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estimular a criatividade

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Projetos de professora com transtorno do espectro autista inspiram alunos e colegas

Transformar dificuldades em superação e inspiração. Essa foi a escolha de Sara Borges, 37 anos, professora da Escola Classe (EC) 316 Sul, ao escolher a pedagogia como profissão. Diagnosticada com transtorno do espectro autista (TEA) nível 2, ela só desenvolveu a fala depois de dez anos, mas, hoje, utiliza a voz em sala de aula para mudar a realidade de outras crianças e conscientizar os estudantes sobre o bullying e a exclusão, um dia sofridos na própria pele. A professora Sara Borges dá aulas para uma turma do ensino fundamental com crianças de 9 e 10 anos | Fotos: André Amendoeira/ SEEDF Sara se recorda de uma infância e juventude marcadas pela marginalização por causa de suas limitações. Para ela, a sociedade ainda tem um olhar de exclusão para as pessoas com deficiência. A professora quer mudar essa situação na realidade que ela pode alcançar, dentro da sala de aula. “A diretora dessa escola foi a primeira pessoa que me disse sim na vida. Em outros empregos, me mandavam para casa quando viam minha condição” Sara Borges, professora da Escola Classe 316 Sul “Eu sofri muito bullying e agressões durante toda a minha infância e juventude e isso me impactou muito. Não tive um professor que me acolhesse, mas eu cresci e quis fazer diferente. Quero que meus alunos acreditem que eles podem ser o que quiserem. Eu quero inspirá-los“, comenta Sara. O trabalho como professora da rede pública de ensino do Distrito Federal, na EC 316 Sul, é o primeiro emprego de Sara. Aos 37 anos, ela realiza um sonho ao dar aula para uma turma do ensino fundamental com crianças de 9 e 10 anos. “A diretora dessa escola foi a primeira pessoa que me disse sim na vida. Em outros empregos, me mandavam para casa quando viam minha condição. Ela acreditou em mim e eu coloco todo meu amor aqui para meus alunos”, conta. Inspiração dos colegas A diretora da EC 316 Sul, Cláudia Madoz, relembra como foi receber a profissional para integrar o corpo docente da unidade escolar. “Foi emocionante. O desejo de todos os professores de alunos com TEA é levar o estudante onde ele quer chegar. Levá-lo a ser o profissional que ele deseja ser. E ela está sendo um exemplo para os estudantes e seus familiares, desmistificando rótulos criados pela nossa sociedade muitas vezes preconceituosa”, ressalta Cláudia. Sara começou a dar aula na Escola Classe 316 Sul no início do ano letivo de 2024, mas já soma muitos projetos realizados em parceria com os colegas neste tempo A gestora elogia as aulas criativas e reflexivas dadas por Sara. “Eu trabalho com educação especial há muitos anos e a cada dia ela nos surpreende com seu trabalho, onde os alunos são levados a ter uma visão crítica sobre o contexto da sociedade atual na qual estão inseridos“, comenta. Projetos inclusivos Sara começou a dar aula na Escola Classe 316 Sul no início do ano letivo de 2024, mas já soma muitos projetos realizados em parceria com os colegas neste tempo. Na Semana Distrital da Conscientização e Promoção da Educação Inclusiva aos Alunos com Necessidades Especiais, no início de março, realizada em toda a rede pública de ensino do DF, Sara promoveu várias ações para os alunos. Em uma delas, os alunos colocaram um adesivo na boca e eram incentivados a se comunicarem sem a fala, para entenderem um pouco como os mudos se comunicam. Em outra atividade, imobilizaram o braço que escreviam e refletiram sobre a rotina de uma pessoa com deficiência em tarefas diárias como ir ao banheiro, encher a garrafinha de água e escrever somente com uma mão. As atividades foram aprovadas pelos estudantes. “Eu gostei de me colocar no lugar de uma pessoa com deficiência. Nenhuma pessoa deve ser excluída, todas as crianças merecem fazer amizades”, comenta Ricardo Pedroza, 9 anos, aluno da turma de Sara. “Não importa se a pessoa tem ou não deficiência, ela quer ser respeitada, como qualquer outra”, completou a estudante Marina de Oliveira, 9 anos. As atividades criativas da professora Sara são aprovadas pela turma da Escola Classe 316 Sul Protagonismo dos estudantes Sara acredita que as crianças aprendem de forma dinâmica e, com esse objetivo, desenvolve projetos em que as crianças são protagonistas no processo de aprendizagem. Um deles foi uma atividade em que a professora levou uma caixa de papelão e pediu que os alunos se agrupassem e decidissem o que fazer com ela. O intuito era incentivar a escuta. Assim, eles tiveram que desenvolver habilidades de organização, persuasão e divisão de tarefas. O resultado foi a construção de um castelo. “Eu fiquei calada durante a aula, eles que decidiram tudo, se organizaram, definiram as tarefas e me apresentaram o resultado que ficou lindo”, comemora Sara. As ideias para estimular o desenvolvimento dos alunos vêm de dentro de casa. Sara é paraibana e, desde que recebeu o diagnóstico de TEA nível 2, sofreu perdas, inclusive a convivência com a mãe, que escolheu não lidar com as limitações da filha. Hoje, Sara é casada e mãe de três filhos, de 15, 13 e 8 anos, dois dos quais também já foram diagnosticados com TEA. “Eu sou uma mãe inclusiva, então desde que meu primeiro filho nasceu, há 15 anos, eu apresento o mundo de forma que brilhe os olhos dele. Eu quero que ele viva de forma prazerosa, então é natural, para mim, desenvolver projetos inclusivos. A gente não precisa de pena ou de dó, a gente precisa de espaço para se desenvolver”, pontua. *Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal

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Idosos participam de sarau no Centro de Convivência de Brazlândia

Promover o acesso à leitura e, ao mesmo tempo, estimular a criatividade, a interação social e a expressão artística. Esse foi o objetivo de um trabalho desenvolvido durante três meses pelo Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) Brazlândia com um grupo intergeracional que frequenta a unidade, composto por cerca de 60 pessoas, a maioria delas idosas. A unidade é gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Os idosos atendidos pelo Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) Brazlândia participaram de atividades a partir do livro “Meu pé de laranja lima” | Fotos: Divulgação / Sedes-DF Juntos, eles leram cada capítulo do livro “Meu pé de laranja lima”, de José Mauro de Vasconcellos, e foram incentivados a usar a imaginação e explorar as diversas possibilidades artísticas do livro por meio de trabalhos manuais e bate-papos. “A cada semana era entregue um capítulo impresso para os usuários aqui na unidade e nós apresentávamos uma proposta de atividade com base no capítulo da semana”, explica Meirislane Lino, uma das educadoras sociais responsáveis pelo acompanhamento do grupo. “Depois de receberem a atividade, nós nos reuníamos com eles uma vez por semana para falar do capítulo e preparar para a semana seguinte” As reuniões semanais ocorriam de forma on-line. Como muitos idosos que frequentam a unidade estão em processo de letramento, as educadoras gravaram os capítulos do livro em áudio. “Para promover a acessibilidade daquelas pessoas que têm dificuldade de leitura, decidimos oferecer também um audiobook. Fizemos a narração dos capítulos, acompanhada com sonoplastia, para que ficasse bem interativo, como uma radionovela. Eles gostaram bastante e o resultado foi muito bom”, complementa a educadora social Danielle Nunes. Ana Aparecida de Jesus (66) teve vários trabalhos expostos no sarau literário e disse que estava voltando a ser criança: “Voltei a colorir do jeito que eu fazia antes, quando eu estudava. Para mim, foi muito gratificante. Eu achei que estava muito esquecida com essa pandemia, porque fiquei parada muito tempo dentro de casa, e o livro me fez voltar ao passado e viver de novo” Meirislane e Danielle Nunes foram as profissionais responsáveis pela condução do percurso Clube do Livro 1ª edição “da leitura do mundo para o mundo da leitura”. Nesta semana, a equipe preparou um sarau literário para marcar o encerramento da atividade, com a exposição de todos os trabalhos realizados ao longo desses três meses. “Eu estava voltando a ser criança de novo, o livro falava como se fosse eu mesma. Voltei a colorir do jeito que eu fazia antes, quando eu estudava. Para mim, foi muito gratificante. Eu achei que estava muito esquecida com essa pandemia, porque fiquei parada muito tempo dentro de casa, e o livro me fez voltar ao passado e viver de novo”, relata Ana Aparecida de Jesus, de 66 anos. Ana Aparecida de Jesus frequenta o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) em Brazlândia há 15 anos. Ela teve vários dos seus trabalhos expostos no sarau literário, ocorrido na última terça-feira (26). [Olho texto=”“É de suma importância que as atividades e ações desenvolvidas criem situações desafiadoras, que tragam reflexões, que possam contribuir para a construção e reconstrução das histórias das pessoas atendidas e vivências individuais e coletivas, na família e no território”” assinatura=”Clayton Andreoni, diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Aqui em Brasília, eu só tenho meus filhos e tinha meu marido, que morreu há seis anos. Eu participava de tudo aqui no Centro de Convivência, o forró era o que eu mais vinha. Quando parou tudo, eu senti muita falta. Comecei a vir aqui quanto tinha 50 anos, sempre fui muito bem recebida”, enfatiza. Segundo o diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes, Clayton Andreoni, as equipes são orientadas a pensar em atividades criativas dentro dos objetivos do serviço de convivência, que é a prevenção de situações de risco social e o fortalecimento dos vínculos. “Os percursos devem ser desenvolvidos por meio de estratégias criativas, prazerosas e estimulantes para que sejam realmente exitosos e alcancem os resultados esperados. É de suma importância que as atividades e ações desenvolvidas criem situações desafiadoras, que tragam reflexões, que possam contribuir para a construção e reconstrução das histórias das pessoas atendidas e vivências individuais e coletivas, na família e no território”, reitera. Cecon Brazlândia O Cecon Brazlandia, assim como todas as unidades socioassistenciais, faz avaliações mensais para avaliar o retorno presencial das atividades. Até o momento, os atendimentos na unidade seguem em formato remoto para garantir a segurança dos usuários em razão da pandemia da covid-19. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Nós temos muitas pessoas idosas atendidas aqui na unidade, tivemos algumas intercorrências, e só voltaremos totalmente às atividades presenciais com esse grupo intergeracional quando for o melhor momento, para garantir a segurança deles. Por isso, todas as atividades tem sido realizadas de forma remota, com acompanhamento pelo WhatsApp e reuniões on-line”, explica o chefe do Cecon Brazlândia Central, Marcelo Gonçalves. A unidade atende, atualmente, 149 pessoas, sendo 101 do grupo intergeracional, que é o público com idades entre 30 e 59 anos e idosos de 60 anos ou mais. O Cecon Brazlandia também atende adolescentes de 15 a 17 anos de idade. “O retorno presencial dos Centros de Convivência e Fortalecimento de Vínculos está sendo realizado de forma gradual e planejada, levando em consideração as peculiaridades locais, porque nossa equipe tem essa preocupação, de que todos estejam seguros nessa retomada dos trabalhos pós-pandemia. Todo o nosso planejamento é nesse sentido: evitar filas e aglomeração nas unidades, garantir segurança e atendimento e dar dignidade a todos os usuários que frequentam as nossas unidades socioassistenciais”, finaliza a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha. *Com informações da Sedes-DF

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