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Coleta de sementes auxilia na preservação do Cerrado

Uma equipe da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) acabou de retornar de uma expedição de quatro dias em Goiás (Goiânia, Anápolis, Abadiânia, Corumbá de Goiás, Pirenópolis e Jaraguá) em busca de frutos maduros para coleta de sementes. Periodicamente ocorrem expedições como essa com o intuito de resgatar as origens genéticas do bioma e semeá-las no meio urbano do Distrito Federal. O Departamento de Parques e Jardins da Diretoria das Cidades da Novacap, responsável pela coleta, enviou equipe com engenheiro florestal, técnico agrícola, encarregado de jardinagem e auxiliares de serviços gerais para percorrer a rota traçada pelos próprios funcionários da companhia há mais de 15 anos, devido à variedade de espécies. De acordo com o engenheiro florestal e assessor do Departamento de Parques e Jardins, Matheus Fuente, as expedições são importantes para o recolhimento de sementes mais sadias, ainda não expostas ao meio urbano e protegidas naturalmente contra fungos e bactérias em um ecossistema fechado. A ação auxilia na preservação do meio ambiente e na manutenção da biodiversidade do Centro-Oeste. “Acredito que sempre que fazemos essas expedições, estamos conservando e fortalecendo o bioma. E mais ainda, dando a identidade adequada para o clima e o local do meio urbano”, explica. Periodicamente ocorrem expedições como essa com o intuito de resgatar as origens genéticas do bioma e semeá-las no meio urbano do Distrito Federal | Foto: Divulgação/Novacap A expedição coletou 361,5 kg de 15 espécies: gonçalo alves, chichá-do-cerrado, palmeira guariroba, ipê amarelo, cabo de machado, banha-de-galinha, guatambu do cerrado, palmeira rabo de raposa, jenipapo, ingá colar, cagaiteira, jatobá-pitomba, jabuticabeira, amendoim do campo e cajuzinho do cerrado. Conforme explica Fuente, há diversos métodos de recolhimento, a depender da espécie em questão. Para algumas, basta apenas pegar os frutos no chão, como acontece com a cajuzinho do cerrado. No caso do ipê, as sementes são aladas, então é utilizada uma lona. Já em outras matrizes, é necessário o uso do podão, para corte de eventuais cachos. A atuação inicia-se na observação de possíveis indivíduos (árvores) com material de interesse. Em seguida, confirma-se a saúde e disponibilidade das sementes, para então afirmar o ponto de coleta. “O processo é longo e cada espécie tem sua peculiaridade. Após a coleta, elas vão para beneficiamento, armazenamento, semeadura e produção de mudas, para depois entrar no programa de arborização da Novacap”, esclarece Matheus. *Com informações Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap)

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Brasília Ambiental e ONG Jaguaracambé realizam expedições para monitoramento de mamíferos silvestres no DF

No mês de abril, o Instituto Brasília Ambiental, em parceria com a ONG Associação para a Conservação da Biodiversidade Jaguaracambé, realizou expedição na Área de Proteção Ambiental (APA) Cafuringa, com foco na capturas de carnívoros para monitoramento de médios e grandes mamíferos. A ação fez parte de uma série de expedições que ocorrerão nas áreas de preservação ambiental, como na Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae) e no Parque Nacional de Brasília. Espécies emblemáticas do Cerrado como lobo-guará, jaguatirica, raposinha-do-campo, gato-do-mato e cachorro-do-mato estão entre os alvos do monitoramento, que visa coletar amostras biológicas, como sangue, para análise laboratorial e identificação de possíveis patógenos. Espécies emblemáticas do Cerrado como lobo-guará, jaguatirica, raposinha-do-campo, gato-do-mato e cachorro-do-mato estão entre os alvos do monitoramento | Foto: Divulgação/Brasília Ambiental Preservar essas espécies é uma tarefa árdua que depende, entre outras coisas, de mapear e entender o comportamento dos animais. O projeto é responsável por reunir dados estratégicos que ajudam a subsidiar políticas públicas de proteção à biodiversidade no Distrito Federal. “Essa é uma ação essencial para conhecermos o estado de saúde dos animais silvestres do nosso território. O Brasília Ambiental participa diretamente das expedições e da coleta dos dados, que serão fundamentais para futuras estratégias de conservação”, explica a agente de Unidade de Conservação do Instituto, Marina Motta de Carvalho. Segundo a presidente da ONG Jaguaracambé, Ana Paula Nunes de Quadros, o trabalho de monitoramento de fauna é realizado de forma contínua e os dados obtidos nesse processo são essenciais para a execução do projeto de avaliação sanitária de carnívoros selvagens. “Temos como missão colher amostras biológicas para a pesquisa de agentes causadores de doenças. Os animais são capturados, monitorados clinicamente e depois liberados no mesmo local, logo após a obtenção das amostras, que são direcionadas imediatamente ao laboratório para processamento e pesquisa. Trabalhos como este são extremamente relevantes para a formulação de estratégias eficientes de conservação de fauna”, destaca. Cooperação Técnica – A iniciativa faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Brasília Ambiental e a ONG Jaguaracambé em fevereiro de 2024, com vigência de três anos. O acordo prevê o intercâmbio científico, educacional e técnico voltado à pesquisa de monitoramento, manejo e avaliação sanitária de espécies silvestres e exóticas, tanto no Distrito Federal quanto na Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride). Preservação – Segundo a Gerência de Fauna Silvestre (Gefau), os mamíferos de médio e grande porte são espécies bioindicadoras, ou seja, são capazes de revelar o grau de preservação dos ecossistemas em que vivem. A análise do estado de saúde desses animais e sua presença nas Unidades de Conservação oferecem subsídios para políticas públicas ambientais, especialmente no combate a doenças, conservação de habitats e biodiversidade. A vice-governadora do DF, Celina Leão, parabenizou as equipes envolvidas na iniciativa e ressaltou que ela vai ao encontro da política de parcerias com a sociedade civil. “Nosso governo trabalha para a sociedade e com a sociedade, quanto mais ela se envolve, participa, opina, constrói junto com a gente o Distrito Federal que queremos, no qual as políticas ambientais são fortalecidas”, disse. O presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer, destacou a relevância do projeto para o fortalecimento das políticas públicas ambientais no Distrito Federal. “Esse trabalho é um exemplo de como a ciência e a gestão ambiental podem caminhar juntas. Monitorar a saúde da fauna é uma estratégia essencial para preservar nossos biomas e antecipar riscos sanitários, além de mostrar o comprometimento do GDF com a proteção da biodiversidade”, afirma Nemer. *Com informações do Instituto Brasília Ambiental

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Histórias da expedição que explorou Planalto Central vão ganhar livro

Brasília, 28 de julho de 2022 – Relatos de suor, sangue e lágrimas. E também de muita solidão e saudade. Eis os bastidores daquela que talvez seja a maior aventura realizada no coração do Planalto Central. E tudo começou com a vinda, no final do século 19, de uma comissão formada por 22 cientistas que explorou a região onde, no futuro, seria erguida a nova capital do país. Pois bem, os lados humano, sentimental e lírico dessa jornada, que duraria nove meses e mais de 5.100 km percorridos, em 1892, foram registrados em dois diários de campo que agora serão publicados em dois volumes pelo Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF). [Olho texto=”“Essa publicação, inédita, por sinal, será um presente do Arquivo Público do DF à comunidade. Trata-se do documento mais importante sobre a comissão exploradora do Planalto Central que faz parte do nosso acervo, e poucos conhecem, e que deve estar disponível para estudantes e professores”” assinatura=”Elias Manoel da Silva, historiador do ArPDF” esquerda_direita_centro=”direita”] O projeto, resultado do trabalho de mais de três anos do historiador da instituição, Elias Manoel da Silva, e de outros especialistas convidados, marca as comemorações do centenário da instalação de um dos símbolos da transferência da capital para o cerrado: a pedra fundamental da futura capital federal, erguida nos arredores de Planaltina (DF), exatamente ao meio-dia de 7 de setembro de 1922, além do bicentenário da república. Publicado, o material servirá de pesquisa para historiadores, jornalistas e qualquer entusiasta do surgimento da nova capital, com a obra sendo distribuída para outros arquivos públicos do país, universidades e escolas do Distrito Federal. O historiador Elias Manoel da Silva ao lado do superintendente do Arquivo Público, Adalberto Scigliano | Foto: ArPDF Para celebrar a data, há a ideia de uma exposição com itens que pertenceram aos integrantes da expedição e que fazem parte do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), do Rio de Janeiro. “A ideia é fazer essa publicação, tanto digital, quanto física, em outubro. E, graças a um convênio que fizemos com o Museu de Astronomia do Rio de Janeiro, deve haver uma exposição aqui e no Rio de Janeiro sobre a Comissão Cruls”, adianta o superintendente do ArPDF, Adalberto Scigliano. “Essa publicação, inédita, por sinal, será um presente do Arquivo Público do DF à comunidade. Trata-se do documento mais importante sobre a comissão exploradora do Planalto Central que faz parte do nosso acervo, e poucos conhecem, e que deve estar disponível para estudantes e professores”, destaca o historiador do ArPDF. Diários humanos As cadernetas históricas pertenceram ao engenheiro militar Hastimphilo de Moura, um dos 22 integrantes do grupo que desbravou o sertão goiano em 1892, após determinação do presidente Floriano Peixoto. Os diários foram doados ao Arquivo Público do Distrito Federal em 1994, pelas mãos do ex-presidente da Novacap Luis Henrique Freire Duarte, que guardava os documentos de posse de seu pai, que por sua vez foi presenteado pela família do próprio militar. “Como eu havia me estabelecido em Brasília e trabalhava na Novacap, meu pai me deu de presente”, lembraria o servidor da empresa pública, em entrevista ao ArPDF. “Eu guardei. Sabia que era uma coisa importante”, ressaltaria, à época. Ao contrário dos registros técnicos feitos pelos outros membros do grupo formado por dois médicos, dois astrônomos, sete engenheiros, um higienista, um botânico, um geólogo, um farmacêutico, quatro civis e três militares, os apontamentos do maranhense de Itapecuru-Mirim, Hastimphilo de Moura, eram carregados de preciosos relatos humanos sobre o dia a dia dos homens na região. Uma narrativa marcada por aventuras e desventuras tais como o contato direto com animais selvagens, caminhos inóspitos, agruras do tempo, além de brigas internas, medo do desconhecido, saudade de casa e, no caso do autor, do amor de cinema pela mulher, Lilinda, então morando no Rio de Janeiro e grávida do primeiro filho do casal. “A viagem foi horrorosa e os caminhos muito em labirinto, de modo que nos perdemos”, escreveu o militar, explicando as dificuldades de locomoção nos estreitos caminhos da região. “Quanto mais me afasto da minha Lilinda, com mais saudade fico. Estou ansioso para voltar”, desabafava. “É um instrumento paralelo de pesquisa, porque é uma caderneta pessoal que nos ajuda a ter uma visão mais humana do que foi a Comissão Cruls, as dificuldades que eles passaram para cumprir essa missão, solidão, brigas internas, fome, casos interessantes que não foram apresentados no relatório oficial”, comenta o superintendente do ArPDF, Adalberto Scigliano. “A publicação é uma forma de homenagear esses bravos homens”, reforça. Paleografia Além do próprio documento em si, serviram de base para a pesquisa dos dois volumes os depoimentos do filho de Hastimphilo de Moura, Aldmir de Moura, ao Programa de História Oral do Arquivo Público, e material jornalístico sobre o tema. A publicação está dividida em dois volumes. O primeiro compreende todo o conteúdo do Diário nº 1 e uma introdução técnica. A característica principal é ser uma publicação paleográfica, ou seja, respeitando a escrita da época em que foi elaborada. “Não é uma publicação qualquer, é uma publicação paleográfica. O texto que foi escrito, do século XIX, 1892, vamos deixá-lo na íntegra, ou seja, farmácia com ‘ph’, a mesma acentuação, com a ortografia da época”, esclarece Scigliano. Para ajudar na compreensão, os Diários de Hastimphilo de Moura estão recheados de inúmeras notas de rodapé. “Paralelo a esse texto original, foram criadas centenas de notas técnicas com explicações sobre cidades que mudaram de nome, significado de palavras antigas que não existem mais, informações sobre os instrumentos científicos, enfim, dados que ajudarão o leitor moderno a entrar na história da Comissão Cruls”, detalha. O historiador Elias Manoel explica que, ao se debruçar sobre o texto, fez descobertas importantes, como o contato do bisavô do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso com o grupo de Luiz Cruls. Já o segundo tomo apresenta o conteúdo do Diário nº 2 e inicia com uma biografia inédita do autor dos diários, contextualizando a vida de Hastimphilo de Moura, um jovem militar maranhense de 26 anos, amante dos cálculos, que tinha a extrema confiança do chefe da comissão, Luiz Cruls, e que alçou brilhante carreira no exército, chegando a ocupar o Governo de São Paulo, por alguns dias, nos anos 30. “Tenho orgulho do meu avô. Se existe hoje Brasília, a nova capital do país, foi por causa do trabalho dele e da comissão”, diz, emocionada, a advogada Maria Lúcia de Moura, neta de Hastimphilo. “Com essa publicação estamos fazendo justiça a esse personagem importante para a história de Brasília”, endossa o historiador do ArPDF, Elias Manoel.

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