Projeto do CEF 206 leva dignidade menstrual a estudantes da rede pública
Um projeto que leva dignidade menstrual a alunas de uma escola pública acabou se tornando referência no tema. A ideia da criação do ‘Tô de TPM’ é de um grupo de estudantes do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 206 do Recanto das Emas e foi premiada na etapa regional do Circuito de Ciências das escolas da rede pública do DF. A ideia inicial era dialogar e trazer acolhimento às alunas da unidade escolar sobre a temática. Mas o projeto acabou se tornando referência para as demais escolas públicas da regional do Recanto da Emas. Projeto ‘Tô de TPM’ participou e foi premiado no Circuito de Ciências das escolas públicas do DF | Fotos: Mary Leal/SEEDF Com isso, nesta sexta-feira (24), as idealizadoras do projeto ‘Tô de TPM’ receberam uma homenagem da Coordenação Regional do Recanto das Emas e da Orquestra Filarmônica de Brasília pelo trabalho desenvolvido. Na ocasião, houve o recebimento de cerca de 5 mil pacotes de absorventes que serão distribuídos entre as escolas públicas da regional. A professora e orientadora Amanda Siqueira comenta como o projeto foi idealizado. “Primeiramente, a gente debateu muito sobre o tema, dialogamos com a escola, depois começamos a enfeitar os espaços, os banheiros femininos, acolher as meninas dentro desse período e fora dele também. Enfeitamos os banheiros e colocamos caixinhas de absorvente nos banheiros das alunas e na coordenação da escola. Quando notamos, estávamos indo a outras escolas dialogar e fazer o mesmo”, comenta. A Orquestra Filarmônica de Brasília doou cerca 5 mil pacotes de absorventes, que serão distribuídos entre as escolas públicas da regional A orientadora explica que o objetivo do grupo, enquanto projeto de ciências, era combater a pobreza menstrual, expressão utilizada para se referir à falta de acesso adequado a produtos de higiene, informações e instalações adequadas para a gestão da menstruação, gerando impacto na saúde, educação e bem-estar das mulheres. Carolina Alves, 14 anos, estudante do CEF 206 do Recanto é uma das integrantes do ‘Tô de TPM’ Uma das integrantes do Tô de TPM, Carolina Alves, 14 anos, estudante do CEF 206 do Recanto, conta como foi a adesão da comunidade escolar ao projeto. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Desde o início a gente acreditou no projeto e sabia que ele é de uma importância imensa. Quebramos o tabu de falar sobre menstruação para meninas que sentiam vergonha e para os meninos que achavam graça. No começo, foi um pouco difícil, mas depois conseguimos falar de uma forma que envolvia a todos. Hoje as meninas se sentem seguras e os meninos ajudam arrecadando absorvente para gente. Tudo deu certo no final”, conta orgulhosa. O projeto desenvolvido pelas estudantes do CEF 206 do Recanto das Emas é uma iniciativa que visa contribuir para a diminuição da pobreza menstrual. Muito além da arrecadação e distribuição de itens de higiene, o projeto destaca que o tema é uma questão de direitos humanos e igualdade. *Com informações da SEEDF
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Na delegação do DF nas Paralimpíadas, 86% dos atletas são da rede pública
As competições das Paralimpíadas Escolares 2023 começam nesta quinta-feira (31), e a delegação do Distrito Federal está pronta para competir por medalhas nas três modalidades disputadas. Este ano, 86% dos atletas do DF (44, do total de 51) são provenientes de escolas da rede pública da região. Claiton Rogério dos Santos (D), do CEF 106 do Recanto das Emas: “Somos jovens atletas, cheios de potencial, e estamos prontos para mostrar do que somos capazes nas competições” | Foto: Álvaro Henrique/SEE Para a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, a presença marcante dos estudantes da rede pública do DF na competição ressalta a importância do apoio educacional e social na promoção da inclusão. “Os Jogos Escolares não apenas celebram as conquistas esportivas, mas também destacam os valores de respeito, disciplina e inclusão”, afirma a gestora. Durante a cerimônia de abertura, na quarta-feira (30), o estudante do Centro de Ensino Fundamental 106 (CEF 106) do Recanto das Emas Claiton Rogério dos Santos representou os colegas no juramento dos atletas. “É muito bom e gratificante poder estar aqui e representar não apenas minha escola, mas também todos os estudantes da rede pública do DF”, declarou. “Somos jovens atletas, cheios de potencial, e estamos prontos para mostrar do que somos capazes nas competições”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A delegação de atletas do DF também é composta por estudantes da rede privada. É o caso da atleta de bocha Luanna Rosa, 12, estudante do Colégio Marista, que também exalta a importância da diversidade no mundo esportivo. “É inspirador ver tantos estudantes especiais competindo com paixão e determinação. O esporte não apenas quebra barreiras físicas, mas também mentais, mostrando que todos nós temos um lugar no campo de jogo”, disse a jovem. Com estudantes da rede pública e privada representando o DF, o objetivo da equipe, além de disputar medalhas, é inspirar futuras gerações de atletas com deficiência. *Com informações da Secretaria de Educação
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Apresentações levam cultura afro-brasileira a escolas públicas
Dez escolas do Distrito Federal vão receber o espetáculo Quilombos da Liberdade – Ancestralidade, desenvolvido pelo Centro Cultural e Social Grito de Liberdade – Mestre Cobra, em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). O projeto é viabilizado por um fomento de R$ 200 mil, do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). O espetáculo está em sua 14ª edição e faz parte do projeto Quilombo nas Escolas, que inicia nova programação de apresentações presenciais, abordando a temática das manifestações culturais por meio dos valores e ensinamentos das raízes afro-brasileiras da capoeira. Durante quatro meses, o espetáculo será apresentado em instituições da rede pública dos níveis de ensino básico, fundamental e médio | Fotos: Priscila Silva Nas palavras de Roberto de Oliveira França – ou, como é conhecido, Mestre Cobra –, a capoeira é, além de cultura, uma luta de transformação. Ele trabalha com a modalidade no DF desde 1994. “O mais importante é o respeito. Quando a gente leva a capoeira, vai quebrando alguns paradigmas na questão de respeitar o próximo e as culturas diversas. A gente alcança um olhar de admiração, e levar o amor nesse esporte, que é um ato bonito, encanta e leva algo de bom para o coração”, destacou Mestre Cobra, que é o fundador do Centro Cultural e Social Grito de Liberdade. [Olho texto=”“É um movimento que resgata nossa história e nossa ancestralidade, trazendo uma visibilidade na sociedade para que não morra a nossa raiz. Estamos abrindo as portas para a cultura, com mais inclusão de etnias, credos e PcDs”” assinatura=”Roberto de Oliveira França, fundador do Centro Cultural e Social Grito de Liberdade” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Durante quatro meses, serão visitadas instituições da rede pública, dos níveis de ensino básico, fundamental e médio. As apresentações serão no Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Recanto das Emas, Ponte Alta do Gama, Samambaia, Taguatinga e Ceilândia. A iniciativa já alcançou mais de 100 mil crianças, professores e trabalhadores das instituições. No cronograma, oito escolas ainda vão receber as apresentações. O espetáculo dura uma hora e é apresentado nos períodos matutino e vespertino. Em cena, 16 artistas permeiam o universo da capoeira, ao ritmo de instrumentos seguidos por cantos e agradecimentos. Durante as apresentações, os mestres e tutores trazem narrativas de cunho histórico e de experiências pessoais com a luta. “É um movimento que resgata nossa história e nossa ancestralidade, trazendo uma visibilidade na sociedade para que não morra a nossa raiz. Estamos abrindo as portas para a cultura, com mais inclusão de etnias, credos e PcDs [pessoas com deficiência]”, reforçou Roberto. Os seis atos Apoiado pelo FAC, o espetáculo ‘Quilombos da Liberdade – Ancestralidade’ é apresentado em seis atos, com danças, lutas e histórias As aulas-espetáculos são apresentadas em seis atos, que guiam os alunos por uma viagem histórica e cultural, trazendo a multiculturalidade brasileira representada pela capoeira. No primeiro ato é apresentada a modalidade Angola, caracterizada por manter o estilo original praticado pelo povo negro escravizado no surgimento da capoeira no país. É um tipo de capoeira mais lento e com grandes doses de ginga. No segundo ato, o espetáculo introduz a Puxada de Rede, uma parte cantada que narra a história de uma aldeia pesqueira que passa por um período de escassez e depois consegue a abundância. O terceiro ato mostra o toque de São Bento Grande da Regional (ou de Bimba), um ritmo de berimbau criado por Mestre Bimba, utilizado na capoeira regional. No quarto ato, vem a dança do bastão, que simboliza uma luta tribal e é feita com oito bastões de 1,50m cada. O quinto ato é o Batidão, que traz a cultura do grito de liberdade, uma parte interativa entre alunos, professores e capoeiristas. Por fim, o sexto ato traz a dança maculelê de facão. A lenda conta que Maculelê era um homem negro que estava muito ferido e foi encontrado por uma tribo indígena, que o acolheu e cuidou dele. De acordo com José Ricardo do Nascimento, conhecido como Mestrando Quixaba, a ideia é preencher um espaço de carência esportiva, cultural, artística e de entretenimento que há em áreas de vulnerabilidade social no DF. “Com esse projeto a gente leva os grandes palcos para dentro das escolas. Levamos essa vivência para os alunos, que ajuda a combater a ansiedade e a depressão e mostra para esses alunos que podemos ser os protagonistas da nossa própria história”, observou. Trajetória e resgate ancestral [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Em 1890 a capoeira foi proibida por lei no Brasil. Na época, os praticantes utilizavam um pseudônimo para manter o anonimato. A tradição dos nomes foi mantida até os dias atuais, com os apelidos geralmente indicados por um professor ou padrinho do capoeirista. No governo de Getúlio Vargas, a capoeira foi reconhecida como esporte nacional. Em 2008, o esporte foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), um arco forte na capoeira regional. O Centro Cultural e Social Grito de Liberdade – Mestre Cobra foi fundado em 2005, e promove entre a comunidade, há cerca de 18 anos, atividades assistenciais por meio da capoeira. Para Ronivaldo Teodoro, ou Mestrando Bacamarte, as apresentações são uma imersão nas raízes afro-brasileiras para que os jovens se sintam motivados. “Um dia vimos esse espetáculo e hoje apresentamos. A gente percebe esse brilho nos olhos deles, são novas gerações com interesse em manter a cultura e resgatar a ancestralidade”, acentuou. Programação nas escolas ? 12/9: Escola Classe 01 Riacho Fundo 2 – 8h e 14h ? 10/10: Escola Classe 02 do Riacho Fundo – 10h e 16h ? 20/10: Escola 801 Recanto das Emas – 10h e 14h ? 26/10: Escola Classe Verde Riacho Fundo – 10h e 14h ? 30/10: Escola Casa Grande Gama – 10h e 14h ? 15/11: Centro Educacional 02 Taguatinga (centrão) – 10h e 14h ? 21/11: Centro Educacional 16 Ceilândia – 10h e 14h ? 23/11: CEF 11 Ceilândia Sul – 9h e 14h30?.
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