foram interpretadas durante o encontro. Desafios e histórias de superação foram abordados para indicar que ainda existe um longo caminho a percorrer quando se trata de equidade de gênero. “Salve a mulher que luta, que cria, que carrega esse país como a gente carrega. Enquanto mulher, tenho que ser criativa o tempo todo e buscar caminhos inéditos na minha carreira”, pontuou Dhi Ribeiro. Líder da Apta, Dayse Hansa apontou que a oferta de capacitação para mulheres em segmentos culturais ainda é inferior. A artista plástica e gestora cultural apontou o caminho da profissionalização e do acesso ao fomento. “Defendo a contratação de mulheres por meio de cotas e acredito que hoje o nosso grande desafio é o enfrentamento da desconstrução do machismo com os nossos colegas. Ouçam mais as mulheres!”, pediu. Para a socióloga e cantora Danielly Monteiro, as ações afirmativas funcionam como uma fenda possível diante de todas as injustiças históricas sofridas pelas mulheres. “Precisamos enfrentar os desafios com políticas públicas emergenciais, de médio a longo prazo, principalmente olhando o caso das mulheres”, pontuou Danielly. Professora e jornalista, Luciana Barreto salientou a desigualdade de gênero no âmbito profissional. “Como educadora, costumo provocar meus alunos com as grandes obras da literatura. Mulheres que foram idealizadas por homens brancos de classe média e rotuladas. Chega da gente só remar contra a maré o tempo todo. Sugiro oficinas de letramento e escrita criativa para as mulheres da cultura”, solicitou. [Olho texto=”“Hoje sou formada em cinco faculdades e faço da dança cigana uma ferramenta de inclusão e protagonismo para abraçar todas as mulheres”” assinatura=” Márcia Lobo, de comunidade tradicional cigana” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Basta de preconceito Profissional dos bastidores, Kika Carvalho destacou o trabalho na área técnica cultural, a chamada “graxa”. Ela considera que a área de montagem de shows e eventos, universo predominantemente masculino, pode ter mais mulheres, mas falta capacitação. “Agora, eu imagino, vivo e enfrento essa realidade. Somos pouquíssimas e sou uma das pioneiras. O caminho que estou buscando é para que mais mulheres trabalhem e se capacitem na graxa”, reivindicou. Carla Maia, tetraplégica e idealizadora do grupo de dança Street Cadeirante, defende cotas nos editais para pessoas com deficiência | Foto: Divulgação/Secec (foto tirada antes da pandemia) Márcia Lobo, por sua vez, relatou o preconceito sofrido por ser cigana. Ela contou que só conseguiu estudar depois de adulta, em razão das tradições impostas pelo pai. “Hoje sou formada em cinco faculdades e faço da dança cigana uma ferramenta de inclusão e protagonismo para abraçar todas as mulheres”, ressaltou. Idealizadora do “Street Cadeirante”, Carla Maia tetraplégica desde os 17 anos devido a um sangramento espontâneo na medula, contou que sempre quis estar em movimento. Após participar de um concurso de miss mundo cadeirante na Polônia, ela relatou que voltou querendo dançar, atividade que realizava na adolescência. “Hoje o grupo cresceu e conta com aulas virtuais para todo o Brasil. Precisamos de vagas em editais para pessoas com deficiência, prêmios para quem faz eventos de inclusão e mais acessibilidade aos pontos de cultura”, reivindicou. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A subsecretária Sol Montes finalizou o encontro, defendendo a descentralização dos mecanismos da cultura e a inclusão de acessibilidade e capacitação para mulheres e demais grupos. “A gente quer ouvir a comunidade para poder fazer cada vez mais. Vocês todas são de uma riqueza imensa. É só o começo. Ouvindo vocês, vamos trilhar todas juntas”, arrematou. A participação das mulheres como proponentes em editais lançados pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) não só superou a marca desejável de 30%. Foi além e alcançou a marca de 48%, no caso da aplicação de recursos da Lei Aldir Blanc, voltada para o auxílio ao setor cultural em razão da pandemia do novo coronavírus. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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