Cine Brasília tem programação gratuita, sessões com acessibilidade e mostra especial no feriado
Em abril, Brasília comemora 65 anos, data que será celebrada pelo Cine Brasília com uma programação especial que exalta a diversidade, a cultura e as histórias nascidas no coração do país. A mostra Brasílias em Cena foi pensada não apenas para o aniversário da cidade, mas também para celebrar a sua rica produção cinematográfica, reunindo 13 filmes que têm como protagonista a capital candanga em suas múltiplas facetas – da poesia urbana ao ativismo político, da ficção heroica ao documentário histórico. As exibições vão deste sábado (19) a segunda-feira (21), com entrada gratuita para todas as sessões, por ordem de chegada. Baseado na música de Renato Russo, Eduardo e Mônica é uma das atrações que estarão em cartaz | Fotos: Divulgação A programação começa no sábado, às 10h, com a exibição do longa Manual do Herói, de Fáuston da Silva. A trama acompanha Agnus, um homem comum cuja vida vira do avesso após receber um misterioso “Manual do Herói”, que o conduz a um universo paralelo com heróis, vilões e omissos numa batalha pelo destino da humanidade. O filme será exibido novamente novamente no domingo e na segunda-feira, às 19h e às 14h, respectivamente. Ainda no dia 19, às 14h, será exibido O Vazio do Domingo à Tarde, de Gustavo Galvão, integrando a segunda sessão acessível de abril. O filme apresenta as histórias de Mônica, uma famosa atriz em crise, e Kelly, uma adolescente que quer se tornar uma estrela como Mônica. As duas histórias se entrelaçam de forma inesperada. Voltada para pessoas com deficiência, a sessão acessível é gratuita e conta com recursos de acessibilidade de Libras e legendas descritivas projetadas na tela e audiodescrição no sistema de som da sala. Capitão Astúcia Em seguida, às 16h, entra a exibição de Capitão Astúcia, de Filipe Gontijo, uma divertida ficção sobre um ex-roteirista de quadrinhos que, aos 80 anos, decide se tornar um super-herói para combater um vilão bizarro vindo dos anos 1990. Na sequência, às 18h, será a vez de A Câmara, de Cristiane Bernardes e Tiago de Aragão, um thriller político que mergulha no cotidiano de bastidores do Congresso Nacional. Encerrando a noite, às 20h, o premiado Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queirós, mergulha em um relato distópico sobre racismo e violência policial em Ceilândia. No sábado, às 14h, será exibido Dulcina, documentário de Glória Teixeira sobre a atriz, diretora e produtora Dulcina de Moraes que homenageia sua trajetória com depoimentos de grandes nomes do teatro e imagens de arquivo. Às 16h, O Último Cine Drive-In, de Iberê Carvalho, narra a reconexão entre pai e filho tendo como cenário o encerramento do último cinema drive-in em funcionamento no Brasil. Às 18h, o documentário Rodas de Gigante, de Catarina Accioly, leva o espectador para a intimidade do excêntrico diretor de teatro Hugo Rodas, que, mesmo enfrentando as limitações da idade e da saúde, expressa sua visão poética sobre a arte e a vida. Já às 20h, o aclamado Somos tão Jovens, de Antonio Carlos da Fontoura, retrata a juventude e transformação de Renato Manfredini Jr. no ícone Renato Russo. O longa resgata o nascimento da Legião Urbana em meio ao fim da ditadura militar, embalado por canções que marcaram gerações. Vladimir Carvalho: Cinema e Memória No domingo, às 16h, dois curtas se encontram na tela. Vladimir Carvalho: Cinema e Memória, de Marcia Zarur, é uma homenagem ao lendário documentarista que abre as portas de seu acervo pessoal, num registro afetuoso e histórico – seu último depoimento em vida. Logo na sequência, Plano B, de Getsemane Silva, resgata um episódio quase esquecido da história do Cinema Novo: em 1967, um filme sobre os subúrbios de Brasília foi censurado pelos próprios financiadores e ficou desaparecido por 40 anos. Às 18h, o sucesso de crítica Democracia em Vertigem, de Petra Costa, ocupa a tela com um olhar pessoal e intenso sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, revelando os bastidores do processo político que marcou o Brasil nos últimos anos. Encerrando a mostra, às 20h20, Eduardo e Mônica, de René Sampaio, traz às telas o romance imortalizado pela canção de Renato Russo. Alice Braga e Gabriel Leone dão vida ao casal improvável que, apesar das diferenças, descobre um amor verdadeiro em meio à Brasília contemporânea. Aniversário do Cine Brasília Psicose, clássico de Hitchcock, será exibido em programação especial na terça-feira O Cine Brasília é um testemunho vivo da história cultural da cidade. E, para comemorar os 65 anos dessa trajetória tão simbólica, haverá uma sessão especial com versão estendida e remasterizada do clássico Psicose, de Alfred Hitchcock, na terça-feira (22), às 20h. Com entrada gratuita por ordem de chegada, a homenagem também revisita a própria história do cinema, já que o filme teve sua pré-estreia nas celebrações de seu primeiro aniversário, em 1961. Outra ação comemorativa é a série especial Cine Memórias, que traz depoimentos de grandes nomes do audiovisual brasileiro. Com quatro episódios inéditos, a websérie será lançada semanalmente no Instagram e no canal do Cine Brasília no YouTube. A produção reúne memórias, histórias e reflexões de personalidades que ajudaram a construir e preservar a história do cinema nacional – e que guardam uma relação afetiva com esse espaço simbólico da cultura brasileira. Na primeira temporada, o público poderá acompanhar os relatos de Ruy Guerra, Berê Bahia, Sara Silveira e André Luiz Oliveira, que compartilham vivências no Cine Brasília e abordam temas como o papel do DF no audiovisual, transformações urbanísticas e políticas da capital, além de momentos marcantes da trajetória do cinema moderno brasileiro. Estreias Quatro produções entram em cartaz nesta semana: os longas Baixo Centro, Presença, Cidade dos Sonhos e a animação nacional Abá e Sua Banda. Dirigido por Samuel Marotta e Ewerton Belico, o drama Baixo Centro apresenta uma narrativa fragmentada e sensorial, ambientada nas madrugadas de Belo Horizonte (MG). O filme acompanha Teresa e Robert, dois jovens que se encontram, se conhecem e se perdem em meio à escuridão de uma cidade que desmorona. Entre memórias da catástrofe e desejos de felicidade irrealizável, os personagens transitam por espaços de resistência e afeto. Já o suspense Presença, novo trabalho do premiado diretor Steven Soderbergh, aborda a história de Rebekah, interpretada por Lucy Liu, que se muda com o marido e os dois filhos para uma nova casa – e lá a família começa a sentir uma presença invisível. Narrado do ponto de vista da própria entidade, o filme revela momentos íntimos e inquietantes, com foco especial na relação entre a presença e a filha de Rebekah. De volta às telonas, agora em cópia restaurada, Cidade dos Sonhos, de David Lynch, estreia no Cine Brasília. Enigmático, o filme acompanha a aspirante a atriz Betty, recém-chegada a Los Angeles (EUA) que se une a uma mulher sem memória para tentar desvendar seu passado. Fechando as estreias da semana, Abá e Sua Banda, animação brasileira dirigida por Humberto Avelar, é uma opção ideal para o público infantojuvenil. A trama acompanha Abá, um jovem príncipe que sonha em ser músico, mas vive em conflito com as expectativas de seu pai. Após romper com a família, ele embarca com amigos rumo a um festival de música e descobre que seu tio está prestes a colocar em risco a diversidade cultural do universo fantástico de Pomar. Sessão contraturno O documentário Milton Bituca Nascimento é o escolhido para a Sessão Contraturno da sexta-feira, 18. Dirigida por Júlia Moraes, a obra é um tributo à trajetória de um dos maiores nomes da música brasileira. O filme acompanha a turnê de despedida do cantor e revela a força espiritual e afetiva que marca sua carreira, mostrando a profunda conexão entre Milton e seu público ao redor do mundo. Em cartaz Parthenope: Os Amores de Nápoles Depois de mais de quatro décadas longe das salas, Onda Nova retorna em versão remasterizada em 4K. Dirigido por Ícaro Martins e José Antonio Garcia, o longa gira em torno do fictício time feminino Gayvotas Futebol Clube, criado no ano em que o futebol feminino foi regulamentado no Brasil. Em campo e fora dele, as jogadoras enfrentam o preconceito de gênero e sexualidade. Em Parthenope: Os Amores de Nápoles, o diretor Paolo Sorrentino percorre décadas da vida de Parthenope, uma figura quase lendária, cuja trajetória se entrelaça com a alma de Nápoles. É uma ode à cidade, aos amores intensos e à passagem do tempo, em um filme carregado de beleza, dor e poesia. Fechando a seleção de produções em cartaz, Meu Nome é Maria, dirigido por Jessica Palud, reconstrói a trajetória da atriz Maria Schneider, marcada para sempre por sua participação em O Último Tango em Paris. O filme lança luz sobre as consequências profundas da violência sexual que ela sofreu durante as filmagens e os efeitos que a denúncia do abuso teve em sua vida pessoal e profissional. Ingressos e acessibilidade Os ingressos para as sessões regulares, bem como para as sessões Contraturno e Família, custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), com exceção das segundas-feiras, quando o valor único é de R$ 5. A mostra Brasílias em Cena, a sessão especial de Psicose e a sessão acessível têm entrada gratuita, sem retirada de ingressos, por ordem de chegada. Onda Nova tem recursos de acessibilidade pelo aplicativo PingPlay Os filmes Presença, Parthenope: Os Amores de Nápoles e Milton Bituca Nascimento possuem recursos de acessibilidade de Libras, audiodescrição e legendas, por meio do aplicativo MovieReading; e o filme Onda Nova, pelo PingPlay. Na sessão acessível, os recursos são exibidos na tela e reproduzidos no som da sala. O Cine Brasília segue com o programa de fidelidade Cinelover, que recompensa espectadores frequentes. A cada sessão assistida, os participantes acumulam carimbos no cartão fidelidade, que podem ser trocados por prêmios como entradas gratuitas, ímãs, baldes de pipoca, ecobags e camisetas exclusivas. O programa é válido para sessões regulares da grade,b em como para as especiais permanentes Sessão Contraturno, Sessão Família e Sessão ao Meio-Dia. Cada ingresso dessas três sessões especiais dá direito a dois carimbos no cartão fidelidade. Programação Quinta-feira (17) 10h — Abá e Sua Banda 14h — Parthenope: Os Amores de Nápoles 16h50 — Baixo Centro 18h30 — Onda Nova 20h30 — Cidade dos Sonhos Sexta-feira (18) 10h — Sessão Contraturno: Milton Bituca Nascimento 14h — Abá e Sua Banda 16h30 — Presença 18h40 — Baixo Centro 20h15 — Cidade dos Sonhos Sábado (19) 10h — Mostra Brasílias em Cena: Manual do Herói 14h — Sessão acessível: Brasílias em Cena – O Vazio de Domingo à Tarde 16h — Brasílias em Cena: Capitão Astúcia 18h — Brasílias em Cena: A Câmara 20h — Brasílias em Cena: Branco Sai, Preto Fica Domingo (20) 10h — Brasílias em Cena: Manual do Herói 14h — Brasílias em Cena: Dulcina 16h — Brasílias em Cena: O Último Cine Drive-in 18h — Brasílias em Cena: Rodas de Gigante 20h — Brasílias em Cena: Somos tão Jovens Segunda-feira (21) 14h — Brasílias em Cena: Manual do Herói 16h — Brasílias em Cena: Vladimir Carvalho: Cinema e Memória (curta-metragem) + Plano B 18h — Brasílias em Cena: Democracia em Vertigem 20h20 — Brasílias em Cena: Eduardo e Mônica Terça-feira (22) 10h — Abá e Sua Banda 15h — Presença 17h — Cidade dos Sonhos 20h — 65 anos do Cine Brasília: Psicose Cine Brasília ⇒ Endereço: Entrequadra Sul 106/107 ⇒ Ingressos à venda na bilheteria ou neste site. ⇒ Mais informações: @cinebrasiliaoficial *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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O cinema que acompanha Brasília desde o berço faz 62 anos
A casa do cinema em Brasília completa 62 anos de existência nesta sexta-feira (22). São mais de seis décadas de tradição audiovisual e uma ligação com a cidade que transcende os milhares de filmes exibidos em sua grandiosa telona. Para festejar o aniversário do Cine Brasília, uma programação especial foi elaborada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). [Olho texto=”“A capital é uma cidade-monumento totalmente vinculada à arte, e o Cine Brasília, um monumento que transcende o fato de ser cinema por fazer parte da essência do plano original imaginado por Lucio Costa” ” assinatura=”Sérgio Moriconi, cineasta” esquerda_direita_centro=”direita”] A seleção promete empolgar amantes do espaço de lazer projetado por Oscar Niemeyer. É o caso da exibição do clássico A Canoa Furou, filme de 1959 estrelado pelo comediante Jerry Lewis e a cuja estreia o presidente Juscelino Kubistchek chegou atrasado. “É um fato incrivelmente relevante você imaginar um presidente inaugurar um cinema; provavelmente não tem nenhum precedente na história”, comenta o jornalista, pesquisador e cineasta Sérgio Moriconi. “O Cine Brasília e Brasília são duas coisas muito singulares. A capital é uma cidade-monumento totalmente vinculada à arte, e o Cine Brasília, um monumento que transcende o fato de ser cinema por fazer parte da essência do plano original imaginado por Lucio Costa.” Grande Otelo entra em cena durante um festival, em 1969: Cine Brasília sempre foi palco de celebridades | Foto: Arquivo Público do DF Além da comédia norte-americana dos anos 1950, os outros títulos escolhidos para compor a maratona de filmes têm algum tipo de relação afetiva ou episódio marcante com o espaço que é um dos raros cinemas de rua do país. É o que conta a jornalista e atriz Carmem Moretzsohn, que divide a curadoria da mostra com a jornalista Gioconda Caputo. [Olho texto=”“Louco por Cinema foi o primeiro filme produzido em Brasília a ganhar o prêmio principal do festival, marcando a retomada do cinema nacional após a crise dos anos 90” ” assinatura=”Carmem Moretzsohn, curadora da mostra” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “É claro que para fazer uma mostra em homenagem ao Cine Brasília a gente poderia ter vários recortes, mas resolvemos olhar pelo lado histórico”, explica ela. “Escolhemos filmes que foram de alguma maneira relevantes na história do Cine Brasília ou momentos marcantes que vivemos lá com esses filmes.” Filmes consagrados Essa orientação, por si só, justifica a escolha do drama Bicho de Sete Cabeças (2000), estreia na ficção de Laís Bodanzky e grande vencedor daquela edição em que o ator Rodrigo Santoro, dividiu, literalmente, a plateia. Antes da exibição do filme, ao ser chamado ao palco com a equipe do longa, o artista foi massacrado por trepidante vaia do público, incomodado por sua condição de galã em novelas. A situação mudaria após a sessão e no dia da premiação, quando ele foi aplaudido ao receber o prêmio de melhor ator. Rodrigo Santoro em ‘Bicho de Sete Cabeças’: vaiado antes da exibição, acabou sendo calorosamente aplaudido e ganhou prêmio de melhor ator | Foto: Divulgação “Aquela sessão foi marcante pela mudança de percepção do público diante da qualidade de intérprete do Rodrigo Santoro, que conquistou inclusive o júri”, lembra Carmem Moretzsohn. “Ali o ator mostrou que o objetivo dele não era ser galã de novela, mas que tinha talento para ser muito mais, que queria outra coisa para a carreira dele.” [Olho texto=”“Foi muito emocionante ver um filme meu exibido pela primeira vez ali; a sala estava lotada” ” assinatura=”Alex Vidigal, diretor cinematográfico” esquerda_direita_centro=”direita”] Completam a programação Tainá – A Origem (2013), filme de Rosane Svartman que abre a mostra às 10h, trazendo temas como a questão indígena, o meio ambiente e a sustentabilidade; Barra 68 – Sem Perder a Ternura (2001), obra histórica sobre a criação da Universidade de Brasília (UnB) dirigida pelo mestre Vladimir Carvalho; Louco por Cinema (1996), de André Luiz Oliveira, e Tudo Bem (1978), que homenageia o cineasta carioca Arnaldo Jabor, falecido em fevereiro deste ano. Os três últimos foram consagrados no Festival de Brasília com o prêmio máximo. “A consagração de Louco por Cinema é emblemática por vários motivos”, lembra Carmem. “Foi o primeiro filme produzido em Brasília a ganhar o prêmio principal do festival, marcando a retomada do cinema nacional após a crise dos anos 1990. Nunca houve uma produção local com tantos atores e equipe da cidade, e a gente quis valorizar isso.” Douro Moura: “O Cine Brasília é fundamentalmente um cinema público que privilegia e prima por exibir filmes de arte” | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Templo do Festival de Brasília Patrimônio imaterial da cidade desde 1965, o Cine Brasília é o palco do mais importante evento cinematográfico do país, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Nada representa mais a cara do espaço do que esse evento, conceitualmente idealizado no seio da Universidade de Brasília (UnB) pelo historiador e crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes, junto aos intelectuais e alunos do curso de cinema. Nascia, assim, uma tradição que perdura até hoje, a de privilegiar filmes fora do circuito comercial. [Olho texto=”. “A sensação que tenho de ir ao Cine Brasília é isso, um lugar a que vou para comungar as imagens e os sons pelos quais sou apaixonado.”” assinatura=”Alex Vidigal, cineasta” esquerda_direita_centro=”direita”] “O Cine Brasília é fundamentalmente um cinema público que privilegia e prima por exibir filmes de arte, de culturas diferentes da nossa, filmes produzidos por produtores e diretores independentes”, observa o atual diretor do espaço, Douro Moura. O cinema também é, nesse sentido, espaço de formação de público que se renova a cada ano ou a cada sessão há várias gerações. Um desses filhos do Cine Brasília é o cineasta e professor universitário Alex Vidigal, 45 anos, que vê o lugar como sagrado. A primeira vez que foi lá, recorda, era para jogar bete com amigos atrás do prédio, que tem uma ampla área livre asfaltada. Depois, quando tinha 10 anos, foi ao Cine Brasília para assistir a um filme turco, motivado pelo cartaz, que trazia um personagem curioso, de bastos bigodes. Aos 14 anos, lá foi ele novamente para assistir ao marcante drama A Casa dos Espíritos, baseado no best-seller homônimo da escritora chilena Isabel Allende. ‘Barra 68 – Sem Perder a Ternura’, filme que conta a história da criação da UnB, é um dos destaques da mostra especial | Foto: Divulgação “Crescendo numa família religiosa e vendo esse filme sobre espíritos, fiquei pensando que o ato de ir ao cinema, em especial o Cine Brasília, que é a casa do Festival de Cinema de Brasília, é viver um momento litúrgico”, resume Alex. “A sensação que tenho de ir ao Cine Brasília é isso, um lugar a que vou para comungar as imagens e os sons pelos quais sou apaixonado.” Ativo no meio cinematográfico da cidade, com participação em várias etapas na realização de filmes de outros colegas, Alex Vidigal assina dois projetos como diretor: os curtas De Bom Tamanho (2014) e Riscados pela Memória (2018), este último exibido no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro de 2018. “Foi muito emocionante ver um filme meu exibido pela primeira vez ali; a sala estava lotada, era uma sessão com vários filmes”, lembra. “Então, tinha aquelas palmas protocolares; e, quando Riscados terminou, a galera ficou gritando os créditos todos.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Serviço Maratona de filmes no Cine Brasília Dia 22/04, a partir das 10h Programação: 10h – Tainá – A Origem, Brasil, 2013, 80 min, Livre. Direção: Rosane Svartman. Com: Wiranu Tembe, Beatriz Noskoski, Igor Ozzy, Gracindo Júnior e Nuno Leal Maia. 12h – A Canoa Furou (Don’t give up the ship), EUA, 1959, 89 min, Livre. Direção: Norman Taurog. Com: Jerry Lewis, Dina Merrill, Mickey Shaughnessy. 14h – Louco por Cinema, Brasil, 1996, 100 min, 12 anos. Direção: André Luiz Oliveira. Com: Nuno Leal Maia, Denise Bandeira, Jesus Pingo, Emerval Crespi, Dimer Monteiro e Bidô Galvão. 16h – Barra 68 – Sem Perder a Ternura, Brasil, 2001, 82 min, Livre. Direção: Vladimir Carvalho. Narração: Othon Bastos 18h – Bicho de Sete Cabeças, Brasil, 2000, 90 min, 14 anos. Direção: Laís Bodanzky. Com: Rodrigo Santoro, Othon Bastos, Cássia Kiss, Gero Camilo e Caco Ciocler. 20h – Tudo Bem, Brasil, 1978, 120 min, 14 ano. Direção: Arnaldo Jabor. Com: Fernanda Montenegro, Paulo Gracindo, Maria Sílvia, Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães.
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