Festival leva teatro de rua, música e oficinas gratuitas a quatro regiões do DF
O Circuito Rua Viva, festival de artes urbanas realizado pelo Coletivo Truvação, estreia no primeiro fim de semana de julho, na praça do Metrô de Ceilândia Centro. Com financiamento do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), o projeto leva espetáculos de rua gratuitos, oficinas e shows musicais a quatro regiões administrativas, sempre aos fins de semana ao longo do mês. O espetáculo 'A Batalha do Portal' é uma das atrações do Circuito Rua Viva, festival que estreia neste fim de semana, em Ceilândia | Foto: Olaamiss Com forte atuação em teatro de rua, o coletivo estreia, dentro da programação do festival, o mais novo espetáculo: A Batalha do Portal. O Circuito passará por Ceilândia, Taguatinga, Núcleo Bandeirante e Sobradinho. “A proposta é ocupar praças públicas com arte urbana, criando novos imaginários para espaços públicos. Essa é uma forma de reivindicar a rua como espaço legítimo de expressão artística”, destaca a idealizadora e diretora de produção, Ana Matuza. Ana ressalta a importância do financiamento público para a realização do projeto. “O apoio do FAC é essencial. Produzimos espetáculos com muita qualidade, com cenografia, sonoplastia e microfones ao vivo. São produções que exigem orçamento, equipamento e profissionais capacitados. Sem fomento, não seria possível. Mas, mais do que isso, o impacto é enorme na comunidade: levamos arte de qualidade para pessoas que muitas vezes nunca tiveram acesso ao teatro.” Além das apresentações teatrais, o circuito também inclui shows musicais e oficinas práticas de artes visuais, como grafite, lambe-lambe e pintura de mural. Todas são ministradas por artistas locais e abertas ao público, basta comparecer no horário. As atividades ocorrem aos sábados, das 14h às 17h, e em algumas cidades também aos domingos. [LEIA_TAMBEM]Confira a programação dos dias 5, 6, 12 e 13 de julho: Ceilândia – Praça do Metrô Sábado - 5/7 → 14h–17h: oficina de lambe-lambe com Dri Kariú → 19h: espetáculo A Batalha do Portal → 21h: show do grupo Coco de Quebrada Domingo - 6/7 → 14h–16h: competição amadora de queimada com premiação → 19h: espetáculo Umbigo do Infinito Taguatinga – Mercado Sul Vive Sábado - 12/7 → 14h–17h: oficina de acessibilidade para agentes culturais com Letícia Amarante → 19h: espetáculo A Batalha do Portal → 21h: apresentação do grupo As Sambadeiras de Roda Domingo - 13/7 → 14h–17h: oficina de acessibilidade para agentes culturais com Letícia Amarante → 17h: batalha de rima - A Batalha do Grude → 18h: espetáculo Umbigo do Infinito Serviço Circuito Rua Viva → Datas: 5, 6, 12, 13, 19, 20, 26 e 27 de julho → Locais: Praça do Metrô (Ceilândia Centro), Mercado Sul Vive (Taguatinga), Praça da Biblioteca Vó Philomena (Núcleo Bandeirante) e Praça das Artes Teodoro Freire (Sobradinho) → Classificação indicativa: Livre.
Ler mais...
Projeto do FAC leva pessoas cegas e com baixa visão para peça teatral acessível em Ceilândia
“Ele está com a mão estendida para ela, oferecendo um livro. Ela pega, observa o objeto, parece feliz com o presente.” Frases como essa podem parecer inusitadas para quem enxerga com facilidade. Mas, para pessoas cegas ou com baixa visão, são valiosas: formam a ponte entre o palco e a imaginação. Nesta sexta-feira (27), estudantes do Centro de Ensino e Desenvolvimento Visual (CEEDV) puderam sentir a magia do teatro graças ao espetáculo A Sós, do Grupo Pele, em Ceilândia. A peça foi transmitida ao público por meio da audiodescrição, recurso que traduz em palavras os elementos visuais de cada cena. Com apoio do FAC, o espetáculo A Sós tem apresentação neste sábado (28), às 19h, para o público em geral | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília O espetáculo A Sós integra o projeto Pele em Curso, que conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec). A iniciativa contempla oficinas de dança para estudantes da rede pública e apresentações teatrais acessíveis, para descentralizar e democratizar a produção artística. As outras montagens serão Inabitável, em Taguatinga, Um Lugar de Amor, na Asa Sul, e O Labirinto de Vidro, no Gama. "Escolher fazer arte é sobre querer que chegue para todo mundo de alguma forma", afirma Catherine Zilá, ao lado de Carlos Guerreiro Segundo o co-diretor da peça, Carlos Guerreiro, foram selecionados espaços que dispõem de acessibilidade para pessoas com deficiência. “São lugares que têm rampa de acesso, banheiros acessíveis, cadeiras específicas, e daí, a partir disso, pensamos em como traduzir o nosso espetáculo para que todas as pessoas pudessem entender, com a interpretação de libras e audiodescrição”, afirma. A co-diretora da peça, Catherine Zilá, salienta que o esforço em alcançar este público faz parte da missão do teatro. “Escolher fazer arte é sobre querer que chegue para todo mundo de alguma forma. Quando estamos em cima do palco, a gente afeta e a gente se sente afetado. Então, conseguir afetar todo mundo, independente de deficiências ou não, é muito especial”, assinala. A Sós conta a história de um casal dentro do apartamento, desde o início do relacionamento ao momento em que percebem ter idealizado o outro, quando começam as frustrações e os desentendimentos. Os dois co-diretores, que são também bailarinos e coreógrafos, formam o casal em cena, levando o público para vivenciar o ápice e o declínio da paixão. A produção de dança contemporânea combina acrobacias, projeções audiovisuais em stop motion e trilha sonora brasileira. Ouvir para ver "Reconhecemos o esforço da equipe e a importância do fomento do FAC, fazendo com que eles estejam inclusos na questão cultural que sempre estiveram à margem", diz Gabriela Passos A tarefa de transmitir cada olhar, suspiro ou sorriso da dupla para os espectadores ficou com a audiodescritora Gabriela Passos, que também é professora do CEEDV. “Em um espetáculo como esse, que não tem falas, todo o contexto da história do casal, que se passa no palco, eu transmito para eles. Se uma hora estão amorosamente se relacionando e depois brigam, eu tenho que contar para que continuem acompanhando essa história, mesmo que seja no formato de uma dança”, explica. “É muito rico e é a única forma que esse público pode ter acesso a esse espetáculo. Reconhecemos o esforço da equipe e a importância do fomento do FAC, fazendo com que eles estejam inclusos na questão cultural que sempre estiveram à margem.” Noemi Rocha destaca a importância da audiodescrição: "Nos inclui, abraça, acomoda o nosso coração, porque a cena vai passando e vamos imaginando" Para garantir a presença dos espectadores, o projeto Pele em Curso disponibilizou um micro-ônibus para buscar os estudantes do CEEDV e visitantes da Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga. O espetáculo ocorreu no Teatro Sesc Newton Rossi, em Ceilândia. No mesmo dia, também houve uma apresentação com foco na interpretação em libras. [LEIA_TAMBEM]A servidora pública Noemi Rocha, 64, ficou feliz com o convite para ir ao teatro. “Perdi a visão na fase adulta, em um acidente de carro nos anos 1990, mas sempre fui da cultura. Sempre gostei de teatro, filmes, tudo que é relacionado à cultura e ao entretenimento. Então, é uma honra e uma alegria participar desse evento”, diz ela, que destaca a importância da audiodescrição. “É uma ferramenta indispensável para as pessoas com deficiência visual. Nos inclui, abraça, acomoda o nosso coração, porque a cena vai passando e vamos imaginando.” O sentimento de pertencimento é compartilhado pela servidora pública Margareth Leles, 42, que é aluna do CEEDV. Ela também perdeu a visão quando adulta e passa por um processo de adaptação à condição. “É um misto de gratidão e felicidade, de se sentir de fato incluída e poder acessar a arte em toda a sua potencialidade, utilizando os sentidos que hoje estão aqui funcionando adequadamente. A visão não funciona, mas o ouvido e o tato funcionam”, pontua. “A audiodescrição traz esse complemento para que a gente possa aproveitar o espetáculo ao máximo, e é fundamental o apoio do FAC para a inclusão das pessoas com deficiência visual e das demais outras deficiências na nossa sociedade.” Serviço O espetáculo A Sós estará disponível para o público geral neste sábado (28), às 19h, no Teatro Sesc Newton Rossi, em Ceilândia. Ingressos neste link. A classificação é 14 anos. Mais informações no perfil do Grupo Pele.
Ler mais...