Festa junina com segurança: Como evitar acidentes com fogo e eletricidade
“Pula a fogueira, iaiá, pula a fogueira, ioiô. Cuidado para não se queimar…” O clássico das festas juninas embala uma das épocas mais animadas do ano, marcada por música, dança, comidas típicas e, claro, fogueiras e fogos de artifícios. Mas, apesar do clima de celebração, essa combinação pode representar riscos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-DF) atende, em média, oito casos de queimaduras por mês. O período junino não apresenta aumento significativo no número de atendimentos, mas os acidentes que acontecem nessa época costumam ser mais graves, principalmente quando envolvem fogos de artifício. Os acidentes mais graves de queimadura costumam ocorrer nessa época de festas juninas | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Quem for curtir as festas juninas também precisa estar atento a situações de emergência. A população deve acionar o serviço pelo número 192 sempre que se deparar com uma vítima inconsciente, ou seja, quando a pessoa não responde aos chamados ou responde de forma inadequada. Segundo a chefe do Núcleo de Educação em Urgências do Samu no DF, Carolina de Azevedo, também é importante ligar caso a vítima apresente dificuldade respiratória, palidez acentuada, coloração arroxeada na boca ou ainda lesões extensas e sangramentos abundantes. Em caso de necessidade, ao ligar para o 192, o atendente da central telefônica realiza o primeiro contato e coleta informações essenciais, como nome, idade da vítima, endereço completo e ponto de referência. Em seguida, a ligação é transferida para o médico regulador, que fará perguntas básicas: se o paciente está consciente, se respira normalmente, se há sangramentos ou se a queimadura atinge uma área extensa ou compromete a via aérea. Carolina explica que, enquanto a equipe do Samu não chega, é importante adotar alguns cuidados de primeiros socorros: afastar a vítima da fonte de calor, resfriar o local da lesão com água limpa e fria, sem tentar remover a pele se ela estiver aderida ao corpo. Também é necessário retirar metais, como anéis, relógios ou correntes, que podem continuar retendo calor ou dificultar a circulação em caso de inchaço. As bolhas nunca devem ser rompidas, pois a pele protegida ajuda a evitar infecções. O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) é a principal referência no Distrito Federal para atendimento a casos graves de queimaduras | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Em relação às queimaduras, tanto o Corpo de Bombeiros (CBMDF) quanto o Samu podem ser acionados. “O Samu atende casos clínicos, como mal súbito e paradas cardíacas. O Corpo de Bombeiros atua principalmente em casos de trauma. Mas, quando se trata de queimaduras, ambos os serviços estão aptos a atender”, explica o oficial de Informação Pública do CBMDF, Charles Palomino. Os acidentes com fogos de artifício são os mais comuns nesse período. “Apesar de serem produtos regulamentados e, em geral, seguros, muitos acidentes ocorrem pelo uso inadequado e desrespeito às normas de segurança”, ressalta Charles. “É essencial comprar fogos apenas em comércios autorizados, com certificação do Inmetro, e soltar em locais abertos, longe de casas, vegetação e da rede elétrica”, pontua. Além disso, o oficial orienta a nunca direcionar os fogos para outras pessoas, nem reutilizar artefatos que falharam. “Se um foguete não explodir, aguarde um ou dois minutos, coloque-o em um balde com água e descarte com segurança. E nunca, em hipótese alguma, manuseie fogos de artifício sob efeito de álcool”. O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) é a principal referência no Distrito Federal para atendimento a casos mais graves de queimaduras. Já os casos leves podem ser tratados em qualquer unidade de pronto atendimento da rede pública. Caso o transporte seja feito por terceiros, é fundamental proteger a lesão com um tecido limpo e evitar remover objetos colados à pele, exceto metais, que devem ser retirados logo após o acidente para evitar agravamentos causados pelo calor retido. Orientações de segurança Bandeirinhas, faixas e outros adereços típicos de festa junina devem ser produzidos com materiais não condutores de eletricidade e não podem ser fixados próximos da fiação elétrica | Foto: Divulgação/Neoenergia Além dos cuidados com fogueiras e fogos de artifícios durante as festas juninas, a população deve estar atenta às instalações elétricas na hora de decorar espaços públicos e residências. Para orientar a população, a Neoenergia Brasília elaborou um guia com recomendações de segurança para quem pretende montar estruturas decorativas no Distrito Federal. [LEIA_TAMBEM]Segundo o supervisor da Neoenergia Brasília, Néviton Xavier, é necessário manter, no mínimo, 2,5 metros de distância da rede ao instalar bandeirolas e iluminação. Também é fundamental nunca utilizar postes ou fios existentes como suporte para os enfeites, além de optar por materiais que não conduzam eletricidade, como tecidos leves ou plásticos. Néviton alerta ainda para o uso de cordões de luz, que devem ser instalados por profissionais habilitados, com produtos certificados pelo Inmetro. “É importante evitar o uso de materiais de procedência duvidosa e, sobretudo, não realizar ligações clandestinas, os chamados “gatos”, pontua. “Quando a festa envolve barracas de alimentação ou estruturas maiores, o ideal é solicitar à distribuidora uma ligação provisória segura”, explica. Ele ressalta também os riscos associados às fogueiras e aos fogos de artifício, que devem ser mantidos longe da rede elétrica. Em algumas regiões administrativas do DF, o uso desses itens é proibido, por isso, é necessário verificar as normas locais antes de utilizá-los. Quanto aos balões, Néviton lembra que soltar balão é crime e pode provocar incêndios, tanto na rede elétrica quanto em residências. Dentro de casa, os cuidados também são essenciais: evitar sobrecarga nas tomadas, não improvisar emendas em fios, substituir benjamins por filtros de linha e nunca manusear equipamentos elétricos com o corpo molhado são medidas básicas, mas fundamentais para evitar choques ou incêndios. Em casos de emergência, como fios partidos, curto-circuitos ou acidentes com choque elétrico, a orientação é acionar imediatamente a Neoenergia pelo número 116.
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São João, fogueira e álcool. Cuide-se e evite acidentes!
[Olho texto=” “O aumento e a diminuição de acidentes estão relacionados ao tamanho da prevenção que é adotada por cada pessoa” ” assinatura=”Tenente Marcelo de Abreu, do CBMDF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Nesta quinta-feira (24), é celebrado o Dia de São João, data que marca as tradicionais festividades juninas. Contudo, este ano, em função da pandemia, os “arraiás” devem se concentrar em ambientes familiares, com encontros nos quintais de casas ou em pequenas propriedades rurais, como sítios ou chácaras. Além de estar atento aos protocolos de segurança no combate à covid-19, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) alerta para alguns cuidados extras. Todo cuidado é pouco no manejo com fogueiras, especialmente em época de festas juninas | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília “Estando em ambientes familiares, o mais propício é, em vez de usar o álcool, fazer a assepsia das mãos com água e sabão”, orienta o tenente Marcelo de Abreu, do CBMDF, lembrando que álcool é uma substância altamente inflamável. “Se não for possível ou não quiser deixar de usar o álcool gel, então o melhor é evitar a aproximação das fogueiras e dos fogos de artifício.” Os bombeiros estão reforçando orientações para cuidados essenciais a serem tomados nesta época do ano. Em caso de a situação fugir do controle e ocorrerem acidentes, a saída é acionar a corporação, pelo telefone 193. “O aumento e a diminuição de acidentes estão relacionados ao tamanho da prevenção que é adotada por cada pessoa”, salienta o tenente Abreu. “É sempre bom ficar atento a tudo ao redor, em especial às crianças e equipamentos pirotécnicos”. Olho vivo [Olho texto=”“Que os cuidados com queimaduras não morram no mês de junho, afinal as pessoas se queimam diariamente” ” assinatura=”Anderson Damásio, chefe da Unidade de Queimaduras do Hran” esquerda_direita_centro=”direita”] Costume popular nos países da Península Ibérica – Portugal, Espanha, Andorra, Gibraltar e uma pequena parte do território da França –, as festas juninas começaram a pipocar no Brasil no século 16. Além da tradição e da simbologia religiosa, com homenagens a santos como São João, São Pedro e Santo Antônio, o evento preza também pelo aspecto social, já que é um momento de confraternização. Daí a importância dos cuidados não apenas com relação à pandemia, mas também no manejo de fogos de artifício, rojões, bombinhas e fogueiras. As recomendações ganham um calor mais intenso neste mês, quando a campanha Junho Laranja chama atenção à importância de se prevenir contra todos os tipos de queimaduras. “Que os cuidados com queimaduras não morram no mês de junho, afinal as pessoas se queimam diariamente”, alerta o chefe da Unidade de Queimaduras do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), o cirurgião plástico Anderson Damásio. “A melhor forma de tratar a queimadura é a prevenção, ou seja, evitando riscos.” Referência no DF em tratamentos de queimadura, o Hran teve aumento de 76% de internação em comparação aos quatro primeiros meses entre 2019 – quando ainda não havia tinha pandemia – e 2020. Isso ocorre devido aos acidentes domésticos, já que o número de pessoas dentro de casa agora é cada vez maior. No período de festividades juninas – que compreende julho, julho e agosto –, os casos tendem a aumentar. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Geralmente, o adulto se queima de sete a oito vezes a mais do que a criança”, observa Anderson Damásio. “A criança tende a ter queimaduras mais graves porque a pele é mais fina, mais delicada. Crianças dentro de casa, quase em sua totalidade, se queimam dentro da cozinha. Cozinha e criança não foram feitos um para o outro. Nesta época do ano, é importante se manter afastado de fogueiras, churrasqueiras e artefatos ligados ao fogo.” Precaução, sempre Antes de utilizar artefatos pirotécnicos, é importante verificar a faixa etária permitida para o uso de cada produto, conforme orientam os bombeiros. É comum as crianças brincarem com bombinhas. Mas, mesmo na utilização desse dispositivo pela garotada, a recomendação é contar com supervisão de um adulto. Outro detalhe importante é a procedência do equipamento, que deve ser adquirido sempre em lojas autorizadas e credenciadas. “Tanto os fogos de artifício quanto os rojões têm que oferecer condições de qualidade para utilização”, pontua o tenente Abreu. Outro detalhe pertinente, ele destaca, é o fato de que bebida, fogos de artifício e equipamentos inflamáveis não combinam. Em caso de queimadura, orienta, nunca se deve aplicar sobre o local atingindo qualquer produto: “O indicado é água fria e corrente, procurando, na sequência, atendimento médico”. Confira, abaixo, as orientações do CBMDF relativas à prevenção contra acidentes com fogo. Evite soltar fogos de artifício ou rojões perto de pessoas, animais, árvores ou rede elétrica. O indicado é fazê-lo em áreas preferencialmente abertas por especialistas Deixe sempre uma vasilha com água por perto no momento do disparo de um artefato e nunca reaproveite ou segure o objeto no caso de falhar, já que ele pode explodir Nada de rojões na mão. O ideal é fazer uso do explosivo com um suporte Respeite uma distância mínima de 50 metros da vegetação e jamais acenda fogo sob instalações elétricas, nem nas proximidades Limpe o local onde será feita a fogueira e coloque areia entre o solo e troncos Evite brincadeiras perto de fogueiras e redobre a atenção com crianças.
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