Inauguradas e reformadas, UBSs potencializam atenção primária à saúde no DF
Para fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS), o Governo do Distrito Federal (GDF) destinou mais de R$ 41 milhões ao setor nos últimos quatro anos, resultando na entrega de 13 unidades básicas de saúde (UBSs), além de continuar investindo na construção de novas estruturas para ampliar o atendimento e levar mais saúde para a população, que usufrui das 176 unidades existentes na capital. Porta de entrada para os usuários da saúde pública, UBSs garantem a qualidade de vida de milhares de pessoas | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília As unidades entregues foram a UBS 20 de Planaltina, UBS 11 de Samambaia, UBS 5 do Recanto das Emas, UBS 1 do Jardins Mangueiral, UBS 3 do Paranoá Parque, UBS 7 do Buritizinho (em Sobradinho II), UBS 8 de Planaltina (no Vale do Amanhecer), UBS 15 de Ceilândia (na QNR 2), UBS 7 do Gama, UBS 15 do Gama (próximo à Penitenciária Feminina), UBS 3 da Fercal, UBS 5 do Riacho Fundo II e UBS 2 de Santa Maria. São estruturas que mudaram a qualidade de vida de milhares de pessoas que buscam atendimento em saúde no DF. A Agência Brasília conta, a seguir, algumas dessas realidades que fazem parte da série de reportagens Esta é a Nossa História, com o objetivo de levar o cidadão a conhecer como os projetos do governo mudaram a realidade das pessoas nos últimos seis anos. Entre as novas construções, destaca-se a UBS 5 do Recanto das Emas, inaugurada em 2020 e, com uma área com 831 metros quadrados, planejada para atender cerca de 20 mil moradores da Quadra 800. A estrutura, fruto de um investimento de R$ 2,4 milhões, oferece consultas médicas, atendimento odontológico e o suporte de quatro equipes de Saúde da Família, além de contar com 12 consultórios, farmácia e salas de inalação. Caroline Souza fez todos os acompanhamentos de gravidez na UBS 5 do Recanto das Emas: “Nunca aconteceu de chegar aqui e não ter suporte, e facilita muito ser perto da minha casa; só essa praticidade de virar a esquina e já estar no posto conta muito” Esse espaço esteve presente em momentos importantes da vida da dona de casa Caroline Souza, 33, que fez todos os acompanhamentos de gravidez na nova unidade. “O atendimento sempre foi muito bom e rápido, com agilidade para remarcar”, ressalta. “Nunca aconteceu de chegar aqui e não ter suporte, e facilita muito ser perto da minha casa; só essa praticidade de virar a esquina e já estar no posto conta muito”. 4 milhões Número de atendimentos individuais prestados em 2024 pelas UBSs do DF Em 2024, as UBSs registraram números expressivos: cerca de 4 milhões de atendimentos individuais e 1,1 milhão de pacientes atendidos. Somente na UBS 20 de Planaltina, foram 58.443 atendimentos individuais a 16.131 pacientes. A UBS 7 do Gama também se destacou, com 52.637 atendimentos para mais de 17 mil pessoas. O volume de atendimentos reflete a importância da ampliação da rede de atenção primária à saúde, que também inclui a construção, por este GDF, de novas UBSs em regiões como Gama, Brazlândia e Santa Maria. Retorno positivo A aposentada Maria Aparecida da Silva frequenta a UBS 5 do Recanto das Emas: “É uma equipe maravilhosa e sempre atenta, a gente tem muito a agradecer. Aqui estamos sempre bem-assistidas” Na UBS 5 do Recanto foram 9.785 assistências individuais para 2.862 pacientes no último ano. Também atendida no espaço inaugurado em 2020, a aposentada Maria Aparecida da Silva, 65, é moradora na região desde o início da cidade e se diz satisfeita com o trabalho realizado pelos profissionais: “É uma equipe maravilhosa e sempre atenta, a gente tem muito a agradecer. Antes era um sufoco, tínhamos que ir mais longe para tentar um serviço. Aqui estamos sempre bem-assistidas”. Maria Celma Lima, vendedora, também elogia o atendimento da UBS 5 do Recanto das Emas: “Meu sogro foi colocado no sistema e rapidinho começou a fazer o tratamento” Outra moradora do Recanto das Emas que elogia a chegada da nova estrutura é a vendedora Maria Celma Lima, 50. Além dela, a UBS trouxe praticidade para o tratamento do sogro, feito na unidade há cerca de quatro anos e antes oneroso para a família poder arcar na rede particular. “Meu sogro foi colocado no sistema e rapidinho começou a fazer o tratamento”, conta ela. “Ficou bem melhor para a gente não ter que se deslocar até outras cidades para fazer certos exames. Todo mundo na UBS atende superbem, conseguimos resolver tudo aqui. Estão fazendo sempre o melhor para atender a população”. Antônia Alves, gerente da UBS 5 do Recanto das Emas: “Damos o máximo de atendimento à população, ela sai muito satisfeita” A gerente da unidade, Antônia Cléa Alves, detalha que o atendimento clínico é o mais demandado e explica que as unidades básicas de saúde são a porta de entrada para os principais problemas de saúde da população. Com equipes compostas por diferentes profissionais como enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde e dentistas, os profissionais são qualificados para atender quaisquer condições de saúde dos usuários de todas as idades, de recém nascidos a idosos. “Aqui na unidade nós temos o atendimento da odontologia, pré-natal, curativos, vacinas e demais acolhimentos. Damos o máximo de atendimento à população, ela sai muito satisfeita”, afirma. Há também uma equipe multiprofissional composta por psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e farmacêuticos, entre outros. Em alguns casos, pode haver a necessidade de encaminhamento para atendimento por um profissional especializado ou para os serviços de urgência e emergência, prestados pelas unidades de pronto atendimento (UPAs). Mais informações como endereços e telefone para as UBSs estão disponíveis no site da Secretaria de Saúde.
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Agentes comunitários levam saúde para onde o paciente está
Por vezes, o atendimento à população exige ações de porta em porta, em especial para os pacientes em situação de vulnerabilidade. E é aí que se enquadra o trabalho dos 1.034 agentes comunitários de saúde (ACSs) da Secretaria de Saúde (SES-DF), que integram as equipes de Saúde da Família (eSF) nos serviços de atenção primária. A atuação dos profissionais compreende uma variedade de ações que vão desde o levantamento de informações sobre uma comunidade até o acompanhamento de perto das pessoas atendidas, do recém-nascido à terceira idade. A rede pública de saúde do DF conta com 1.034 agentes comunitários | Fotos: Jhonatan Cantarelle/ Agência Saúde-DF “O trabalho do ACS, em um primeiro momento, consiste em mapear o território de sua microárea, por meio do cadastramento das famílias que ali residem. Dentro desse cadastro, existem perguntas específicas sobre escolaridade, renda familiar, doenças, medicações controladas, gravidez e outros indicadores, como a falta ou não de saneamento, o consumo de álcool e drogas, a estrutura familiar”, descreve o agente comunitário Manoel Morais, da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 de Candangolândia. “A Atenção Primária à Saúde é um espaço próximo da casa das pessoas e conta com equipes multiprofissionais, com servidores que conhecem esses pacientes e sabem a melhor forma de tratá-los” Sandro Rodrigues, diretor de Estratégia de Saúde da Família da SES-DF Morais explica que os dados colhidos são inseridos no e-SUS do Ministério da Saúde, responsável por gerar informações sociodemográficas em âmbito nacional. Após realizar o cadastro das famílias, os ACSs devem ainda assistir as demais demandas dos pacientes. “No caso de uma gestante, o pré-natal é acompanhado de perto, e marcamos consultas. Caso ela falte, nós fazemos uma busca ativa para saber se está tudo bem. Também cuidamos de hipertensos, diabéticos… Se houver um paciente acamado, fazemos visitas domiciliares com médico e enfermeiro, acompanhamos se o idoso está tomando as medicações, entre outras tarefas”, diz. Porta de entrada A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada preferencial do cidadão ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o diretor de Estratégia de Saúde da Família da SES-DF, Sandro Rodrigues, por volta de 85% dos problemas de saúde da população podem ser resolvidos pelas equipes da APS. Depois de cadastrar as famílias visitadas, os ACSs cuidam das demandas dos pacientes, acompanhando de perto a saúde da comunidade “A atenção primária à saúde é um espaço próximo da casa das pessoas e conta com equipes multiprofissionais, com servidores que conhecem esses pacientes e sabem a melhor forma de tratá-los. Então, para as ocorrências mais frequentes, do dia a dia, a população procura os serviços da APS em uma UBS de referência. Lá as pessoas são atendidas, avaliadas e podem até ser encaminhadas à atenção especializada, caso necessário”, explica Rodrigues. O agente comunitário também pode inserir o paciente em programas sociais do governo, como o Bolsa-Família, o programa Prato Cheio ou o Cartão Gás, conforme as circunstâncias em que o cidadão se enquadre O papel dos ACSs ultrapassa o campo da saúde, em especial quanto às populações vulneráveis. “Nós colhemos informações e debatemos com a equipe multidisciplinar, formada por profissionais como assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e farmacêuticos, que podem acompanhar os ACSs para uma visita in loco”, relata Morais. “A partir das observações, buscamos alternativas como acionar outros órgãos, a exemplo do Cras [Centro de Referência de Assistência Social], do Conselho Tutelar e, dependendo do caso, do Caps [Centro de Atendimento Psicossocial]”, completa Morais, que atualmente está no oitavo semestre do curso de psicologia e espera ajudar sua UBS com mais essa especialidade no futuro. O agente comunitário também pode inserir o paciente em programas sociais do governo, como o Bolsa-Família, o Prato Cheio ou o Cartão Gás, conforme as circunstâncias em que o cidadão se enquadre. “Hoje, passados 13 anos, tenho orgulho em ser agente de saúde. Eu me sinto abraçado pela comunidade, reconhecido por todos, e isso me impulsiona a querer fazer melhor meu trabalho”, afirma Morais. Em 1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirmou a saúde como um direito humano fundamental, enfatizando desde então que a atenção primária é a chave para garantir esse direito às pessoas. Do ponto de vista acadêmico, tem grande influência a contribuição da pesquisadora Barbara Sterfield, da Universidade Johns Hopkins (EUA), que atribuiu à APS quatro características essenciais: primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde, longitudinalidade (garantia de uma fonte continuada de atenção, assim como sua utilização ao longo do tempo), integralidade da atenção (acesso a todos os serviços necessários) e coordenação da atenção dentro do sistema. *Com informações da Secretaria de Saúde
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